sábado, 28 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ X ]

 Rua Vítor Cordon - (2010) - ("Largo da Academia Nacional de Belas-Artes" entrada para a "Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa" no antigo "Convento de S. Francisco") in ESPAÇO E MEMÓRIA
 Rua Vítor Cordon - (2007) - (Panorama das instalações da "ACADEMIA NACIONAL DE BELAS-ARTES" e "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes") in GOOGLE EARTH
 Rua Vítor Cordon - (2007) - (Vista panorâmica das instalações da "Academia Nacional de Belas-Artes" e "Rua Vítor Cordon") in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (início do século XX) Foto de Joshua Benoliel ("Rua Vítor Cordon" junto ao "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes") in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ X ]

«A ACADEMIA NACIONAL DE BELAS-ARTES»

A «ACADEMIA NACIONAL DE BELAS-ARTES», sucessora das extintas «ACADEMIA DE BELAS-ARTES»(1862) e «ACADEMIA REAL DE BELAS-ARTES»(1911, tem as suas instalações no antigo espaço do «CONVENTO DE S. FRANCISCO DA CIDADE».
Insere-se a «ACADEMIA DE BELAS-ARTES» no prosseguimento da «IRMANDADE DE  S.LUCAS»(1602); e da «ACADEMIA PORTUGUESA DE ROMA», iniciada no reinado de «D. JOÃO V» no "Palácio Cimarra", suspensa em 1760, em consequência do conflito que interrompeu as relações entre PORTUGAL e a SANTA SÉ. Foi restabelecido em 1785, pelo diplomata «D. ALEXANDRE DE SOUSA HOLSTEIN».
Nos Séculos XVIII e XIX o magistério das BELAS-ARTES decorriam em vários locais: em MAFRA; no COLÉGIO DOS NOBRES; na FÁBRICA DAS SEDAS (desenho); na IMPRENSA RÉGIA (Gravura artística); na AULA RÉGIA (desenho e figura); na CASA PIA, no CASTELO DE S.JORGE e na Escola de Pintura do Real Palácio da Ajuda, criada em 1802.
A «ACADEMIA DE BELAS-ARTES» criada em Lisboa, a 25.10.1836, por decreto da rainha D. Maria II, assinado por «PASSOS MANUEL», que apresenta os primeiros decretos sobre o ensino das BELAS-ARTES, decretos que - segundo o então Ministro do Reino - eram "frutos dos trabalhos e das informações coligidas por diversas Comissões de Artistas e Literato". Desta forma, era instituída a «ACADEMIA DAS BELAS-ARTES» de Lisboa, cujo "objectivo imediato" era "unir em um só corpo de Escolas todas as Belas-Artes, com o fim de facilitar os seus progressos, de vulgarizar a sua prática e de a aplicar às Artes Fabris". 
A «ACADEMIA NACIONAL DE BELAS-ARTES» voltou a ser restaurada a 05.05.1932 (Decreto nº 20 977). É de sua competência tomar parte em reuniões cientificas nacionais e internacionais da sua especialidade, garantindo o eficaz funcionamento da sua biblioteca.
De salientar, ainda, que determinam os seus estatutos: aceitar doações, legados e heranças para o desenvolvimento das artes visuais e a defesa do património; conservar e expor ao público as suas colecções. Na sua biblioteca, existem milhares de volumes, entre os quais muitas raridades (provenientes de muitas ordens extintas em 1834). Deve ser a mais rica do país no respeitante a arte portuguesa e uma galeria com obras de assinalável interesse artístico e histórico.
Em 1950 passou a ser chamado de «ESCOLA SUPERIOR DE BELAS-ARTES DE LISBOA»(ESBAL), sendo integrada na «UNIVERSIDADE DE LISBOA» no ano de 1992, adoptando a actual denominação de: «FACULDADE DE BELAS-ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA».
Em 1979 o «DEPARTAMENTO DE ARQUITECTURA DA (ESBAL)», foi autonomizado da escola, transformando-se na «FACULDADE DE ARQUITECTURA DA UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA».
Actualmente a «FACULDADE DE BELAS-ARTES DA UNIVERSIDADE DE LISBOA» sendo uma instituição de ensino público universitário dedicada ao ensino e investigação nas áreas de Pintura, Escultura, Design de Equipamentos, Design de Comunicação e da Arte Multimédia ao nível graduado e pós graduado, bem como nas áreas da Teoria e História de Arte, Curadoria e Desenho a nível pós-graduado.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA VÍTOR CORDON [ XI ] -O HOSPITAL DA ORDEM TERCEIRA».



quarta-feira, 25 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ IX ]

 Rua Vítor Cordon - (2010) - Foto de autor não identificado (O "MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MUSEU DO CHIADO" na "Rua Serpa Pinto" número 4) in ESPAÇO E MEMÓRIA
 Rua Vítor Cordon - (2010) - Foto de autor não identificado ("MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MUSEU DO CHIADO" na "Rua Serpa Pinto") in VIVA AGENDA
Rua Vítor Cordon - (2010) -Foto de autor não identificado (Fachada do "MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA - MUSEU DO CHIADO" na "Rua Serpa Pinto" no antigo "CONVENTO DE S.FRANCISCO DA CIDADE") in WIKIPÉDIA

