sábado, 7 de novembro de 2015

RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIV ]

«O PALÁCIO CRUZ ALAGOA ( 2 )»
 Rua da Escola Politécnica - (2002 ) - Foto de Teresa Vale - (Fachada principal do "PALÁCIO CRUZ ALAGOA" vista geral de Norte, na Rua da Escola Politécnica)  in  MONUMENTOS - SIPA
 Rua da Escola Politécnica - (2001) - Foto de Pedro Soares - ( A antiga Capela do "PALÁCIO CRUZ ALAGOA" virado para a "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA"- Diz-nos Matos Sequeira; que ainda pôde apreciar em 1918, a CAPELA de NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO com seus elementos decorativos, e com missa aos Sábados.  Está desafectada e degradada, tendo recebido, como propositada crítica ao conjunto, no programa "7.ª COLINA" em 1994. Na fachada foi colocado um reboco, no entanto revela abandono)  in   MONTE OLIVETE
Rua da Escola Politécnica - (2009) - (O "PALÁCIO CRUZ ALAGOA" na Rua da Escola Politécnica esquina para a antiga "RUA DA PENHA DE FRANÇA", no início do século XX, hoje consagrada ao "MAESTRO PEDRO DE FREITAS BRANCO" 1896-1963) in GOOGLE EARTH


(CONTINUAÇÃO) - RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIV ]

«O PALÁCIO CRUZ ALAGOA ( 2 )»

Todos os irmãos viveram ao mesmo tempo no casarão e só em 1788 o «SOBRAL» construiu casa nova, ao "COMBRO" "PALÁCIO SOBRAL" que, dois anos depois passaria ao "CRUZ III".
Na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" (que nesta época tinha outro nome), em 1773 reunia 35 criados ao serviço, juntamente com familiares e empregados de contabilidade e balcão, de todos os seus negócios; existiam ainda oficinas, lojas e comércio, por alugueres vários, para além dos investimentos próprios.
A viúva do "CRUZ I" ( ALAGOA) teve dissabores de herança e veio a casar com um negociante "STREET", raiz dos "CONDES DE CARNIDE" de 1890, já Viscondes em 1871.
Após 1778, a "CASA ALAGOA" andou de aluguer e, de 1781 a 1788, habitaram-na os 6.ºs "CONDES DE VALE DOS REIS" ( e também os de "AZAMBUJA" por ramo familiar) que em breve seriam acrescentados de marqueses de " LOULÉ", e que, com o terramoto, tinham perdido o seu Palácio da "GRAÇA" e para ali transportaram uma larga vida "familiar" de consideráveis bens, chegando a ter, na altura nobreza. 
Conta-nos "MATOS SEQUEIRA" na sua consulta do  "ROL DOS CONFESSADOS"; 92 pessoas habitaram "portas a dentro".  Depois foram inquilinos, de 1788 a 1804, os "ENGEITADOS E AS AMAS DA REAL CASA DOS EXPOSTOS", e os 2.ºs e 3.ºs CONDES DA LOUSÃ, durante dez anos, de 1824 a 1834, no ano seguinte veio a MARQUESA DO LOURIÇAL, os CONDES DE RESENDE, possivelmente até 1853, ainda, depois de 1843, viveu neste Palácio o VISCONDE DE TELHEIRAS, alto funcionário, a célebre MARQUESA DE ALORNA com suas filhas, tudo inquilinos que notabilizaram este casarão, que foi à praça em 1853, para partilhas complicadas. 

