quarta-feira, 30 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]

RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA ( 1 )
 Rua Actor António Silva - (2014) (A RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA vista da ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (2014) (Vista Panorâmica da freguesia do LUMIAR onde está inserida a RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - ( Um troço da RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA na freguesia do LUMIAR)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Actor António Silva - (1931) (Na "REVISTA VIVA O JAZZ!" no teatro Maria Vitória em 1931 reunia nomes prestigiados da Revista e de cena declamada como: Costinha, Maria Matos e ANTÓNIO SILVA) in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA EM PORTUGAL
 Rua Actor António Silva - (1935) (Colecção Cinemateca) - (Cartaz do filme AS PUPILAS DO SENHOR REITOR de Leitão de Barros baseado no romance de JÚLIO DINIS - No elenco: Joaquim Almeida (reitor), Maria Matos (srª. Joana), ANTÓNIO SILVA (João da esquina), Leonor d'Eça (Margarida), Maria Paula (Clara), Oliveira Martins (Pedro), Paiva Raposo (Daniel) e Lino Ferreira (João Semana).) in  AMOR DE PERDIÇÃO





 Rua Actor António Silva  - (1942) (Cartaz do filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" com Maria das Neves, Vasco Santana, ANTÓNIO SILVA, Ribeirinho, Laura Alves, Barroso Lopes e Carlos Alves -Música de Frederico de Freitas - Argumento diálogos e produção de António Lopes Ribeiro, realização de Francisco Ribeiro (Ribeirinho). Estreou-se no Cinema ÉDEN em 23 de Janeiro de 1942) in  RESTOS DE COLECÇÃO

Rua Actor António Silva - (1942) - (ANTÓNIO SILVA numa cena do filme "O PÁTIO DAS CANTIGAS" . -Deste... já não há mais! Dizia no filme o "EVARISTO".) in OS ANOS DE OURO DO CINEMA 

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]

«RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA ( 1 )»

A «RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA» pertence à freguesia do «LUMIAR». Começa na ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES, 2 e finaliza na RUA CIPRIANO DOURADO.
Na Acta Nº 102 de 16 de Junho de 1971 e por despacho do Presidente da Comissão Consultiva Municipal de Toponímia, solicitando a indicação de nome para identificar o arruamento de ligação entre a ALAMEDA DAS LINHAS DE TORRES e a antiga ESTRADA DE TELHEIRAS (hoje RUA CIPRIANO DOURADO), situado a topo do CAMPO GRANDE. A COMISSÃO é de parecer que o arruamento indicado seja atribuído a seguinte denominação: RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA(1886-1971).

«ANTÓNIO MARIA DA SILVA» nasceu em LISBOA, a 15 de Agosto de 1886, no seio de uma família humilde, ainda jovem, teve vários empregos. Principiou a trabalhar como marçano, depois empregado duma retrosaria e, durante anos, caixeiro duma drogaria.
Com apenas 16 anos já assistia a todas as peças que passavam no TEATRO D. AMÉLIA (actual S. LUÍS), na RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO (antiga RUA DO TESOURO VELHO).
Tirou o Curso Comercial e frequentou diversos grupos cénicos amadores.
Pelo ano de 1907, fez interpretações sonoras (sincronização atrás da tela) dos artistas que actuavam em filmes mudos, projectados no SALÃO IDEAL DO LORETO.
A sua verdadeira estreia dá-se em 1910 com a peça "O NOVO CRISTO" de Leon Tolstoi, no "TEATRO DA RUA DOS CONDES", integrado na COMPANHIA DE ALVES DA SILVA/ADELINA NOBRE.
Entre 1913 e 1921, viaja pelo BRASIL em "tournée", com a Companhia de ANTÓNIO DE SOUSA, onde se estreia no mundo cinematográfico em "CONVÉM MARTELAR" e "CORAÇÃO DE GAÚCHO" 
Em 1920 casa-se com JOSEFINA SILVA. Em Maio de 1986, a Cinemateca Brasileira confirma à Cinemateca Portuguesa a inexistência de qualquer material referente a estes dois filmes, especificando - quanto ao primeiro - que a pista do negativo em nitrato se perdeu na produtora Carioca, por volta de 1950. 
Só em 1921 depois de regressar do BRASIL, iniciou uma lenta ascensão, apenas vencendo o apagamento após a sua verdadeira estreia no cinema, no elenco principal de A CANÇÃO DE LISBOA. Em 1928 na Companhia SATANELLA/AMARANTE, na peça de teatro ligeiro e de revista, onde se destaca com ÁGUA-PÉ ( 1 ) (a sua primeira experiência no Teatro de Revista). Até 1932 vai fazendo várias revistas no TEATRO VARIEDADES e no MARIA VITÓRIA, uma delas "VIVA O JAZZ!" ( 2 )
Acaba de chegar ao topo do cinema português depois de passar por outras Companhias Teatrais, como as de LOPO LAUER", ANTÓNIO DE MACEDO, COMEDIANTES DE LISBOA e VASCO MORGADO.
Em 1933, figura, então no elenco do principal filme "A CANÇÃO DE LISBOA" de COTTINELLI TELMO, onde interpretou o alfaiate "Caetano".  Numa sua entrevista ANTÓNIO SILVA terá dito: "quando me entregaram o papel para estudar, achei que se podia fazer alguma coisa mais do que estava indicado. Comecei a alvitrar uma cena, mais outra alteração, a acrescentar coisas que não estavam no texto, sempre com o agrado do realizador. Ao receber depois o ordenado, tinham aumentado a importância, atendendo à minha colaboração".
E a partir daqui, participa em mais de trinta filmes, variando entre papeis cómicos e dramáticos, criando personagens inesquecíveis.
No ano de 1935 nas "PUPILAS DO SENHOR REITOR" de Júlio Dinis, realizado por LEITÃO DE BARROS, pela primeira vez na tela, tem uma personagem muito característica o "JOÃO DA ESQUINA", confirmando as suas extraordinárias qualidades cinematográficas. Este filme foi estreado no CINEMA TIVOLI (Lisboa) a 1 de Abril de 1935. No filme "O BOCAGE" (1936) do mesmo LEITÃO DE BARROS, ANTÓNIO SILVA convence uma vez mais plenamente. Em 1937  LEITÃO DE BARROS volta a confiar-lhe a ingrata caracterização do americano "Mr. SCORT" em "MARIA PAPOILA". Dois anos depois é chamado para interpretar o empresário "GOUVEIA" na "VARANDA DOS ROUXINÓIS"(1939).

