sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

BOAS FESTAS




DESEJO A TODOS OS "BLOGUISTAS" E AMIGOS, FELIZ NATAL E UM BOM ANO DE 2012.

(APS)
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PENSAMENTOS


"Numa alma grande tudo é grande" - (PASCAL)

"A leitura de um livro é um diálogo incessante em que o livro fala e a alma responde" - (André Maurois)
"Não há verdadeira força sem serenidade, nem verdadeira grandeza sem modéstia" (Eça de Queiroz)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

ÍNDICE DE ARTÉRIAS EDITADAS EM - 2011

AVENIDAS, RUAS, ...

POR FREGUESIAS

ÍNDICE DE AVENIDAS, CALÇADAS, CAMPO, RUAS E TRAVESSA DE LISBOA TRATADAS NESTE BLOGUE DURANTE O ANO DE - 2011

O ÍNDICE está representado por ordem alfabética por ARTÉRIAS e FREGUESIAS

Foram retratadas neste blogue durante o ano de 2011: 2 CALÇADAS; 1 CAMPO; 6 RUAS e Uma TRAVESSA, representando 98 publicações.

Estamos próximo do NATAL, é tempo de fazer uma paragem de meditação.

"o que eu ouço, esqueço, o que eu vejo, lembro. O que eu faço, aprendo" «CONFÚCIO».

Voltaremos no próximo ANO com mais RUAS. Até lá vivamos esta quadra com espírito de verdadeiro NATAL.









quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ V ]

Travessa André Valente - (2011) ("Travessa André Valente" por cima da porta com o número 25 a lápide que menciona o falecimento do poeta "BOCAGE") in GOOGLE EARTH


Travessa André Valente - (2010) Foto de Mário Marzagão - (Travessa André Valente, lápide mencionando o falecimento do poeta "BOCAGE") in MÁRIO MARZAGÃO ALFACINHA




Travessa André Valente - (1905) Foto de Joshua Benoliel (Descerramento da lápide à memória do falecimento do poeta Barbosa du Bocage, por cima do número 25 da Travessa André Valente) in AFML

Travessa André Valente - (Século XVIII) - Retratado pelo Pintor Elói - (O poeta Barbosa du Bocage que morou no número 25 desta Travessa e nela faleceu) in POETA ANARQUISTA
(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ V ]

«CASA ONDE FALECEU BOCAGE»

A «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE» que liga a «CALÇADA DO COMBRO» à «RUA DO SÉCULO», passou a chamar-se, com naturalidade, «ANDRÉ VALENTE», perpetuando assim no local o nome do desembargador. Já havia notícia do nome em 1801. Virá a propósito uma referencia ao mais ilustre morador dessa pequena rua em forma de cotovelo. Nela residiu com sua irmã e lá morreu vítima de aneurisma, no último andar no número 25 em 21 de Dezembro de 1805, «MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE», setubalense de nascimento e que deu brado em LISBOA na transição do século XVII para o século XVIII.

O poeta «MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE», nasceu a 15 de Setembro de 1765, em SETÚBAL. A sua vida boémia incluiu a paixão por «GERTRUDES», que se transformaria em sua musa. Seguem-se episódios de uma vida aventureira e dissoluta, a que não faltam prisões e até o recolhimento forçado em um «MOSTEIRO». Mereceu destaque no «ARCADISMO PORTUGUÊS» com o pseudónimo de «ELMANO SADINO».

Deixamos aqui registado, o início do soneto que se supõe ter sido escrito na sua velha casa, no número 25 da «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE», demonstrando, sem dúvida, um arrependimento de «BOCAGE» horrorizado perante os desvios da sua carreira.

Já BOCAGE não sou!...À cova escura/Meu estro vai parar desfeito em vento.../Eu aos Céus ultrajei! O meu tormento/Leve me torne sempre a Terra dura.
A casa está hoje assinalada por uma lápide. Da data do falecimento há certezas: foi exarado um assento que diz ter, na data referida, falecido na «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE» "com todos os sacramentos, "MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE", solteiro, natural de SETÚBAL, filho do bacharel "José Luís Soares Barbosa" e de "Mariana Joaquina Lestiff du Bocage". Não fez testamento". Tudo estava certinho, mas «BOCAGE» foi sepultado no vizinho cemitério das «MERCÊS», campo Santo hoje impossível de reconhecer, pois estava situado no espaço que é agora ocupado por prédios com frente para a «TRAVESSA DAS MERCÊS», confluindo para a «CALÇADA DOS CAETANOS» e para a «RUA LUZ SORIANO». A desocupação do cemitério, devido à ordem de urbanização do local, e a consequente transladação das ossadas feitas à toa, em carroças, para o «CEMITÉRIO DO ALTO DE SÃO JOÃO», foram causa de se terem perdido os restos mortais do poeta. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - 2ª Edª. - 1992 vega- livro V-LISBOA

- BANDEIRA, D. Marta de Abreu Freire Pacheco - Estacionamento Intensivo em Malhas Históricas Consolidadas - Instituto Superior Técnico - Novembro de 2008.