Foi adquirido pelo "DR. JOSÉ VAZ MONTEIRO" que depois subdividido em duas partes: dos números 177 a 197, comprou-o o "DR. MAGALHÃES DE BARROS" e, a partir de 1918, o VISCONDE DE SACAVÉM; e dos números 167 a 175 o "DR. CARLOS CHAMPALIMAUD.
Muito dificilmente este edifício se chamaria PALÁCIO, com características habitacionais e comerciais, e um ar meio rústico nesta "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA" que começava a definir-se entre "SOARES" e os "SEIAS", já os PALMELAS defronte, e a FÁBRICA DAS SEDAS, no seguimento para o LARGO DO RATO
A sua descrição arquitectónica é ao mesmo tempo simples em categoria e complexa pela multiplicação de aposentos e lojas, cocheiras e pátios; e só uma capela, na extremidade, impunha desejada solenidade.
Ao longo do primeiro andar de janelas de sacadas com grades de barrinha forjada, como nos correntes imóveis da BAIXA POMBALINA, encimado por um segundo piso de simples janelas de peito, uma cornija pouco moldurada e pilastras só às extremidades, dois portões abrindo um para um átrio em túnel ( e daí para um pátio que foi conhecido pelo "PÁTIO DO CONDE DA LOUSÃ") e outro para a entrada da casa, não são, elementos de molde a categoria do imóvel que meia dúzia de janelas de águas furtadas dispostas ao acaso e em situações várias. Na parte de cima, com um projecto há muito discutido ( e duvidosamente informado pela Câmara), de um andar de mansarda corrida, sobre a metade poente do edifício, por iniciativa suspensa do seu parcelar proprietário.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XV ]O PALÁCIO CRUZ ALAGOA ( 3 )».

5 comentários:

Maria Zé-Ninguém disse...

Tendo ficado curiosa por uma rua tão longe da actual Penha de França ter tido esse topónimo fui ao 'site' de toponímia da CMLisboa para tentar descobrir a razão. No entanto nesse 'site' o anterior nome atribuído à actual Rua Maestro Pedro de Freitas Branco é "rua da Fábrica das Sedas" pelo que fiquei na mesma em relação ao topónimo "Penha de França". Pode esclarecer-me? Obrigada.

APS disse...

Cara Maria Zé-Ninguém

Se abrir a RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA [ XIII ] de 4 de Novembro de 2015 e visionar a 2 foto
verá que ali já foi afixado o topónimo de "RUA DA PENHA DE FRANÇA".

Na esquina está uma placa onde indica ainda a RUA DA PENHA DE FRANÇA (191_), e na parte da frente a RUA DA ESCOLA POLYTECHICA". Se não reparou, aconselho-a a abrir em tamanho grande.
O processo da abertura consta de: Dedo no ctrl+Botão lado esquerdo do rato e aparece em cima 2-0001_M-A-8471-Rua etc...., é só abrir por a vezes.

Pode comparar com a imagem que lhe fica por cima, embora distar 80 anos, mas estou convencido que representa a "RUA MAESTRO PEDRO DE FREITAS BRANCO" esquina com a RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA.

Quanto ao motivo de lhe atribuírem o nome de «PENHA DE FRANÇA» não lhe sei dizer, nem me quero meter nesse campo.

Despeço-me com amizade
APS

Maria Zé-Ninguém disse...

Obrigada. Eu não duvidei da sua informação. O que eu queria mesmo saber era o porquê do topónimo Penha de França naquele local. Sei a razão dele no local actual e desconhecia que tivesse existido (anteriormente, presumo) noutro local tão diverso e distante. Entretanto ao tentar descobrir porquê, descobri que a actual Igreja de Campolide foi originalmente dedicada a Nossa Senhora da Penha de França pelo que talvez esteja aí (bem mais perto) a razão do antigo
topónimo na actual Rua Maestro Pedro de Freitas Branco. Fiquei pelo menos a saber que Nossa Senhora da Penha de França já era venerada em Lisboa muito antes de o ser na localização actual. Abraço.

Teresa disse...

Refiro que rua da fabrica das sedas era o nome que foi substituido pelo actual.

APS disse...

Cara Teresa

Obrigado pelo seu comentário.

Efectivamente hoje é assim, mas anteriormente foi diferente. Senão vejamos. A RUA principal tinha o nome de RUA DIREITA DA FABRICA DAS SEDAS (anterior à instalação nessa RUA de uma Escola Politécnica (ou COLÉGIO DOS NOBRES) que lhe foi buscar o nome. A RUA PEDRO DE FREITAS BRANCO já teve dois nomes, um deles (está detalhado num comentário acima) primeiro chamava-se RUA DA PENHA DE FRANÇA, depois RUA DA FABRICA DAS SEDAS, hoje por Edital de 10.05.1968 tem o nome do maestro que residiu naquela rua vários anos. Fica entre a RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA e a RUA GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA.
Espero que não restem dúvidas, no entanto podem aparecer.
Despeço-me com amizade
APS