quarta-feira, 19 de março de 2014

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-2ª SÉRIE [ I ]

RUA ACÚRCIO PEREIRA
 Rua Acúrcio Pereira - (1926) Desenho de Stuart (Capa da folha de música da revista "CABAZ DE MORANGOS" onde "Acúrcio Pereira" foi co-autor no texto, representada no EDEN no ano de 1926) in VIDA POSTAL
 Rua Acúrcio Pereira - (1967) Foto de Vasco G. de Figueiredo (Rua F. Planta 14170, tipo 1 a 14 actuais ruas "Acúrcio Pereira" e "Cândido de Oliveira" in  AFML
 Rua Acúrcio Pereira - (1967) Foto de Vasco de Figueiredo (Rua F.  Planta 14170, tipos 1 a 14, actuais ruas "Acúrcio Pereira" e "Cândido de Oliveira", nos Olivais Sul) in  AFML
 Rua Acúrcio Pereira - (2007) (Panorâmica dos OLIVAIS SUL, particularmente a "Rua Acúrcio Pereira")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Acúrcio Pereira - (2013) (Um troço da "RUA ACÚRCIO PEREIRA" na actual freguesia dos "OLIVAIS") in  GOOGLE EARTH
Rua Acúrcio Pereira - (2013) (Um troço da "RUA ACÚRCIO PEREIRA" nos "OLIVAIS SUL) in GOOGLE EARTH

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 2ª SÉRIE [ I ]

«A RUA ACÚRCIO PEREIRA ( 1 )»


Vamos iniciar outra ronda de JORNALISTAS cujos nomes merecem uma RUA em LISBOA. Este, num bairro novo dos "OLIVAIS SUL", um daqueles que foi erguido numa zona onde, ainda há poucas décadas, cresciam as árvores (OLIVEIRAS) e espreitavam livremente as ervas. E ainda actualmente constituindo uma das maiores e sem dúvida também a mais populosa freguesia alfacinha.
Chamaram-lhe até finais de 2012 «SANTA MARIA DOS OLIVAIS», hoje com a nova REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA, chamam-lhe só «OLIVAIS».
Foi nesta enorme freguesia que um Edital de 29 de Janeiro de 1979 (publicado em 5 de Fevereiro seguinte) lhe determinou a atribuição do topónimo de "RUA ACÚRCIO PEREIRA". 
A decisão da CÂMARA não surpreendeu ninguém; um ano e pouco antes, tinha falecido um dos mais carismáticos jornalistas portugueses; era óbvio que o seu nome tinha de aparecer numa rua da capital.

«JOAQUIM ACÚRCIO PEREIRA» nasceu em LISBOA, em Dezembro de 1891, e na sua cidade viveu sempre. Constituiu família muito cedo, pelo que se tornou numa espécie de homem de sete ofícios para ganhar a vida: frequentava o CURSO SUPERIOR DE LETRAS e tirava também o curso de bibliotecário-arquivista enquanto dava aulas particulares; tentou entretanto uma experiência que o levaria a uma carreira de mais de sessenta anos.
De facto, com 19 anos incompletos, em 1910, decidiu experimentar a sua sorte como jornalista.
Ingressou então na redacção do mais recente jornal do tempo. Era um vespertino chamado "A CAPITAL", fundado em Maio desse ano por um jornalista combativo e sabedor, MANUEL GUIMARÃES. Funcionava na RUA DO NORTE, num prédio que faz esquina com a "PRAÇA LUÍS DE CAMÕES", e formou a primeira série desse jornal.
Teria começado, pois, em boa escola. Embora de feição marcadamente republicana (dizia-o, aliás, junto do cabeçalho, e ainda antes da mudança do regime), o jornal de MANUEL GUIMARÃES não quis enveredar por um tipo de informação em que só o facto político tivesse cabimento. A vida literária e artística, a crónica, o folhetim e sobretudo os acontecimentos do dia-a-dia ocupavam boa parte do periódico.
Esta visão generalista das coisas influenciou muito o futuro mestre. A essa aprendizagem sobre ACÚRCIO PEREIRA devemos juntar a sua própria capacidade de observação e a sua facilidade de escrita. Deu nas vistas e, poucos meses depois do ingresso em "A CAPITAL", era assediado pelo "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", jornal onde viria a ganhar os primeiros galões.
No jornalismo, como noutras profissões, sempre houve e haverá pelo menos dois tipos de executantes: por um lado, aqueles que, quase desde início se prendem a uma empresa, uma instituição, e nela permanecem contra ventos e marés; por outro, os que preferem passar por experiências várias, sempre em busca de melhor realização e, naturalmente, de melhores condições. (Presentemente não podemos pensar da mesma maneira motivado pela crise que grassa em Portugal, mormente pela falta de empregos). 

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-2ª SÉRIE [ II ]-A RUA ACÚRCIO PEREIRA (2)»

2 comentários:

Anónimo disse...

Que bonito a história. Desconhecia que essa zona dos olivais sul foi baptizada com nomes de jornalistas.

APS disse...

Caro Anónimo
A história por vezes tem disto. Os baptismos não são mais do que o resultado das urbanizações progressistas.
Cumprimentos
APS