CASTILHO, Júlio de - LISBOA ANTIGA - O BAIRRO ALTO - 3ª Ed. 1956- Volume III - Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa.

- MARTINS, Rocha - LISBOA DE ONTEM E DE HOJE - ENP - 1945- Lisboa

- SARAIVA, A. J. e LOPES, Óscar - HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - Porto Editora - 17ª Ed. - 1996 - PORTO.

INTERNET


(PRÓXIMO) - «ÍNDICES DE ARTÉRIAS E FREGUESIAS EDITADAS EM 2011».

sábado, 10 de dezembro de 2011

TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ IV ]

Travessa André Valente - (2009) -Foto de BARRAGON ("Calçada do Combro" à direita a entrada para a "TRAVESSA ANDRÉ VALENTE" e para o "PARQUE DE ESTACIONAMENTO da C.C.", no antigo local do "PALÁCIO DE ANDRÉ VALENTE") in PANORAMIO



Travessa André Valente - (2007) (Panorama da "Travessa André Valente" e o "Parque de Estacionamento da Calçada do Combro", antigo local do "Palácio de André Valente") in GOOGLE EARTH


Travessa André Valente - (2005) - (Projecto da "APPLETON e DOMINGOS ARQUITECTOS, LDA.", corte transversal à fachada principal do "SILO AUTOMÓVEL DO COMBRO" in ESTACIONAMENTO INTENSIVO EM MALHAS HISTÓRICAS CONSOLIDADAS Travessa André Valente - (2005) (Projecto da "APPLETON e Domingos Arquitectos, LDA.", alçado sul do "SILO AUTOMÓVEL DO COMBRO" e "Capela da Ascensão de Cristo") in ESTACIONAMENTO INTENSIVO EM MALHAS HISTÓRICAS CONSOLIDADAS

(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ IV ]
«O SILO AUTOMÓVEL DA CALÇADA DO COMBRO (2)»

Este «SILO AUTOMÓVEL» foi construído para a «EMEL-Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa, S.A.», tendo inicio em Dezembro de 2003, com uma provisão final para Janeiro de 2005. A designação da obra representa a concepção e construção de um "PARQUE DE ESTACIONAMENTO EM ALTURA" na «CALÇADA DO COMBRO» esquina para a «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE». A construção do estacionamento em altura representa cinco pisos enterrados e sete acima do solo. A sua estrutura em betão armado, com paredes tipo "muro de Berlim", laje contínua tipo helicoide. Com instalações eléctricas e de segurança, detecção e combate a incêndios, sistemas de pagamento automático, elevador e posto de transformação. O valor desta obra estava orçado para cerca de três milhões e setecentos mil Euros. Contíguo a este "SILO" no sentido da «CALÇADA DO COMBRO», encontramos a «ERMIDA DA ASCENSÃO DE CRISTO», (reconstruída no século XVII) e um pouco mais abaixo a «IGREJA DOS PAULISTAS ou de SANTA CATARINA», que já nos referimos em Janeiro de 2008.

Retomando a dissertação da senhora «D. MARTA DE ABREU FREIRE PACHECO BANDEIRA», sobre o tema «ESTACIONAMENTO INTENSIVO EM MALHAS HISTÓRICAS CONSOLIDADAS», podemos acrescentar: "(...) A fachada do "SILO" orientada para a movimentada «CALÇADA DO COMBRO» é constituída por um alinhamento de elementos verticais (lâminas), de largura variável e profundidade constante, cuja frente é revestida a azulejo artesanal azul e brilhante. A variação de ritmo e a espessura das lâminas fazem com que a fachada opaca, quando vista de lado se torne transparente de frente e no centro, permitindo a visão na rampa helicoidal.(...) De manhã a ao entardecer torna-se acobreado e reverberante. À noite é quase branca. Em dias de chuva é cinzenta e em dias de sol é azul ( 1 ). As restantes fachadas secundarizam-se perante tal diversidade. É o caso da fachada orientada para a «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE» que por questões de segurança relativas à distância aos edifícios próximos, é intencionalmente cega.(...) O piso tipo abaixo do solo é totalmente ocupado com estacionamento semelhante ao acima do solo, com lugares e dimensões identicas.(...) A exaustão e admissão de ar são feitas através de condutas ligadas respectivamente à cobertura e à fachada da «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE». (...) Algumas ideias iniciais da proposta acabaram por não se concretizar. É o caso da colocação de trepadeiras na cobertura, responsáveis por cobrir a fachada da «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE», (...) também a construção do café/bar no último piso nunca chegou a ser realizada. Outras intenções projectuais, alguns meses após a inauguração, acabariam também por não vingar. A entrada de veículos pela «CALÇADA DO COMBRO» para além de congestionar o transito de entrada, dificultava a saída de veículos que só acontecia neste local. Assim sendo passou a funcionar unicamente a entrada pela «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE». (...) Esta decisão diminuiu o número total de lugares disponíveis, passando de 250 para 233 onde 173 dos quais são reservados a residentes e comerciantes das freguesias de «SANTA CATARINA», «ENCARNAÇÃO», «S. PAULO» e «MERCÊS», e 60 para estacionamento de rotação. (...) Sendo o primeiro SILO automóvel a construir no «CENTRO HISTÓRICO DE LISBOA», (...) destaca-se pela discreta concepção de uma fachada que desvendada parcialmente a sua utilidade, vai adaptando-se suavemente à envolvente.

