sábado, 20 de maio de 2017

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»
 Praça Dr. Alfredo Cunha ( 2016 )  - (Vista mais aproximada da "Praça Dr. Alfredo Cunha" na freguesia de "BELÉM")  in   GOOGLE EARTH
 Praça Alfredo Cunha - (2016) -  (Final da "Praça Dr. Alfredo Cunha")  in  GOOGLE EARTH
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( 2010)  - (Uma imagem da "Praça Dr. Alfredo Cunha" para os sítios de BELÉM)  (Abre em Tamanho grande)   in  TOPONÍMIA DE LISBOA 
 Praça Dr. Alfredo da Cunha - (c. 1900) Foto de Alberto Castro Lima -  (Jardim do antigo PALÁCIO  ALFREDO CUNHA, onde nos anos 60 do século passado alguns elementos do CORO da FNAT actuaram num exterior (directo) da RTP sobre "SANTOS POPULARES" e "MARCHAS DE LISBOA" com realização do saudoso "NUNO FRADIQUE"    in     AML 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - ( ( c. 1952 ) - Foto de Salvador de Almeida Fernandes - ("Palácio Teles Meneses" mais tarde "Palácio Alfredo Cunha" no "LARGO DE SÃO VICENTE e TELHEIRO DE SÃO VICENTE)   in    AML 
 
 Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) - Foto de APS -  (Elementos do antigo CORO DA F.N.A.T. no Jardim do "PALÁCIO ALFREDO CUNHA" aguardando para entrar no exterior da RTP (directo), num programa comemorativo aos SANTOS POPULARES, uma realização de NUNO FRADIQUE)  in  ARQUIVO/APS
Praça Dr. Alfredo Cunha - (1963) Foto de APS  -  (Elementos do CORO da FNAT numa pausa do exterior da RTP no Jardim do "Palácio Alfredo Cunha" em "São Vicente")  in  ARQUIVO/APS


(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE) [ X ]

«PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA ( 2 )»

É curioso frisar que o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" teve praticamente tantos Directores até 1974 ( ou seja em 110 anos) como desde então. A estabilidade directiva parece assim ser norma seguida com rigor naquele jornal.
Os fundadores (TOMÁS QUINTINO ANTUNES e EDUARDO COELHO) tomaram o leme e só a morte lho tirou. A segunda geração chegou ao poder em 1894, quando "ALFREDO CUNHA" sucedeu a seu sogro, "EDUARDO COELHO" como director e como maior accionista da empresa.

"ALFREDO CUNHA", formado em direito, exerceu advocacia em LISBOA, mas a esta preferiu o jornalismo, ingressando na redacção do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS".
Aconteceu-lhe depois aquele que era o sonho de qualquer empregado: casar com a filha do patrão.  Assim por valor próprio e por herança de sua mulher, veio a ocupar o lugar do sogro em 1894.
Pessoa bastante influente na época, adquiriu o "PALÁCIO TELES DE MENESES" (Junto da "IGREJA DE SÃO VICENTE DE FORA", esquina para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO"), em 1906. Julga-se que o seu primeiro proprietário do sítio tenha sido "DIOGO SOARES" - Secretário do Estado do Conselho de Portugal em MADRID, no reinado de FILIPE II - que anteriormente obtivera autorização para ali construir umas casas nobres, situadas no terreno que então pertencia aos cónegos AGOSTINHOS regrantes do "MOSTEIRO DE SÃO VICENTE". "DIOGO SOARES" vendeu as casas, ao general "D. MANUEL DE MENESES" que acrescentou à propriedade mais um pedaço de terreno no mesmo sítio.
Passaram as ditas casas à sua filha, e mais tarde a FRANCISCO MARIA MORATO que alienou a LUÍS FREIRE DE ANDRADE, conforme escritura; " as casas nobres com quintais, cisterna e várias dependências interiores, constituem um núcleo palaciano sobre o "LARGO DE S. VICENTE". (NORBERTO DE ARAÚJO-INVENTÁRIO DE LISBOA). Em 1734 o Palácio entra para as mãos da família "TELES DE MENESES". Em finais do século XIX, o Palácio é vendido a "D. AGOSTINHO DE SOUSA COUTINHO", MARQUÊS DO FUNCHAL, filho do 3º CONDE DE LINHARES. O brasão das armas dos SILVA TELES na frontaria do PALÁCIO foi substituído pelo dos "COUTINHOS". Como dissemos mais acima, o PALÁCIO é adquirido pelo "DR. ALFREDO CUNHA" e passa a ser conhecido como "PALÁCIO ALFREDO CUNHA", que manda fazer grandes obras de remodelação dirigidas pelo ARQUITECTO VENEZIANO  NICOLA BIGAGLIA (1841-1908, e de nele ter instalado uma notável colecção de azulejos de várias épocas. A fachada lateral poente (que dá para a "RUA DA VOZ DO OPERÁRIO") corresponde ao grande jardim do PALÁCIO.

(No ano de 1963 realizou-se um exterior (directo) da RTP, por altura dos SANTOS POPULARES, neste Jardim do PALÁCIO, cuja figuração e canto era composta por alguns elementos do CORO da FNAT, sendo a realização dirigida pelo saudoso NUNO FRADIQUE).

Depois das obras concluídas o "DR. ALFREDO CUNHA" e sua família passaram a habitar o PALÁCIO, sendo visitado pela mais distinta sociedade da época, com festas e serões de música, teatro e poesia.  Mas o seu casamento não foi feliz, tendo terminado num escândalo que agitou a LISBOA pacata e conservadora.


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (4.ª SÉRIE)[ XI ]-PRAÇA DR. ALFREDO CUNHA (3)»

Sem comentários: