quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018

LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO [ X ]

«RAFAEL BORDALO PINHEIRO ( 4 )»
 Largo Rafael Bordalo Pinheiro - ( 2014 )  -  (O "LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO" visto de Norte para Sul)   in    GOOGLE EARTH 
 Largo Bordalo Pinheiro - (2012)  -  (Busto em homenagem a RAFAEL BORDALO PINHEIRO no JARDIM DO CAMPO GRANDE, uma obra com a assinatura de RAUL XAVIER  e  do Arquitecto   J. ALEXANDRE SOARES, inaugurado a 20 de Março de 1921)  ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in   MAPIO  
 Largo Rafael Bordalo Pinheiro - (1904)  -  (Faiança "CAIXA TOMA" de Rafael Bordalo Pinheiro no seu MUSEU.  RAFAEL BORDALO PINHEIRO definiu assim, o personagem "ZÉ POVINHO" - "O ZÉ POVINHO olha para um lado, e para outro e... fica como sempre... na mesma").   in   QUADROGIZ
 Largo Rafael Bordalo Pinheiro - (1903) Desenho de Rafael caracterizando a si próprio) -  (Vinte anos depois na Revista "A PARÓDIA",  "RAFAEL" velho pedindo lume ao "RAFAEL" novo - 1879-1903)  in    O LIVRO DE MALHOA  & COLUMBANO
Largo Rafael Bordalo Pinheiro - (1900)  -   A POLÍTICA: a GRANDE PORCA.  Publicado na Revista "A PARÓDIA" lançada em 17 de Janeiro 1900 por RAFAEL BORDALO PINHEIRO)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  PRINTEREST


(CONTINUAÇÃO)-LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO [ IX ]

«RAFAEL BORDALO PINHEIRO ( 4 )»

Por outro lado, "ANTÓNIO FELICIANO DE CASTILHO" terá pedido pessoalmente a "MANUEL BORDALO" que intercedesse junto do seu filho para que "não se metesse com ele".  Foi-lhe feita a vontade.
Depois foi um nunca mais parar: surgiram publicações como "O BINÓCULO" (sobre teatro em 1870), "A BERLINDA" (de sátira, também de 1870), mais tarde o "ANTÓNIO MARIA" (em duas séries sendo a primeira de 1879 a 1885 e a segunda de 1891 a 1898 - nome inspirado no então chefe do GOVERNO "ANTÓNIO FONTES PEREIRA DE MELO ), o "ÁLBUM DAS GLÓRIAS" (em que caricaturou grande parte das celebridades do seu tempo, reeditado no "centenário da sua morte" em 2005).
"A PARÓDIA"(1900-1904), talvez o mais conseguido dos jornais que fundou e desenhou, verdadeira enciclopédica de sarcasmo e crítica aos governantes e aos costumes, onde destacamos "A GRANDE PORCA" e outras publicações da mesma revista.

"RAFAEL BORDALO PINHEIRO", quando regressa do BRASIL, ficou em quarentena. A propósito desse espaço publicou a obra "No LAZARETO DE LISBOA", trata-se de um álbum auto-satírico, onde o autor ensaia uma espécie de banda desenhada autobiografia sobre a sua experiência traumática no famoso "LAZARETO de LISBOA" (local de quarentena na margem Sul do Tejo em PORTO BRANDÃO destinado a viajantes que entravam em LISBOA por via marítima suspeitos de doenças contagiosas). (Conhecemos o "LAZARETO" aquando do meu serviço militar estive colocado no PORTO BRANDÃO(1958/9), estando o local já em ruínas e tinha passado por aquele edifício um colégio de rapazes da CASA PIA). 
"RAFAEL" integra o chamado "GRUPO DO LEÃO"(1881-89) um quadro de seu irmão "COLUMBANO" que aqui publicámos e todos os seus retratados com designação na legenda. "RAFAEL" caricaturista, desenhador, percursor da banda desenhada, pintor. decorador, ceramista, criou ainda na "LANTERNA MÁGICA" em 1875 a figura que o acompanharia sempre que se lhe colou por inteiro: "O ZÉ POVINHO". Um tanto à semelhança do "JOHH BULL" inglês ou do Americano "TIO SAM", o "ZÉ" é uma figura NACIONAL, carregando obviamente as diferenças pelo facto de ser português: representa um país ( dir-se-ia hoje o "país real" ) que desconfiado, indiferente ou revoltado, acaba por ser sempre vítima resignada das instituições.
Nasceu em desenho e chegou ao barro das CALDAS, esculpido habitualmente e fazer o gesto viril que o celebrizou: " o manguito para quem o quer tramar".

A propósito desta figura, no ano de 1976 a C.M.L. organizou uma exposição com o título " ZÉ POVINHO FEZ CEM ANOS", com a qual participou nas Comemorações do Centenário da criação da figura "O POVO PORTUGUÊS", idealizado por RAFAEL BORDALO PINHEIRO em "LANTERNA MÁGICA" de 12 de Junho de 1875.
Com esta personagem caricatural procura "RAFAEL BORDALO PINHEIRO" sintetizar o que de mais profundo e permanente caracteriza  "O POVO PORTUGUÊS", no seu tipo físico, qualidades e defeitos, mentalidades, acções e reacções, grandezas e misérias, tomando, essencialmente, como realidade inspiradora, "O POVO DE LISBOA", entre o qual viveu e, com o qual sempre conviveu.[Fonte: Irisalva Moita].

A acompanhá-lo lá estavam, sobretudo nas páginas de "A PARÓDIA", a "Grande Porca" (que era a política), as tesouradas da censura, a vaca leiteira do orçamento...  tudo desenhou RAFAEL, até  se representou a si mesmo em duas idades da vida, com ; "O VELHO RAFAEL" a pedir lume ao "RAFAEL" novo"...

LISBOA, além do já referido "LARGO" dedicou-lhe também um pequeno monumento (Busto, palma e base em bronze, com pedestal em pedra LIOZ. A obra tem a assinatura de RAUL XAVIER e do ARQUITECTO J. ALEXANDRE, inaugurado a 20 de Março de 1921 no CAMPO GRANDE, 382).  Frente ao  MUSEU que tem o nome do artista e  encerra várias das suas obras, fundado em 1916 (hoje com 102 anos de existência), embora no passado tivesse levado uma vida muito atribulada. [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro VI-Vega-1993-LISBOA.
- FRANÇA, José-Augusto - MALHOA & COLUMBANO - Bertrand Editora - 1987-LISBOA
- FRANÇA. José-Augusto - RAFAEL BORDALO PINHEIRO - O PORTUGUÊS TAL E QUAL - Livraria Bertrand - 2.ª Ed. - 1982 - LISBOA.
- HISTÓRIA DA LITERATURA PORTUGUESA - de A.J.SARAIVA e ÓSCAR LOPES - Porto Editora - 17.ª Ed. 1996 - PORTO.
- OLHARES DE PEDRA - Global Notícias - 2004 - LISBOA.
- SEQUEIRA, Gustavo de Matos - O Carmo e a Trindade - Vol. III 2.ª Ed. - Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1967 - LISBOA

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