- ( 1 ) - APPLETON, João, Domingos, Isabel - op.cit.p.44

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ V ] - CASA ONDE FALECEU BOCAGE».

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ III ]

TRAVESSA ANDRÉ VALENTE - (2011) - (Um troço da "CALÇADA DO COMBRO" à direita a "TRAVESSA ANDRÉ VALENTE" com a entrada para o SILO, antigo Palácio do desembargador "ANDRÉ VALENTE") in GOOGLE EARTH
TRAVESSA ANDRÉ VALENTE - (2011) - (Entrada sul da "TRAVESSA ANDRÉ VALENTE" virada para a "CALÇADA DO COMBRO") in GOOGLE EARTH

Travessa André Valente - (2011) ("TRAVESSA ANDRÉ VALENTE" ao fundo a "CALÇADA DO COMBRO") in GOOGLE EARTH

Travessa André Valente - (1969) Foto de João H. Goulart (Um troço da "CALÇADA DO COMBRO" entrada para a "TRAVESSA ANDRÉ VALENTE", seu Palácio na esquina seguindo-se a "Capela da Ascensão de Cristo" e a "Igreja dos Paulistas") in AFML
(CONTINUAÇÃO) - TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ III ]

«O SILO AUTOMÓVEL DA CALÇADA DO COMBRO ( 1 )»

O Palácio que pertenceu ao desembargador «ANDRÉ VALENTE» desapareceu no início deste milénio. Certamente muitos ainda recordam o grande prédio que, à direita de quem desce a «CALÇADA DO COMBRO», formava a esquina para a «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE» que, exactamente, tomou o nome do Jurisconsulto seu anterior proprietário. Depois de resistir alguns séculos, o edifício foi demolido, para dar lugar à construção de um «PARQUE DE ESTACIONAMENTO EM ALTURA». Será bom recordar, que o automóvel tem razões, que a história desconhece.

Aproveito para falar do excelente trabalho de dissertação para a obtenção do «GRAU DE MESTRE EM ARQUITECTURA», da senhora «D. MARTA DE ABREU FREIRE PACHECO BANDEIRA», no «INSTITUTO SUPERIOR TÉCNICO» - «UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA», em Novembro de 2008, sobre o tema «ESTACIONAMENTO INTENSIVO EM MALHAS HISTÓRICAS CONSOLIDADAS», nomeadamente o «ESTACIONAMENTO ELEVADO - SILO DA CALÇADA DO COMBRO».

"A construção de um silo entendido como um parque de estacionamento em altura é uma tipologia invulgar em LISBOA. Apesar de vulgarmente aplicado a grandes áreas comerciais, interfaces de transportes ou mesmo no Aeroporto da Capital, esta tipologia urbana no Centro Histórico era, até à altura da construção do presente caso completamente inovadora (1 ). (...) De entre as propostas apresentadas, antes do licenciamento do actual silo, encontrava-se o projecto desenvolvido pelo «ARQUITECTO MIGUEL CORREIA». (...) O abandono da realização desta proposta alterou mais uma vez para a competência de edificar num espaço com sensibilidades restritas. (...) Foi neste contexto de reflexão que surgiu uma nova proposta para o «PARQUE DE ESTACIONAMENTO DA CALÇADA DO COMBRO». (...) O principal objectivo da proposta apresentada pelo «APPLETON e DOMINGOS ARQUITECTOS, LDApara o terreno, confinado pela «CALÇADA DO COMBRO» números 58 a 74 e pela «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE» números 1 a 7, concedido pela C.M.L. à EMEL-Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Lisboa, S.A., pressupunha a ocupação total do lote com a construção de um SILO Automóvel com capacidade para 250 viaturas. Além do estacionamento, o edifício incluía uma loja ao nível do piso térreo e uma cafetaria de apoio ao funcionamento do SILO no último piso. O edificado é circunscrito pelas duas fachadas limitadas pelos anteriores arruamentos de declive acentuado e por dois edifícios de cércea inferior (sendo um deles a "IGREJA DE SANTA CATARINA"). O seu miolo é construído por uma rampa helicoidal contínua para os dois sentidos de transito, que liga os diferentes pisos, desde os cinco abaixo da cota de soleira assim como os sete acima do solo. Esta geometria de rampa permite um piso contínuo sem variações na inclinação e garante uma adaptação suave à envolvente a sua cércea à dos edifícios adjacentes".

