segunda-feira, 12 de maio de 2008

PRAÇA DUQUE DA TERCEIRA [ IV ]

Praça Duque da Terceira - (2008) Foto de APS ( Á direita início da Rua do Alecrim, em frente a Rua dos Remolares)
Praça Duque da Terceira - (2005) Foto de APS ( A Praça na actualidade)

Praça Duque da Terceira - (2005) Foto de APS (Desnivelamento da Rua da Rua do Alecrim)

Praça Duque da Terceira - (2004) Foto de Dias dos Reis (Rua de São Paulo - Viaduto de desnivelamento para a Rua do Alecrim) in http://www.pbase.com//

Praça Duque da Terceira - (2003) Foto de Dias dos Reis (Rua Nova do Carvalho - Viaduto de desnivelamento para a Rua do Alecrim) in http://www.pbase.com/


(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA DUQUE DA TERCEIRA
«DESNIVELAMENTO DA RUA DO ALECRIM»
Após o terramoto as vivências do lugar não parecem modificar-se, o plano Pombalino constituiu-se como uma radical alteração ao traçado urbano anterior, com uma solução urbanística de crucial importância ao nível da cidade.
Até ao terramoto a Rua do Alecrim, que descia do Loreto e das Portas de Santa Catarina, terminava antes de chegar às margens do Tejo.
Impedia-lhe a continuação um morro escarpado que descia quase a pique na zona ribeirinha. O mesmo acontecia tanto a poente como a nascente da cidade, dificultando uma ampla ligação do porto com a "CIDADE ALTA".
O plano urbanístico Pombalino resolve a forte inclinação da vertente, prolongando a Rua do Alecrim numa espécie de ponte em dois grandes arcos sobre a Rua de S. Paulo e da Rua Nova do Carvalho.
A concretização do projecto mereceu especial atenção por parte do todo poderoso primeiro ministro, que encarregou o seu irmão Paulo de Carvalho e Meneses da administração das obras da Praça, a par de outras obras de primeira importância para a cidade, como os Paços do Concelho, Depósito Público e Cais da Ribeira.


Nesta política tanto o marquês como o seu irmão e ainda outros familiares, caso do Morgado de Oliveira, constroem a seu custo grandes edifícios na zona.O nome da Rua Nova do Carvalho é a memória toponímica do irmão do marquês que foi presidente do Senado da Câmara e Inquisidor-mor.
Rigorosamente no eixo da Rua do Alecrim, a Praça dos Remolares abre-se ao Tejo em forma de trapézio com dois grandes edifícios a contornarem a entrada, e outros dois a conformarem os lados. Embora relativamente de pequenas proporções, a Praça não deixa de ter uma forte unidade e claro valor urbanístico, que perdeu em parte com o aterro do Porto de Lisboa e a sua extensão sobre o Tejo.


(CONTINUA) (Próximo - OS ATERROS DO PORTO DE LISBOA)






5 comentários:

disse...

Olá mais uma vez.
Há algumas dúvidas acerca da autoria do projecto para o Bairro de S. Paulo, que inclui a Praça dos Remolares e o viaduto. Regra geral atribui-se a autoria a Mardel, embora estes estejam assinados pelo Conde de Oeiras (o próprio Marquês), algo que seria habitual à época, mas que contudo impede uma confirmação factual do autor. Aqui é a primeira vez que oiço falar no irmão do Marquês de Pombal, o que me parece um interessante, tendo em conta que Mardel morreu antes do projecto final. Poderia dizer-me então como chegou ao nome de Paulo de Carvalho e Meneses?
Muito obrigado.

APS disse...

Caro Zé
Peço desculpa de só agora responder.
Deu-me bastante trabalho detectar onde tinha lido essa passagem, mas felizmente consegui.
Envolvo-me muito dentro de cada tema, mas passado tempo (neste caso 4 anos) é normal que o assunto vá passando para outro plano, visto eu ter necessidade de construir novos temas para outras ruas.
Quem afirma é um reputado escritor, historiador e investigador «José-Augusto França»,no seu livro "A Sétima Colina"-Roteiro Histórico-Artístico-Editado pelos "Livros Horizonte" por ocasião de Lisboa 94 Capital Europeia da Cultura, na sua página 34.
Caso não consiga obter o livro, mande-me o seu e-mail, eu posso digitalizar a página e assim poderá ficar menos dispendioso.
Conte sempre comigo, despeço-me com amizade
APS
Existem algumas ligações ao mesmo tema.
http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.com/2008/01/rua-do-alecrim.html
http://aps-ruasdelisboacomhistria.blogspot.com/2008/03/praa-de-so-paulo-ii.html

disse...

Desde já agradeço-lhe imenso e peço desculpa pelo trabalho que dei, não era minha intenção.

Arranjo esse livro com facilidade, vou tratar disso. Tenho aqui outros do José Augusto França e fui entretanto consultá-los mas não encontrei nada de relevante relacionado com o Cais do Sodré.

Já conhecia os seus outros artigos, inclusivamente um terceiro, da Rua das Flores, que aborda o traçado original da calçada de Cata-que-farás. Acerca disso tenho muita coisa, nomeadamente os livros de A. Vieira da Silva da Cerca Fernandina e da Ribeira, também Júlio de Castilho tem alguma informação, não muita. Um livro que tenho tido alguma dificuldade em encontrar é o de Gomes de Brito "Os Remolares", já sei que está nas Galveias e no Gabinete de Estudos Olisiponenses, mas penso que não se pode requisitar.

Enfim, mais uma vez agradeço a amável disponibilidade, se for necessário volto a pedir-lhe ajuda. Muito obrigado!

APS disse...

Caro Zé
Não é necessário pedir desculpa, eu tive muito gosto em ser prestável, assim como o amigo já me disponibilizou uns links de mapas.
O livro "A SÉTINA COLINA" é um exemplar muito interessante, de um belíssimo autor, vale a pena a sua consulta ou quiçá aquisição, para quem gosta deste género.
Existe também um livro sobre "RUAS DE LISBOA" de "GOMES DE BRITO" (esgotado) que não tenho e gostava de possuir.
Quando fala em CASTILHO, RIBEIRA, refere-se «A RIBEIRA DE LISBOA» descrição histórica da margem do TEJO desde a Madre de Deus (meu sítio) até SANTOS-O-VELHO. Se não for pode aceder á NET, pois o livro encontra-se digitalizado /Biblioteca Nacional Digital) - http://purl.pt/6637
Mande sempre, despeço-me com amizade
APS

Unknown disse...

É de extrema importância a sua partilha do conhecimento sobre a lisboa antiga.
Vivi na rua de santa justa 82 antes do 25 de abril e recordo com emoção as fotos aqui apresentadas.
Ben haja