sábado, 30 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ VII ]

Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (Fachada da Capela da "QUINTA DO ROMA" virada para a "Calçada das Lajes", construída no século XIX) in ARQUIVO/APS Calçada das Lajes - (200_) - Foto de BARRAGON (Descendo a "Calçada das Lajes" encontramos à nossa direita as casas da "QUINTA DO ROMA") in PANORAMIO

Calçada das Lajes - (2010) - (Calçada das Lajes, à esquerda a porta de entrada e edifícios da "QUINTA DO ROMA" in GOOGLE EARTH Calçada das Lajes - (2010) (Subindo a "Calçada das Lajes" vamos encontrar à nossa esquerda a "QUINTA DO ROMA", na direita fica o edifício na "QUINTA DO MANIQUE") in GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ VII ]


«QUINTA DO ROMA ( 1 )»

Esta propriedade denominada «QUINTA DO ROMA», fica situada na «CALÇADA DAS LAJES», na freguesia de «SÃO JOÃO», que se compõe de uma grande casa nobre com todas as acomodações, jardim, horta com poço e nora, tanque e um terreno de sequeiro, uma vinha e árvores de fruta; pertence ao vínculo instituído por «FRANCISCO MORATO ROMA», faz fronteira pela parte norte com a «TRAVESSA DO ALTO DO VAREJÃO», a sul com o «LARGO DE SANTOS», junto deste está o «CONVENTO DAS COMENDADEIRAS DE SANTOS-O-NOVO», a nascente «CALÇADA DAS LAJES», poente com vários prédios do «ALTO DO VAREJÃO». Deve a sua designação, desde o século XVIII, à família «MORATO ROMA». Esta Quinta foi anteriormente conhecida pela «QUINTA DO PINHEIRO» ou «QUINTA DO PESTANA».


A «QUINTA DO PINHEIRO» foi vendida em 1637 pela viúva de «LOURENÇO PESTANA», escrivão do Cível. Aparece depois na posse da propriedade o «DR. FRANCISCO MORATO ROMA», médico oriundo de «CASTELO DE VIDE» (1588) veio para LISBOA com «D. JOÃO IV». Não sabemos ao certo se terá habitado na QUINTA, apesar do seu óbito não constar dos registos da freguesia de «SANTA ENGRÁCIA» (na época), mas num inventário do século XIX, pode ler-se que: "a quinta denominada do Roma (...) pertence ao vínculo instituído por "FRANCISCO MORATO ROMA" ( 1 ).


Ao certo sabe-se que seu filho, «JOÃO MORATO ROMA», e sua mulher, "moradores na sua quinta por detrás do dito "Mosteiro de Santos", venderam em (19.12.1670) umas casas nobres junto à Igreja de S. Vicente de Fora, por 10.000 cruzados" ( 2 ).


Em 1672, os mesmos dotaram seu filho «FRANCISCO» natural de «S. VICENTE», "para casar com D. MARIANA DE SANDE, e instituíram um morgado composto de muitas propriedades e de parte da sua terça (...)". A «QUINTA DO ROMA» foi vinculada por sentença dada em 1677 a favor de «JOÃO MORATO», que já a vincular "por sub-rogação de um morgado no Alentejo, em 1672 ( 3 ).
-
( 1 ) - IAN/TT, vínculos, Lisboa, nº 24 e 25 fl, 16.

- ( 2 ) - IAN/TT, CN, C-12A. Cx. 54 L. 218, fls. 95 e 96.

- ( 3 ) - Morato, Francisco Manuel Fragoso de Aragão, Memórias, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1933, p. 198.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DAS LAJES [ VIII ] - QUINTA DO ROMA ( 2 )».

quarta-feira, 27 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ VI ]

Calçada das Lajes - (2005) (Muro e Portão do "CEMITÉRIO DOS ISRAELITAS", visto da antiga "Quinta do Coxo) in ARQUIVO/APS
Calçada das Lajes - (2010) (Local de convergência da "CALÇADA DAS LAJES" com a "AVENIDA D.AFONSO III", ao lado direito podemos ver parte do "CEMITÉRIO DOS ISRAELITAS". A antiga casa do posto de fiscalização já não existe) in GOOGLE EARTH

Calçada das Lajes - (2010) Panorama de: "Avenida D. Afonso III" em curva para a esquerda, a velha "Calçada das Lajes" quase a desaparecer, no lado esquerdo junto da curva, uma parte do "CEMITÉRIO DOS JUDEUS" na "Quinta dos Apóstolos", e a "Quinta do Coxo" já com bastante construção nova) in GOOGLE EARTH
Calçada das Lajes - (1967) Foto de João H. Goulart (Muro de suporte ao "CEMITÉRIO DOS JUDEUS" na Avenida D. Afonso III, antiga Estrada da Circunvalação) in AFML
Calçada das Lajes - (1966)? Foto de Augusto de Jesus Fernandes (Avenida D. Afonso III, ao lado esquerdo o muro do "CEMITÉRIO DOS JUDEUS", no lado direito o edifício que serviu durante anos de posto de fiscalização da entrada de mercadorias em LISBOA, com entrada para a Calçada das Lajes) in AFML