- ( 1 ) - APPLETON e DOMINGOS ARQUITECTOS, LDA. - Memória descritiva Silo Automóvel do Combro, Lisboa 2003, p.7.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ IV ] - O SILO AUTOMÓVEL DA CALÇADA DO COMBRO ( 2 )».


sábado, 3 de dezembro de 2011

TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ II ]

Travessa André Valente - (2009) Foto de Ruslan Nekrasov (Um troço da "Travessa André Valente") in PANORAMIO

Travessa André Valente - s/d Foto de Eduardo Portugal ("Travessa André Valente" casa onde faleceu o poeta "BOCAGE") in AFML


Travessa André Valente - (1969) Foto de João H. Goulart ("Travessa André Valente" virada para a "Calçada do Combro") in AFML

Travessa André Valente - (1949) - Foto de Fernando Martinez Pozal ( A "Travessa André Valente" ao fundo a "Rua do Século") in AFML

(CONTINUAÇÃO - TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ II ]

«A TRAVESSA ANDRÉ VALENTE ( 2 )»

Ainda no seu Palácio na «CALÇADA DO COMBRO» para «ANDRÉ VALENTE» nem toda a vizinhança servia, sobretudo a face oriental, para a qual dava uma viela escura onde se amontoavam os lixos. (A situação passava-se no século XVII, já que hoje seria impensável tal comportamento em plena via pública). O «DR. ANDRÉ VALENTE» queixou-se ao Senado da Câmara de Lisboa. E este deu razão ao reclamado que acabou por lhe ceder (aforar) a posse da TRAVESSA em questão. Aliás, o homem de leis não podia lamentar-se com falta de espaço: além deste palacete da «CALÇADA DO COMBRO», possuía uma Quinta com a respectiva casa, no então sítio campestre de «ARROIOS». Para lá se dirigia na época estival.

Diz o mestre «JÚLIO DE CASTILHO» que ainda em 1830 e tantos, este sítio de «ARROIOS», era um local com as suas aragens perfumadas e desafogada vista sobre as terras da «PENHA DE FRANÇA».

Pode quase dizer-se que «ANDRÉ VALENTE» morreu no seu posto. Na verdade, encontrava-se a desempenhar as suas funções de vereador no "SENADO DA CÂMARA DE LISBOA» (cargo que desempenhou entre 11 de Abril de 1602 e 1 de Junho de 1628)quando já muito combalido, começou a sangrar com alguma frequência. A CÂMARA mandou substituir o enfermo e este recolheu a casa, tendo morrido pouco depois.

Falecido «ANDRÉ VALENTE», ficou sua viúva, «D. CATARINA DE PINA», com a administração da casa. Quando esta, por sua vez, adoeceu com gravidade, fez testamento, documento que nada continha de especial uma vez que os bens viriam a pertencer aos legítimos herdeiros. Aconteceu, porém, segundo nos conta ainda «CASTILHO», que um "amigo" da casa (de escrúpulos pouco recomendados) mas muito íntimo, andava de olho na fortuna de «ANDRÉ VALENTE». Assim, em plena agonia de «D. CATARINA DE PINA», foi saber notícias da doente e aproveitou para pedir à criada que lhe emprestasse o testamento por uns minutos pois, ao que disse, precisava de conferir uma passagem. De nada desconfiou a serva «ANTÓNIA DE MORAIS», fiada na intimidade que sempre vira entre o visitante e os seus patrões. Mas o interessado tinha-se feito acompanhar de outro vigarista, por sinal o homem que tinha escrito o testamento. Ditou-lhe então uns parágrafos que foram devidamente intercalados sem que se registasse qualquer alteração na letra. Com esta habilidade, o prédio de «ANDRÉ VALENTE» mudou de mãos, após o falecimento da viúva.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «TRAVESSA ANDRÉ VALENTE [ III ]-O SILO AUTOMÓVEL DA CALÇADA DO COMBRO ( 1 )»