sábado, 9 de julho de 2016

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ II ]

«DA PRIMITIVA IGREJA, À SAÍDA DAS COMENDADEIRAS DO SÍTIO DE SANTOS»
 Rua de Santos-o-Velho - (2013) - Fachada da Igreja de Santos-o-Velho virada para Poente )  (Abre em tamanho grande)  in  LISBOA DE HOJE E DE ONTEM  
 Rua de Santos-o-Velho - ( 2016 ) - (Panorâmica mais aproximada da "RUA DE SANTOS-O-VELHO" podendo destacar-se a sua "velha" IGREJA)  in    GOOGLE EARTH 
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" com sua paróquia no seu lado esquerdo)  in   GOOGLE EARTH
 Rua de Santos-o-Velho - Sem data e autor não identificado - ( A "RUA DE SANTOS-O-VELHO", uma loja de utilidade doméstica, num prédio revestido a azulejo e no primeiro andar uma Associação Mutualista)  (Abre em tamanho grande)  in   AML 
Rua de Santos-o-Velho - (1949) Foto dos Estúdios Mário Novais - ( A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" é já uma reedificação de D. SEBASTIÃO. É novamente reconstruida entre 1876 e finais do século XX)  (Abre em tamanho grande)   in    AML 

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ II ]

«DA PRIMITIVA IGREJA, À SAÍDA DAS COMENDADEIRAS DO SÍTIO DE SANTOS»

No tempo em que os "VISIGODOS" tiveram o domínio em PORTUGAL, consta que na escarpa que ladeia o RIO TEJO, com uma situação privilegiada, foi erguido um TEMPLO em memória de "TRÊS MÁRTIRES". Atribuído a duas irmãs - MÁXIMA E JÚLIA e seu irmão VERÍSSIMO - martirizados durante o reinado de "DIOCLECIANO",  (filhos de um nobre Senador Romano, e que de ROMA haviam fugido para divulgar a em CRISTO) e cujos corpos, foram atirados ao TEJO, posteriormente encontrados nesta margem do RIO e enterrados. A sua sepultura esteve na origem de uma pequena CAPELA nessa época, sendo o local sempre assinalado com a designação de "SANTOS" em referência aos "MÁRTIRES".
Destruído o TEMPLO durante a invasão dos MOUROS, em 1147 o REI DOM AFONSO HENRIQUES, depois da conquista de LISBOA, mandou edificar sobre essas ruínas uma Igreja consagrada aos "TRÊS MÁRTIRES".
Sabemos que no ano de 1194, o REI "DOM SANCHO" doou  a "IGREJA" erigida em honra dos três JOVENS SANTOS que haviam sido martirizados no tempo dos romanos e cujas ossadas tinham sido ali piedosamente recolhidas pelos CRISTÃOS
Junto do TEMPLO, todas as terras que circundavam a "ORDEM DE SANTIAGO E ESPADA", e casas para os frades guerreiros. Estes, porém, irrequietos e empenhados em CAMPANHAS e CONQUISTAS para SUL. Em breve partiram para batalhar em ALCÁCER, MÉRTOLA e outras povoações que foram ajudando a reconquistar terras aos MOUROS, transferindo a sua SEDE para outro sítio.
As referidas casas passaram então a ser habitadas apenas por mulheres; as esposas, as viúvas, as mães, as filhas, as irmãs solteiras dos que combatiam. Surgiu desta forma «O MOSTEIRO DE SANTOS», entregue às "COMENDADEIRAS DE SANTIAGO".

Estava-se em pleno século XIII, e, segundo o mestre "NORBERTO DE ARAÚJO", a primeira "prelada" do MOSTEIRO  terá sido uma tal "DONA SANCHA" (1233) descendente de fidalguia "ASTURIANA", chamada de "COMENDADEIRA-MOR".
Tudo se manteve sem grandes alterações até que, já em finais do século XV, "DOM JOÃO II" tomou dispendiosas e firmes providências para que as Comendadeiras saíssem dali e fossem para um novo MOSTEIRO, que mais não é do que um casarão recheado de algumas belezas que conhecemos ainda hoje pelo nome de "SANTOS-O-NOVO" (evidentemente, por oposição ao MOSTEIRO "VELHO"), ali a seguir a "SANTA APOLÓNIA" na "CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA" a caminho de XABREGAS.

As senhoras levaram tudo, inclusivamente as relíquias dos três Mártires, que assim deixaram para sempre o lugar com o qual tinham muito a ver.  As razões de "D. JOÃO II" - que era o "príncipe perfeito" mas não consta que fosse de ferro - terão sido ditadas pelo coração e por uma "DONA" que não lhe convinha ir visitar aos areais de "SANTOS". Aliás. já o seu "bisavô",  "D. JOÃO I", tinha sido, durante um tempo, dedicado amigo de uma Comendadeira, "D. INÊS PIRES" de seu nome, tendo das visitas e inerentes trocas de impressões entre ambos resultado o nascimento de um "infantezinho".  "D. AFONSO", que  viria a ser o primeiro "DUQUE DE BRAGANÇA" e, portanto, antepassado directo dos Reis da quarta dinastia. A HISTÓRIA, como se vê, nasce de coisas comuns.

(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «RUA DE SANTOS-O-VELHO [ III ]-DE MOSTEIRO A RESIDÊNCIA REAL E PAÇOS DE SANTOS»

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