(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ VI ]

«CEMITÉRIO DOS JUDEUS»

O «CEMITÉRIO DOS JUDEUS ou ISRAELITAS» fica junto à confluência da antiga «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO» (hoje "AVENIDA D. AFONSO III") e a «CALÇADA DAS LAJES», numa parcela de terreno adquirida da "QUINTA DOS APÓSTOLOS". Encontra-se à nossa direita (quem se dirige para norte), no número 44 da actual «AVENIDA D. AFONSO III».

Os primeiros grupos de Judeus chegados ao nosso país, procuraram logo organizar-se, criando salas de oração e adquiriram terrenos para enterrar os seus mortos, segundo o ritual Judaico. A primeira sepultura é de «JOSÉ AMZALAK», falecido a 26 de Fevereiro de 1804 e enterrado num terreno pertencente ao «CEMITÉRIO INGLÊS» na ESTRELA, sem dúvida devido à nacionalidade inglesa será dos primeiros JUDEUS em LISBOA, originários de «GIBRALTAR».

Nessa altura os JUDEUS ainda eram considerados como uma Colónia estrangeira e a comunidade ainda não tinha existência legal. A "Carta Constitucional" de 1826 reconhecia apenas o catolicismo como a única religião permitida aos cidadãos portugueses, remetendo os outros cultos para os estrangeiros. O primeiro passo para o reconhecimento oficial da «COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA» data de 1868, altura em que é concedida pelo Governo uma licença, através de um alvará de «D. LUÍS I», dando "aos Judeus de Lisboa a permissão de instalar um Cemitério para a inumação dos seus correligionários".

Sabe-se que entre 1804 e 1948 existiu um «CEMITÉRIO JUDEU» na esquina sudoeste do «CEMITÉRIO INGLÊS», na «RUA DA ESTRELA». As campas de Judeus que lá existiam foram transferidas em 1949, para o contíguo, da «RUA NOVA DA ESTRELA», onde existiam 146 campas, pelo que passaram a ser 151.

O actual «CEMITÉRIO DOS JUDEUS», da «CALÇADA DAS LAJES», na «AVENIDA D. AFONSO III», foi comprado em 1865, e é hoje o «CAMPO SANTO» mantido em condições muito apreciáveis.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO)- «CALÇADA DAS LAJES [ VII ] - QUINTA DO ROMA ( 1 )».

sábado, 23 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ V ]

Calçada das Lajes - (2005) - Foto de APS (A "Calçada das Lajes" ao fundo a urbanização na antiga "Quinta dos Apóstolos" dividida pela "Estrada da Circunvalação", depois "Avenida D. Afonso III") in ARQUIVO/APS
Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (Local de convergência da "Calçada das Lajes" com a "Avenida D. Afonso III", próximo do Cemitério dos Judeus na antiga "Quinta dos Apóstolos") in ARQUIVO/APS Calçada das Lajes - (2010) - ("Calçada das Lajes", lado esquerdo a "Quinta do Coxo" ao fundo e direita, as urbanizações na antiga "Quinta dos Apóstolos") in GOOGLE EARTH
Calçada das Lajes - (1961) - Foto de Artur Goulart (Prédios da "Avenida D. Afonso III" na antiga "Quinta dos Apóstolos") in AFML
Calçada das Lajes - (1961) - Foto de Artur Goulart (Prédios da "Avenida D. Afonso III" na antiga "Quinta dos Apóstolos") in AFML

(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ V ]

«QUINTA DOS APÓSTOLOS»

Na parte norte da «QUINTA DO COXO» e no final da «CALÇADA DAS LAJES», encontramos a «QUINTA DOS APÓSTOLOS» que nos registos paroquiais de «SANTA ENGRÁCIA» aparece citado no ano de 1666 ( 1 ). A entrada para a «QUINTA DOS APÓSTOLOS» era feita pelo número 63 da «CALÇADA DAS LAJES», isto antes de se ter iniciado a construção da «ESTRADA DE CIRCUNVALAÇÃO», que deu lugar à «AVENIDA D. AFONSO III».Os mesmos registos paroquiais aludem a umas "casas dos Apóstolos" do "Vale de Chelas" em 1751 ( 2 ) e também no ano de 1761 ( 3 ), que devem ser as mesmas, mas que ao certo não sabemos onde ficam; e por várias vezes se menciona a "RUA DOS APÓSTOLOS" ou "RUA DIREITA DOS APÓSTOLOS" (1744) ( 4 ) e ao "LARGO DA RUA DOS APÓSTOLOS" (1748) ou o "LARGO DOS APÓSTOLOS" (1798) ( 5 ) (o Largo deveria ter sido a forma por que designariam a parte superior da Calçada e que era o sítio por onde a Quinta tinha serventia principal). Mas no nosso entender a rua deveria ter sido depois o «CAMINHO DA QUINTA DOS APÓSTOLOS», o qual ligava a parte superior da «CALÇADA DAS LAJES» com o «ALTO DE SÃO JOÃO» (onde desembocava defronte do Cemitério) e que hoje já não existe, devido ao plano de urbanização local que tem sido executado.

