sábado, 14 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ VI ]

Rua Vítor Cordon - (2012) (A "RUA VÍTOR CORDON" no percurso da sua parte mais elevada) in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (1962) Foto de Armando Serôdio ("Academia Nacional de Belas-Artes e Jardim no "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes") in AFML
Rua Vítor Cordon - (1937) Desenho do Engº A. Vieira da Silva ( A "RUA VÍTOR CORDON" e seu envolvente) (Planta de sobreposição, antes e depois do terramoto de 1755) - LEGENDA - 1)Edifício da Companhia do Gás, antigo Hotel Bragança; - D)Antigo Palácio dos Condes de Vila Franca, depois Condes da Ribeira Grande, antigas instalações da FNAT (INATEL), hoje sede da Intersindical. in PEREGRINAÇÕES EM LISBOA
Rua Vítor Cordon - (início do séc. XX) Gravura de J. Novaes Jr (A "Academia de Belas-Artes e Biblioteca Pública" no "Convento de S. Francisco de Lisboa") in LISBOA de ALFREDO MESQUITA
Rua Vítor Cordon - (19__) Foto de autor não identificado ("Biblioteca Nacional" mais tarde "Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa" no "Largo da Biblioteca Nacional") in AFML
Rua Vítor Cordon - (19__) Foto de autor não identificado (A antiga "Biblioteca Nacional" mais tarde "Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa" no "Convento de S. Francisco de Lisboa") in LOVE BAIRRO ALTO

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ VI ]

«O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 2 )»

Os arcos no lado dos claustros que sustentavam os dormitórios e a Igreja, foram terminados e mandada construir de novo a «CASA DO NOVICIADO» por «FREI PEDRO DE LEIRIA» guardião do «CONVENTO DE S. FRANCISCO». Na época de «FILIPE II» este, impressionado pela dimensão do Convento, chamou-lhe "CIDADE DE SÃO FRANCISCO", designação que se manteve até ao século dezoito.
Ainda no tempo do rei «D. SANCHO II», que chamou a si todo o generoso patrocínio da acção, apoiou e estimulou os virtuosos padres que tomaram à sua custa a evangelização e a assistência aos povos que se iam fixando e organizando as suas vidas nas terras conquistadas à mourama. Nasceria daí, e não longe do eremitério e do «SANTUÁRIO MARIANO DOS MÁRTIRES», o hospício de «S. FRANCISCO DA CIDADE». Mercê da generosa acção desenvolvida por «FREI ZACARIAS» e seus frades, logo o modesto eremitério se desenvolveria no Convento em 1246, e lá estariam os altares do primeiro lisboeta feito franciscano, «SANTO ANTÓNIO», que morrera em PÁDUA em 1231.
Em contraste com o clero secular, nem sempre desprendido dos seus títulos e benefícios, os franciscanos captaram as simpatias gerais, tanto pela humildade do seu porte como pela devoção do seu zelo e pela benemerência das suas acções de solidariedade para com os mais desprotegidos. Sendo muitas vezes escolhidos como mediadores em questões de certo melindre, como no tempo do conflito entre o "CLERO" no caso do nosso rei «D. AFONSO III». Daí o facto de, tanto o povo como os nobres e os Reis terem em tanta consideração os frades franciscanos que muitos tomariam o hábito de "ORDEM TERCEIRA". Desta forma se explica e compreende o rápido desenvolvimento do «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE LISBOA», ao qual «D. MANUEL I» fez doação de mais alargadas terras, mandando que as casas construídas ao longo da «RUA DO SACO», que então foi aberta, não tivessem nem janelas nem frestas que pudessem devassar o reduto monacal.
Em 1500, era tal a superfície de terras onde os frades cultivavam horta para manterem o "CONVENTO" e "HOSPÍCIO", que o próprio «D. JAIME», Duque de Bragança, seu vizinho, lhes tenha adquirido um lote de terreno.
A IGREJA DO CONVENTO foi ampliada, das obras de ampliação e melhoramentos contaram já, ao modo da época as vidraças coloridas. Povoava então o CONVENTO cerca de 120 frades e 10 servidores, dispondo de uma renda de 12 mil cruzados. Tinha a IGREJA três naves e muitas capelas, sendo uma delas consagrada ao "BOM JESUS DE PORTUGAL", e nela ficava a sede da "ORDEM TERCEIRA". Muitos nobres pertenceram à "ORDEM TERCEIRA", chegando mesmo a criar-se a "IRMANDADE DE SANTO ANTÓNIO DOS NOBRES". Por essa razão, muitos nobres foram acolhidos em morte aos claustros e Igreja onde quiseram ser sepultura.
Tal importância alcançariam os TERCEIROS deste «CONVENTO DE S.FRANCISCO», que «LEÃO X», Papa modelo de mecenas (a quem "D. MANUEL I" enviara a famosa embaixada de «TRISTÃO DA CUNHA» em 1514, com as primícias do comércio das ÍNDIAS), atribuiu-lhes o privilégio de serem tratados como eclesiásticos, com direito a foro e cânones, o que os isentava da jurisdição civil.
O desenvolvimento do Convento, generosamente apoiado pelas rendas de nobres e privilégios da corte, permitia que as obras de assistência e cultura tomassem também novo vigor e alcance.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA VÍTOR CORDON [ VII ]-O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 3 )»

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