quarta-feira, 9 de setembro de 2015

VILA FLAMIANO [ II ]

«HABITAÇÕES OPERÁRIAS ( 2 )»
 
Vila Flamiano - ( 2011) Foto de APS - (A chamada RUA DO MEIO da "VILA FLAMIANO" já com as árvores num tamanho maior e carros em cima do empedrado)  in  ARQUIVO/APS
 Vila Flamiano - (2009) - (Na "VILA FLAMIANO" a chamada "Rua do Sol" vista da "RUA GALDIM PAIS. No local onde está a sair um triciclo motorizado é uma das entradas da Vila parte Norte, existia um formoso portão em ferro forjado, no lado direito ao fundo o Viaduto de Xabregas) - in GOOGLE EARTH 
 Vila Flamiano - ( 2005 ) - Foto de APS - (A "VILA FLAMIANO" no primeiro andar "pintadinho de branco" habitou com seus pais, o meu amigo "HÉLIO N. VIEIRA" e por baixo na casa com anexo, viveu os pais da "Cibele") in ARQUIVO/APS
 Vila Flamiano - (1997) Foto de António Sachetti - (Planta AEROFOTOGRAMÉTRICA 4/7 Escala: 1:2000. Maio de 1963,  actualizada em 1987. A área cor rosa representa o espaço onde está inserida a  VILA FLAMIANO)  in CAMINHO DO ORIENTE - GUIA INDUSTRIAL
 Vila Flamiano - (anterior a 1984) Foto de APS ( Numa das minhas visitas à "VILA FLAMIANO" tirei uma foto a minha mãe, apanhando a roupa no novo estendal, junto das janelas) in ARQUIVO/APS
 Vila Flamiano - (1967) Foto de João H. Goulart - (O prédio da "Padaria" do senhor "RIBEIRO" e a entrada em arco abatido para a "VILA FLAMIANO" - Já desaparecido - no "LARGO MARQUÊS DE NISA. No primeiro andar do prédio, nos anos 60 do século passado, era habitado por familiares do Farmacêutico "PINTO")  in  AML 
VILA FLAMIANO - (1887-88) Foto de António Sachetti - (Planta alçado e corte da "Vila Flamiano" no Arquivo de Obras da C.M.L.. Podemos ainda observar na planta que a "RUA GUALDIM PAIS" não existia , estava só projectada e a demolição do prédio que vai rasgar o "LARGO MARQUÊS DE NISA", para dar continuação à Rua. A entrada do "BECO DA HORTA DAS CANAS" fazia-se junto do "ASILO MARIA PIA") in  CAMINHO DO ORIENTE - PATRIMÓNIO INDUSTRIAL

(CONTINUAÇÃO) - VILA FLAMIANO [ II ]

«HABITAÇÕES OPERÁRIAS DA COMP. DO FABRICO DE ALGODÃO DE XABREGAS ( 2 )»

Exteriormente as soluções encontradas para a uniformização das diferentes assoalhadas prendem-se com a utilização repetida de elementos funcionais como as janelas e as portas.
O edifício TIPO Nº.1, no rés-do-chão, alterna uma janela com uma porta e o TIPO Nº 2, duas janelas com uma porta.
Em relação ao piso superior a fenestração marca o ritmo da construção. A solução encontrada poderá ser multiplicada infinitamente sem muitos custos, visto que a repetição é feita através de elementos funcionais e não pelas aplicações de motivos decorativos, como o tijolo, o ferro forjado ou apontamentos azulejados. 
Os materiais da VILA limitaram-se à cal, à areia, ao cimento, aos tubos de grés, à madeira de Casquinha e à telha tipo de MARSELHA.
Esta VILA reúne duas características da habitação operária que, na maioria das vezes, se encontram individualizadas.
Por um lado, organiza-se fora da circulação viária (como era uso na época).
Por outro lado, a organização interna das habitações desenvolvia um sistema de pátio e de comunicação que permitia à vizinhança a coabitação social, características inerentes a alguns dos bairros para operários. 

Quando em 1931, a VILA era já propriedade da "SOCIEDADE TÊXTIL DO SUL" reconstruiu-se o muro da delimitação do BAIRRO de acordo com as seguintes características: "a parte da "VILA FLAMIANO" com uma cortina de pouca altura e gradeamento de ferro, ficando nesta um portão de ferro em pilares de tijolo, para serventia da VILA, mais amplo do que o existente".
Esta intervenção de delimitar a «VILA FLAMIANO» a poente, prende-se com a abertura da "RUA GUALDIM PAIS" em terrenos da "QUINTA DA AMOROSA" e pelo Edital de 19 de Junho de 1993, que se constituirá a entrada natural ( ou saída) para o "VALE DE CHELAS".

A inauguração do conjunto habitacional ocorreu no dia 22 de Outubro de 1888, e o seu nome deveu-se a um dos fundadores da Companhia. No discurso inaugural, desta VILA de cariz particular, refere-se um dos seus dirigentes: "o modesto bairro operário (...) foi construído não só com o fim de satisfazer a uma necessidade da Companhia que administramos, como também, e talvez muito particularmente, para satisfazer a não menos imperiosa necessidade de fornecer  habitação barata, confortável e higiénica aos que tem por única fortuna o produto do seu trabalho quotidiano" (Catálogo da Exposição... 1889).

Na inauguração da "VILA FLAMIANO" outro convidado, um jornalista do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" discursava e enaltecia o facto de tão meritório empreendimento.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«VILA FLAMIANO [ III ] -HABITAÇÕES OPERÁRIAS ( 3 )»

2 comentários:

Lisete disse...

Amigo APS estou a ler sobre a nossa Vila Flamiano. Não me recordo da senhora sua mãe, mas no próximo fim de semana vou ter a família cá por casa e de certeza que a minha mãe deve lembrar-se da sua.
Hoje em dia a corrente dentro da Vila voltou a ser colocada para impedir a circulação. Esta decisão foi tomada pelos moradores depois do grave acidente que vitimou uma criança. Não sei se tomou conhecimento.
Abraço

APS disse...

Desculpe, mas respondi primeiro ao segundo comentário, não tinha reparado.
Não tive conhecimento do acidente, possivelmente já foi em finais dos anos noventa.
Vou enviar um "Mail" com algumas fotos de meus pais para os identificarem.
Espero que vá gostando de ler "esta velharias", pois só no [ IV ] e [ V ] episódios irei fazer algumas considerações.
Despeço-me com amizade,
APS