Esta «QUINTA DOS APÓSTOLOS» aparece em 1850 como toda murada em volta e foi assim descrita na 1ª Conservatória sob. o Nº 831. A «QUINTA DOS APÓSTOLOS» contígua à «QUINTA DO COXO», designação uma e outra ainda na oralidade. Ambas pertenciam em 1854 a «JOAQUIM ANTÓNIO MOREIRA DE SÁ», que nelas projectou construir nessa época, um «MATADOURO MUNICIPAL», para substituir o da «PRAÇA JOSÉ FONTANA».

No ano de 1868 é concedida pelo Governo uma licença à «COMUNIDADE ISRAELITA» para adquirir e instalar um Cemitério numa parcela da «QUINTA DOS APÓSTOLOS», com entrada (antiga) pela «CALÇADA DAS LAJES», hoje a entrada é feita pela «AVENIDA D. AFONSO III».

Em 1930 a «QUINTA DOS APÓSTOLOS» foi adquirida por «FELISBERTO DIAS DE CARVALHO»; os últimos compradores da quinta constituíram uma sociedade, para a urbanizar e nela construir com o nome de «PAIVA, SANTOS & Cª.», que a foi retalhando para edificação. Em 1933 o restante da Quinta era vendido a «BONIFÁCIO LÁZARO», morador em Setúbal.

Os padres da «COMPANHIA DE JESUS», (que seriam possivelmente os APÓSTOLOS citados), primitivos donos da quinta, já nada têm ali que os recorde.

( 1 ) - Livro A de Óbitos, fl, 200 - Santa Engrácia. ( 2 ) - Livro IV de Óbitos, fl, 98 - Santa Engrácia. ( 3 ) - Livro IV de Óbitos, fl, 249 - Santa Engrácia. ( 4 ) - Livro III de Óbitos, fl, 282 e 291 - Santa Engrácia. ( 5 ) - Livro IV de Óbitos, fl, 66 e Liv. VI, fl, 117.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DAS LAJES [ VI ] - CEMITÉRIO DOS JUDEUS»

quarta-feira, 20 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ IV ]

Calçada das Lajes - (2004) - Foto de Victor Henriques (Fachada da IGREJA PAROQUIAL DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, Diocese de LISBOA in FLICKR Calçada das Lajes - (2010) - (Panorama da "Quinta do Coxo" e "Quinta dos Apóstolos", onde está inserida a IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS) in GOOGLE EARTH

Calçada das Lajes - (2010) (Rua que vem da "Avenida D. Afonso III" ou "Calçada das Lajes" para dar acesso à IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS") in GOOGLE EARTH

Calçada das Lajes - (2002) Desenho do Arquitecto João Motta Guedes (Pré-Projecto para a construção da IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS, perto da Calçada das Lajes) in IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS

(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ IV ]« IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS»

Quando em 1868 se descrevia a «QUINTA DO COXO» dizia-se que: "ao fundo a quinta tem uma casa que serve de ermida com um terraço" e conforme se pode analisar no mapa Nº 22 do «ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA» sob a orientação de "FILIPE FOLQUE: 1856-1858. Assim, podemos concluir que o lugar onde hoje está instalada a «IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS» já era um lugar de Oração.

LISBOA passou a ter mais uma Igreja Paroquial, tendo esta por patrono um dos nomes mais conhecidos da cristandade e, por consequência, dos mais venerados nesta cidade de passado cristão: «SÃO FRANCISCO DE ASSIS». É curioso que este novo templo erguido na antiga «QUINTA DO COXO» e nas proximidades da «CALÇADA DAS LAJES», junto ao «BAIRRO LOPES», num espaço compreendido entre a «AVENIDA D. AFONSO III» e a «RUA LOPES», tem apesar da modernidade imprimida pelo risco do seu arquitecto «JOÃO MOTA GUEDES», alguma coisa que evoca a velha cidade da "ÚMBRIA" onde nasceu o Santo.

Esta paróquia foi criada por «D.MANUEL GONÇALVES CEREJEIRA» em 25 de Março de 1959, volvidos 43 anos a igreja e seu complexo pastoral é inaugurado em 27 de Outubro de 2002, aos seus paroquianos, com um centro de dia, casas mortuárias, um espaço para ocupação de actividades de tempos livres, salas de Catequese e para as actividades do «CORPO DE ESCUTAS».

