quarta-feira, 19 de maio de 2010

RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ IX ]

Rua do Terreiro do Trigo - (1951) Foto de Eduardo Portugal - (Na Rua do Terreiro do Trigo, 52 a 60 existiu as "ALCAÇARIAS DO DUQUE") in AFML
Rua do Terreiro do Trigo - (1961) Foto de Armando Serôdio ( Um troço da Rua do Terreiro do Trigo) in AFML

Rua do Terreiro do Trigo - (1939) Foto de Eduardo Portugal (Largo do Chafariz de Dentro, local onde se exercia os "BANHOS DO DOUTOR") in AFML
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(CONTINUAÇÃO)
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RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ IX ]
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«AS ÁGUAS DE ALFAMA (1)»
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Num pitoresco recanto de Lisboa «ALFAMA» que em Árabe quer dizer "al-hamma" com o significado de "fonte quente", ainda esconde muita água no seu solo, não só fria, como também quase a borbulhar de quente (a maiores profundidades).
Dos "SPA" seculares, (de que nos vamos debruçar um pouco) dos muitos que existiam até meados do século passado, hoje restam-nos apenas as suas memórias.
No período do domínio "MUÇULMANO" existia uma «ALFAMA DO ALTO», mais aristocrata, situada na «CERCA MOURA», na parte Oriental da actual freguesia da «», que comunicava pela «PORTA DE ALFAMA» ou de «SÃO PEDRO» (na actual "RUA DE S. JOÃO DA PRAÇA") com uma «ALFA MA DO MAR», arrabalde popular.
Já no domínio «CRISTÃO» a designação «ALFAMA» foi-se alargando mais para Leste, dentro do limite da «CERCA NOVA» ou «CERCA FERNANDINA», passando para lá do «CHAFARIZ DE DENTRO».
A origem do seu declínio surgiu possivelmente na «IDADE MÉDIA», quando os residentes ricos se mudaram para o OESTE, deixando esta bairro para a população de pescadores e marinheiros.
Apesar de já não existirem casas mouriscas, o bairro conserva um pouco o seu ambiente típico, com as suas "ruas, ruelas, becos e escadinhas".
As áreas mais degradadas estão a ser restauradas e a vida desenvolve-se em volta do pequeno comércio.
«ALFAMA» possuía um conjunto de nascentes, cujas águas quentes foram classificadas no século XIX como «minero-medicinais».
Como se refere o estudo de «ELSA CRISTINA RAMALHO e MARIA CLARA LOURENÇO»(1), grande parte destas águas tinham temperaturas acima dos 20ºC.
As últimas foram seladas e abandonadas há mais de 47 anos anos, (1963-Fonte das Ratas) no entanto chegaram a ser aproveitadas em vários «BALNEÁRIOS PÚBLICOS» que durante décadas serviram a população de Lisboa e arredores, essencialmente as pessoas de mais fracos recursos financeiros.
Em 1716 são abertos os «BANHOS DO DUQUE», uma referência ao seu proprietário o «DUQUE DO CADAVAL». Em 1810 existiam três estabelecimentos: «BANHOS DO DUQUE», «BANHOS DA DONA CLARA» e «BANHOS DO DOUTOR».
No ano de 1893 (quando da aprovação da concessão) era conhecido mais uma «ALCAÇARIA», esta com o nome de «J.A.BAPTISTA».
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(1) - Técnicas Superiores do Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (INETI).
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO TERREIRO DO TRIGO [ X ] - AS ÁGUAS DE ALFAMA (2)»

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