- ( 1 ) - Na Revista "AGUA-PÉ" AMARANTE confiou-lhe o papel de "ZÉ DOS PATACOS", que foi finalmente reconhecido por toda a gente, marcando o início duma carreira gloriosa, que não sofreria eclipses durante mais de 60 anos.

- ( 2 ) - A revista "VIVA O JAZZ!" de L. Ferreira, Silva Tavares, Fernando Santos, V. de Matos Sequeira, Acúrcio Pereira, Luna de Oliveira e L. Lauer. Música de J. Mendes, estreada no Teatro MARIA VITÓRIA em 1931, reunia nomes prestigiados da revista e da cena declamada como: Costinha. Maria Matos e ANTÓNIO SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XII ]-RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA (2)». 

sábado, 26 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ X ]

RUA EUGÉNIO SALVADOR
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (A RUA EUGÉNIO SALVADOR o seu final liga com a ESTRADA DO PAÇO DO LUMIAR)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (Entrada para a RUA EUGÉNIO SALVADOR no antigo Bairro da Horta Nova)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) (Um troço da RUA EUGÉNIO SALVADOR na freguesia de CARNIDE)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) - (Um troço da RUA EUGÉNIO SALVADOR e sua ligação com a RUA VIRGÍLIO MARINHO)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (2014) - (Panorâmica de parte da freguesia de CARNIDE onde está inserida a RUA EUGÉNIO SALVADOR) in GOOGLE EARTH
 Rua Eugénio Salvador - (1952) Cartaz do filme "OS TRÊS DA VIDA AIRADA" de PERDIGÃO QUEIROGA, com a participação de EUGÉNIO SALVADOR)  in  OS ANOS DE OURO DO CINEMA PORTUGUÊS
Rua Eugénio Salvador - (1935) Desenho de Júlio Sousa ("EUGÉNIO & LINA" num dos bailados na revista "MILHO REI" de Rodrigo de Melo, Manuel Caiola, L. Ferreira, Fernando Santos e A. Amaral. Musica de Fernando Guimarães, Rafael Medina, J. Mendes e Frederico Valério apresentado no Teatro MARIA VITÓRIA no ano de 1935)  in  HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA. 

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ X ]

«RUA EUGÉNIO SALVADOR»