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON  [ IX ]

«MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MUSEU DO CHIADO»

O «Museu Nacional de Arte Contemporânea(MNAC)» fundado em 1911 por Decreto do primeiro Governo Republicano, resultou da divisão do oitocentista «MUSEU DE BELAS-ARTES» a designada ARTE ANTIGA continuou instalada na «RUA DAS JANELAS VERDES» (no então também criado "MUSEU NACIONAL DE ARTE ANTIGA") e a ARTE CONTEMPORÂNEA, considerada da geração romântica de 1840 para diante, veio sediar-se no edifício do extinto «CONVENTO DE S. FRANCISCO», onde estavam já instaladas a «ESCOLA DE BELAS-ARTES» e a «BIBLIOTECA NACIONAL», o «GOVERNO CIVIL DE LISBOA»  e a «POLÍCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA». Considerava-se na época tratar-se de uma instalação provisória, até ser construído edifício próprio com dignidade e dimensão adequada à sua função. O primeiro director do «MNAC» foi o pintor «CARLOS REIS», de 1911 a 1914, altura em que foi substituído por «COLUMBANO BORDALO PINHEIRO», em funções até 1929.
As oito salas de exposição (cinco grandes e três pequenas) apresentavam uma história geral e qualificada da produção portuguesa, destacando as marcações fundamentais do romantismo e do naturalismo, existindo já algumas citações da então designada "escola moderna".
A "época de ouro" do «MNAC» decorreu, no entanto, sob a direcção do escultor «DIOGO DE MACEDO», entre 1944 e 1959.  
Em 1945 realizavam-se obras de renovação significativas sobretudo a abertura de uma entrada própria na «RUA SERPA PINTO» (que consagrava a já adquirida autonomia do MUSEU em relação à "ESCOLA e à ACADEMIA DE BELAS-ARTES"), conduzindo a um pequeno Jardim decorado com peças escultóricas e ainda o arranjo de uma nova galeria, cuidada peça arquitectónica, projectada por «JOSÉ LUÍS MONTEIRO».
Apesar da separação física em relação à «ESCOLA DE BELAS-ARTES», os estudantes frequentavam quase diariamente o «MUSEU», que lhes facultava a única articulação na cidade com os ciclos artísticos do passado próximo.
Em 1970, a direcção do «MNAC» foi confiada a «MARIA DE LURDES BÁRTHOLO», que iniciou um esforço de modernização das colecções, tendo adquirido obras relevantes de artistas contemporâneos, num trabalho conjunto com a "GALERIA S. MAMEDE" que vivia, então, um dinâmico período de actividade. Realizaram-se também intervenções significativas no MUSEU, nomeadamente a sua electrificação e, já em 1977, a aquisição de um edifício anexo, que, no entanto, nunca chegou a ser integrado no circuito museal, funcionando como arrecadação.
Quando em 1987, o MUSEU foi superiormente fechado para se proceder à reinstalação das suas reservas, consideradas em estado degradante, quase ninguém na cidade disso se apercebeu, era necessário acautelar e salvaguardar a sua colecção histórica. A intenção de reanimação veio das consequências do incêndio do CHIADO, em Agosto de 1988. Na noite do sinistro e por medida cautelar, todo o acervo de pintura abandonou as instalações em situação de urgência, e desde logo se decidiu que ele não regressaria ao velho casarão da «RUA SERPA PINTO», sem intervenção profunda em termos de remodelação e modernização das instalações.
Por proposta do governo francês e desenvolvimento programático do «INSTITUTO PORTUGUÊS DO PATRIMÓNIO CULTURAL», foi fundada a "Association pour le Chiado" que conduziu ao financiamento, por parte do primeiro interventor, de um projecto arquitectónico da autoria do Arquitecto «JEAN-MICHEL WILMOTTE», em (1994) com qualificada experiência em espaços museais. Por seu lado o Governo português, através do "Secretário de Estado da Cultura (D.Teresa Gouveia), responsabilizou-se pela execução do projecto que seria concluído em 12 de Julho de 1994, quando o «MNAC» renasceu com o novo nome de "MUSEU DO CHIADO", assumindo a importância axial, para as suas actividades futuras, do sítio histórico onde está implantado.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA VÍTOR CORDON [ X ] - A ACADEMIA NACIONAL DE BELAS-ARTES» 

sábado, 21 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ VIII ]

 Rua Vítor Cordon - (finais do séc. XIX) Foto de autor não identificado (Retrato de "António Macedo Papança" (1º Conde de Monsaraz", possivelmente em finais do século XIX) in ALENTEJO DO PASSADO
 Rua Vítor Cordon - (ant. a 1952) Foto de Firmino Marques da Costa (Edifício na "RUA VÍTOR CORDON", onde viveu e faleceu o "Conde de Monsaraz") in AFML
 Rua Vítor Cordon - (1952) - Foto de Cláudio Madeira (Descerramento da lápide em homenagem ao "CONDE DE MONSARAZ" referente ao centenário do seu nascimento) in AFML
 Rua Vítor Cordon - (1952) -Foto de Cláudio Madeira (Cerimónia do descerramento da lápide em homenagem ao "CONDE DE MONSARAZ" por ocasião do centenário do seu nascimento 18.07.1852) in AFML
Rua Vítor Cordon - (1955) - Foto de Armando Serôdio (Edifício na "RUA VÍTOR CORDON" onde residiu e faleceu o "CONDE DE MONSARAZ") in AFML

