quarta-feira, 26 de setembro de 2018

RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [XVIII]

«AVENIDA INFANTE SANTO»
 Avenida Infante Santo - (2015) Foto de Sérgio Dias  -  (A "AVENIDA INFANTE SANTO" que liga a "AVENIDA 24 DE JULHO" ao "PRAÇA DA ESTRELA" , freguesia da "ESTRELA")  in TOPONÍMICA DE LISBOA 
 Avenida Infante Santo - 09.05.1949 - Foto de Júlio Marques da Costa  - (Um ramal do "AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES", antes da sua demolição para a abertura da AVENIDA INFANTE SANTO. Este troço do Aqueduto abastecia desde 1788 o PALÁCIO DAS NECESSIDADES, a COVA DA MOURA, a FÁBRICA RATTON e  FÁBRICA DA PÓLVORA em ALCÂNTARA) (ABRE EM TAMANHO GRANDE in   AML 
 Avenida Infante Santo - (09.05.1949) Foto de Júlio Marques da Costa - (Momento da demolição -por explosivos- do troço do Aqueduto  que abastecia as Necessidades, para permitir a ligação da Praça da Estrela à Avenida 24 de Julho, feita através da AVENIDA INFANTE SANTO) ( ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in  AML 
 Avenida Infante Santo - (1950) Foto de Eduardo Portugal  -  (Durante a construção da AVENIDA INFANTE SANTO, com a cúpula da Igreja da Estrela à espreita lá em cima) (Abre em tamanho grande)  in  AML 
Avenida Infante Santo - (1965) - Foto de Armando Serôdio -  (Início da Avenida Infante Santo com o seu HOTEL RESIDENCIAL INFANTE SANTO à esquerda e a Sede da CUF à direita (nesta época) e o viaduto  da PAMPULHA mais à frente ) (ABRE EM TAMANHO GRANDEin  AML 

(CONTINUAÇÃO)- RUAS DE LISBOA COM NOMES DE REIS E INFANTES DE PORTUGAL [ XVIII ]

«AVENIDA INFANTE SANTO»

A abertura da nova artéria "AVENIDA INFANTE SANTO" veio proporcionar a cidadão a deslocação entre a «PRAÇA DA ESTRELA» e a "AVENIDA 24 DE JULHO.
Assim, por EDITAL de 13 de maio de 1949, o Presidente da Câmara Substituto senhor; LUÍS PASTOR DE MACEDO; fazendo público que, ao abrigo do disposto no artigo 201.º do CÓDIGO ADMINISTRATIVO, e no uso da sua competência atribuída no Nº. 4 do artigo 50.º do mesmo código, resolveu que o arruamento em construção, que ligará a "AVENIDA 24 DE JULHO" à ESTRELA, compreendendo parte da "RUA TENENTE VALADIM , desde o termino da curva do prédio do ESTADO (INSTITUTO MATERNAL"; parte da "TRAVESSA DOS BRUNOS" - prédios Nº.s 22 e 24 e, ainda a antiga RUA DA TORRE DA PÓLVORA, se  denomine "AVENIDA INFANTE SANTO".
Para a abertura desta artéria foi necessário demolir uma parte do "AQUEDUTO DAS ÁGUAS LIVRES", ramal das NECESSIDADES, que existia desde 1778, e abastecia além do PALÁCIO DAS NECESSIDADES, a COVA DA MOURA, FÁBRICA DE TECELAGEM RATTON e a FÁBRICA DA PÓLVORA em ALCÂNTARA.

---//--- 

"DOM FERNANDO" "O INFANTE SANTO" nasceu em SANTARÉM em 29 de Setembro de 1402 e faleceu em FEZ em 05. de Junho de 1443. Foi oitavo e último filho de DOM JOÃO I e da rainha DONA FILIPA DE LENCASTRE. Sabe-se que não foi figura apagada na CORTE. O INFANTE DOM FERNANDO manteve relações epistolares com DOM AFONSO V, REI de ARAGÃO e foi testemunha do contracto de casamento do irmão DOM DUARTE com DONA LEONOR, filha do REI ARAGONÊS, estando presente no acto matrimonial que teve lugar em COIMBRA.
DOM FERNANDO era de grande integridade moral, recusou em 1436 o chapéu Cardinalício. Era na altura o mestre da ORDEM DE AVIS. Com seu irmão DOM HENRIQUE levou DOM DUARTE  a empreender a conquista de TÂNGER. O fracasso da expedição, que abalou do porto de LISBOA em 16 de Agosto de 1437, motivos esses devido a deficiência de COMANDO e lentidão de movimentos, levou PORTUGAL a ter de pactuar com os MOUROS, oferecendo-se ele (DOM FERNANDO) por refém como penhor da entrega de CEUTA, permitindo deste modo que o INFANTE DOM HENRIQUE e as tropas sitiadas se recolhessem à ARMADA.
Porém, as CORTES DE TOMAR (1438), recusaram a cedência da PRAÇA em troca com DOM FERNANDO. Este sucumbiu vítima de maus tratos, enquanto em PORTUGAL se continuava a discutir as diversas opiniões no que respeita ao cumprimento do pactuado. 

