sábado, 24 de janeiro de 2009

AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE [IX]

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (1996) Foto António Sacchett (Convento de Santos-o-Novo) in Lisboa um passeio a oriente.
Avenida Mouzinho de Albuquerque - (2006) Foto de Ana Mântua (Convento Santos-o-Novo vista do lado poente) in http://pt.wikipedia.org/wiki/convento-de-santos-o-novo

Avenida Mouzinho de Albuquerque - (194_) Foto de Artur Goulart (Entrada para o Convento pela Calçada da Cruz da Pedra -Portal encimado com as armas da Ordem) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa.
(CONTINUAÇÃO)
AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE
«O CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (2)»
A referencia tradicional à situação adiante do Paraíso tem levantado algumas dúvidas sobre a efectiva localização. No entanto, pelo menos desde 1522, sabemos que esta casa provisória era no local actual do Recolhimento de Lázaro Leitão.
É possível que numa zona ainda bastante despovoada a referência ao Mosteiro do Paraíso fosse indicativa de uma direcção e a casa das Comendadeiras tivesse sido desde a mudança no mesmo local de facto, adiante do Paraíso. Com efeito, "em 1522 emprezavam um assentamento de quinta que está pegada com o dito Mosteiro, (...) partindo (...) da parte do mar com entrada pública que vai para Xabregas e outro com caminho público onde está a ermida de Santa Apolónia "(1).
"Esta nova casa, que em 1551 tinha 24 freiras professas, com 33 servidores e 15 noviças, servindo à Comendadeira 40 pessoas"(2).
Mais tarde projectava-se, pois, a casa definitiva nos terrenos que a Ordem possuía, iniciada depois pela dinastia filipina. É com Filipe II de Portugal (1598-1621) (3), durante o vice-reinado do Marquês de CASTELO RODRIGO que se lança a primeira pedra em 09.02.1609, dia de Santa Apolónia.
O edifício projectado era tão grandioso "que por ser enorme não havia muitas esperanças de ser acabado conforme a traça com que se começou"(4).
Logo em 1613, sendo necessários "as casas e quintal de Francisco Álvares Varejão o rei mandou comprá-las"(5).
D. Álvaro Pereira, seu vizinho, serve de referência à situação do Convento no vale: em 1606 é dado como morador detrás de Santos e, em 1627, na sua quinta junto ao Mosteiro de Santos-o-Novo.
"Na data de 1708 abrigava além das Comendadeiras, 16 Freiras e 16 senhoras recolhidas, a quem faziam companhia oito meninas, parentes suas, sendo as criadas que servem a Comendadeira como as Freiras e recolhidas oitenta e três"
(6).
As Comendadeiras professavam sem obrigação de votos, pelo que podiam tomar estado de matrimónio, não estando obrigadas a clausura. Possuíam rendas e outros bens, estes eram doados por sua morte, uma vez que não tinham obrigação de voto de pobreza. A dignidade de Comendadeira era vitalícia, sendo o cargo provido por nomeação régia, após consulta da Mesa da Consciência e Ordens, procurando sempre uma senhora de primeira qualidade.
ABREVIATURAS
IAN - Instituto de Arquivos Nacionais
TT - Torre do Tombo
CSN - Convento Santos-o-Novo
(1) - CSN cx. 2, Doc. 134
(2) - Oliveira, Cistóvão Rodirgues de, Sumário, Lisboa Casa do Livro, 1939
(3) - IAN/CSN - Cx. 22 Doc. 2039 e Caetano de Sousa, ob. cit., p. 123.
(4) - História dos Mosteiros, Conventos e Casas Religiosas de Lisboa, CML-1972, Tomo II p.227.
(5) - IAN/TT - Chancelaria de D. Filipe II, Lº. 28.
(6) - História dos Mosteiros (...) -Tomo II páginas 229-230
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO (3)»


3 comentários:

Anónimo disse...

pena tenho eu, deste convento que foi vendido -).

Anónimo disse...

Caro Aps,
Histórias que a história nos deixou...e sempre muito bem seleccionadas e contadas.
Gostaria de lhe colocar uma questão em relação ao tradutor Google, onde é que conseguiu esse formato? Porque eu só consigo modelos que traduzem uma pequena parte do texto...
Um abraço!

José Quintela Soares disse...

Muito interessante.
Gosteio muito.
Parabéns!