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ VIII ]

«CASA ONDE FALECEU O 1º CONDE DE MONSARAZ»

Por ocasião das comemorações do centenário do nascimento de «ANTÓNIO MACEDO PAPANÇA - 1º CONDE DE MONSARAZ», mandou a Câmara Municipal de Lisboa colocar uma lápide entre os números 5 e 7 do edifício na «RUA VÍTOR CORDON», em 18 de Julho de 1952, casa onde o poeta e político faleceu. Também por designação camarária de 13.07.1933, foi atribuído o topónimo da «RUA CONDE DE MONSARAZ» que começa na «RUA CESÁRIO VERDE» e termina na «RUA MESTRE ANTÓNIO MARTINS», na freguesia da «PENHA DE FRANÇA».
Foi único "Visconde" e «1º CONDE DE MONSARAZ», «ANTÓNIO DE MACEDO PAPANÇA», que nasceu em «REGUENGOS DE MONSARAZ» a 18 de Julho de 1852 e faleceu em LISBOA na «RUA VÍTOR CORDON» a 17 de Julho de 1913.
Passou a sua infância na «QUINTA DAS VIDIGUEIRAS» e fez os seus estudos secundários na «ESCOLA ACADÉMICA DE LISBOA». Com 17 anos matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra onde, em 1874 obteve o grau de Bacharelato.
No ano de 1875 em Coimbra, «CESÁRIO VERDE» conhece e faz amizade com «MACEDO PAPANÇA». Consta que o poeta «Macedo Papança» residiu também na «RUA DOS CORREEIROS», nos anos 70/80 do século XIX. Esta casa terá constituído um dos mais notáveis centros Culturais da cidade. Lá se reuniram «CESÁRIO VERDE» (já nos seus últimos tempos), «GUERRA JUNQUEIRO», «FERNANDO CALDEIRA» e o então jovem «EUGÉNIO DE CASTRO». 
Anos mais tarde (1933) estava novamente junto de «CESÁRIO VERDE», mas desta vez, por nome de "RUAS", na freguesia da «PENHA DE FRANÇA».

Ingressou na vida política como militante do «PARTIDO PROGRESSISTA» e foi eleito deputado pelo círculo de Évora em 1886. Mais tarde, em 1898, foi par do Reino.
Casou em 1888 com «D. AMÉLIA AUGUSTA FERNANDES COELHO SIMÕES», filha de um grande proprietário e negociante da «FIGUEIRA DA FOZ» e, também, membro do partido. Deste casamento nasceu em 28.02-1889 um único filho, «ALBERTO DE MONSARAZ» que viria a ser o «2º CONDE DE MONSARAZ».
Foi, porém, como escritor que «ANTÓNIO DE MACEDO PAPANÇA» mais se distinguiu. Já como aluno universitário evidenciava a sua disposição poética, com o poema "AVANTE", alusivo à festa cívica anual que em COIMBRA se celebrava a 8 de Maio. O seu nome como poeta de elevado lirismo estava feito. Colaborou em vários jornais e revistas da época, traduziu peças de Teatro, representadas com o maior aplauso nos Teatros de «D. MARIA II» e «D. AMÉLIA» (actual S. LUÍS).
Em 1908 publica a "MUSA ALENTEJANA", notável colectânea de inspiradas poesias ele elegância da forma e do pensamento.
São publicadas obras do poeta em dois volumes com o título: «OBRAS DE MACEDO PAPANÇA, CONDE DE MONSARAZ», LISBOA, 1892 (onde incluía as poesias de 1882 a 1891), pelo livreiro-editor «M.GOMES».
Por Decreto de «D. LUÍS» em 17 de Janeiro de 1884, foi concedido a «ANTÓNIO DE MACEDO PAPANÇA» o título de «VISCONDE DE MONSARAZ». «D. CARLOS», por Decreto de 3 Janeiro de 1890, concedeu-lhe o título de «CONDE DE MONSARAZ».
Em 1906 é agraciado com a "COMENDA DA ORDEM DE S. TIAGO DE ESPADA" e em 1907 com a "GRÃ-CRUZ DA ORDEM DE AFONSO XII", de Espanha.
Sócio da Academia Real das Ciências (na classe de letras), da "Academia Brasileira de Letras" do "Instituto de Coimbra" e da "Sociedade de Geografia de Lisboa".
Depois da proclamação do regime republicano, exilou-se voluntariamente (como fervoroso monárquico que era), na SUIÇA, onde aproveitou para se tratar, passando depois a PARIS, onde se fixou com a família.
Na primavera de 1913 regressa a Portugal à sua casa na «RUA VÍTOR CORDON» e, poucos meses depois, no dia 17 de Julho falecia na sua residência em LISBOA. O seu corpo encontra-se sepultado na terra de sua esposa na «FIGUEIRA DA FOZ».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO) - «RUA VÍTOR CORDON [ IX ] -MUSEU NACIONAL DE ARTE CONTEMPORÂNEA-MUSEU DO CHIADO»

quarta-feira, 18 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ VII ]