A «RUA EUGÉNIO SALVADOR» pertence à freguesia de «CARNIDE». Está instalada na antiga "RUA - A" do "BAIRRO DA HORTA" (troço compreendido entre a "ESTRADA PAÇO DO LUMIAR" e o LOTE 11). O referido topónimo foi atribuído pela Acta 5/93 de 04 de Junho de 1993 da COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA, tendo sido marcada a cerimónia e o descerramento da placa, para o dia 29 de Novembro de 1993 às 16,00 horas. Assim, esta rua terá o seu início junto da RUA VIRGÍLIO MARTINHO e finaliza na ESTRADA PAÇO DO LUMIAR.
«EUGÉNIO SALVADOR MARQUES DA SILVA» nasceu em LISBOA a 31 de Março de 1908 e faleceu também em LISBOA, a 1 de Janeiro de 1992.
Foi um actor bastante dinâmico na comédia revisteira, embora a sua primeira actividade artística tenha começado como dançarino, tendo passado também pelo desporto, como jogador de futebol, fazendo parte da equipe principal do "SPORT LISBOA E BENFICA".
Casou com "LINA DUVAL" de quem teve um filho de nome ANTÓNIO MANUEL SALVADOR MARQUES. Com sua mulher, formou um par em dança denominado "EUGÉNIO & LINA".
Formou-se no Conservatório e profissionalizou-se em 1927 na comédia, género que nunca mais abandonaria. Figura notável do Teatro de Revista, tendo representado mais de cem peças e nos anos 50, introduzido um novo alento de parcerias com outros autores e interpretes de nomeada.
Data de 1930 a sua primeira interpretação no cinema, uma rábula ao lado do grande CHABY PINHEIRO e da actriz BEATRIZ COSTA em "LISBOA, CRÓNICA ANEDÓTICA" de LEITÃO DE BARROS, tendo participado em mais de 20 longas-metragens.
A Companhia que EUGÉNIO SALVADOR manteve no TEATRO MARIA VITÓRIA de 1953 a 1961, assume a dupla função de actor-produtor e dirige com outros actores os Teatros; APOLO e MARIA VITÓRIA.
Normalmente quase todos os grandes actores dessa época e algumas das maiores vedetas internacionais, passaram pelos elencos dos espectáculos que produziu naquelas salas. ANTÓNIO SILVA; BEATRIZ COSTA; IRENE ISIDRO; HUMBERTO MADEIRA; MAX; CAMILO DE OLIVEIRA e RAUL SOLNADO, foram alguns dos actores que contracenaram com Eugénio Salvador, nessas produções.
Passaram pelo "TEATRO MARIA VITÓRIA" (que, no minúsculo palco se conseguia "Milagres" no dizer de PAVÃO DOS SANTOS) o teatro mais antigo do "PARQUE MAYER" tendo sido inaugurado no ano de 1922. As REVISTAS, como actor-produtor e em algumas no texto - MILHO REI(1935); ANIMA-TE ZÉ(1935);O QUE SE LEVA DESTA VIDA(1949); SEMPRE EM FESTA(1950) Teatro VARIEDADES; Ó ROSA ARREDONDA A SAIA(1952) de "Velhos e Novos"-Amadeu do Vale, M. Santos Carvalho, Eugénio Salvador e R. Martins, com música de FERNANDO CARVALHO e A. TAVARES BELO; CANTIGAS Ó ROSA(1953) de "Novos e Velhos" - A. do Vale, Eugénio Salvador, R. Martins e Pedro Teixeira, música de Fernando de Carvalho, José Nobre, Tavares Belo e Melo Júnior,(apresentava como vedeta HELGA LINÉ, faziam ainda parte do elenco TERESA GOMES, ANTÓNIO SILVA, COSTINHA, HUMBERTO MADEIRA e MAX) ; SAIAS CURTAS(1953); CALA O BICO(1954); FESTA É FESTA(1955); FONTE LUMINOSA(1956) no COLISEU DOS RECREIOS; Ó ZÉ APERTA O LAÇO(1955); PERNAS À VELA(1958); TACO A TACO(1960); PÃO, PÃO, QUEIJO, QUEIJO!(1967) e TOMA LÁ REVISTA(1987) entre muitas outras.
NO CINEMA, quando podia, também fez alguns registos: 
CAIS DO SODRÉ(1946) de Alejandro Perla. no elenco além de EUGÉNIO SALVADOR, BARRETO POEIRA, COSTINHA e VIRGÍLIO TEIXEIRA; FADO-HISTÓRIA DE UMA CANTADEIRA(1947) de Perdigão Queiroga, com AMÁLIA RODRIGUES, ANTÓNIO SILVA, RAUL DE CARVALHO, VASCO SANTANA e VIRGÍLIO TEIXEIRA; "SONHAR É FÁCIL"(1951) de Perdigão Queiroga, com LAURA ALVES, ANTÓNIO SILVA, EMÍLIO CORREIA, MANUEL SANTOS CARVALHO e VASCO SANTANA; "ERAM 200 IRMÃOS(1952) de Constantino Esteves, Fernando Garcês e Armando Vieira Pinto, no elenco LUCÍLIA SIMÕES, EUGÉNIO SALVADOR, HUMBERTO MADEIRA, RUY DE CARVALHO e VASCO SANTANA; "O DESTINO MARCA A HORA(1970) de Henrique Campos com TONY DE MATOS, ISABEL DE CASTRO etc. Uma comédia no cinema com "A MALUQUINHA DE ARROIOS"(1970) de Henrique Campos, no elenco ALINA VAZ, ARTUR SEMEDO, HELENA ISABEL, EUGÉNIO SALVADOR e IVONE SILVA. E o último filme em que EUGÉNIO SALVADOR participou chamava-se "AQUI D' EL-REI"(1992) de António Pedro de Vasconcelos, um filme de argumento histórico, tinha no elenco além de SALVADOR, FERNANDO MENDES, JOSÉ VIANA, RAUL SOLNADO e VARELA SILVA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ XI ]-RUA ACTOR ANTÓNIO SILVA» 

quarta-feira, 23 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]

RUA HELENA FÉLIX ( 2 )
 Rua Helena Félix - (2014) - (A saída da RUA HELENA FÉLIX" para a AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (A RUA HELENA FÉLIX no final do lado direito in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (A RUA HELENA FÉLIX no final do lado esquerdo, junto de parques privados)  in GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (24 de Setembro de 2012) Foto de João Francisco (O que resta do "TEATRO VASCO SANTANA", antigo estúdio da RTP e Teatro-Estúdio de Lisboa, na antiga FEIRA POPULAR de ENTRECAMPOS, encerrada em 2003) in  BECO DAS BARRELAS
Rua Helena Félix - (1948) - (HELENA FÉLIX na revista "O TICO-TICO" representada no TEATRO MARIA VICTORIA em 1948 com MIRITA CASIMIRO e EUGÉNIO SALVADOR) in HISTÓRIA DO TEATRO DE REVISTA

(CONTINUAÇÃO) RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]

«RUA HELENA FÉLIX ( 2 )»

Em consequência dos bons resultados obtidos nos seus trabalhos, o empresário ROBLES MONTEIRO convidou-a para umas representações na cidade do PORTO, integrada na COMPANHIA DO TEATRO NACIONAL D. MARIA II, com a peça "AS MENINAS DA FONTE DA BICA", mas este trabalho ficaria sem efeito, no entanto acabaria por chegar essa oportunidade.
HELENA FÉLIX partiu para PARIS. Por lá se especializou o mais que lhe fora possível, no regresso teve um convite para integrar o elenco da peça "MISS BABEL", no TEATRO DA TRINDADE, onde trabalha ao lado de PALMIRA BASTOS.
Veio depois "O NINHO DE ÁGUIAS" e o ingresso durante onze anos na Companhia do TEATRO D. MARIA II.
Realizou-se ainda uma tentativa isolada de reatar a tradição das Revistas de Carnaval, com o "PONTO DE VISTA" de Varela Silva com música de LUCIEN DONNAT no NACIONAL, em que se caricaturavam as personagens da peça que a companhia então representava ("VISTA DA PONTE" de ARTHUR MILLER), com intervenção de MARIANA REY-MONTEIRO, LURDES NORBERTO, HELENA FÉLIX, EURICO BRAGA e RAUL DE CARVALHO.
No inicio dos anos sessenta vai para LONDRES, durante três anos estuda numa das melhores escolas londrinas. Quando regressa a PORTUGAL procura um teatro disponível para trabalhar e receber a sua COMPANHIA DE TEATRO - "O TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA". Encontrou um espaço na FEIRA POPULAR DE LISBOA, ate então utilizado como estúdio de Televisão.
Com seu repertório, criteriosamente escolhido, pretendia alertar consciências e, devido a essa manifesta intenção, a Companhia teve sempre grandes problemas com a censura. A Censura do velho regime não perdoavam a ousadia do TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA e tornavam a sua vida num verdadeiro inferno. Mesmo assim ainda foram representadas: "AS MÃOS DE ABRAÃO ZACUT" de Sttal Monteiro em 1969, "A LOUCA DE CHAILLOT" de JEAN GIRAUDOUX e "QUEM É ESTA MULHER" de MARGUERITE DURAS (que valeram a HELENA FÉLIX, o prémio LUCINDA SIMÕES para melhor actriz de 1968 e 1970, que escaparam também ao filtro apertado dos "sensores", juntando-se um reportório sério e exigente das obras de: SHAKESPEAR, TCHEKOV, STRINDBERG ou ARNOLD WESKER.
HELENA FÉLIX teve ainda algumas participações em filmes portugueses "QUANDO O MAR GALGOU A TERRA"(1950) de Henrique Campos, "OS TOUROS DE MARY FOSTER" de Henrique Campos e "O MAL AMADO", onde a actriz deixou bem vincada para a posteridade a marca da sua imensa dedicação à arte de representar. 

