sábado, 6 de fevereiro de 2016

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ V ]

«RUA ALBERTO DE SOUSA»
 Rua Alberto de Sousa - (1959) - (Aguarelas do mestre António de Sousa) - (Capa do livro "ALFACINHAS" os lisboetas do Passado e do Presente. Livro póstumo a "Alberto de Sousa" in  ALFACINHAS
 Rua Alberto de Sousa - (finais do século XIX início do século XX) Desenho a carvão de ALBERTO DE SOUSA - (Do livro de "ALBERTO DE SOUSA" "ALFACINHAS", no capitulo das profissões alfacinhas. Uma "LAVADEIRA"  de 1898 e o "CARROCEIRO" de 1900 desenhos a carvão do autor)  in  ALFACINHAS
 Rua Alberto de Sousa - (1951) Foto dos Estúdios Mário Novais - (Casa das Colunas na "RUA DE SÃO PEDRO" em ALFAMA, aguarela de ALBERTO DE SOUSA)  in  AML 
 Rua Alberto de Sousa - (1964-02 - Foto de Artur Goulart - (A "RUA ALBERTO DE SOUSA" no Bairro Santos próximo do sítio do "REGO")  in  AML 
 Rua Alberto de Sousa - (1966-08) - Foto de João H. Goulart  (Um aspecto da "RUA ALBERTO DE SOUSA" na década de sessenta do século XX)  in  AML 
Rua Alberto de Sousa - (1967) Foto de Arnaldo Madureira - (A "RUA ALBERTO DE SOUSA" na actual freguesia das "AVENIDAS NOVAS")   in  AML

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ V ]

«RUA ALBERTO DE SOUSA»

A "RUA ALBERTO DE SOUSA" pertencia à freguesia de «NOSSA SENHORA DE FÁTIMA», com a REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012, esta freguesia passou a denominar-se das «AVENIDAS NOVAS», agrupando também a antiga freguesia de «SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA».  Tem o seu início na "RUA JORGE AFONSO" e finaliza na "RUA DA BENEFICÊNCIA".
A CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA decide por EDITAL de 9 de Setembro de 1963, dar o nome de «ALBERTO DE SOUSA» à antiga "RUA - B" do "BAIRRO DE SANTOS".

O conceito do pensador "CONFÚCIO" diz-nos: "UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS". Estas palavras, terá levado os jornais a aperceberem-se da necessidade de  recorrer à ilustração, ganhando com isso dupla vantagem: por um lado, tornavam mais real a notícia;  por outro, embelezava mais as páginas, cortando a monotonia dos textos com a forma atractiva dos desenhos ou das fotografias.
Assim, nesta 3.ª SÉRIE que vimos fazendo de há um tempo para cá, pelas "RUAS DE LISBOA" com nomes de "JORNALISTAS", é altura de falar de um artista que ficou ligado às publicações como se de verdadeiro jornalista se tratasse. E, afinal mesmo que não tenha possuído "carteira profissional" que como tal o identificasse, não deixou de ser tão indispensável numa redacção como o mais profundo dos editorialistas. 

«ALBERTO AUGUSTO DE SOUSA», nascido em LISBOA a 6 de Dezembro de 1880, faleceu também em LISBOA, cinco dias antes de completar 82 anos, a 1 de Dezembro de 1961. Viria a notabilizar-se como aguarelista, desenhador, ilustrador e homem de jornais e revistas. Andou pelas "ESCOLA INDUSTRIAL " do "PRÍNCIPE REAL", na "RODRIGUES SAMPAIO" e na "MACHADO DE CASTRO" tendo também frequentado a "ESCOLA SUPERIOR DE BELAS-ARTES DE LISBOA".
Aos 16 anos, já trabalhava naquilo que mais lhe interessava: num atelier dirigido pelo mestre "ROQUE GAMEIRO". A sua 1.ª exposição individual que fez, em 1913, teve lugar na galeria privada que o vespertino republicano " A CAPITAL" possuía na sua sede,  na "RUA DO NORTE".
Não foi, no entanto, apenas com este jornal que se processaram as relações estreitas entre "ALBERTO DE SOUSA" e os jornais.
De facto, a sua participação teve início em 1903 quando "SILVA GRAÇA" que dirigia «O SÉCULO», convidou o artista a colaborar com desenhos na "ILUSTRAÇÃO PORTUGUESA", revista semanal do grupo a que pertencia aquele diário. A sua permanência pela "RUA DO SÉCULO" não se alongou muito. Passou a dispensar a sua genialidade pelos jornais e revistas, desenhando páginas e apontamentos sobre os acontecimentos da época. Assim, são visíveis mostras do seu talento em "O MUNDO", "VANGUARDA", "NOVIDADES", "REPÚBLICA" e, na primeira  série do jornal "A CAPITAL".
O talento do aguarelista e ilustrador não se confinou, porém, às fronteiras. O atentado de 1 de Fevereiro de 1908, do qual resultaram as mortes do rei "D. CARLOS e do Príncipe "D. LUÍS FILIPE", foi reconstituído por "ALBERTO DE SOUSA" numa página notável que veio a ser publicada na revista francesa " L'ILLUSTRATION". O mesmo tema, desenhado a lápis, foi comprado e reproduzido por "THE ILLUSTRATED LONDON NEWS". Deixou vasta obra, parte da qual é visível em alguns MUSEUS DE LISBOA.

No livro "ALFACINHAS" os lisboetas do passado e do presente", que ALBERTO DE SOUSA ilustrou, tem a colaboração literária dirigida por "ARTUR INEZ", pesquisa iconográfica e legendas de "FERNANDO SOUSA" (filho do aguarelista). Num prefácio ao livro seu filho conta-nos que seu pai o presenteou em 1960, com uma volumosa pasta recheada de desenhos, fotografias e formosíssimas ilustrações que pintara para um álbum, a que logo deu o nome de «ALFACINHAS», documentação que espelha pela imagem, a história e a vida do "POVO DE LISBOA".
Encontrando-se a viver no RIO DE JANEIRO, não tinha possibilidade de o editar, era preciso, porém, um texto que não desmerecesse do valor artístico de cada, um dos capítulos. Procurou o amigo "ARTUR INEZ" e grande admirador de seu pai, aceitando a incumbência, soube juntar neste livro alguns dos mais gloriosos e prestigiados nomes da vida mental portuguesa. "O LIVRO FICOU MUITO BONITO".
Esta terá sido a intenção de "FERNANDO SOUSA" proporcionar a seu pai, uma bonita homenagem.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ VI ] RUA AUGUSTO JOSÉ VIEIRA».

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