sábado, 24 de maio de 2008

LARGO DO CONDE BARÃO [ III ]

Largo do Conde Barão - (Actual) Fotógrafo não identificado (Armas dos Barões de ALVITO) in www.pt.wikipedia.org/
Largo do Conde Barão - (1907) - Fotógrafo não identificado (O Largo naquele tempo) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


(CONTINUAÇÃO)
LARGO DO CONDE BARÃO
«O CONDE-BARÃO»
Conde Barão porque? Como facilmente se pode depreender o duplo título proveio de casamentos, que deu azo a que um descendente reunisse, numa só pessoa um condado (no caso o de «ORIOLA») e um baronato (o de «ALVITO»).
O primeiro Barão de ALVITO (e primeiro fidalgo português a usar o nome de BARÃO) foi «JOÃO FERNANDES DA SILVEIRA» em (1475), chanceler-mor do reino e embaixador no tempo de D. Afonso V.
O sétimo barão do ALVITO, «D. LUÍS LOBO DA SILVEIRA», em 1653, recebia de D. João IV o titulo de Conde de ORIOLA, pelo que ficou conhecido por CONDE-BARÃO do Alvito ou, simplesmente CONDE-BARÃO, designação que perduraria na toponímia local ao nomear o Largo fronteiro ao palácio da família.
Com o tradicional espírito galhofeiro que caracteriza o alfacinha, é de ver que o duplo título foi mote das mais diversas maneiras, incluindo o de servir de nome a peça teatral divertida.
Mas voltemos ao Largo: o facto de os CONDES-BARÕES ali terem fixado residência deu, obviamente, nome ao local. E, até aos dias de hoje, a designação ficou abrangendo não só o antigo palácio como toda a zona circundante - Rua das Gaivotas, dos Mastros, do Silva, do Merca-Tudo, do Boqueirão do Duro e Travessa do Cais do Tojo. De palácio chegou-se a bairro.
São vários os palácios que mudaram o destino deste largo. Logo à esquina da Rua da Boavista com a Rua das Gaivotas, morava a família ALARCÃO. A posse do edifício deu história agitada nos tempos da Restauração,já que D. João Soares de Alarcão e Melo abraçou a causa dos Reis de Espanha, contra D. João IV. A casa foi-lhe por isso confiscada, mas acabou por voltar à posse da família mais tarde.
Lá se instalaram oficiais franceses no tempo das invasões. Da velha casa, ainda é visível um portão seiscentista, na esquina da Rua das Gaivotas para a Rua Fernandes Tomás. Uma escola e um sindicato constituem a nota viva do antigo solar.


(CONTINUA) - Próximo «O ENVOLVENTE DO LARGO»

2 comentários:

Anónimo disse...

Por falar em Alvito.... http://bernardonunes.multiply.com/photos/album/71

APS disse...

Caro Bernardo Nunes

Fui ver o seu BLOG.
Uma boa página de informação sobre o ALVITO, optimo registo histórico e abundantes fotos locais.
Parabéns!
E...volte sempre!
APS