Verdade se diga que a «AVENIDA D. AFONSO III», «CALÇADA DAS LAJES» e arredores, com as suas quantidades de prédios acabados de fazer ou ainda por concluir, tinham necessidade da sua paróquia. A acção pastoral e celebração cultural realizava-se na Igreja do histórico «CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO».

Esta Igreja por ser dedicada a «SÃO FRANCISCO», conhecido pelo seu espírito missionário e evangelizador, tem na sua fachada principal a representação figurativa da ponte do leme de um barco orientado para o "MAR DA PALHA" (no rio Tejo), de onde partiram muitos missionários da «ORDEM FRANCISCANA».

A simplicidade, a pobreza, o bem-fazer, propagados por «SÃO FRANCISCO DE ASSIS», tiveram eco fácil em PORTUGAL. Para o provar, basta lembrar datas e respectiva proximidade: «SÃO FRANCISCO» nasceu em 1182 e já em 1217 ( ou seja: tinha o Santo 35 anos e a sua ORDEM era recente) se erguia junto da «IGREJA DE NOSSA SENHORA DOS MÁRTIRES», em LISBOA, o primeiro eremitério dos «FRADES FRANCISCANOS». Estes frades, pela sua humildade e desprendimento dos bens terrenos, despertaram um "mar" de simpatia.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DAS LAJES [ V ] - QUINTA DOS APÓSTOLOS»

sábado, 16 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ III ]

Calçada das Lajes - (200_) Foto de Barragon (Calçada das Lajes, ao fundo o prédio de vários andares construído no sítio dos quintais dos moradores da "Quinta do Coxo". À direita o muro de resguardo da antiga "Quinta do Borda de Água") in PANORAMIO

Calçada das Lajes - (finais dos anos 60 do século xx) Foto de Artur Goulart ((Entrada da "Quinta do Coxo", vendo-se as casas baixas de habitação e os quintais em frente na parte superior. Ao fundo existia uma cocheira, na altura da foto era um depósito de bidons) in AFML

Calçada das Lajes, 57 a 61- (1966) Foto de João H. Goulart (Calçada das Lajes, prédio de esquina com a entrada da "Quinta do Coxo", ao fundo à esquerda os quintais dos inquilinos da quinta) in AFML Calçada das Lajes, 61 -(1966) Foto de João H. Goulart (Calçada das Lajes esquina com a entrada da "Quinta do Coxo") in AFML

Calçada das Lajes - ( 196_?) Foto de Artur Goulart (Muro da "Quinta do Borda de Água" na "Av. D. Afonso III", com a casa da fiscalização encostada . Mais à frente à esquerda os quintais pertencentes aos inquilinos das casas da "Quinta do Coxo") in AFML


(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ III ]


«A QUINTA DO COXO»


A «QUINTA DO COXO» em 1868 era assim descrita: "Conta de um assento de casas abarracadas, altas e baixas e à frente destas uma casa de lagariça com arribana e palheiro; no fundo a quinta tem uma casa que serve de ermida com terraço; e o prédio rústico consta de chão para horta, poço com engenho real, tanque e almacega, parreiras, vinhas e um pequeno olival com suas terras de semeadura". A quinta que era foreira às freiras da «ESPERANÇA», pertencia nessa época a «JOAQUIM APOLINÁRIO MOREIRA DE SÁ». Em 1906 pertencia a «FELISBERTO DIAS DE CARVALHO» que nesse mesmo ano comprou o domínio enfitêutico da propriedade às firmas «LIMA MAYER & Filhos» e «BENSAÚDE & Cª.» que o possuíam, também por compra desde 1901 ( 1 ).

As casas que existiam na quinta em 1868, (constituíram nos anos 40 a 60 do século passado) depois de terem sido beneficiadas, a artéria pública denominada imprópria, mas oficialmente «QUINTA DO COXO», com entrada pelo número 61-A da «CALÇADA DAS LAJES».

Numa destas casas de r/c e sótão, com quatro salinhas no piso térreo (incluindo uma cozinha), duas janelas para a frente e porta de postigo, na parte de trás todas as janelas eram de frestas que deitavam para a quinta, morava uma tia minha de nome «MARIANA DO ESPIRITO SANTO SOBREIRA (SUBTIL)», por arrendamento, nas ditas casas, até à chegada do camartelo e dar início à sua demolição pelos anos 70, para nova urbanização. Os moradores destas pequenas casas usufruíam de um quintal (alugado), separado pela rua e na parte de cima, frente às casas, num terreno murado que fazia frente também, para a «Calçada das Lajes». Os quintais, foram os primeiros a ser desocupados para dar lugar ao edifício de muitos andares que se encontra agora na esquina da rua.