Após 12 anos a sua fundação, o TEATRO-ESTÚDIO DE LISBOA, teve de fechar as portas, face a enormes dificuldades, apesar de já no tempo da revolução do 25 de Abril de 1974. HELENA FÉLIX começa afastar-se aos poucos. No ano de 1985 aceitou voltar ao cinema para fazer "A NOITE E A MADRUGADA"(1985) drama de ARTUR RAMOS, fechando assim o seu percurso da sétima arte.
Mas seria injusto esquecer o contributo de tantos artistas secundários que à revista e ao cinema, emprestaram o seu talento a sua presença insinuante, como, entre outras, a HELENA FÉLIX.  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ IX ]-RUA EUGÉNIO SALVADOR»

sábado, 19 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VIII ]

RUA HELENA FÉLIX ( 1 )
 Rua Helena Félix - (2014) - (Entrada para a RUA HELENA FÉLIX, junto da AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS) in GOOGLE EARTH 
 Rua Helena Félix - (2007) - (Foto panorâmica da antiga freguesia do Campo Grande, onde está inserida a RUA HELENA FÉLIX)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix -(2014) (A RUA HELENA FÉLIX com percurso para a direita e esquerda)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (2014) - (Um troço da RUA HELENA FÉLIX no lado direito) in  GOOGLE EARTH
 Rua Helena Félix - (Século XX) - (Retrato de HELENA FÉLIX nos anos sessenta do século vinte) in  RUA DOS DIAS QUE VOAM
Rua Helena Félix - (1954) - Cartaz do filme "QUANDO O MAR GALGOU A TERRA" de Henrique Campos, onde HELENA FÉLIX teve a sua participação. Estreou-se no cinema a 27 de Abril de 1954) in DO TEMPO DA OUTRA SENHORA


(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES  [ VIII ]

« RUA HELENA FÉLIX ( 1 ) »

A "RUA HELENA FÉLIX" pertencia à freguesia do CAMPO GRANDE, hoje com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, juntamente com as freguesias de S. JOÃO DE BRITO e ALVALADE, passou a designar-se por «ALVALADE». Tem início na AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS.
Pela acta Nº4  de 30 de Abril de 1992 a COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA emitiu parecer favorável, propondo que o nome da actriz seja atribuído ao arruamento designado por "Impasse Um à AVENIDA DAS FORÇAS ARMADAS" (junto ao número 34-A), situado nas imediações do Teatro, que passará a denominar-se por: RUA HELENA FÉLIX - ACTRIZ -(1920-1991).
«MARIA HELENA DE CARVALHO FÉLIX», nasceu na cidade do PORTO em 10 de Abril de 1920, tendo falecido no ano de 1991.
Foi uma actriz do Teatro e do Cinema português. A música e o canto foram a sua grande paixão de infância, desta ilustre portuense que viria a brilhar nos palcos do teatro, na segunda metade do século XX.
No início dos seus estudos, os pais, matricularam-na no CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DO PORTO, onde estudou canto durante dois anos. Mas a música a as cantigas acabariam por abrir-lhe as portas do Teatro.
A sua estreia deu-se no Teatro em LISBOA, com pouco mais de vinte anos, integrada num espectáculo musical, e durante quatro anos andou pela opereta e pela revista, em busca de uma permanência nos palcos. A tarefa não foi fácil, um longo e duro caminho teve de percorrer, esta talentosa actriz que esteve na origem de uma das mais importantes Companhias de sempre do teatro independente: O TEATRO - ESTÚDIO DE LISBOA.

O Teatro de Revista era para ela a sua principal experiência, quase sempre com simples quadros, no entanto ia acalentando o sonho de uma oportunidade no teatro declamado.
HELENA FÉLIX já em 1941 entrava numa revista "O JOGO DA LARANJINHA" de Fernando Santos, Almeida Amaral, Xavier de Magalhães e Lourenço Rodrigues. Foi musicada por JAIME MENDES, FREDERICO VALÉRIO e FERNANDO GUIMARÃES, com estreia no TEATRO DA TRINDADE. No ano de 1945 seguiu-se "ALTO LÁ COM O CHARUTO" de José Galhardo, Luís Galhardo, Vasco Santana e Carlos Lopes, com música de Raul Ferrão e Fernando de Carvalho, foi representado no "PARQUE MAYER" no TEATRO VARIEDADES".
Um dos  sucessos patrocinados também com HELENA FÉLIX, ao lado de MIRITA CASIMIRO e EUGÉNIO SALVADOR, tinha a revista o nome de "O TICO-TICO" de Amadeu do Vale, António Cruz, Manuel Santos Carvalho e Lourenço Rodrigues, com música de Raul Ferrão, Jaime Mendes e João Nobre, foi um êxito de representação no TEATRO MARIA VICTORIA no ano de 1948. Foi nesta revista que FERNANDA BAPTISTA interpretou também  o seu maior êxito, o «FADO DA CARTA», da autoria de João Nobre e Armando do Vale.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES[IX]-RUA HELENA FÉLIX(2)».

