sábado, 13 de julho de 2013

RUA DO AÇÚCAR [ XX ]

Rua do Açúcar - (2013) (Fachada da propriedade na "Rua do Açúcar" da antiga "Quinta do Betencourt") in GOOGLE EARTH 
 Rua do Açúcar - (2013) (Fachada da Casa Nobre de Betencourt na "Rua do Açúcar" obtida do lado nascente (Poço do Bispo) in GOOGLE EARTH
 Rua do Açúcar - (2007) - Panorâmica da "Quinta do Brtencourt", representa a primeira faixa de terreno entre a "Rua do Açúcar" e a "Rua Direita de Marvila" junto da passagem de nível. Segue para norte a "Quinta do Convento", fazendo parte as duas propriedades da antiga "Quinta de Marvila") in GOOGLE EARTH
 Rua do Açúcar - (2013) (Foto gentilmente cedida por Ricardo Moreira) (Uma parcela do edifício nobre da velha "Quinta do Betencourt") in ARQUIVO/APS
Rua do Açúcar - (2010) (Foto de Barragon) (Início da "Rua do Açúcar" vendo-se depois do edifício de cor azul, a fachada da casa Nobre da "Quinta do Betencourt") in SKYSCRAPERCITY

(CONTINUAÇÃO) - «RUA DO AÇÚCAR [ XX ]

«A QUINTA DO BETENCOURT ( 2 )»

O foreiro mais antigo de que há informação é «LÁZARO LOPES DE ALMEIDA», que vinculou a propriedade a favor da família «ALMEIDA BETENCOURT», por certo seus familiares. É natural que inicialmente as casas se dispusessem no cimo da Quinta, sobre a "RUA DE MARVILA" então o eixo principal, levando a alteração da importância das vias públicas à escolha mais tardia da implantação da nova residência sobre a «ESTRADA DO POÇO DO BISPO». Não existe informação sobre a data exacta da construção desta interessante fachada, bom exemplar da casa nobre urbana lisboeta do século XVIII, virada para a actual "RUA DO AÇÚCAR".
É certamente, tendo em vista alguns elementos decorativos, desenho  do portal de acesso, com frontão triangular, vergas curvas nas aberturas e grades das sacadas, datadas do segundo quartel do século XVIII em diante, quando estes elementos arquitectónicos se vulgarizam entre nós.
Podemos assim pensar tratar-se de uma campanha de obra da iniciativa do último membro da família "BETENCOURT", «PEDRO DE ALMEIDA BETENCOURT», aqui residente nesse período pelo menos até 1763, data em que na casa residia já «CHRISTAN SMITH».
O facto de sobre o portal se encontrar ainda o suporte para a pedra de armas, entretanto desaparecida, parece confirmar a hipótese de o construtor ser o referido senhor, dado que nenhum dos posteriores locatários teriam direito a uso de brasão. O citado cidadão inglês instalou nesta propriedade uma «FÁBRICA DE AÇÚCAR», eventualmente a origem que veio a dar o nome à actual "RUA DO AÇÚCAR". 
Sabendo que dela faziam parte algumas outras casas anexas, é possível que a referida fábrica - por certo de pequenas dimensões - se localizasse nessa dependência e não na Casa Nobre, a qual sabemos, pelos LIVROS DA DÉCIMA, habitada por "CHRISTIAN SMITH" até 1782.

A estrutura de construção é muito simples, embora denote algum cuidado, quer nos pormenores decorativos, quer na rigorosa obediência às regras da simetria. Sobre o piso térreo - inicialmente destinado a cavalariças e armazéns - corre o andar nobre de sacada que, para trás, é rés-do-chão, abrindo sobre um terraço lajeado.
A este andar se sobrepõe um mezanino ( 1 ), de  vão e abertura muito pequenas. Ao centro do piso térreo abre-se o portal - muito prejudicado nas suas proporções pela subida do nível da rua - que dá entrada para um vestíbulo agora compartimento, de onde nascia lateralmente a escada muito simples para o andar nobre.
Ao fundo desse vestíbulo abre-se um arco de acesso a um corredor largo que vencia em rampa o desnível da encosta, conduzindo ao referido terraço e deste por escada ao jardim e quinta (onde hoje funcionam os viveiros camarários) e na qual ainda se destaca o antigo poço com a sua nora.

( 1 ) - MEZANINO - Sobreloja; piso baixo entre dois mais altos, geralmente entre o rés-do-chão e o 1º andar.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DO AÇÚCAR [ XXI ] A VILA PEREIRA»   

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