quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

RUA DO GRILO [ IX ]

 Rua do Grilo - ( 2005) Foto de APS (A "Rua do Grilo" antigo espaço onde cerca de 200 anos permaneceu o "CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS")  in  ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (2005) - Foto de APS ( Nestes terrenos existiu o "Convento das Freiras Grilas" as religiosas "Descalças de Santo Agostinho") in ARQUIVO/APS
 Rua do Grilo - (1970) Foto de João H. Goulart (A "Rua do Grilo" dividia o "Convento das Freiras Grilas" da cerca, que se estendia para lá da linha do caminho-de-ferro. Onde está este portão e junto do "Palácio dos Duques de Lafões", seguia a cerca do Convento) in AFML
Rua do Grilo - (2013) (Uma perspectiva da "Rua do Grilo" tendo ao nosso lado direito o lugar onde existiu o "Convento das Freiras Grilas" e no lado esquerdo a sua cerca, que se prolongava para lá da linha do caminho-de-ferro) in GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO)-RUA DO GRILO [ IX ]

«O CONVENTO DAS FREIRAS GRILAS ( 3 )»

Embora irreconhecível no actual conjunto da "MANUTENÇÃO MILITAR" que corre ao longo da "RUA DO GRILO", o antigo Convento das "AGOSTINHAS DESCALÇAS", vulgarmente chamadas as «GRILAS», é uma peça central, na definição urbana de toda a vasta área, tal como a congénere congregação masculina dos «GRILOS».

Da antiga estrutura conventual pouco ou nada resta, além de algumas paredes e abóbadas, tendo desaparecido toda a decoração da Igreja, onde,  como se afirma na documentação, se destacavam as pinturas de "BENTO COELHO DA SILVEIRA" e "ANDRÉ GONÇALVES". No entanto, temos de realçar a unidade desta grande propriedade que se estendia dos dois lados da via pública (RUA DIREITA DOS GRILLOS), reunindo numa só por vontade da rainha "D. LUÍSA DE GUSMÃO", pelo menos duas quintas distintas: uma que pertencera a "D. FRANCISCO DE MASCARENHAS", Governador de MACAU (07.08.1623), que a tradição diz aqui ter plantado a primeira laranjeira doce trazida do Oriente, depois adquirida em praça pública por "FRANCISCO DE MELO" "CONDE DA PONTE E MARQUÊS DE SANDE"; e a outra que fora de "GONÇALO VASQUES DA CUNHA" possivelmente a que ficava a poente, do lado superior da Estrada.

Através de um passadiço em arco que unia sobre a "RUA DO GRILO"  as duas partes do conjunto - a casa Conventual do lado do rio e os terrenos da cerca em frente - era uma imagem de marca nesta zona, pontuando durante muito tempo com a sua aparência harmónica o tom pausado deste antigo caminho suburbano.

Diz-nos ainda «ALBERTO PIMENTEL» que o "CONVENTOS DAS GRILAS" era vasto sem que todavia, nada tenha de monumental. As "AGOSTINHAS DESCALÇAS" não ostentavam pompas monásticas e no interior do Convento havia todo o aspecto de uma clausura severa; longos corredores sombrios, celas estreitas e mal iluminadas. O Convento era disposto em três alas formando um claustro quadrado, cujo lado Sul era delimitado pelo TEJO.
Deste Convento antigo nada resta; a antiga Igreja passou a um laboratório. No início do século XX ainda se podia ver um ou outro vestígio, as moradias dos oficiais, que ocupavam o espaço, as antigas celas, embora restauradas e ampliadas, será o que resta da lembrança da "Casa" das freiras "GRILAS".

O grande Terramoto destruiu parte do Convento que, posteriormente, chegou a ser reestruturado, embora a Igreja tivesse de ser reconstruída de base.
Durante o período da revolução industrial, o Convento sofreu profanações e a sua estrutura foi alterada para poder ser adaptada a outros fins.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DO GRILO [ X ] A MANUTENÇÃO MILITAR (1)» 

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