Rua Vítor Cordon - (2011) (Vista da "Rua Vítor Cordon" na sua extensão) in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (2007) (Panorama da antiga "Cidade de São Francisco" e "Rua Vítor Cordon") in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (1907-04) Foto de Joshua Benoliel ("Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, no antigo "Largo da Biblioteca Pública") in AFML
Rua Vítor Cordon - (ant. a Nov. de 1755) Desenho de Simão Gomes dos Reis (Fragmento da vista Panorâmica existente no "Museu de Arte Contemporânea) (À esquerda vê-se o "Palácio dos Duques de Bragança" à direita no cimo, o "Convento e Igreja de S. Francisco", um pouco mais para a esquerda o "Palácio dos Condes de Vila Franca", entreve-se a Torre sineira da primitiva "Igreja dos Mártires") in LISBOA ANTIGA de JÚLIO CASTILHO

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ VII ]

«O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 3 )»

No ano de 1474 era já o Convento considerado na cidade de Lisboa como «um guarda fé como uma atalaia», tendo sido escolhido nessa data a grande figura de «FREI JOÃO DA PÓVOA» para confessor e testamenteiro de «D. JOÃO II»; e faziam mesmo questão os comerciantes e mercadores da cidade de proverem os seus celeiros, porque eles eram uma providência sempre ao dispor dos pobres. A este respeito é oportuno recordar que, tendo sido os Franciscanos os criadores dos «MONTEPIOS» em ITÁLIA, se tornariam pelo Mundo fora como os pioneiros das mutualidades e outras obras de solidariedade social em favor dos menos favorecidos da sorte. Assim se explica que nos subterrâneos do «GOVERNO CIVIL» tivessem sido descobertos por volta dos anos 20, enormes espaços que poderiam ter sido, por um lado caneiros funerários, e por outro, celeiros de abastecimento para os necessitados que se abasteciam à porta do Convento. Aliás, também os comerciantes caprichavam em dar aos Franciscanos uma espécie de corretagem no volume dos seus negócios, ganhando o Convento uma certa comissão sobre eles. Era assim, uma providencial partilha em prol da solidariedade com vista aos pobres.
Sendo o Convento sobranceiro à «RIBEIRA DAS NAUS», seguiram muitos frades em missão de evangelização e assistência a bordo, ficando de alguns o nome e a fama de virtude e valor apostólico. É o caso, entre outros, de «FREI HENRIQUE DE COIMBRA», Teólogo notável que em 1500 seguiu na armada de «PEDRO ÁLVARES CABRAL» e que foi o primeiro a pisar terras do BRASIL, de cruz alçada, ali celebrando a primeira missa.
Do BRASIL seguiria para ORIENTE, acabando por ser nomeado BISPO DE CEUTA, em 1505, e encarregado pelo rei «D. MANUEL I» de diversas missões diplomáticas de certa delicadeza.
Em 1708 o Convento foi vítima de um incêndio, tendo custado a sua reedificação e restauro, sobretudo o de chamado "Capela da Piedade", enormes somas. Mas outro incêndio maior viria a destruir o seu majestoso templo em 1741. Chamou então «D. JOÃO V» a si a tarefa de apoiar a sua reedificação, empenhando-se nessa tarefa, a exemplo do rei, nobres fidalgos, comerciantes e populares, ficando a Igreja com três naves, e 12 colunas colunas magnificas, abóbadas pintadas por «BOCARELLI» e coro. Diz-se que num gesto de solidariedade para com o Convento, cerca de 20 mil irmãos entraram para a «CONFRARIA DOS TERCEIROS», e tornou-se de bom tom pertencer à «IRMANDADE DE S. FRANCISCO».
Mas em breve viria o terramoto de 1755, que arrasaria por completo a «CIDADE DE S.FRANCISCO», como era designado o majestoso e histórico complexo. Segundo as crónicas, do Convento apenas se salvou o "hospício da terra Santa", faleceram na catástrofe 12 religiosos, na destruição quase súbita do edifício. Derreteu-se toda a prata, salvando-se apenas um cálice e um turíbulo.
A monumental livraria de 9 mil volumes ficou totalmente reduzida a cinzas. Para se fazer uma ideia da monumentalidade do Convento e Igreja, basta tentar admirar as magnificas colunas jónicas da fachada da Igreja, transferidas para o «ROSSIO» e estão hoje à vista de toda a gente no «TEATRO NACIONAL DE D. MARIA II», suportando o frontão triangular. As outras colunas foram para "S. JULIÃO", Igreja desactivada que fica perto da CML, e pertence hoje ao "BANCO DE PORTUGAL".
As obras após terramoto foram muito lentas, primeiro de nova Igreja, sendo o projecto de «HONORATO JOSÉ CORREIA» (autor também do "Chafariz da Junqueira" e "Chafariz do Intendente"). Ainda não estavam totalmente concluídas quando foram extintas as Ordens Religiosas em Portugal (1834).
As instalações do Convento, bem como as extensas galerias, passaram então a servir como depósito geral do espólio livreiro vindo dos demais Conventos do país, ali ficando instalada a «BIBLIOTECA NACIONAL» a partir de 1836, até ser transferida em 1965 para as actuais instalações no «CAMPO GRANDE».

