quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RUA DA MISERICÓRDIA [III]

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Parte de cima da Rua da Misericórdia) - ARQUIVO/APS
Rua da Misericórdia - (2008) - Foto de Lucy Pepper (Uma panorâmica da Rua da Misericórdia na actualidade) in FLICKR

Rua da Misericórdia - (2009) - Foto de APS (Rua da Misericórdia, parte de trás do Teatro da Trindade) ARQUIVO/APS


Rua da Misericórdia - (1968) Foto de Armando Serôdio ( A Rua da Misericórdia ao fundo a Igreja de S. Roque que deu nome ao sítio) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA MISERICÓRDIA [III]
« ALTERAÇÕES DE NOME DA RUA»
Nomes efémeros sempre os houve nas Ruas de Lisboa, como talvez tenha acontecido em muitas cidades do Mundo. Na maioria parte dos casos, basta uma modificação política e logo se altera a Toponímia, como se o simples apagar de um letreiro fosse equivalente a riscar das memórias, das consciências e da história toda de uma época, toda uma tradição, todo o culto. Será esta nossa mania latina e meridional de fazer tábua rasa de tudo o que aconteceu antes e não nos agrada inteiramente.
Apesar de todos os períodos históricos (desde que é uso dar nomes próprios às Ruas da cidade) teremos usado do processo, parece não caber dúvida de que foi a «I REPÚBLICA» quem mais topónimos alterou.
Tudo quanto constituísse uma designação monárquica ou religiosa, foi literalmente, substituída. É claro que a aversão iconoclasta evidenciada por alguns não era, muitas vezes, acompanhada pelo povo e os nomes antigos continuavam a ser usados.
A tendência é hoje, felizmente, a de fazer perdurar os topónimos.
A cidade é feita de um somatório de épocas históricas e de gostos populares e que nenhum deles pode ser eliminado, independente das simpatias ou antipatias que despertem na actualidade.
Ora, estamos a evocar uma artéria lisboeta, recordando hoje uma via que esteve ligada também a publicações, mas às quais sucedeu o que muitas vezes acontece na vida: Vestiram-se do alheio e acabam sem roupa, que é como quem diz que fizeram apagar nomes para que figurassem os seus... e ficaram também sem eles. Foi o caso de «O MUNDO».
Se tudo tivesse sido reposto nos seus devidos termos, a «RUA LARGA DE S. ROQUE» teria hoje direito a pelo menos um topónimo. Afinal, quem deu nome a toda a zona por onde se estende actualmente o «BAIRRO ALTO» foi aquele orago da igreja que fica junto da «MISERICÓRDIA»: «BAIRRO ALTO DE S. ROQUE» se dizia.
Mas nem o «LARGO» (que é de TRINDADE COELHO) nem a Rua que é (da MISERICÓRDIA) conservam qualquer referencia ao santinho.
No entanto, a «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» assim se chamou desde que, no século XVI, «D.SEBASTIÃO» a mandou abrir. Foi ganhando vida própria e nela se instalaram cafés, restaurantes, jornais, livrarias, alfarrabistas, que ficaram célebres.
Hoje é certo, tirando o «TAVARES RICO» e a «LIVRARIA GUIMARÃES», tudo são nomes recentes.
Ficaram pelo caminho casas como «O MEALHADA», o «PEIXE ASSADO», o «ROMA», dos jornais como «A PÁTRIA», «A TARDE», «O MUNDO», a «REPÚBLICA», o «DIÁRIO DA MANHû, «A VOZ», a «ÉPOCA», o «NOVIDADES», o «DIÁRIO ILUSTRADO» etc..
Pois esta rua, depois de ser «RUA LARGA DE SÃO ROQUE» foi também a «RUA DE SÃO ROQUE» e antes de de chamar da «MISERICÓRDIA», chamou-se «RUA DO MUNDO», no próximo capitulo vamos saber porquê.
(CONTINUAÇÃO) - (PRÓXIMO) - «RUA DA MISERICÓRDIA [IV] - JORNAL (O MUNDO)»

2 comentários:

Fadista disse...

Só para assinalar a minha passagem por este seu óptimo blog, que frequentemente visito, aproveitando para deixar ao simpático Miky um fraterno ronron da bela Fifi. E, para si, cordiais saudações e desejo de bom fim de semana, se bem que chuvoso!

APS disse...

Cara "Fadista"

Seja bem-vinda a esta blogue.
O MIKY retribui os "ronrons" à Fifi.
Pela beleza do seu blogue «FADO CRAVO», passou a fazer parte dos meus favoritos.

Aproveito a ocasião para lhe pedir um favor.
Tinha possibilidades de me arranjar o fado cantado pelo ANTÓNIO ALVARINHO, o título não sei, mas sei que começo assim:

ELE ERA UM BOM RAPAZ TRABALHADOR...

Com os meus agradecimentos despeço-me e tenha também um bom fim de semana.
Cumpts.
APS