sábado, 5 de março de 2016

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ XIII ]

«RUA EDUARDO COELHO ( 2 )»
 Rua Eduardo Coelho - (20015) - (A "RUA EDUARDO COELHO" na recente freguesia da "MISERICÓRDIA" com ligação à "RUA DO SÉCULO")  in   GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Coelho - (2015) - (Final da "RUA EDUARDO COELHO" na "RUA DO SÉCULO" no número 166 próximo do "Alto do Lombo")  in  GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Coelho - (2015) - (A "RUA EDUARDO COELHO" no sentido Sul) in   GOOGLE EARTH
 Rua Eduardo Coelho - (Post. a 1904) Foto de Fernando Martinez Pozal - (Monumento a EDUARDO COELHO no JARDIM de S. PEDRO DE ALCÂNTARA, uma obra da autoria do Arquitecto ÁLVARO MACHADO e escultura do mestre COSTA MOTTA(tio) - (Abre em tamanho grande)  in  AML
 Rua Eduardo Coelho ( 1964) Foto de Arnaldo Madureira - (A "RUA EDUARDO COELHO na antiga freguesia das Mercês)  in  AML 
Rua Eduardo Coelho - (1967) - Foto de João H. Goulart - (A "RUA EDUARDO COELHO" na actual freguesia da "MISERICÓRDIA")  in  AML 


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS - 3.ª SÉRIE [ XIII ]»

«A RUA EDUARDO COELHO ( 2 )»

«EDUARDO COELHO» estreou-se nos jornais escrevendo para um semanário denominado "JARDIM LITERÁRIO", onde publicou um pequeno romance " O PASTOR DA FLORESTA". Mas quis viver este mundo por dentro, indo então para tipógrafo, tendo trabalhado em várias oficinas até ingressar na "IMPRENSA NACIONAL" na "RUA DA ESCOLA POLITÉCNICA".


Decidiu depois correr o risco de viver do que escrevia: foi correspondente de um jornal do PORTO, "O NACIONAL", redactor da "CRÓNICA DOS TEATROS", colaborador de "O CONSERVADOR" e da "REVOLUÇÃO DE SETEMBRO".
Entretanto escrevia peças de Teatro, Romances e fazia traduções.
Na "TIPOGRAFIA UNIVERSAL" era impresso "O CONSERVADOR", jornal onde, trabalhava "EDUARDO COELHO". Veio daí o conhecimento entre ele e  "QUINTINO" e a intimidade suficiente para que o primeiro propusesse ao segundo a concretização de um sonho: a fundação de um jornal de características diferentes.
Assim apareceu o grande jornal "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" periódico de características populares, a preço baixo, com noticiário dado o mais possível em cima do acontecimento. Foi apresentado em 29 de Dezembro de 1864, saindo o primeiro exemplar formal no dia 1 de Janeiro de 1965.
Criou assim, um novo conceito de informação, apoiado pela publicidade e distribuído na RUA, por vendedores os chamados ( ARDINAS).

[Com versos de JORGE RUA DE CARVALHO (ao qual lhe prestamos aqui a nossa homenagem) do seu livro "LISBOA SAUDADE"-Pregões e Figuras Típicas de Lisboa, anos 20-40 -  Universitária Editora - 1999 - LISBOA - página 91].
                                              O ARDINA
                                                   Olha o SÉCULO ... E O NOTÍCIAS!...
                         Um dos pregões matinais
                         que fazia as delícias
                         de quem lia os jornais.

                                                   Ainda mal rompia o dia
                         Do BAIRRO ALTO p'ra BAIXA
                         Vinha O ARDINA em correria
                         Pé descalço ou de chinelos de borracha.

O dinamismo de "EDUARDO COELHO" ficou aí bem patente . Não só "viciou" o público na compra diária do jornal, como se soube rodear dos melhores colaboradores.
O êxito foi de tal ordem que até a CÂMARA decidiu mudar o nome dos velhos "CALAFATES" passando a RUA a chamar-se quando o jornal fez 20 anos, "RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS", e ainda por lá se circula em pleno BAIRRO ALTO, embora o jornal já não tenha ali a sua residência.
Foi, evidentemente a obra da sua vida. Mas "COELHO" não se ficou por ali fez parte da "COMISSÃO DO CENTENÁRIO DE CAMÕES (1880), foi co-fundador de uma "ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS E ESCRITORES PORTUGUESES", presidente da "ASSOCIAÇÃO TIPOGRÁFICA", sócio de mérito de numerosas agremiações de todo o País.
Dirigiu o «DIÁRIO DE NOTÍCIAS» até à morte, ocorrida em 14 de Março de 1889.
«EDUARDO COELHO» (1835 - 1889), tem um busto e estátua (do ardina) de bronze, com pedestal em pedra. A obra é da autoria do escultor "ANTÓNIO AUGUSTO DA COSTA MOTTA (tio) e do ARQUITECTO ÁLVARO MACHADO (Pedestal). O Monumento foi erigido por subscrição pública promovida pelo "DIÁRIO DE NOTÍCIAS". Está localizado no "JARDIM" (hoje ANTÓNIO NOBRE) em SÃO PEDRO DE ALCÂNTARA, inaugurado em 1904, mostrando à posteridade o busto do fundador do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" e um ardina que parece apregoar o jornal.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS-3.ª SÉRIE [XIX]-A RUA SCHWALBACH».

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