(CONTINUA)-(PRÓXIMO) -«RUA VÍTOR CORDON [ VIII ] -CASA ONDE FALECEU O 1º CONDE DE MONSARAZ»


sábado, 14 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ VI ]

Rua Vítor Cordon - (2012) (A "RUA VÍTOR CORDON" no percurso da sua parte mais elevada) in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (1962) Foto de Armando Serôdio ("Academia Nacional de Belas-Artes e Jardim no "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes") in AFML
Rua Vítor Cordon - (1937) Desenho do Engº A. Vieira da Silva ( A "RUA VÍTOR CORDON" e seu envolvente) (Planta de sobreposição, antes e depois do terramoto de 1755) - LEGENDA - 1)Edifício da Companhia do Gás, antigo Hotel Bragança; - D)Antigo Palácio dos Condes de Vila Franca, depois Condes da Ribeira Grande, antigas instalações da FNAT (INATEL), hoje sede da Intersindical. in PEREGRINAÇÕES EM LISBOA
Rua Vítor Cordon - (início do séc. XX) Gravura de J. Novaes Jr (A "Academia de Belas-Artes e Biblioteca Pública" no "Convento de S. Francisco de Lisboa") in LISBOA de ALFREDO MESQUITA
Rua Vítor Cordon - (19__) Foto de autor não identificado ("Biblioteca Nacional" mais tarde "Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa" no "Largo da Biblioteca Nacional") in AFML
Rua Vítor Cordon - (19__) Foto de autor não identificado (A antiga "Biblioteca Nacional" mais tarde "Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa" no "Convento de S. Francisco de Lisboa") in LOVE BAIRRO ALTO

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ VI ]

«O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 2 )»

Os arcos no lado dos claustros que sustentavam os dormitórios e a Igreja, foram terminados e mandada construir de novo a «CASA DO NOVICIADO» por «FREI PEDRO DE LEIRIA» guardião do «CONVENTO DE S. FRANCISCO». Na época de «FILIPE II» este, impressionado pela dimensão do Convento, chamou-lhe "CIDADE DE SÃO FRANCISCO", designação que se manteve até ao século dezoito.
Ainda no tempo do rei «D. SANCHO II», que chamou a si todo o generoso patrocínio da acção, apoiou e estimulou os virtuosos padres que tomaram à sua custa a evangelização e a assistência aos povos que se iam fixando e organizando as suas vidas nas terras conquistadas à mourama. Nasceria daí, e não longe do eremitério e do «SANTUÁRIO MARIANO DOS MÁRTIRES», o hospício de «S. FRANCISCO DA CIDADE». Mercê da generosa acção desenvolvida por «FREI ZACARIAS» e seus frades, logo o modesto eremitério se desenvolveria no Convento em 1246, e lá estariam os altares do primeiro lisboeta feito franciscano, «SANTO ANTÓNIO», que morrera em PÁDUA em 1231.
Em contraste com o clero secular, nem sempre desprendido dos seus títulos e benefícios, os franciscanos captaram as simpatias gerais, tanto pela humildade do seu porte como pela devoção do seu zelo e pela benemerência das suas acções de solidariedade para com os mais desprotegidos. Sendo muitas vezes escolhidos como mediadores em questões de certo melindre, como no tempo do conflito entre o "CLERO" no caso do nosso rei «D. AFONSO III». Daí o facto de, tanto o povo como os nobres e os Reis terem em tanta consideração os frades franciscanos que muitos tomariam o hábito de "ORDEM TERCEIRA". Desta forma se explica e compreende o rápido desenvolvimento do «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE LISBOA», ao qual «D. MANUEL I» fez doação de mais alargadas terras, mandando que as casas construídas ao longo da «RUA DO SACO», que então foi aberta, não tivessem nem janelas nem frestas que pudessem devassar o reduto monacal.
Em 1500, era tal a superfície de terras onde os frades cultivavam horta para manterem o "CONVENTO" e "HOSPÍCIO", que o próprio «D. JAIME», Duque de Bragança, seu vizinho, lhes tenha adquirido um lote de terreno.
A IGREJA DO CONVENTO foi ampliada, das obras de ampliação e melhoramentos contaram já, ao modo da época as vidraças coloridas. Povoava então o CONVENTO cerca de 120 frades e 10 servidores, dispondo de uma renda de 12 mil cruzados. Tinha a IGREJA três naves e muitas capelas, sendo uma delas consagrada ao "BOM JESUS DE PORTUGAL", e nela ficava a sede da "ORDEM TERCEIRA". Muitos nobres pertenceram à "ORDEM TERCEIRA", chegando mesmo a criar-se a "IRMANDADE DE SANTO ANTÓNIO DOS NOBRES". Por essa razão, muitos nobres foram acolhidos em morte aos claustros e Igreja onde quiseram ser sepultura.
Tal importância alcançariam os TERCEIROS deste «CONVENTO DE S.FRANCISCO», que «LEÃO X», Papa modelo de mecenas (a quem "D. MANUEL I" enviara a famosa embaixada de «TRISTÃO DA CUNHA» em 1514, com as primícias do comércio das ÍNDIAS), atribuiu-lhes o privilégio de serem tratados como eclesiásticos, com direito a foro e cânones, o que os isentava da jurisdição civil.
O desenvolvimento do Convento, generosamente apoiado pelas rendas de nobres e privilégios da corte, permitia que as obras de assistência e cultura tomassem também novo vigor e alcance.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA VÍTOR CORDON [ VII ]-O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 3 )»