Numa grande parte da «QUINTA DO COXO» e numa parcela da «QUINTA DOS APÓSTOLOS» já no «BAIRRO LOPES», foi adquirido um terreno em 1934 pelo «DR. MANUEL VICENTE MOREIRA», onde edificou uma obra, para realizar um «sonho» antigo; o «CENTRO MATERNAL INFANTIL» e «FUNDAÇÃO JÚLIA MOREIRA», dando-lhe o nome de sua mãe falecida há alguns anos. Tempos depois era chamado de «CRECHE JÚLIA MOREIRA». O projecto da construção foi entregue ao arquitecto «CARLOS RAMOS» e a fundação constituída em 17 de Junho de 1936. Tem esta associação a finalidade principal, contribuir para a diminuição da mortalidade e morbilidade infantil e maternal, principalmente nos meios pobres da ZONA ORIENTAL DE LISBOA, pela aplicação sobretudo da medicina profiláctica às mulheres e às crianças. Estas serão protegidas antes, durante e depois do nascimento. Presentemente esta instituição foi modificada e beneficiada nas suas instalações, tendo agora o nome de: «CENTRO DE SAÚDE DE S. JOÃO EXTENSÃO JÚLIA MOREIRA».


( 1 ) - A Quinta está registada na 1ª Conservatória sob o Nº 832 - Ver livro 39, fls. 101 e livro seg.


(CONTINUA) - (PRÓXIMO)-«CALÇADA DAS LAJES [ IV ]- IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS»

quarta-feira, 13 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ II ]

Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (A "Calçada das Lajes", no lado esquerdo a "Quinta do Coxo", no lado direito o que resta da antiga "Quinta do Borda de Água" e do Posto Fiscal) in ARQUIVO/APS

Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (A Avenida D. Afonso III, foto tirada da Calçada das Lajes, sendo as primeiras construções do lado direito edificadas na antiga "Quinta do Borda de Água") in ARQUIVO/APS


Calçada das Lajes - (1967) - Foto de João H. Goulart (Casa do meu avô, antigo Posto de Fiscalização para controlar as entradas de mercadorias na cidade de Lisboa, foto tirada da entrada da "Quinta do Coxo" in AFML

Calçada das Lajes - (196_) Foto de João H. Goulart ("Quinta do Borda de Água" em ligação com a "Quinta do Manique", visto da Calçada das Lajes) in AFML


Calçada das Lajes - (Anos 60 do Século XX) - (Calçada das Lajes à esquerda a "Quinta do Coxo" em frente a "Quinta dos Apóstolos" e Avenida D. Afonso III, o prédio que se vê ao fundo na "Quinta do Borda de Água" era o Posto Fiscal de uma das entradas em Lisboa (Zona Oriental), antes da abertura da Estrada da Circunvalação) in AFML


Calçada das Lajes - (196_?) Foto de Artur Goulart (Topo do Posto de Fiscalização entre a Avenida D. Afonso III e a Calçada das Lajes) in AFML



(CONTINUAÇÃO) - CALÇADA DAS LAJES [ II ]



«A QUINTA DO BORDA DE ÁGUA»


A «QUINTA DO BORDA DE ÁGUA» estava separada pela antiga «TRAVESSA DO CARGALAXO» (já desaparecida) da «QUINTA DO MANIQUE», junto do «BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA». Os terrenos que seguiam para Norte, vinham confrontar com uma casa, (Posto Fiscal) encostada ao muro da recente construída (1852) «ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO». Tinha esta casa a sua entrada pela «CALÇADA DAS LAJES» e foi construída para servir de POSTO DE FISCALIZAÇÃO, dos chamados «GUARDAS-BARREIRAS», agentes que postados em zonas estratégicas no limite da cidade, tinham por missão controlar a entrada de mercadorias, algumas das quais se sujeitavam ao pagamento de imposto. Estas "BARREIRAS" foram suprimidas definitivamente em 30 de Setembro de 1922, mantendo-se a casa que servia de posto fiscal daquela área.



Este posto de fiscalização foi desactivado e adquirido no primeiro quartel do século xx por, «AGOSTINHO DOS SANTOS SOBREIRA» (meu avô paterno), tinha sido guarda-fiscal nesse posto durante vários anos. Na década de sessenta do século passado, para dar lugar à nova urbanização em curso e do alargamento da «AVENIDA D. AFONSO III», a casa foi vendida à Câmara Municipal de Lisboa e demolida.



Existe um pequeno apontamento de identificação a este posto. Diz-nos «LUÍS PASTOR DE MACEDO» no volume III (3ªEd.) de «LISBOA DE LÉS A LÉS» 1985 - Publicações da Câmara Municipal de Lisboa, página 242. " vê ali, entre a «AVENIDA D.AFONSO III» e a «CALÇADA DAS LAJES» aquela pequena casa, cor-de-rosa velho? Funcionou ali um dos postos fiscais da circunvalação da cidade decretada em 1852" ( 1 ).


