quarta-feira, 8 de maio de 2013

RUA DO AÇÚCAR [ I ]

 Rua do Açúcar - (2013) Desenho adaptado da "Rua do Açúcar" e seu enquadramento - Sem Escala - APS - LEGENDA -1)Rua do açúcar - 2)Quinta da Mitra - 3)Palácio da Mitra - 4)Fábrica de Cortiça na Mitra e outras actividades - 5)Quinta e Palácio dos Marialvas - 6)Quinta das Murtas - 7)A Quintinha - 8)Fábrica de Borracha Luso-Belga - 9)Companhia Portuguesa de Fósforos-Sociedade Nacional de Fósforos - 10)Quinta do Bettencourt - 11)Vila Pereira - 12)Convento de Nossa Senhora da Conceição de Marvila - 13)Quinta e Palácio do Marquês de Abrantes - 14)Quinta Grande depois Quinta do Marquês de Abrantes - 15)Linha de Cintura de Lisboa (Marvila-Alcântara Terra) - 16)Linha do Norte (Santa Apolónia-Porto) in ARQUIVO/APS  
 Rua do Açúcar - (1835) (Pormenor da Carta das linhas de fortificação de Lisboa - 1835 - sendo visível o traçado antigo da Estrada de Marvila e a via junto ao rio, hoje "Rua do Açúcar". Podem ver ainda como pontos de referencia o "Palácio da Mitra", junto ao Rio, e o Convento de Marvila, a as Quintas dos Marqueses de Abrantes e Marialva, na Rua de Marvila) in CAMINHO DO ORIENTE
 Rua do Açúcar - (Desenho possivelmente do séc. XVI, gravura do séc. XIX de Pedroso) O lugar da sede dos Olivais, antes do seu aproveitamento. De notar que, nesta altura, Sacavém, numa curva do Tejo, era visível do sítio do templo) in  A ANTIGA FREGUESIA DOS OLIVAIS
Rua do Açúcar - (2008) (Foto de Microsof Virtual Earth) (Panorâmica de uma grande parte da "QUINTA DE MARVILA" no cimo podemos ver o antigo "Palácio dos Marqueses de Abrantes", A "Quinta da Mitra" na ponta esquerda, a "Vila Pereira", o Lote do Bettencourt e o "Convento de Marvila") in SKYSCRAPERCITY


RUA DO AÇÚCAR [ I ]

«A RUA DO AÇÚCAR E SEU ENQUADRAMENTO ( 1 )»


A «RUA DO AÇÚCAR» pertence à freguesia de «MARVILA», começa na «PRAÇA DAVID LEANDRO DA SILVA»( ao Poço do Bispo) e termina na «RUA DO BEATO».
Com data da deliberação Camarária de 18.05.1889 e Edital de 08.06.1889, sabe-se que este topónimo cuja data de atribuição se desconhece, mas que provavelmente a partir do século XVIII, já era denominação de «RUA DIREITA DO AÇÚCAR» e parece estar relacionada com uma "FÁBRICA DE AÇÚCAR REFINADO", que existia na "QUINTA DO BETTENCOURT" a qual foi explorada pelo súbito inglês e homem de negócios «CHRISTIAN SMITH» até ao ano de 1782.
No anos de 1752 também aparece no «MAPA DOS FOROS DE MARVILA» a designação desta artéria como «ESTRADA PARA O BEATO».
A «RUA DO AÇÚCAR» é atravessada próximo do "Poço do Bispo" pela «RUA PEREIRA HENRIQUES» e são-lhe convergentes no sentido norte para sul, no lado direito o «BECO DA MITRA», «RUA CAPITÃO LEITÃO», «RUA JOSÉ DOMINGOS BERREIRO» e «RUA AMIGOS DE LISBOA». No lado esquerdo é convergente a «RUA ACÁCIO BARREIRO».

A QUINTA DE MARVILA
O nome de «MARVILA», juntamente com o de «XABREGAS» e «CHELAS», constituem os topónimos mais antigos da Zona Oriental de Lisboa.
Logo após a conquista de LISBOA, "DOM AFONSO HENRIQUES" doou à "MITRA DE LISBOA" "todas as rendas e terras de Marvila que possuíam as Mesquitas dos Mouros", ( 1 ) partilhando logo no ano seguinte o bispo metade da propriedade com o "CABIDO", angariando-se assim a base de sustentação da mais alta estrutura eclesiástica de LISBOA.
Sabendo nós que o Vale de Chelas pertencia em grande parte às antigas freguesias colegiadas de Lisboa, sem que se conheça neste caso qualquer doação, talvez se possa colocar a hipótese de o acto de 1149 não ser mais que a confirmação de uma situação preexistente, lançando alguma luz sobre a orgânica social e administrativa milenar da cidade de LISBOA.
Os limites de MARVILA - sobretudo os da "QUINTA DOS ARCEBISPOS" - são bem conhecidos, definidos com precisão e, 1495, no contrato de emprazamento que o arcebispo "D.JORGE DA COSTA", o célebre CARDEAL de «ALPEDRINHA», fez à sua irmã, "D. CATARINA DE ALBUQUERQUE", de toda a propriedade, assim constituída: "Uma Quinta que se chama de Marvila, que está além do Mosteiro de São Bento (...), a qual parte com o mar, desde o "Poço do Bispo" até ao dito Mosteiro(...), vindo pelo muro do dito Mosteiro ter à Estrada que vai da cidade, e atravessando a dita Estrada, partindo com vinhas do Cabido (...), indo ter à cerca dos currais e palheiros que estão junto com as casas e assento da dita Quinta (...) cerrando onde primeiro começou, ficando o dito "Poço do Bispo" dentro das ditas divisões. 

( 1 ) - Cunha, Rodrigues da - História Eclesiástica da Igreja de Lisboa-Lisboa 1642 pp 69 e seguintes.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO AÇÚCAR [ II ] - A RUA DO AÇÚCAR E SEU ENQUADRAMENTO ( 2 )».

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