segunda-feira, 5 de maio de 2008

PRAÇA DO PRÍNCIPE REAL [ III ]

Praça do Príncipe Real - (2002) Foto de Andres Lejona (Palacete Ribeiro da Cunha) in AFML
Praça do Príncipe Real - (Actual) Fotógrafo não identificado (Jardim visto de cima) in http://luminescencias.blogspot.com/

Praça do Príncipe Real - (1769) Desenho de J.P.Ludovice (O Incêndio da Patriarcal) in Lisboa Pombalina e o Iluminismo de José-Augusto França



(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA DO PRÍNCIPE REAL
«BASÍLICA PATRIARCAL»
Chegou a ser celebrada a primeira missa em 16 de Junho de 1756, pelo monsenhor Perry de Linde, num barracão improvisado na nova «BASÍLICA PATRIARCAL», que neste local foi instalada.
O templo veio a ganhar forma: três naves, quinze capelas um bom zimbório oitavado. Começou mesmo a ser organizado uma procissão que se destinava a atrair toda a Lisboa. A actual Rua Concílio de Sousa chamou-se durante largo tempo Rua da Procissão por esse facto.


A nova Igreja foi construída rapidamente (a parte em madeira) e logo inaugurada em Junho de 1757. No entanto só em 1761 estavam terminadas todas as obras da nova Patriarcal, assente sobre o que restava das grossas cantarias da obra do Conde de Tarouca.
A fragilidade começava a notar-se já em 1764 nesta construção provisória. A Torre sineira estava em ruínas de tal modo que o toque dos sinos não podiam ser dobrados.
Mas o destino não quis que a «PATRIARCAL» ganhasse raízes: um violento incêndio criminoso, ocorrido em 10 de Maio de 1769, destroi a precária construção.
Acrescente-se de que se tratou de fogo posto, tendo por autor Alexandre Francisco Vicente, empregado da Igreja que quis esconder os roubos que praticara.
Acabou por ser punido com o corte de ambas as mãos, castigo infligido no próprio local entre as ruínas.
Segundo opinião do Olisipógrafo Gustavo de Matos Sequeira «DEPOIS DO TERRAMOTO», Volume I, pág. 111, foi herói de quatrocentas intermináveis páginas de Leite Bastos «O INCENDIÁRIO DA PATRIARCAL», romance baseado no acórdão da Relação que condenou o "infame réu".
O local ficou doravante conhecido como o «SÍTIO DA PATRIARCAL QUEIMADA» (a própria Praça teve essa evocação), perpetuando igualmente através dos topónimos «PROCISSÃO» e «JASMIM» e a «CALÇADA DA PATRIARCAL» que lhe fica na fronteira. O lugar foi novamente condenado ao abandono, e a permanecer como um amontoado de pedras e ruínas de aspecto desolador.


(CONTINUA) - (Próximo - «O ERÁRIO RÉGIO»

2 comentários:

Constança Lucas disse...

gostei imenso de conhecer o seu blog

os nomes das ruas numa cidade são como dar nomes às veias

abraços de uma emigrante portuguesa residente em são paulo brasil

APS disse...

Fico muito agradecido pelo seu comentário.
As suas palavras vão ao encontro do escrito no meu 1º BLOG (Reflexão) em 30 de Dezembro de 2007. «As Ruas são, também, as artérias e as VEIAS dum enorme corpo da Cidade»
Sei o que é ser emigrante.
Felicidades e Obrigado.
APS