( 1 ) - «OS LIMITES DA CIDADE» - A. VIEIRA DA SILVA, em Revista Municipal Nº6 pág. 14.


(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CALÇADA DAS LAJES [ III ] - A QUINTA DO COXO»

sábado, 9 de julho de 2011

CALÇADA DAS LAJES [ I ]

Calçada das Lajes - (2011) - (Desenho adaptado do Atlas da Carta Topográfica de LISBOA-sob a direcção de FILIPE FOLQUE:1856-1858-plantas Nºs. 22 e 30) - (A "CALÇADA DAS LAJES E SUAS QUINTAS CIRCUNDANTES DO SÉCULO XIX). LEGENDA - 1)CALÇADA DAS LAJES; - 2)QUINTA DO ROMA; - 3)QUINTA DO MANIQUE; - 4)QUINTA DO BORDA DE ÁGUA; - 5)QUINTA DO COXO; - 6)QUINTA DOS APÓSTOLOS; - 7)IGREJA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS; - 8)CEMITÉRIO DOS JUDEUS; -9)OS LIMITES DA CIDADE, POSTO FISCAL E CASA DO MEU AVÔ; - 10)BARREIRAS DE LISBOA, POSTO FISCAL DA CIDADE(1852); - 11)BALUARTE DE SANTA APOLÓNIA; - 12)CONVENTO DAS COMENDADEIRAS DE SANTOS-O-NOVO; - 13)PALACETE DO MANIQUE; - 14)PALÁCIO DE D. MIGUEL PEREIRA FORJAZ.
Calçada das Lajes - (2010) (Início da "Calçada das Lajes" à esquerda o "Palácio de D. Miguel Pereira Forjaz", à direita a "nova" ESCOLA PRIMÁRIA) in GOOGLE EARTH

Calçada das Lajes - (2005) Foto de APS (A "Calçada das Lajes" quase no seu final, no lado esquerdo a "QUINTA DO COXO" em frente a "AVENIDA AFONSO III" , antiga ESTRADA DA CIRCUNVALAÇÃO que cortou a "QUINTA DOS APÓSTOLOS"). in ARQUIVO/APS


Calçada das Lajes - (2005) - Foto de APS - (A Calçada das Lajes quem se apresenta pela "Av. Afonso III" de Norte para Sul. No lado direito a antiga "QUINTA DO COXO", no lado esquerdo a "QUINTA DO BORDA D'ÁGUA", quase absorvida pelas novas construções) in ARQUIVO/APS


Calçada das Lajes - (1967) Foto de Augusto de Jesus Fernando - (Calçada das Lajes, vendo-se ao fundo algumas alunas da escola primária. À esquerda antiga porta e muro da "QUINTA DO BORDA D'AGUA". À direita prédio de rendimento na "QUINTA DO COXO") in AFML

Calçada das Lajes -(1967) Foto de H. Goulart (Calçada das Lajes, o antigo edifício da fiscalização - nesta altura ainda propriedade do meu avô -, no lado esquerdo a "QUINTA DO COXO") in AFLM
Calçada das Lajes - 1967 - Foto de Augusto de Jesus Fernandes - (Entrada Sul da Calçada das Lajes, junto à Calçada da Cruz da Pedra) in AFML

Calçada das Lajes - (Década de 50 do século xx) Foto de Eduardo Portugal - Calçada das Lajes ao fundo à direita existia um portão e funcionava lá uma Fábrica de Oleados) in AFML


CALÇADA DAS LAJES [ I ]


«A CALÇADA DAS LAJES E SEU ENVOLVENTE»


A «CALÇADA DAS LAJES» pertence `freguesia de «SÃO JOÃO», começa na «CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA» no número 34 e finaliza na «AVENIDA AFONSO III». Desde o século XIX é convergente com a «TRAVESSA DO ALTO VAREJÃO» e o «LARGO DE SANTOS», a partir do século XX veio juntar-se à «CALÇADA DAS LAJES» a «RUA DO FORTE DE SANTA APOLÓNIA» e a «PRAÇA DR. ERNESTO ROMA».


Estando a «CALÇADA DAS LAJES» numa zona onde se situavam várias quintas, o local só passou a integrar a zona urbana da cidade de Lisboa, na segunda metade do século xx, na sequência da construção da «ESTRADA DE CIRCUNVALAÇÃO», (que iria corresponder ao percurso entre a "CRUZ DA PEDRA até ALCÂNTARA") uma das artérias que iniciava esse percurso (na parte Sul da Quinta do Manique) é hoje chamada de «RUA NELSON DE BARROS» seguindo-se a «AVENIDA AFONSO III», passando pelo «ALTO DE S. JOÃO» em direcção à «PRAÇA DO CHILE» etc.