quarta-feira, 16 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VII ]

RUA CHABY PINHEIRO
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (A entrada para a "RUA CHABY PINHEIRO", junto do CAMPO PEQUENO in   GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2007) - ( Panorama das AVENIDAS NOVAS onde está inserida a RUA CHABY PINHEIRO)  in   GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (Um troço da RUA CHABY PINHEIRO voltada para o seu final, junto do apeadeiro de "ENTRECAMPOS")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (2014) (A RUA CHABY PINHEIRO visto da parte Norte, junto ao apeadeiro de "Entrecampos", com a Praça de touros do CAMPO PEQUENO no fundo)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Chaby Pinheiro - (Publicado em 1925 uma colecção da autoria de AMARELHE sob a direcção de Mário Duarte) (CHABY PINHEIRO, depois de ter sido um amador distinto, estreou-se no Teatro D. MARIA II com a Empresa ROSAS & BRAZÃO, numa peça em um acto "O TIO MILHÕES") in ARQUIVO DIGITAL
 Rua Chaby Pinheiro - (1924) (Prato esculpido pelo Mestre Teixeira Lopes, em molde de cera, retratando o actor "CHABY PINHEIRO")  in  MASSARELOS - OLX
 Rua Chaby Pinheiro - ( 1925 ) - (Em 1925, estreou-se no Teatro POLITEAMA com a peça "O LEÃO DA ESTRELA" de Ernesto Rodrigues, Félix Bermudes e João Bastos. Esta peça original era representada pela primeira vez pela Companhia CHABY PINHEIRO. Faziam parte da Companhia os actores: Chaby Pinheiro, sua esposa Jesuína de Chaby, Emília de Oliveira, João Silva, Helena de Castro e outros.) in   MEMÓRIAS DE OUTRO TEMPO
Rua Chaby Pinheiro - (1925) (Programa de "O LEÃO DA ESTRELA" representação teatral no POLITEAMA com Direcção e Encenação de CHABY PINHEIRO)  in  MEMÓRIAS DE OUTRO TEMPO

(CONTINUAÇÃO)-RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VII ]

«RUA CHABY PINHEIRO»

A "RUA CHABY PINHEIRO" pertencia à freguesia de "NOSSA SENHORA DE FÁTIMA" que pela REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, juntamente com a freguesia de SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA, resultou na actual freguesia de «AVENIDAS NOVAS».
A rua tem início no CAMPO PEQUENO número 12, finaliza junto do apeadeiro de ENTRECAMPOS.
Converge para esta artéria no seu lado direito, a "RUA ISIDORO VIANA" (Francisco Isidoro Viana, fundador da casa bancária Fonsecas, Santos & Vianna, Fundador e Presidente do Conselho de Administração da Companhia dos Tabacos de Portugal).
Por Edital de 17 de Abril de 1934 o topónimo foi atribuído à "RUA-A" da antiga "QUINTA DO VIANINHA".

