sábado, 12 de novembro de 2016

PÁTIO DE DOM FRADIQUE [ V ]

«PALÁCIO DOS CONDES DE BELMONTE ( 2 )»
 Pátio de Dom Fradique - (1949-05) - Foto de Eduardo Portugal - (Fachada principal do "PALÁCIO DE BELMONTE" no "PÁTIO DE DOM FRADIQUE") (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  AML
 Pátio de Dom Fradique - (2007) - Foto de Silvia Leite - (Palácio Belmonte e Pátio de Dom Fradique, vista parcial do "Pátio de Baixo)  in  DGPC-PATRIMÓNIO CULTURAL
 Pátio de Dom Fradique - (2010) Fotos de Joe Condron e Jacob Termasen - (Sala do "PALÁCIO BELMONTE" já restaurada com painéis de azulejos azul e branco)  in  ARQUITECTURA HOLIDAYS
 Pátio de Dom Fradique - ( 2013) Foto de autor não identificado - (Interior do Palácio Belmonte, no Pátio de Dom Fradique) in  PALÁCIO BELMONTE
Pátio de Dom Fradique - (2014) Foto de autor não identificado - (O espaço do "PÁTIO DE DOM FRADIQUE) (Pátio de baixo) ainda muito criticado nesta altura)  in   CIDADANIA LX

(CONTINUAÇÃO) - PÁTIO DE DOM FRADIQUE  [ V ]

«PALÁCIO DOS CONDES DE BELMONTE ( 2 )»

O «PALÁCIO» foi ainda habitado pelas suas proprietárias "D. MARIA DE SALES DA CÂMARA BERQUÓ",  D. ANA DA CÂMARA BERQUÓ D'ALPPOIM" e "D. JERÓNIMA DA CÂMARA BERQUÓ", todas falecidas. Ainda pertencia a "DOM VASCO CABRAL DA CÂMARA" residente na "OTA", encontrando-se nessa altura, o Palácio devoluto e algo degradado.

A habitação quinhentista era constituída por duas TORRES rectangulares e uma pentagonal, construída sobre um troço da MURALHA ROMANA e um rochedo com aproximadamente quarenta metros de altura na "CERCA MOURA DE LISBOA".
Sofreu uma grande intervenção em 1640, quando foi construído o Terraço a Este, deitando sobre a CIDADE e o TEJO, e reformuladas cinco fachadas, ao gosto da época. No século XVIII, depois dos extensos estragos pelo terramoto foram acrescentadas algumas dependências e renovados interiores, nomeadamente com um vastíssimo acervo  de azulejos assinados pelo artista VALENTIM DE ALMEIDA e MANUEL SANTOS.
O acesso ao PALÁCIO faz-se por portal nobre setecentista. Na fachada principal conservam-se ainda as armas dos «FIGUEIREDOS», que se repetem no andar térreo do terraço. No interior destacam-se os tectos ornamentados, as salas temáticas, e os já referidos painéis de azulejos, com muitos painéis historiados. A conservação aproveitou as antigas estruturas do PALÁCIO, bem como as madeiras e ferros da época e muitos elementos decorativos. O conjunto situado na zona de protecção da CERCA DO CASTELO e integrando ainda parte da sua estrutura, foi recentemente remodelada, convertendo-se em unidade hoteleira. 
Integra ainda o "PÁTIO DE DOM FRADIQUE" (de cima), e o "ARCO DE DOM FRADIQUE", que liga os bairros de ALFAMA e do CASTELO e atravessa o edifício, em serventia pública de passagem.

Mas tudo isto cheira a História: por exemplo, a CERCA VELHA (também chamada de CERCA MOURA) passava por aqui e tem um pedaço de muralha encravada no edifício. Este, deitado a um certo abandono durante anos, foi transformado em Hotel dito de "charme", dispondo, além do mais, de uma soberba vista sobre LISBOA VELHA. Depois, é ver as janelas, as chaminés e o panorama. Diga-se ainda, em jeito de nota de roda pé, que no edifício do PALÁCIO esteve instalado provisoriamente por volta de 1818, um COLÉGIO pertencente a um cidadão provavelmente francês, de nome LUÍS MAIGRE RESTIER.  Começou este estabelecimento de ensino a funcionar em XABREGAS, passando depois para as PORTAS DA CRUZ e seguidamente para um PALACETE nas PORTAS DO SOL
 [ FINAL]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de -LENDAS DE LISBOA - 1.ª Ed. - 1943 - LISBOA.
- ARAÚJO, Norberto de -PEREGRINAÇÕES DE LISBOA-VEGA- 1992 - LISBOA.
- CASTILHO, Júlio de - LISBOA ANTIGA-BAIRROS ORIENTAIS 2.ª Ed. VOL. I -CML-1939 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Ed. ENCICLOPÉDIA - Dir. Dr. AFONSO Ed. MARTINS ROQUETE - 1960 - LISBOA.
- SILVA, A. Vieira da - A CERCA MOURA DE LISBOA - 3.ª Ed. CML- 1987 - LISBOA.

(PRÓXIMO)«LARGO DE ANDALUZ [ I ] - O LARGO DE ANDALUZ ( 1 )». 

Sem comentários: