sábado, 21 de maio de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ II ]

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Arco de Jesus virado para a Rua do Cais de Santarém) in ARQUIVO/APS


Rua do Cais de Santarém - (2009) - Foto de APS -(Arco de Jesus lanço de escadaria que liga à Rua de S. João da Praça) in ARQUIVO/APS



Rua do Cais de Santarém - (2009) - (Arco de Jesus junto ao Palácio dos Condes de Coculim) in SKYSCRAPERCITY

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Arco de Jesus junto à "Rua de S. João da Praça" parte norte) in ARQUIVO/APS



Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de Paula Bobone (Entrada do Arco de Jesus junto do antigo Palácio dos Condes de Coculim, na Rua do Cais de Santarém) in PAULA BOBONE EVENTOS



Rua do Cais de Santarém - (Início do século XX) Foto de autor não identificado (Arco de Jesus, entrada pela "RUA DO CAIS DE SANTARÉM") in AMAR ALFAMA


(CONTINUAÇÃO)


RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ II ]


«O ARCO DE JESUS ( 1 )»


Entre o antigo «PALÁCIO DE FRANCISCO TÁVORA» e o «PALÁCIO DOS CONDES DE COCULIM» existe o chamado «ARCO DE JESUS», representando uma das antigas portas abertas na «CERCA VELHA» ou «CERCA MOURA» da cidade de LISBOA. Designado também por «ARCO DO MENINO JESUS», e ainda por porta ou postigo de «D. GIL EANES» no século XVI. Este nome de «D. GIL EANES DA COSTA» corresponde ao nome de um presidente da Câmara de Lisboa que dirigiu os destinos da edilidade entre 1595 e 1602.


Também por outro nome foi chamado este «ARCO»; chamavam-lhe postigo do «CONDE DE LINHARES» que ficava possivelmente muito próximo do Palácio daquele titular.


Em 1551 (Segundo nos indica o SUMMÁRIO DE LISBOA de C.R. de Oliveira), esta porta também foi conhecida por «PORTA DO FURADOURO». A citação de "FURADOURO" deve estar relacionada a uma porta que existia no século XV, e que ficava em frente do actual «ARCO DE JESUS», outrora «PORTA DO FURADOURO». Este «ARCO DE JESUS» que liga a «RUA DO CAIS DE SANTARÉM» à «RUA DE S. JOÃO DA PRAÇA» é composta de metade em rampa e a outra metade em escadaria, tem no seu lado direito (sentido norte) o «BECO DOS ARMAZÉNS DO LINHO».


Os vestígios que deste arco se conservam e dado à sua situação geográfica, calcula-se ter sido uma das primeiras portas da «CERCA MOURA», no lanço paralelo ao Tejo, dando saída da cidade para a praia. Na grossura do arco da abóbada nota-se uma zona reentrante, último vestígio da abertura pela qual se fazia a subida e descida da porta de correr. Na quina de alvenaria ou recanto que a fachada forma com o prédio do lado direito, ainda se nota o envasamento de uma guarida, mas de construção relativamente mais moderna.


Não é fácil reconstruir a disposição da muralha nos lados da porta nem das torres que provavelmente a protegiam, porque tudo isto já desde há muito tempo desapareceu.




(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ III ] - O ARCO DE JESUS ( 2 )»












9 comentários:

Anónimo disse...

Querido APS,

Quando é que faz um livro, em complemento deste maravilhoso blog?
Beijinhos,
Pop/Cristina

APS disse...

Cara CRISTINA

Fico muito feliz por ter passado pelo meu blogue.
Espero que essa depressão já faça parte do passado.
Quanto à publicação, ainda não chegou a altura própria.
Bjs,
APS

Unknown disse...

Caro APS
Perspectiva-se de grande valia este novo capítulo que agora se inicia. De facto, a antiquíssima zona do Cais de Santarém é pródiga em motivos de interesse. Como sempre, vou seguir com todo o interesse.
forte abraço
JLEF

VV disse...

Caro Agostinho Paiva,

desde já sou um admirador do seu trabalho.

Em tempos, ainda vivia em Lisboa, muito aprendi consigo sobre o Campo de Santa Clara, e o Palácio dos Teles de Melo _ Calçada do Cascão - onde comprei uma parte do antigo palácio. Ajudei a recuperar o que sobra do palácio, mas vendi mais tarde para vir viver para o Alentejo - para Santa Clara a Velha - onde agora me sinto melhor, fora do rebuliço da cidade. Mas Santa Clara persegue-me ou então ando nas suas boas graças ;-)

Entretanto Lisboa não se esquece, nem se abandona, portanto a minha relação com a cidade é viva por vários aspectos, mas nos últimos meses porque vamos adquirir um imóvel no Campo das Cebolas.

E é sobre o mesmo que lhe venho pedir ajuda.

O referido imóvel fica localizado no final do Campo das Cebolas, inicio da rua do Cais de Santarém.

Estudando os seus textos, percebo que este imóvel foi construído em cima dos terrenos onde em tempos um palácio do desafortunado Duque de Aveiro. Aliás descobri que este imóvel faz parte do rol de bens Inventário da casa de Távora, após a execução dos Távora e do José Mascarenhas, duque de Aveiro, em 1759.

“3.1.5. Bens Imóveis em Lisboa - Casas nobres da Ribeira, freguesia da Sé (pertenciam ao Duque de Aveiro, vindas de sua mulher, irmã do Marquês de Távora)
”

E ao que parece não sobreviveram ao terramoto de 1755.

No desenho que aparece no seu blog, de autoria do Engº. A. Vieira da Silva, aparece com o número 40, desenho de Rua do Cais de Santarém - (1939), mas não se percebe a edificação do imóvel em questão.

Este é um prédio singular uma vez que é atravessado pelas "Escadinhas do Pátio do Marquês de Lavradio”.

A minha questão é:

tem mais alguma informação sobre o Palácio do Duque de Aveiro?

Sabe alguma coisa mais sobre estas "Escadinhas do Pátio do Marquês de Lavradio”?

Existiam elas antes do terramoto? Era uma porta na “Cerca Moura”?

Envie-lhe um email mas não obtive resposta, pode ser que aqui seja mais fácil ver as mensagens.

Obrigado
Victor Vicente
t. 91 1000 300

APS disse...

Caro Victor Vicente

Obrigado pelas suas amáveis palavras a este blogue.
Não recebi o seu mail (eu procuro sempre responder a estas perguntas, dentro do tempo possível). Terá realmente copiado bem o meu mail? Ele encontra-se no final da página do Blogue, onde está a minha foto e ver perfil. Aliás, estes assuntos mais longos prefiro no mail mas abro aqui uma excepção.
Acontece que só reproduzi 1/3 do mapa (em RUA DO CAIS DE SANTARÉM [I], pois era dessa rua que iria falar e não do CAMPO DAS CEBOLAS.
Os números 39 e 40 do Mapa referem-se ao CAMPO DAS CEBOLAS. A muralha já tinha sido demolida (por razões de espaço a adquirir).
O Nº 39 eram em 1755 umas casas de rendimento do Duque de Aveiro ( 1 ), e o seu PALÁCIO o Nº 40 (no Mapa), este último com terraço ou varandas. Estas propriedades haviam sido dos MARQUESES DE GOUVEIA E CONDES DE PORTALEGRE e, depois da extinção da casa de AVEIRO, entraram, por herança, na de "LAVRADIO" (2).
Actualmente as primeiras casas então substituídas por um grande prédio com os números de polícia 27 a 46-A, no CAMPO DAS CEBOLAS, nove janelas de frente, lojas, quatro andares e águas-furtadas. O Palácio é também hoje um prédio vulgar de aparência, com 12 vão de portas incluindo o da serventia pública.
As lojas por baixo da varanda. e para esta deitam as sobre-lojas, por cima das quais fica o andar nobre e um 2º andar, ambos com dez janelas de frente.
No interior do PALÁCIO havia uma serventia pública (Nº 41 da Planta), que conduz à RUA DE S. JOÃO DA PRAÇA e CRUZES DA SÉ, parte da qual, hoje denominada "ESCADINHAS DO PÁTIO DO MARQUÊS DO LAVRADIO". É uma longa escadaria, com cerca de 2 metros de largura e 19 de Comprimento em planta, ligando o CAMPO DAS CEBOLAS, porta Nº 17, com o LARGO DO MARQUÊS DO LAVRADIO que lhe fica num nível superior. Nesta LARGO abre-se o portão principal e monumental. com o Nº 13 de polícia, do PALÁCIO DO MARQUÊS DE LAVRADIO.
Mas as casas dos CONDES DE PORTALEGRE, ainda têm mais história.
O ARCO DE JESUS era a porta mais próxima do Palácio e tinha o nome de PORTA DO FURADOURO. As escadinhas foi uma passagem feita depois da demolição da CERCA MOURA, para dar passagem para Sul ao LARGO DO MARQUÊS DO LAVRADIO.
Uma nota: quando nos referimos a arruamentos os seus inícios começam sempre de Nascente para Poente ou de Sul para Norte. Assim, quando diz que o imóvel fica localizado no final do CAMPO DAS CEBOLAS, e início da RUA DO CAIS DE SANTARÉM é precisamente o contrário.
Para que lhe envie o resto do mapa, para melhor entender, agradecia que me desse o seu mail.
Espero ter esclarecido alguma coisa, tenha uma boa semana.
Despeço-me com amizade
Cumprimentos
APS
( 1 )-TOMBO de 1755, BAIRRO DA RIBEIRA, fls. 10 e 12.
( 2 ) - A RIBEIRA DE LISBOA de J. de CASTILHO, 1893, pág. 181.
meu Mail: agostinhopaiva.sobreira@gmail.com

VV disse...

Caro Agostinho,
Muito obrigado pela sua resposta.
enviei-lhe o email para o endereço correcto mas estas coisas da internet são indecifráveis.
Envie-lhe agora outro email e fiz forward dos anteriores.
Agradecia a amabilidade de confirmar se recebeu os mesmos.
Obg
Victor Vicente
T. 91 1000 300

VV disse...

Sorry

vv@vodafone.pt

obg
Victor Vicente

VV disse...

Agostinho,

confirmo a recepção do mapa, que agradeço IMENSO ;-)

vou-lhe agradecer também no blog porque fico na dúvida que tenha recebido este email.

obrigado

Victor Vicente

APS disse...

Caro Voctor Vicente

Já lhe respondi por email e enviei parte do MAPA DA CERCA MOURA virada ao TEJO. (CAMPO DAS CEBOLAS).
Um abraço
APS