ANTÓNIO AUGUSTO DE CHABY PINHEIRO (Lisboa-12.01.1873 - 06.12.1933-Algueirão).
Nasceu no número 53 da RUA DE SÃO JULIÃO em LISBOA, frequentou a ESCOLA MODERNA e o LICEU FRANCÊS.
CHABY PINHEIRO acaba por ir trabalhar como funcionário dos CORREIOS e TELÉGRAFOS. Matricula-se ainda no INSTITUTO INDUSTRIAL e depois no CURSO SUPERIOR DE LETRAS, embora tivessem ficado incompletos, pela sua falta de assiduidade.
Começa a fazer teatro de amador, principalmente recitando poemas ou monólogos, ganhando assim, alguma notoriedade no meio teatral. É convidado pela COMPANHIA ROSAS & BRAZÃO que, na altura era concessionária do TEATRO D. MARIA II, para se tornar profissional. Foi assim que a 10 de Outubro de 1896, pisa o palco do Rossio na comédia alemã "O TIO MILHÕES" (desempenhando o papel de AUGUSTO LITZMAN).
Foi o início de uma brilhante carreira de interprete, que se irá prolongar até 1931, trabalhando em várias Companhias e tendo ele próprio fundado a sua.
Representa ainda no D. MARIA II na época seguinte, "A IMACULADA" de ABEL BOTELHO, e "O REGENTE" de MARCELINO MESQUITA, ambas de 1897. A Companhia ROSAS & BRAZÃO deixa o NACIONAL em 1898 e transita para o TEATRO D. AMÉLIA na RUA ANTÓNIO MARIA CARDOSO, (Teatro que mais tarde seria nomeado de "REPÚBLICA" e, numa derradeira alteração, passou a chamar-se SÃO LUÍS), resultado desta mudança CHABY PINHEIRO, foi dispensado do NACIONAL.
No ano seguinte ingressa na COMPANHIA LUCINDA SIMÕES, participando na célebre "tourenée" em que se apresenta "A CASA DA BONECA" de IBSEN estreada em COIMBRA, faz depois uma digressão triunfal que culmina com uma temporada em LISBOA, no TEATRO GINÁSIO, com a peça "DEMI-MONDE", de ALEXANDRE DUMAS e "TERESA RAQUIN", de ÉMILE ZOLA.
Associado então à COMPANHIA CREMILDA DE OLIVEIRA-CHABY PINHEIRO que, em LISBOA, fica sediada no TEATRO AVENIDA, embora eles trabalhassem frequentemente no PORTO, e e, digressão pelas províncias e no BRASIL.
No início de 1925 CHABY PINHEIRO regressa ao palco do TEATRO NACIONAL, para interpretar o papel que fora do actor JOÃO ROSA numa reposição de "O ABADE CONSTANTINO", de H. CRÉMIEUX e P. DECOURCELLE. Ainda nesse ano organiza uma companhia no POLITEAMA e estreia "O LEÃO DA ESTRELA" de ERNESTO RODRIGUES, FÉLIX BERMUDES e JOÃO BASTOS, que durante os 3 meses de Verão, esgotou as lotações do POLITEAMA.
Desloca-se mais uma vez ao BRASIL onde obtém grandes êxitos e óptimos lucros. Disse o próprio CHABY; "que o LEÃO aguentou-se em mais de cem representações". Em 1927 existem referências muito elogiosas a CHABY na Imprensa de S. PAULO. No início da década seguinte ingressa na COMPANHIA LUCÍLIA SIMÕES-ERICO BRAGA, no TEATRO DA TRINDADE, onde são representadas variadíssimas peças. 
Em Agosto de 1931 adoece gravemente e tem de se afastar dos palcos. Parece estar em plena recuperação, quando aceita, a 2 de Dezembro de 1933, recitar alguns monólogos do seu reportório numa colectividade em MEM MARTINS-ALGUEIRÃO. O público acorre em tal número e recebe-o com tal entusiasmo que o debilitado actor tem uma forte comoção que lhe desencadeia uma congestão cerebral. CHABY PINHEIRO faleceu no ALGUEIRÃO a 6 de Dezembro de 1933.
Este actor, demasiado forte e memorável, cuja a fama continuou como uma lenda, e perdura mesmo já quase não existindo possivelmente, qualquer pessoa que o tenha visto trabalhar em palco, a homenagear o seu valor. Existia um "CINE-TEATRO CHABY", para glorificar seu nome na vila de MEM MARTINS-ALGUEIRÃO e uma RUA na freguesia das AVENIDAS NOVAS em LISBOA.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VIII ]-RUA HELENA FÉLIX(1)».

sábado, 12 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VI ]

«RUA EDUARDO BRAZÃO»
 Rua Eduardo Brazão - (2014) ( A "RUA EDUARDO BRAZÃO" no primeiro BAIRRO DOS ACTORES, visto da AVENIDA ALMIRANTE REIS) in GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Brazão - (2014) (A RUA EDUARDO BRAZÃO vista da RUA CARLOS MARDEL) in GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Brazão - (2007) (Vista Panorâmica do BAIRRO DOS ACTORES onde se insere a RUA EDUARDO BRAZÃO) in GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Brazão - (2014) - (Um troço da RUA EDUARDO BRAZÃO ao fundo pudemos ver o "Mercado de Arroios") in GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Brazão - (1912)? - (O grande actor EDUARDO BRAZÃO numa das suas representações) in WIKIPÉDIA
Rua Eduardo Brazão - (1925) (Uma colecção da autoria de AMARELHE publicada em 1925 sob a direcção de Mário Duarte) (EDUARDO BRAZÃO caricaturado por AMARELHE, já quase no final da sua carreira artística) in ARQUIVO DIGITAL 

(CONTINUAÇÃO) -RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ VI ]

«RUA EDUARDO BRAZÃO »


A «RUA EDUARDO BRAZÃO» pertencia à freguesia de S. JORGE DE ARROIOS que, de acordo com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2013, passou  a designar-se   «ARROIOS». Começa na AVENIDA ALMIRANTE REIS no número 160 e finaliza na RUA CARLOS MARDEL junto do número 37-A. Esta artéria passou a figurar no «BAIRRO DOS ACTORES» pelo Edital Camarário de 12 de Março de 1932.

«EDUARDO JOAQUIM BRAZÃO» foi um célebre actor português da escola romântica e um dos fundadores de uma das mais importantes Companhias de Teatro portuguesas, a "ROSAS & BRAZÃO
EDUARDO BRAZÃO durante cerca de cinquenta anos que esteve na arte de representar, passou pelos mais importantes Teatros portugueses - TEATRO NACIONAL D. MARIA II, D. AMÉLIA (depois Teatro de São Luís), TRINDADE, GINÁSIO, SÃO CARLOS etc. - bem como por vários teatros no BRASIL, país que várias vezes visitou em digressão. Esteve ainda envolvido no TEATRO DA NATUREZA (1911), projecto no qual assumiu funções de direcção artística. Foi casado com a actriz ROSA DAMASCENO sócia na  "SOCIEDADE DE ARTISTAS DRAMÁTICOS" que era também composta por JOÃO ROSA, AUGUSTO ROSA, VIRGÍNIA, PINTO DE CAMPOS, EMÍLIA DOS ANJOS e JOAQUIM DE ALMEIDA. 
Foi na cidade do PORTO que se estreou em 1867 no TEATRO BAQUET, com "TRAPEIRAS DE LISBOA" de LEITE BASTOS e "PRECISA-SE DUM PRECEPTOR", comédia dos Irmãos QUINTERO, no TEATRO SÃO CARLOS.
Entre as suas inúmeras prestações memoráveis, salienta-se o seu trabalho em  "KEEAN"(1877), OTELO(1882), HAMLET(1887), BIBLIOTECÁRIO(1890) e ALCÁCER-QUIBIR(1891). Fez várias traduções de peças que representou, no CINEMA (MUDO) deixou também a sua colaboração: "AS PUPILAS DO SENHOR REITOR"(1923) de JÚLIO DINIS com realização de  MAURICE MARIAND; "OS OLHOS DA ALMA"(Adaptação do romance da escritora VIRGÍNIA DE CASTRO E ALMEIDA); "O FADO" (curta metragem)1932 baseado no quadro de MALHÔA, uma realização de MAURICE MARIAND, e interpretação de EDUARDO BRAZÃO, EMA DE OLIVEIRA e RAUL DE CARVALHO.