quarta-feira, 11 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ V ]

Rua Vítor Cordon - (ant. ao terramoto de 1755) (Maqueta em 3D do "Convento de S. Francisco de Lisboa" e "Igreja dos Mártires", em exposição no "Museu da Cidade") in MUSEU DA CIDADE
Rua Vítor Cordon - (2007) (Vista Panorâmica da "RUA VÍTOR CORDON" e parte do antigo "CONVENTO DE S.FRANCISCO DA CIDADE") in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (anos 50 do século XX) Foto de Armando Madureira ("Largo da Biblioteca Pública" actual "Largo da Academia Nacional de Belas-Artes) in AFML
Rua Vítor Cordon - (ant. ao Terramoto de 1755) Copiou Carlos Jorge (Fragmento da Planta de Lisboa anterior ao terramoto de 1755, reconstituída por "José Valentim Freitas" cujos originais estão guardados na Biblioteca Nacional de Lisboa) LEGENDA - A)Convento de S. Francisco; B)Igreja de S.Francisco da Cidade; C)Igreja dos Mártires; D)Palácio dos Condes de Vila Franca, depois Condes de Ribeira Grande; E)Casa do Tesouro dos Duques de Bragança. in LISBOA ANTIGA (JÚLIO CASTILHO)

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ V ]

«O CONVENTO DE SÃO FRANCISCO DE LISBOA ( 1 )»

Na colina conhecida por "MONTE FRAGOSO", então sobranceira ao rio TEJO, sobre o qual caíam íngremes ravinas e córregos, tal como ainda hoje nos deixa entender os declives da «CALÇADA DE S. FRANCISCO» e da «RUA DO FERRAGIAL», foi outrora o primeiro "CONVENTO FRANCISCANO DE LISBOA", conhecido e designado por «CIDADE DE S. FRANCISCO», tal a grandiosidade da sua fábrica, e o poder da sua influência na vida religiosa, social e cultural da capital, hoje apenas uma memória ligada à toponímia da cidade de Lisboa.
O «CONVENTO DE S.FRANCISCO DE LISBOA» fundado em 1217 por «FREI ZACARIAS» da "Ordem dos Franciscanos", com a devida autorização do rei «D. AFONSO II».
À data da sua fundação só existia naquele local uma pequena "ERMIDA DE Nª.Srª.DOS MÁRTIRES" mandada construir em 1147 por «D. AFONSO HENRIQUES», e pertencia à sede da freguesia com o mesmo nome.
No "CONVENTO DE S. FRANCISCO" após várias ampliações nos anos subsequentes, consta que já no ano de 1277 ali se ensinava teologia.
A obra do "Claustro", "Sala do Capítulo" e "Capela" são da responsabilidade do Tesoureiro real «JOÃO MONIZ». O ensino que era praticado neste convento, chamado de "ESTUDOS GERAIS" era na época de 1453 equiparado ao praticado na Universidade.
No ano de 1500 os frades Franciscanos cedem dois lotes da cerca do Convento a «D. JAIME I de BRAGANÇA» (quarto Duque de Bragança) para ali construir o seu PAÇO e respectiva horta.
O rei «D. MANUEL I» em 1518 queria destruir a "IGREJA DOS MÁRTIRES" ou mudar para outro lugar pois, tornava-se um estorvo para a ampliação da nova igreja que ele queria construir no Convento. Assim, fez um pedido do "Papa Leão X" nesse sentido, tendo este concordado, mas os religiosos do «CONVENTO DE S. FRANCISCO» (e protestos populares) conseguiram demover o rei a tal intento.
Foi nessa época que a disposição da "IGREJA DO CONVENTO" referente à entrada que estava virada a poente, ficasse orientada a nascente olhando a cidade de LISBOA. As obras da Capela-mor do Convento foram executadas por «JOÃO CASTILHO», tendo os vitrais merecido especial atenção como era uso nas igrejas Quinhentistas. O Refeitório do Convento concluído por «FRANCISCO HENRIQUES» ainda existente em meados do século XVII.
Até esta reforma, existia um estreito caminho que separava a «IGREJA DOS MÁRTIRES» da «IGREJA DO CONVENTO». Com as obras de ampliação da Igreja ficou só um intervalo de dez palmos de largura, por onde passavam as procissões.
Após a morte de «D. MANUEL I», não estando a Igreja acabada, deu continuidade seu filho o rei «D. JOÃO III», que, também não a viu finalizada durante o seu reinado.
Será dessa época um medalhão com uma cartela datada de 1543 e o nome do monarca que se encontrava no frontão da porta principal.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA VÍTOR CORDON [ VI ]-O CONVENTO DE S. FRANCISCO DE LISBOA ( 2 )»


sábado, 7 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ IV ]