Este topónimo aparece-nos em 1742 ( 1 ), tinha então a categoria de «TRAVESSA» e por vezes de «RUA» ( 2 ), até que a última prevaleceu. «RUA DA LAJE» (aliás das Lajes) era o nome que davam na «PLANTA DA CIDADE DE LISBOA» "para servir a nova organização das Melícias e Ordenanças da cidade" ( 3 ), nome mas no plural e categoria no «NOVO GUIA DO VIAJANTE EM LISBOA», editado em 1853.


A categoria de «CALÇADA» só começava a ser usada pelo ano 1860, conforme se poderá observar na 2ª Edição do «ROTEIRO» de QUEIRÓS VELOSO.


A parte Sul desta calçada é iniciada entre dois palacetes. Do lado poente «PALÁCIO D. MIGUEL PEREIRA FORJAZ), construído no século XVII, do lado nascente o «PALACETE DO VISCONDE DE MANIQUE» do século XIX. (ver Links na parte LEGENDA -Fotos).
A «CALÇADA DAS LAJES» era ladeada de diversas quintas. Tal como estamos a descrever de Sul para Norte, temos no lado direito a «QUINTA DO MANIQUE» seguida da «QUINTA DO BORDA DE ÁGUA». No seu lado esquerdo a «QUINTA DO ROMA» e mais para o final da Calçada, aparece a «QUINTA DO COXO» e fica na sua fronteira a chamada «QUINTA DOS APÓSTOLOS», que acabou por ser absorvida, devido ao plano de urbanização, esta ligava a parte superior da «CALÇADA DAS LAJES» com o «ALTO DE SÃO JOÃO»( onde defronte do cemitério desembocava).


No século XVIII a «CALÇADA DAS LAJES» e seguindo para Norte, tudo se apresentava rústico, estando nesta estagnação durante vários anos, embora tivesse sido uma das mais concorridas passagens, que ligava a zona nordeste da cidade de Lisboa à «CRUZ DA PEDRA», isto antes da construção da «ESTRADA DE CIRCUNVALAÇÃO» no ano de 1852.


( 1 ) - Livro III de Óbitos, fls 225 - Santa Engrácia


( 2 ) - Livro IV de Óbitos, fls, 67V - ano 1749


( 3 ) - Notícias Históricas sobre o levantamento da planta topográfica de Lisboa, A.V.Silva, p31


(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - CALÇADA DAS LAJES [ II ] - QUINTA DO BORDA DE ÁGUA»

quarta-feira, 6 de julho de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ XV ]

Rua do Cais de Santarém - (2010) Foto de João Pimenta Ferreira - (Antiga Cozinha Económica Nº 5, actual INPI na Rua do Cais de Santarém,15A, depois de obras de renovação) in PANORAMIO
Rua do Cais de Santarém - (2009) - Foto de APS (Edifício do INPI após obras de renovação, antiga Cozinha Económica Nº 5 - RIBEIRA VELHA) in ARQUIVO/APS

Rua do Cais de Santarém - (2010) (Edifício do INPI vista pelo lado Sul e Poente, virado para a Avenida Infante D. Henrique) (Antiga Cozinha Económica Nº 5 - RIBEIRA VELHA) in WIKIPÉDIA
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ XV ]

«COZINHA ECONÓMICA Nº 5 ( 2 )»

Nestes locais era garantido, um mínimo de alimentação a muitas famílias operárias, que viviam numa situação onde as condições de vida, trabalho e habitação eram cheias de dificuldades.

A partir do ano de 1918 (Primeira República) estas instituições viriam a ser conhecidas pela «SOPA DO SIDÓNIO». As cozinhas passaram a ser geridas (anos mais tarde) pela «SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE LISBOA». Sabe-se que existiu no interior da «COZINHA ECONÓMICA Nº 5» um painel de azulejos, do pintor e azulejista «JORGE COLAÇO» marido de «BRANCA DE GONTA COLAÇO», com o retrato da ilustre fundadora das «COZINHAS ECONÓMICAS», a «DUQUESA DE PALMELA».

Na década de oitenta do século XX é adquirido o edifício, que depois de recuperado e alterado na sua estrutura, nela foi instalada uma secção do «INPI - INSTITUTO NACIONAL DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL», criado no âmbito do MINISTÉRIO DO COMÉRCIO EXTERNO em 28 de Maio de 1976, através do Decreto-Lei nº 632 por reforma da antiga «REPARTIÇÃO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL».

O INPI assume actualmente a forma de «INSTITUTO PÚBLICO AUTÓNOMO», dotado de personalidade jurídica com autonomia administrativa, financeira e património próprio, executando a sua actividade sob a superintendência e tutela do MINISTÉRIO DA JUSTIÇA.

