sábado, 16 de julho de 2016

RUA DE SANTOS-O-VELHO [ IV ]

«PALÁCIO DE SANTOS»
 Rua de Santos-o-Velho - (1856-1858) de Filipe Folque - (Mapa Nº 49 do "ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA" sob a direcção de Filipe Folque)  in   ATLAS DA CARTA TOPOGRÁFICA DE LISBOA
 Rua de Santos-o-Velho - (1966) Foto de Armando Serôdio - (A "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" na década de sessenta do século passado  in   AML 
 Rua de Santos-o-Velho - ( 2009 ) Foto de André Barrogon  (Fachada da Embaixada de França na "RUA DE SANTOS-O-VELHO" antigo Palácio Abrantes)  in   PANORÂMIO
 Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" no final, visto da "RUA DAS JANELAS VERDES")  in   GOOGLE EARTH
Rua de Santos-o-Velho - (2016) - (A "RUA DE SANTOS-O-VELHO" seguindo para Nascente, vendo-se no lado direito anexos e entrada para a IGREJA DE SANTOS-O-VELHO) in  GOOGLE EARTH

(CONTINUAÇÃO) - RUA DE SANTOS-O-VELHO [ IV ]

«PALÁCIO DE SANTOS »

O "REI DOM SEBASTIÃO" (1557 a 1578), sucessor de "DOM JOÃO III", considera, pelo contrário, o "PALÁCIO DE SANTOS" como uma das suas residências preferidas.
Em 1576, o monarca escapou a uma violenta explosão dos armazéns de pólvora que se situavam nas margens do TEJO, do lado actual da "RUA DAS JANELAS VERDES".
O sinistro danificou o Palácio. Em 1577, o "PALÁCIO DE SANTOS" é o "TEATRO" de uma cena histórica: o Rei recebe a notificação do seu ministro contra a campanha, "ÁFRICA DO NORTE", que ele estava a preparar.
A 25 de Junho de 1578, o Rei DOM SEBASTIÃO parte de LISBOA para MARROCOS. Na véspera, assiste à MISSA NA IGREJA DE SANTOS-O-VELHO e não espanta, por isso, que se diga que na mesa de mármore que se encontra no actual jardim, tomou o REI a sua última refeição, antes de embarcar para ALCÁCER QUIBIR.

Esta cruzada contra os MOUROS termina com a catástrofe de "ALCÁCER QUIBIR"  a (4 de Agosto) onde morre uma grande parte da Nobreza portuguesa próxima do REI ( um filho, AFONSO e dois netos de JAIME DE LANCASTRE são mortos); um outro neto, "LUÍS", é feito prisioneiro).

Com o desaparecimento de "DOM SEBASTIÃO", o "PAÇO DE SANTOS" ficou abandono, durante mais de meio século.
Novo interesse suscitou então o "PAÇO DE SANTOS": os LANCASTRE - um dos quais, "DOM JORGE", ligado directamente à "ORDEM DE SANTIAGO" - negociaram com as comendadeiras e, em 1629, obtiveram finalmente a posse da casa e do terreno. Terá tido influência na transacção o facto de ser superiora em SANTOS-O-NOVO, "DONA BRITES LANCASTRE", parente dos interessados na compra. 

Foi então reedificado o PALÁCIO... E dá-se aqui um fenómeno curioso: sem nunca deixar de pertencer aos LANCASTRES, a grande casa de "SANTOS" foi sucessivamente dos "CONDES DE FIGUEIRÓ", dos CONDES de "VILA NOVA DE PORTIMÃO", dos Condes de "SORTELHA e de PENAGUIÃO", dos MARQUESES DE FONTES e dos "MARQUESES DE ABRANTES". A explicação para o "fenómeno" está num facto simples: todos estes títulos foram sendo atribuídos à família ou a ela vieram parar através de casamentos...  Assim, foram os "MARQUESES DE ABRANTES" quem, em 1742, doou à vizinha "IGREJA DE SANTOS-O-VELHO" o chão e as paredes para a construção da CAPELA-MOR, que ainda existe, embora com as obras que o terramoto e o tempo impuseram. 
 A família proprietária não residiu, porém, todo o tempo em todo o palácio. Parte deste esteve arrendada, e sabe-se que ali moraram. pelo menos, a IMPERATRIZ viúva, "DONA MARIA AMÉLIA", que fora mulher de "DOM PEDRO", Primeiro do BRASIL e QUARTO de PORTUGAL, e a Infanta "DONA ANA DE JESUS MARIA" e seu marido, o DUQUE DE LOULÉ.  

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA DE SANTOS-O-VELHO [ V ] -PALÁCIO DE SANTOS OU PALÁCIO DE ABRANTES»

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