segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTÃO [ I I ]

Rua das Portas de Santo Antão - (Actual) Fotógrafo não identificado (Palácio dos Almadas ou da Independência) in http://www.adfa.org.pt/
Rua das Portas de Santo Antão - (Actual) Fotógrafo não identificado (Igreja S. Luís dos Franceses-no Beco de S. Luís da Pena,34) in viajar.clix.pt -tesouros

Rua das Portas de Santo Antão - (Actual) Fotógrafo não identificado (Fachada da Igreja S. Luís dos Franceses - no Beco de S. Luís da Pena,34) in http://www.geocites.com/


Rua das Portas de Santo Antão, 58 - (Actual) Fotógrafo não identificado (Casa do Alentejo interior) in thelondonyears.wordpress.com



Rua das Portas de Santo Antão, 58 - (Actual) Fotógrafo não identificado (Casa do Alentejo interior) in http://www.dkimages.com/




Rua das Portas de Santo Antão - (Actual) Fotógrafo não identificado (Fachada do Teatro Politeama)



RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTÃO ( I I )

Continuando a falar sobre esta Rua, hoje começo pelo Teatro.
TEATRO POLITEAMA
O Teatro foi construído com projecto de Miguel Ventura Terra. A primeira pedra foi lançada em 12 de Maio de 1912 e a inauguração a 6 de Dezembro de 1913 com a opereta "Valsa de Amor".
Este Teatro está localizado na Rua das Portas de Santo Antão, actualmente é dirigido pelo encenador FILIPE LA FÉRIA.
SOCIEDADE DE GEOGRAFIA DE LISBOA
Nesta Rua no número 100 encontramos a Sociedade de Geografia de Lisboa, sendo uma Sociedade Cientifica criada em Lisboa a 10 de Novembro de 1875 com o objectivo de em Portugal «promover o estudo e progresso das ciências geográficas e correlativas».
A partir de Dezembro de 1876 iniciou a publicação do Boletim da Soc. de Geografia de Lisboa, que ainda subsiste.
CASA DO ALENTEJO
Miguel Pais do Amaral, senhor de Mangualde descendente de famílias ilustres, titulares dos títulos de Condes de Anadia e dos Viscondes de Alverca, edificou nos finais do século XVII, o seu Palácio nesta rua no número 58. Ainda hoje é conhecido como a casa do Alentejo morada ilustre do Palácio Alverca.
Em 1917, um grupo de capitalistas da praça lisboeta arrendou o prédio, com excepção das lojas. Foram feitas obras radicais, para ali poder nascer um clube de recreio e de jogo, ao nível do que de melhor havia pela Europa, chamou-se-lhe «MAJESTIC CLUB».
Datam dessa época as partes mais notáveis do edifício. É o caso do famoso pátio interior de influencia árabe, com risco do Arquitecto Silva Júnior. As mesmas reminiscências mouriscas ficaram patentes nas varandas interiores, na escadaria e nas galerias.
A sala de Baile (estilo Luís XVI), foi toda decorada no tecto e nas paredes por Benvindo Cela e pinturas de Domingos Costa ornaram a sala contígua. Na sala de jogo podíamos ver bons azulejos de Jorge Colaço, neles figurando cenas de «Os Lusíadas»e também de feiras de várias regiões.
O Majestic mudou de nome em pouco tempo: passou a ser «MONUMENTAL». Ali se reuniam famílias e gente endinheirada dos "loucos anos 20 do século passado".
Comenta o mestre Luís Pastor de Macedo que ninguém imaginaria, naquelas «noites lilases» ou «noites azuis» tão elegantes, quando se dançavam tangos «Rosas» ou «Verdes» num dos mais chiques clubes alfacinhas, que ali tinha sido o «CURRAL VELHO» - no qual até tinham chafurdado porcos.
Os clubes passaram, a dada altura, por graves crises.
Houve assaltos levados a cabo por associações secretas, à maneira dos grandes filmes da época, de armas em punho a exigir "contos de Reis" e a deixar os elegantes frequentadores em pânico.
O Palácio manteve-se encerrado por uns três a quatro anos. Apareceu então o Grémio do Alentejo disposto ao arrendamento do imóvel para instalação da sua sede e ponto de encontro privilegiado dos Alentejanos em Lisboa.
Ao Grémio sucedeu a Casa do Alentejo com finalidades semelhantes.
Esta instituição não só se mantém naquele local como até promoveu obras profundas ao edifício.
As magnificas salas da Casa do Alentejo foram aproveitadas para reuniões, conferencias, banquetes, consertos, bailes... (Este é sem dúvida um Alentejo que todo o alfacinha conhece).
No ano de 2006 existiu um manifesto para a criação de um movimento pela recuperação da Casa do Alentejo, apresentado pelos seus órgãos Directivos. Estamos certos de que a voz da razão prevalecerá e tudo se vai resolver como merecem.
IGREJA DE SÃO LUÍS DOS FRANCESES
Este templo de uma certa simplicidade, construída entre 1552 e 1622, apresenta na sua fachada as armas dos Bourbons com escudo e flor de lis. Junto à Igreja se edificaram também o hospital e colégio da comunidade francesa de Lisboa.
A Igreja sofreu muito com o terramoto de 1755, encontrando-se hoje bastante modificada. No seu interior tem altares de mármore italiano e pinturas da autoria de Simão Rodrigues, do século XVIII, relativas à vida de São Luís.
PALÁCIO DOS ALMADAS OU DA INDEPENDÊNCIA
Implantado em terrenos com declive, fica na esquina desta Rua com entrada principal pelo Largo de São Domingos.
Construção de 1467, tendo sido ampliando em 1509, e reedificado no século XVIII.
Foi seu primeiro proprietário D.Fernando de Almada, Capitão-Mor de Portugal e sua mulher, D. Constança de Noronha, que adquirem a propriedade ao fidalgo Nuno de Barbosa. As casas «partem com muro de trás (MURALHA FERNANDINA) e com chão do conselho (RUA DAS PORTAS DE SANTO ANTÃO) e com Rossio (LARGO DE S.DOMINGOS) e mais confrontações».
Chamam-lhe o Palácio da Independência, por nele ter decorrido as reuniões dos conjurados da Restauração de 1640.
Com o terramoto de 1755 o Palácio pouco sofreu, sendo aproveitado para receber alguns doentes do Hospital de Todos-os-Santos que lhe ficava perto. Em 1756 muda-se para lá o Depósito Público, e dois anos depois, o Senado e o Tribunal da Relação.
A família dos Almadas abandona definitivamente o palácio em 1833, que lhe é confiscado por ter sido considerado rebelde o Conde de Almada, partidário do Rei D. Miguel.
Em 1834 viveu neste Palácio Almeida Garrett, sendo um ano depois o Palácio restituído aos seus proprietários.
No ano 1939, o Palácio é adquirido por subscrição pública feita pela Sociedade Histórica da Independência de Portugal (nome que tomara a comissão 1º de Dezembro em 1927).
Foi da Mocidade Portuguesa até 1974, que com agitação resultante da mudança de regime, o Palácio foi invadido. Extinta a Mocidade Portuguesa, o edifício foi quase na sua totalidade, ocupado pela Associação dos Deficientes das Forças Armadas. A Sociedade de História focou então reduzida a quatro salas. Em 1983, por decisão governamental, foi determinado que o Palácio fosse cedido, na sua totalidade, à Sociedade Histórica.

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