«EDUARDO JOAQUIM BRAZÃO» nasceu a 6 de Fevereiro de 1851, no BAIRRO DA COSTA DO CASTELO em LISBOA, e veio a falecer no dia 29 de Maio de 1925.
Filho de um alfaiate de renome da cidade de LISBOA, que desde cedo o levou  a frequentar os teatros da época. Na escola, foi colega do actor AUGUSTO ROSA com quem brincava aos teatros. Optou primeiro pela carreira da MARINHA, mas rapidamente compreendeu que a  sua verdadeira vocação era representar. Estreou-se como já tínhamos referido no PORTO e, nesse mesmo ano regressa a LISBOA, para participar no elenco de "DOIS ANJOS" de DUMAS, no TEATRO DO PRÍNCIPE REAL (depois APOLO), e a convite de FRANCISCO PALHA, integrou a COMPANHIA que inaugurou o TEATRO DA TRINDADE a 30 de Novembro de 1867, com os espectáculos "A MÃE DOS POBRES", de ERNESTO BIESTER, e "O XEREZ DA VISCONDESSA". BRAZÃO evidenciou-se como "DANIEL", numa adaptação de ERNESTO BIESTER de "AS PUPILAS DO SENHOR REITOR",  e como "PRÍNCIPE SAPHIR", na ópera cómica " O BARÃO-AZUL", de Offenbach, em 1868. Esta Companhia passou depois para o D. MARIA II e em 1870 BRAZÃO foi contactado por FURTADO COELHO para realizar aquela que foi a sua primeira digressão ao BRASIL. No regresso a PORTUGAL, em 1871, assinou contrato com a EMPRESA SANTOS & Cª. por dois anos. Aquando da morte da sua mãe EDUARDO BRAZÃO ficou responsável pelos seus sete irmãos, todos mais novos, visto que o seu pai ter falecido uns anos antes. 
Esta enorme responsabilidade - com implicações financeiras também - levou a fazer uma nova digressão pelo BRASIL, em Setembro de 1876, com JOAQUIM DE ALMEIDA, integrando a COMPANHIA DE ISMÉLIA DOS SANTOS.
Estas digressões internacionais, bem como pelo nosso país, repetiram-se várias vezes até 1921.

BRAZÃO abandonou o TEATRO NACIONAL e foi para o TEATRO GINÁSIO, onde teve o seu primeiro e grande êxito desempenhando, um papel em "ENJEITADOS" de ANTÓNIO ENES. Esta ópera no GINÁSIO é referida pelo próprio BRAZÃO, nas suas memórias, como um importante período na sua carreira. Quando acabou o contrato com a EMPRESA SANTOS & Cª., BRAZÃO juntou-se ao dramaturgo ERNESTO BIESTEL e a JOÃO DE MENEZES para formar a empresa "BIESTER, BRAZÃO & Cª.", no sentido de poder concorrer à exploração do NACIONAL, onde se instalaram de 1877 a 1880. Em Junho de 1879 BRAZÃO realizou a sua terceira digressão pelo BRASIL, onde representou "OS FIDALGOS DA CASA MOURISCA" e "A MORGADINHA DE VAL-FLOR". Quando regressou a LISBOA, integrou a nova gerência do TEATRO NACIONAL D. MARIA II, sob a designação BRAZÃO, ROSAS & Cª:.
Quando terminou o contrato com esta empresa foi realizado um novo, desta vez apenas com EDUARDO BRAZÃO, JOÃO e AUGUSTO ROSA à cabeça, formando, assim ROSAS & BRAZÃO, Companhia que explorou o NACIONAL de 1893 a 1898, ano em que abandonaram o TEATRO NACIONAL e se instalaram no TEATRO D. AMÉLIA (actual S. Luís). Desavenças internas dentro da Companhia levaram à saída de BRAZÃO do D. AMÉLIA e, em 1905 apresentou-se de novo no NACIONAL, onde se manteve até 1910. Depois de ter passado pelo TEATRO DO PRÍNCIPE REAL durante um curto período voltou novamente a integrar o elenco do TEATRO D. AMÉLIA (nessa época com o nome de REPÚBLICA). Representou "ALJUBARROTA"(1912), de RUI CHIANCA e "A MALUQUINHA DE ARROIOS"(1916), de ANDRÉ BRUN.
Foi-lhe diagnosticado, em 1917, um cancro na laringe, do qual recuperou, embora a doença ameaçasse um afastamento definitivo do palco, visto que a operação necessária à sua recuperação poderia danificar-lhe as cordas vocais. Contudo, entre 1917 a 1923, BRAZÃO fez várias aparições em palcos como o do GINÁSIO (1918-19), no AVENIDA(1919), do TEATRO NACIONAL(1922) e do TEATRO APOLO(1923). E o inevitável afastamento dos palcos por motivo de doença, acabou por chegar.

