quarta-feira, 21 de abril de 2010

RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ I ]

Rua do Terreiro do Trigo - (2010) - Panorama da Rua do Terreiro do Trigo (ALFAMA) - LEGENDA: (A) - Antigo "CELEIRO PÚBLICO DE LISBOA" actual "ALFANDEGA DE LISBOA". - (B) -Antiga "ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DA PRAIA" actual "MUSEU DO FADO". - (C) - Antigo "CHAFARIZ DOS CAVALOS" actual "CHAFARIZ DE DENTRO" (Desactivado). - (D) - As antigas "ALCAÇARIAS" do DUQUE; de D. CLARA; do J.A.BAPTISTA e os "BANHOS DO DOUTOR(FERNANDO) nas traseiras do Largo do Chafariz de Dentro. in WIKIMAPIA
Rua do Terreiro do Trigo - ( 2009) - Foto de autor não identificado (Mapa de Alfama em azulejo - Largo do Chafariz de Dentro) in SKYSCRAPERCITY

Rua do Terreiro do Trigo - (1856-1858) - (Atlas da Carta Topográfica de Lisboa sob a direcção de Filipe Folque: 1856-1858) Câmara Municipal de Lisboa - Departamento de Património Cultural - Arquivo Municipal de Lisboa.


Rua do Terreiro do Trigo - (1805) (Autor: Manuel Godinho - Fonte: Museu da Cidade de Lisboa) (Vista do Terreiro da Cidade de Lisboa - Edifício do Celeiro Público de Lisboa) in Secretaria Geral do Ministério das Finanças e da Administração Pública - SGMF.
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RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ I ]
«A RUA DO TERREIRO DO TRIGO»
A «RUA DO TERREIRO DO TRIGO» pertence a duas freguesias.
À freguesia de «SÃO MIGUEL» todos os números pares, à freguesia de «SANTO ESTEVÃO» os números ímpares. Começa no «LARGO DO CHAFARIZ DE DENTRO» e finda no «LARGO DO TERREIRO DO TRIGO».
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«A "RUA DO TERREIRO DO TRIGO" E SEU ENVOLVENTE»
Esta memória da velha «LISBOA RIBEIRINHA», conheceu vários nomes ao longo dos séculos, tais como: «RUA DA PRAIA»; «RUA DO TERREIRO PÚBLICO»; «RUA DO TERREIRO»; «RUA DIREITA DO TERREIRO»; «LARGO DO TERREIRO DO TRIGO», correspondente ao seguimento de todo o espaço ocupado da actual Rua e Largo com a mesma designação.
O topónimo definitivo deve ter a sua origem no edifício do «CELEIRO PÚBLICO DE LISBOA» mandado construir por «D. JOSÉ» em 1766, em substituição do «TERREIRO DO TRIGO» Manuelino, destruído com o Terramoto de 1755.
Situa-se num dos bairros mais antigos e típicos de Lisboa «ALFAMA» (ver mais aqui).
O seu nome deriva do árabe "al-hamma" que significa "banhos" ou "fontes". Durante o domínio muçulmano, poder-se-ia falar de uma Alfama do Alto, mais aristocrata, situada dentro da «CERCA MOURA», na parte Oriental da actual freguesia da «», que comunicaria pela «PORTA DE ALFAMA» ou de «SÃO PEDRO» (na actual "RUA DE SÃO JOÃO DA PRAÇA") com uma «ALFAMA DO MAR», arrabalde popular.
Com o domínio Cristão a designação «ALFAMA» foi-se alargando mais para Leste, dentro dos limites da «CERCA NOVA» ou «CERCA FERNANDINA», passando para lá do «CHAFARIZ DE DENTRO».
Diz-nos «NORBERTO DE ARAÚJO» nas suas «PEREGRINAÇÕES EM LISBOA» que: (...) Alfama, começando por ser árabe, foi assim, dentro da cristandade, de todas as castas e civilizações: mouros, judeus, fôrros, cativos, negros - mais tarde - , portugueses de todas as classes, alfamistas de todos os títulos. Plebeia, marítima, fidalga, religiosa. Desta amálgama de costumes à semelhança do próprio aglomerado, resulta talvez o seu interesse de agora. O Terramoto não lhe alterou a disposição urbana, no traçado, do acaso antigo, de serventias grandes e pequenas, nas artérias e nas linhas fininhas, quase imperceptíveis.(...) Tornando aos limites de «ALFAMA» podemos hoje circunscreve-la convencionalmente à sua expressão pitoresca, de casario amontoado e agachado aos pés do velho «PAÇO»(...) dando-lhe ainda por limites altos «S. VICENTE», ao sul o Mar, ou seja o «TERREIRO DO TRIGO» e a «RUA JARDIM DO TABACO», a poente a «SÉ», e a nascente as «PORTAS DA CRUZ», ou seja a confluência «REMÉDIOS - PARAÍSO».
Existem registos históricos documentados da existência de nascentes nesta zona de «ALFAMA», mas isso deixamos para mais tarde...
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ II ] - O CELEIRO PÚBLICO DE LISBOA (1)»





2 comentários:

José Quintela Soares disse...

Belo texto, o que já é habitual, onde sempre se aprende.
Também gostei das gravuras.

APS disse...

Caro José Quintela Soares

Obrigado pelas suas palavras.

Nestas paragens fazem-me recuar muitos anos atrás quando era empregado no jornal.
Finais da década de quarenta início de cinquenta, ia regularmente àquela grande edifício, buscar as informações referentes à «BOLSA DE MERCADORIAS», para ser publicado no JC.

Um bom fim de semana!
APS