Rua Vítor Cordon - (1890) (Foto de autor não identificado) (O "MAPA COR-DE-ROSA" a causa do "ULTIMATUM" dos ingleses, a "PORTUGAL" seu aliado de longa data) in HISTÓRIAS DE ONTEM E DE HOJE...
Rua Vítor Cordon - (Finais do século XIX) Foto de autor não identificado ("Francisco Maria Vítor Cordon" um dos briosos e audaciosos exploradores africanistas) in MARCAS DAS CIÊNCIAS E DA TÉCNICAS
Rua Vítor Cordon - (ant. 1969) Foto de João H. Goulart ("RUA VÍTOR CORDON" nos anos 60 do século passado) in AFML
Rua Vítor Cordon - (1951) (Casa da Moeda) (Emissão comemorativa do centenário de nascimento de "VÍTOR CORDON" - Selo de cinco escudos de Moçambique) in FILATELIA DE MOÇAMBIQUE

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ IV ]

«FRANCISCO MARIA VÍTOR CORDON»

O glorioso explorador africano «FRANCISCO MARIA VÍTOR CORDON», nasceu em ESTREMOZ no dia 15 de Março de 1851 e faleceu em MAFRA em 15 de Agosto de 1901, quando frequentava um curso na «ESCOLA DE INFANTARIA» para a sua promoção a major.
No anos de 1871 começa a sua vida militar alistando-se como voluntário no «BATALHÃO DE CAÇADORES 5». Em 1876 e 1881 é promovido de alferes a tenente e por último a capitão. Participou numa expedição a «ANGOLA», com o intuito de estudar e construir o caminho-de-ferro de «AMBACA». É nomeado Governador de «AMBRIZ» (1882) e de «NOVO REDONDO» no ano de 1884, procedeu ainda à administração dos Serviços de Obras Públicas.
Em Julho de 1888 regressa a LISBOA, tendo partido nesse mesmo ano com rumo a «MOÇAMBIQUE», juntamente com «PAIVA DE ANDRADE» e «ANTÓNIO MARIA CARDOSO».
Chefiava então uma das expedições que se organizaram para explorar o interior do Continente Africano, passando por regiões como «QUELI», «INHAMISSENGO», «ZAMBEZE», «MASSANGANA», «TETE», «CACHOEIRA DE CAULA BANA», «CHICOA», «ZUMBO», «TANHAME», «MACONDE», «QUILIMANE» e a região de «MANICA», já em 1889. Depois atingiu a foz do «SINHATI», regressando a «QUELIMANE» no final desse ano.
Devido ao «ULTIMATUM INGLÊS» que ocorreu em Janeiro de 1890, regressou a LISBOA, juntamente com «SERPA PINTO», sendo acolhido com grandes homenagens.
«VÍTOR CORDON» recebeu a medalha de prata pelo comportamento exemplar e pelo notável trabalho que efectuou. A «CÂMARA DOS DEPUTADOS» proclamou-o benemérito da Pátria e o Governo distinguiu-o com o grau de Cavaleiro da "Ordem Militar da Torre e Espada".
No seu último regresso a Lisboa, dele se ocupou elogiosamente a imprensa da época, a fama e a glória, com arrebatamento característico do génio meridional.
A «CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA» deu-lhe um nome de «RUA» em 06.02.1890 numa artéria onde existia a «RUA DO FERRAGIAL DE CIMA» para homenagear este brioso e arrojado explorador africanista.
Ao seu funeral, só meia dúzia de fieis apenas acompanharam o herói, que anos antes arrastava atrás de si multidões entusiasmadas. Os jornais consagraram-lhe meia dúzia de linhas, o coveiro lançou-lhe meia dúzia de pás de terra, e o mundo continuou o seu giro normal.
«ULTIMATIUM INGLÊS»
A nota enviada pelo Governo Inglês, da presidência de «LORD SALISBURY», em 11 de Janeiro de 1890, exigindo a retirada das forças militares do major «SERPA PINTO», que procuravam garantir a soberania portuguesa nos (actuais "ZIMBABWE" e "ZÂMBIA") terrenos dos «MACHONOS» e «MACOLOLOS» e no «CHIRE» (Moçambique). Portugal empenhou-se em dar efectividade ao «MAPA COR-DE-ROSA», marcando a sua presença nas áreas compreendidas entre «ANGOLA» e «MOÇAMBIQUE», da costa do "ATLÂNTICO" à contra costa do "ÍNDICO". A este plano se opôs terminantemente a Inglaterra empenhada em alargar a sua influência no interior do território africano a partia da «ÁFRICA DO SUL». Daí o «ULTIMATUM» ao qual, por inferioridade militar, Portugal teve de ceder.
A humilhação transforma-se em luto Nacional, acentua-se um desconforto generalizado entre o povo, levantando uma onde de indignação, esta, aproveitada pelos republicanos com o fim de lançarem o descrédito sobre a monarquia.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-«RUA VÍTOR CORDON [ V ] -O CONVENTO DE S.FRANCISCO ( 1 )»

quarta-feira, 4 de abril de 2012

RUA VÍTOR CORDON [ III ]