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quarta-feira, 9 de julho de 2014

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ V ]

RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) (A "RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)" na freguesia de ARROIOS e começa na RUA FEBO MONIZ) in GOOGLE EARTH 
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2007) (Vista Panorâmica de uma parte da freguesia de ARROIOS onde se insere a RUA FRANCISCO RIBEIRO "RIBEIRINHO")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) (Um troço da RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO), no sentido Sul para Norte)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (2014) ( A parte final da RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) junto da RUA FREI FRANCISCO FOREIRO) in GOOGLE EARTH
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1932) Caricatura de AMARELHE ("RIBEIRINHO" e BEATRIZ COSTA na "Revista Pirilau" estreada no Teatro VARIEDADES) in  FOTOLOG
 Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1941) - (Uma cena do filme "O PAI TIRANO" de António Lopes Ribeiro com RIBEIRINHO (o CHICO) e LEONOR MAIA (a TATÃO)  in CINEMAS SAPO
Rua Francisco Ribeiro (Ribeirinho) - (1950) (Cartaz do Filme "O GRANDE ELIAS" de Artur Duarte, com RIBEIRINHO, ANTÓNIO SILVA, MILÚ e MARIA OLGUIM) in CINEMAS SAPO

(CONTINUAÇÃO) - RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [ V ]

«RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO)»


A «RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) pertencia à freguesia de S. JORGE DE ARROIOS, NA SEQUÊNCIA DA REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA de 2013, juntamente com as freguesias dos ANJOS e PENA, passou a designar-se apenas freguesia de «ARROIOS». Começa na RUA FEBO MONIZ e termina na RUA FREI FRANCISCO FOREIRO.
Na Acta Nº 1/86 de 18 de Abril de 1986 e pelo EDITAL 24 de Abril de 1986,  deliberação tomada pela CÂMARA em reunião de 3 de Setembro de 1984, dando o nome de FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) a uma rua de LISBOA. Com o parecer e os votos favoráveis do presidente e da vogal Drª. SALETE SIMÕES SALVADA, a COMISSÃO deliberou propor que o nome do falecido actor seja atribuído ao arruamento no prolongamento da RUA ANTÓNIO PEDRO, compreendido entre a RUA FEBO MONIZ e a RUA FREI FRANCISCO FOREIRO que passará a denominar-se RUA FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) - Actor - (1911-1984).

FRANCISCO CARLOS LOPES RIBEIRO nasceu em LISBOA, num terceiro andar de um prédio da CALÇADA DA ESTRELA, no dia 21 de Setembro de 1911.  Veio juntar-se a outro irmão de 3 anos chamado ANTÓNIO LOPES RIBEIRO. Os dois irmãos (que teriam mais tarde uma vida artística em comum), nasceram de uma família dada às artes, que cedo mostraram os seus talentos.
FRANCISCO e ANTÓNIO aprenderam línguas ainda muito pequenos, familiarizaram-se desde cedo com escritores, jornalistas, pintores e muita da intelectualidade que frequentava a casa dos seus pais.
ANTÓNIO conta na sua biografia que para os dois irmãos foi muito importante um presente chamado «TEATRO DE LOS NIÑOS» que permitia "armar um palco de meio metro, com pano de boca, poscénio e urdimento de onde se suspendiam lindíssimos cenários". Nesse "TEATRO", conta ANTÓNIO LOPES RIBEIRO puderam montar duas peças de SHAKESPEARE. Não se estranhe, portanto que o grande sonho de FRANCISCO tivesse sido desde muito pequeno, ser actor. Para isso muito contribuiu o actor CHABY PINHEIRO, amigo do pai, tendo sido até na sua COMPANHIA TEATRAL que FRANCISCO RIBEIRO (ainda não o RIBEIRINHO), se estreou na peça A MALUQUINHA DE ARROIOS, onde interpretava o galã cómico da peça de ANDRÉ BRUN. Tinha 18 anos e era o início de uma carreira de mais de cinquenta anos no TEATRO e no CINEMA português.
FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) no entanto não foi só um homem de TEATRO. Ele foi também actor, realizador, encenador, autor de diálogos para o cinema português dos anos 40 e 50 do século passado. Provavelmente não o conheçam bem do teatro, onde ele foi rei e senhor, mas conhece-o certamente do cinema. Basta lembrar o (CHICO), aquele caixeiro humilde do PAI TIRANO(1941) apaixonado pela (TATÃO) (LEONOR MAIA) ou o (RUFINO FINO FILHO), dono de uma leitaria, tutor de um VASCO SANTANA sempre embriagado com quem fazia a famosa "GINÁSTICA CUECA", no êxito de bilheteira que foi "O PÁTIO DAS CANTIGAS"(1942)Curiosamente, RIBEIRINHO foi também o realizador do filme e actor com seu irmão ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, dos diálogos engraçadissimos que hoje se ouvem na televisão quando a RTP-Memória resolve exibir a comédia. Ao tempo, a crítica elogiou o trabalho de RIBEIRINHO no filme O PAI TIRANO, no (já desaparecido) DIÁRIO DE LISBOA, TAVARES DA SILVA escreveu: "Não se pode representar melhor nem com mais perfeição. Para nós, ele é a grande figura do filme".
Justamente com seu irmão, o realizador ANTÓNIO LOPES RIBEIRO, funda a COMPANHIA "OS COMEDIANTES DE LISBOA" e foi director do TEATRO DO POVO e do TEATRO NACIONAL(1978-1981). Ficou para a posterioridade o seu talento em diversos filmes dos quais acrescentamos aos já citados: "A REVOLUÇÃO DE MAIO"(1937; "O FEITIÇO DO IMPÉRIO"(1940); "A MENINA DA RÁDIO"(1944); "A VIZINHA DO LADO"(1945); "TRÊS ESPELHOS"(1947); "O GRANDE ELIAS"(1950); "O COSTA DE ÁFRICA"(1954); "O PRIMO BASÍLIO"(1959); "AQUI HÁ FANTASMAS"(1964) e "O DIABO DESCEU À VILA"(1979).
FRANCISCO RIBEIRO (RIBEIRINHO) faleceu em LISBOA a 7 de Fevereiro de 1984 na mesma cidade que o "viu" nascer.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS DE LISBOA COM NOMES DE ACTRIZES E ACTORES [VI]-RUA EDUARDO BRAZÃO»