segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

O POÇO DO BORRATÉM [XII]

Poço do Borratém - (195_) Foto de Judah Benoliel (Arco do Marquês de Alegrete ao fundo o Poço do Borratém) in AFML
Poço do Borratém - (195_) Foto de Judah Benoliel (Rua do Arco Marquês de Alegrete depois das demolições na Mouraria) in AFML

Poço do Borratém - (1946) Foto de Eduardo Portugal (Arco e Palácio do Marquês de Alegrete antes das demolições-Porta de entrada para o Poço do Borratém) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
O POÇO DO BORRATÉM
«A PORTA DA MOURARIA - A NORTE DO SÍTIO DO POÇO DO BORRATÉM»
Uma das entradas em Lisboa da «CERCA FERNANDINA» tinha o nome de «PORTAS DA MOURARIA» ou «PORTAS DE S. VICENTE DA MOURARIA» sendo uma das mais importantes. Com bastantes alterações de estrutura (1674), era chamado de «ARCO DO MARQUÊS DE ALEGRETE» em (1948) entre a Rua da Mouraria e a Rua do Arco do Marquês de Alegrete.
Diz-nos Norberto de Araújo, "é perto deste Arco, no prédio da Rua da Mouraria, na esquina das Escadinhas da Saúde, que se encontra encravada na parede a inscrição que atesta a construção da CERCA NOVA".
Para o interior da Cidade começava na Porta de S. Vicente uma rua que teve várias designações: chamaram-lhe «RUA DO BORRATÉM» (1); «RUA DIREITA DA PORTA DE S.VICENTE» para o Poço do Borratém (2); Rua do Poço do Borratém, do Cano para cima (3).
Segundo temos conhecimento só depois de 1801, passou a denominar-se «RUA DO ARCO DO MARQUÊS DE ALEGRETE» que ainda se conserva.
No dizer de Júlio Castilho, "a circulação para o Rossio continuava a fazer-se pela Praça da Figueira (Mercado de 1885 a 1949) isto é, pelas estreitas ruas que a cercavam. A ligação Almirante Reis/Baixa, só teria sido possível demolindo o quarteirão do Poço do Borratém e fazendo desaparecer a Igreja de S. Domingos.
Como nota histórica o Palácio chamado do Marques de Alegrete, demolido em 1946, transformou substancialmente aquela zona norte do «POÇO DO BORRATÉM», bem como o seu ARCO que permaneceu ainda durante alguns anos, vindo a ser demolido na década de cinquenta do século XX.
(1) - Estatísticas de 1552, por João Brandão de Buarcos, Ed. de 1923 página 229.
(2) - Livro do Lançamento e Serviços etc. 1565, fol. 418.
(3) - Lisboa em 1551 - SUMÁRIO de C.R. de Oliveira, Ed. 1987 pág. 20.
(CONTINUA) - (Próximo) - «A CASA DE JOÃO DAS REGRAS»

2 comentários:

Roberto Peresio disse...

Caro amigo, muito interessante este artigo sobre as ruas da velha Mouraria. Atè quando um artigo sobre a Rua do Bemformoso. E quem era o Bemformoso? Obrigado
Roberto Peresio
(um italiano que gosta de Portugal)
peresio@hotmail.com

Anónimo disse...

A primeira sede do partido comunista português foi nesta rua.