domingo, 19 de abril de 2009

CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA [XIII]

Calçada da Cruz da Pedra - (2006) Fotografo não identificado ( Restos do Forte ou Baluarte de Santa Apolónia) in Esta Lisboa que eu amo
Calçada da Cruz da Pedra - (2008) Foto gentilmente cedida pelo Blogue LISBOA S.O.S. (Baluarte de Santa Apolónia ou Bateria do Manique) in Lisboa S.O.S.
(CONTINUAÇÃO)
CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA
«BALUARTE OU FORTE DE SANTA APOLÓNIA (3)»
O Forte ou Baluarte de Santa Apolónia tem a forma pentagonal em planta, com área de 8 044 m2, e a sua frente fica voltada para a campanha ou para o Oriente. Como não se construíram as muralhas ou cortinas que deviam ligá-lo com as outras obras do recinto fortificado, ou, se alguma coisa se fez, seria apenas um entrincheiramento de terra hoje desaparecido, ligando-o com o forte da CRUZ DA PEDRA, ficando ele com a forma de uma luneta, mas continua-se a chamar-lhe baluarte, ou simplesmente forte.
As muralhas são de alvenaria, com os paramentos revestidos de cantaria nos sítios dos cunhais, onde se viam duas guaritas, muito características. A sua altura é variável, regulando por 6 metros, e espessura é cerca de 2 metros e 30; e conservava ainda uma grande extensão do primitivo cordão de cantaria, ao nível das plataformas ou do terrapleno interior.
Os muros tinham no seu coroamento, guardas exteriores de alvenaria, na maior parte da sua extensão.
O terrapleno interior achava-se do nível com o exterior na região norte da obra, e ao mesmo nível que o caminho ou plataforma sobre a muralha, e portanto mais alto do que o terreno exterior, na região Sul.
O portão primitivo da obra, por onde se faziam as comunicações com a retaguarda, já não existe, ficava sensivelmente frente à Travessa do Alto Varejão, que topeja com a Calçada das Lajes.
Nas muralhas do baluarte podemos ver (em fotografia) os portais de feitura seiscentista; o primeiro ficava no flanco direito, junto da inserção no muro da gola, o segundo ao meio da face esquerda quando completa, do muro da frente. Próximo daquela, existia uma escada de pedra que nascia no terrapleno interior, pela qual se subia a um pequeno mirante construído sobre o maciço do muro do portal, mirante que ficava de nível com o coroamento da muralha da gola, a qual mantém aí a espessura primitiva.
O Baluarte devia, na sua origem, ter tido um fosso de terra, mas se chegou a fazer-se, a vida pacífica da obra permitiu que ele fosse entulhado, aumentando-se assim o terreno arável da Quinta.
Não se conhece vestígios de paióis. É possível que não se chegassem a fazer ou a concluir, ou que para esse fim se destinasse o reservatório perto do poço.
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