sábado, 7 de julho de 2012

AVENIDA D. CARLOS I [ XI ]

 Avenida D. Carlos I - (1946) Foto de Eduardo Portugal  (Arranjos para o futuro Jardim, antigo espaço do "CONVENTO DAS FRANCESINHAS", o amontoado de pedras no lado esquerdo pertencem ao "ARCO DE S. BENTO", hoje erigido na "Praça de Espanha") in AFML
 Avenida D. Carlos I - (c. de 1959) Foto de António Passaporte ("A Família", grupo escultórico no "Jardim das Francesinhas", da autoria de "Leopoldo de Almeida") in AFML
 Avenida D. Carlos I - (1959) Foto de Fernando Manuel Jesus Matias - ("Esquadra da PSP" na "Rua das Francesinhas" antigo caminho novo, ocupava sensivelmente a zona da actual entrada do ISEG) in AFML
Avenida D. Carlos I - (depois de 1949) Foto de autor não identificado (Antigos edifícios da "Direcção Geral de Saúde" nos terrenos da cerca do "Convento das Francesinhas" ao fundo o Jardim e a "Assembleia da República") in JUNTA DE FREGUESIA DA LAPA

(CONTINUAÇÃO) - AVENIDA D. CARLOS I [ XI ]

«O CONVENTO DAS FRANCESINHAS ( 2 )»

Em 24 de Março de 1668 na sentença da anulação do matrimónio é lida a pronúncia a seu favor, assim no dia 27 do mesmo mês era celebrado um novo casamento, desta vez com o seu cunhado (D. PEDRO II), na «IGREJA DA ESPERANÇA» e, seu primeiro marido partia para o exílio na «ILHA TERCEIRA» AÇORES.
A rainha adoecera gravemente em 1683, morrendo três meses depois de «D. AFONSO VI».
Foi sepultada no convento que fundou, seguindo-lhe sua filha a princesa «D. ISABEL LUÍSA» que falecera solteira aos 21 anos de idade, no «PAÇO DA RIBEIRA» em 1690.
Depois da extinção das «ORDENS RELIGIOSAS» em 1834 e após a morte da última religiosa, madre «HENRIQUETA MARIA DA CONCEIÇÃO», foi o Convento extinto em 1890. Já bastante arruinado o «CONVENTO DAS FRANCESINHAS», serviu de ASILO para "COSTUREIRAS E CRIADAS DE SERVIR", que mereceram os cuidados da «VISCONDESSA DE CARVALHO», que morava ali bem perto na «RUA DOS INDUSTRIAIS».
Com a implantação da REPÚBLICA em 1910 as ocupantes do Convento foram desalojadas e saíram escoltadas por soldados e populares. O Convento, que já apresentava grande ruína, começou a cair aos bocados depois dessa data. Uma parte dos seus restos arquitectónicos foi parar ao «MUSEU ARQUEOLÓGICO DO CARMO». O recheio da Igreja foi distribuído por várias casas de oração, com excepção daquilo que foi furtado ou extraviado.
O terreno foi terraplanado com entulho, perante o olhar estarrecido dos transeuntes mais curiosos. Diz-se que quando os operários se demoravam a demolir as importantes e grossas paredes do CONVENTO , ficavam ao relento "Capelas de Talha", "Frescos" quase intactos. As sepulturas eram profanadas, os esqueletos estavam visíveis. Quem se aproximava do local podia ver homens a vasculhar entre as ossadas, na procura de alguma moeda de ouro. Este espectáculo ainda durou quase um ano, até a edilidade deixar tudo limpo, embora ao abandono. Nessa época o povo que passava pelo local tinha o costuma de se benzer, lembravam que o resultado daquela desgraça era motivada pela odiada «MARIA FRANCISCA ISABEL DE SABÓIA».
Em 1912 os restos mortais de «MARIA FRANCISCA» eram transladados para o «PANTEÃO DE S. VICENTE DE FORA».
Na cerca do Convento esteve instalado o «PARQUE SANITÁRIO» (antigo Posto de Desinfecção), junto de uma rua chamada «CAMINHO NOVO» (hoje RUA DAS FRANCESINHAS), foram também construídos prédios de rendimento e uma esquadra da "P.S.P.".  
Entregues os despojos do Convento o local das suas antigas  instalações ficou desaproveitado até ao início dos anos 30 do século XX.
Em 1935 era instalado no local a «LISBOA ANTIGA» de «GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA» de que no próximo capitulo iremos falar.
Só mais tarde se desenhou e  construiu o «JARDIM DAS FRANCESINHAS» ou «JARDIM LISBOA ANTIGA». Neste Jardim podemos apreciar a peça «A FAMÍLIA», grupo escultórico da autoria de «LEOPOLDO DE ALMEIDA», peça executada em mármore, o plinto foi construído em calcário lioz, tendo sido inaugurado no ano de 1949.
Os terrenos do antigo Convento e sua cerca foram ocupados (conforme já nos referimos); por um «JARDIM», serviços do «MINISTÉRIO DA SAÚDE» e uma esquadra de Polícia. A esquadra foi desactivada, a «Unidade de Saúde das Francesinhas» encerrou em 25 de Janeiro de 1993, ambas foram substituídas por dois  edifícios das novas instalações do «ISEG-INSTITUTO SUPERIOR DE ECONOMIA E GESTÃO».

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «AVENIDA D. CARLOS I [ XII ] - A "LISBOA ANTIGA"»  


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