Temos assim reabilitado mais um edifício que certamente se vai enquadrar nesta zona histórica da cidade de Lisboa. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

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- ARAÚJO, Norberto de - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro I e X - VEGA - 1993 - LISBOA

- CASTILHO, Júlio de - A RIBEIRA DE LISBOA (Digitalizado) - Livro II Capitulo XI pag. 176 a 179

- DIAS, Marina Tavares - LISBOA DESAPARECIDA - Volume 5 - Quimera - 1996 - LISBOA

- GUIA URBANÍSTICO E ARQUITECTÓNICO DE LISBOA - Associação dos Arquitectos Portugueses - 1987 LISBOA

- ILLUSTRAÇÃO PORTUGUESA Nº 28 -II Volume - 03 de Novembro de 1906 - (Os Cidadãos de Tuy)

- LISBOA Revista Municipal Nº 17 - 3º Trimestre de 1986 - Edição da Câmara Municipal de Lisboa

- LISBOA Revista Municipal Nº 22 - 4º Trimestre de 1987 - Edição da Câmara Municipal de Lisboa

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- MACEDO, Luiz Pastor de - LISBOA DE LÉS A LÉS - Volume III - 3ª ed. - 1985 -Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa

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- SILVA, A. Vieira da - A CERCA MOURA DE LISBOA - 3ª Ed. -Publicações Culturais da Câmara Municipal - 1987 - LISBOA

- VIDAL, Angelina - LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA - 2ª Ed.- Vega - 1994 - LISBOA

- ZUQUETE, Afonso Eduardo Martins - NOBREZAS DE PORTUGAL E DO BRASIL - Editorial Enciclopédia, Lda. - 1960 - LISBOA

INTERNET






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sábado, 2 de julho de 2011

RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ XIV ]

Rua do Cais de Santarém - (2009) Foto de APS (Antiga Cozinha Económica Nº 5. actual departamento do I.N.P.I. desde a década de oitenta do século XX, na Rua do Cais de Santarém, 15A) in ARQUIVO/APS

Rua do Cais de Santarém - (1953-06) Foto de Eduardo Portugal (Edifício da Cozinha Económica Nº 5 no lado sul, vista da Avenida Infante D. Henrique) in AFML


Rua do Cais de Santarém - (1953-06) Foto de Eduardo Portugal (Edifício da Cozinha Económica Nº 5, na Rua do Cais de Santarém, 15A à RIBEIRA VELHA) in AFML


Rua do Cais de Santarém - (Século XIX) Foto de autor não identificado (A 3ª Duquesa de Palmela, D. Maria Luísa de Sousa Holstein, na sua juventude) in GENEALL

(CONTINUAÇÃO) - RUA DO CAIS DE SANTARÉM [ XIV ]

«A COZINHA ECONÓMICA Nº 5 ( 1 )»

Na parte Sul da «RUA DO CAIS DE SANTARÉM» mesmo em frente ao «ARCO DE JESUS», existiu um edifício modesto que representava até meados do século passado, uma das «COZINHAS ECONÓMICAS» iniciativa da sua fundadora em 1893 a «DUQUESA DE PALMELA».

Esta «COZINHA ECONÓMICA» foi mandada construir pela «SOCIEDADE PROTECTORA DAS COZINHAS ECONÓMICAS DE LISBOA», sendo inaugurada em 16 de Julho de 1897 com a designação de: «COZINHA ECONÓMICA Nº5» da «RIBEIRA VELHA».

Deve-se a iniciativa desta prestigiosa acção de beneficência a «MARIA LUÍSA DE SOUSA HOLSTEIN» 3ª Duquesa de Palmela, neta do primeiro «DUQUE DE PALMELA».

Nasceu em LISBOA na freguesia dos «MÁRTIRES» a 4 de Agosto de 1841 e faleceu na sua QUINTA DE SINTRA a 2 de Setembro de 1906. Dama de grande cultura, tinha estudado em FRANÇA e conhecia vários países, privava com embaixadores, falando-lhes normalmente na língua deles. Interessada por tudo o que a rodeava, estava sempre bem informada. Daí, podemos afirmar que conhecia bem o que se passava no resto do Mundo e a evolução que a Sociedade portuguesa iria sofrer.

A 8 de Dezembro de 1893 foi inaugurada a primeira «COZINHA ECONÓMICA» na «TRAVESSA DO FORNO» aos «PRAZERES», zona de grande população operária na época.

Depois desta cozinha, outras se lhe seguiram: Em -1894 a Nº 2 nos «ANJOS»; - 1895 a Nº 3 em «ALCÂNTARA»; - 1896 a Nº 4 em «XABREGAS»; - 1897 a Nº 5 na «COZINHA VELHA»; - 1898 a Nº 6 e última na «RUA DE SÃO BENTO».

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