Rua Vítor Cordon - (2010) - (A "RUA SERPA PINTO" no lado esquerdo norte, esquina com a "VÍTOR CORDON", está instalada a "JUNTA DE FREGUESIA DOS MÁRTIRES") in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (2009) - (A "RUA VÍTOR CORDON" sempre em renovação, ao fundo podemos observar parte do edifício, onde antigamente existia o "Retiro da Severa", um projecto de «Siza Vieira») in SKYSCRAPERCITY
Rua Vítor Cordon - (2007) - (Vista panorâmica da "Rua Vítor Cordon" e seu envolvente) in GOOGLE EARTH
Rua Vítor Cordon - (1593) Gravura de Jorge Braunius (Vista Panorâmica de Lisboa cerca do ano 1545-Gravura em cobre, incluída na obra "CIVITATES ORBIS TERRARUM"... existente no Museu da Cidade) - LEGENDA - Nº 22 - Cordoaria Nova; Nº 25 - Convento de S. Francisco; Nº107 - Igreja Nª. Srª. dos Mártires; Nº 110 - Igreja de Nª. Srª. do Loreto; Nº118 - Igreja do Corpo Santo; Nº 134 - Palácio dos Duques de Bragança. in MUSEU DA CIDADE

(CONTINUAÇÃO) - RUA VÍTOR CORDON [ III ]

«A FREGUESIA DOS MÁRTIRES ( 2 )»

Em 1755 o terramoto e o incêndio destruíram-na novamente, tendo-se instalado provisoriamente a freguesia em diferentes sítios e ermidas: numa barraca no sítio de Rilhafoles construída na quinta de um particular (até 24.12.177); na Ermida de Nª. Srª. dos Mártires ao Rego; na Ermida de Nª. Srª. da Graça ou de S. Pedro Gonçalves, no Corpo Santo, que existiu no local da loja Nº 1 a 7 da «TRAVESSA DO COTOVELO» onde permanecia no ano de 1763.
Quando se tratou da reconstrução da cidade e, segundo o desenho anexo do PLANO de divisão das freguesias de 1770, a nova Igreja deveria ser reedificada no local onde tinha existido a primitiva. Porém, modificadas as ideias do plano de urbanização, foi a localização da Igreja mudada para a «RUA DIREITA DAS PORTAS DE SANTA CATARINA», (hoje "RUA GARRETT"), entre as ruas «SERPA PINTO» e «ANCHIETA», e aí foi construída com projecto do arquitecto «REINALDO DOS SANTOS».
A Igreja pertence à «IRMANDADE DE S. SACRAMENTO» que comprou o terreno e fez as obras à sua custa, as quais segundo os livros de escrituração do Cartório, duraram até Dezembro de 1786 ( 1 ).
Em 1876 o "CÓDIGO ADMINISTRATIVO" determinava uma nova organização e atribuições das juntas de paróquias, sendo livre a escolha do seu presidente.
Com a implantação da REPÚBLICA dá-se a separação Igreja-Estado, sendo colocado em vigor o "Código Administrativo" de 1876, retirando, assim, a presidência aos párocos. A Lei Nº 88, de 7 de Agosto de 1913, promove a organização das paróquias civis, numa clara distinção das paróquias eclesiásticas, embora assuma o mesmo limite territorial.
Com a Lei Nº 621 de 23 de Junho de 1916, é alterada definitivamente a designação da «JUNTA DE PARÓQUIA» para «JUNTA DE FREGUESIA», mantendo-se assim até aos dias de hoje.
Existe actualmente uma REFORMA ADMINISTRATIVA para o ano de 2013 e um novo mapa de freguesias irá aparecer, embora a proposta final tudo indique que passará das actuais 53 freguesias para 24 (só na cidade de LISBOA).
Como nota curiosa, a "FREGUESIA DOS MÁRTIRES" a segunda mais antiga da cidade de Lisboa, com uma área envolvente que chegava até OEIRAS, foi perdendo território durante os vários séculos, hoje bastante reduzida, vai ser integrada com outras 12 freguesias, passando assim, a ser designada por: «FREGUESIA DE SANTA MARIA MAIOR».

( 1 ) - Segundo alguns autores as obras começaram em 10.10.1769 e concluíram-se em 1783.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA VÍTOR CORDON [ IV ] -FRANCISCO MARIA VÍTOR CORDON»