Ao desastre seguiu-se a prisão do INFANTE DOM FERNANDO, enquanto se aguardava de PORTUGAL a entrega da "PRAÇA DE CEUTA" como condição para a sua liberdade.
Nasceu assim a figura do "INFANTE SANTO", que o elevaram a figura de mártir da  História, esquecendo-se os que o abandonaram à sua sorte como o INFANTE DOM HENRIQUE. O INFANTE DOM FERNANDO foi transferido para ARZILA e depois para FEZ, onde morre em 1443. Uma carta escrita da prisão mostra que o INFANTE esperou sempre a sua libertação e aprova a grande amizade existente com seus irmãos.
Faleceu ao fim de 6 anos de cativeiro e os seus restos mortais (depois de negociados) voltaram a PORTUGAL no tempo de DOM AFONSO V, tendo estado depositado no CONVENTO DO SALVADOR, (fundado em 1392 por DOM JOÃO DE AZAMBUJA -bispo do porto- Localizado no Largo do Salvador na Zona de ALFAMA, pertencia  à ORDEM DOS PREGADORES(DOMINICANOS), em LISBOA, de onde foi transferido para o MOSTEIRO DE SANTA MARIA DA VITÓRIA situado na vila da BATALHA, ficando na capela de "DOM JOÃO I", seu pai. O seu culto religioso foi aprovado em 1470 estando incluído na lista dos "BEATOS PORTUGUESES". [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA


 - ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL DE TOPONÍMIA DE LISBOA - 1943-1974 Edição da C.M.L. Comissão de Toponímia - 2000 - LISBOA.
 - ARCOS DE LISBOA - de José de Sá e Silva (texto) e Jorge Ribeiro (Fotografia)-CML-INAPA. 1997 - LISBOA.
 - AS LUTAS LIBERAIS - de A. do CARMO REIS - Vol. 12 Edições ASA-1987-PORTO.
 -DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE PORTUGAL  ILUSTRADO-de Herlander Alves Machado e Maria França-FORMAR- 1.º e 2.º Volumes 1982 - LISBOA.
 - DOM AFONSO HENRIQUES - Colecção Reis de Portugal de JOSÉ MATOSO - Circulo de  Leitores -2006 - RIO DE MOURO. 
 - DOM CARLOS I - de RUI RAMOS Dir. R. Carneiro-Circulo de Leitores -2006 RIO DE MOURO.
 - DOM DUARTE - de Luís Miguel de Portugal - Circulo de Leitores- 2005 - RIO DE MOURO.
 - DOM LUÍS I - De Luís Nuno E. da Silveira-P. Jorge F.-Circulo de Leitores-2006-RIO DE MOURO.
 - DOM PEDRO IV -Eugénio dos Santos-Circulo de Leitores-2006 - RIO DE MOURO.
 - DOM PEDRO V -de Maria Filomena-Circulo de Leitores-2005 RIO DE MOURO
 - EM VOLTA DA TORRE DE BELÉM - Evolução da Zona Ocidental de LISBOA-João B. M. Néu - Livros Horizonte- 1994 - LISBOA.
 - ESTÁTUAS PORTUGUESAS-OLHARES DE PEDRA - João Francisco Mendes- 2004-LISBOA.
 - HISTÓRIA LITERATURA PORTUGUESA -A. J. SARAIVA e Oscar Lopes-PORTO EDITORA- 17.ª Edição - 1996 - PORTO.
 - HISTÓRIA DE PORTUGAL - Coordenação de José Hermano Saraiva- Ângelo Ribeiro- A Restauração da Independência- o início da Dinastia de Bragança- Volume V-QUIDNVI- 2004 -Matosinhos.
 - HISTÓRIA DO BRASIL - Do Descobrimento à Nova República-Herculano Gomes Mathias- VERBO-1986 - SÃO PAULO.
 - LISBOA DE OUTROS TEMPOS - APPIO SOTTOMAYOR - A CAPITAL - 2002-LISBOA.
 - LISBOA E O AQUEDUTO - Arquivo Fotográfico Municipal - CML - 1997 - LISBOA.
 - NOBREZA DE PORTUGAL E DO BRASIL - Direcção e Coordenação Afonso Eduardo Martins Zuquete- Representações ZAIROL- Vol. I - 1960- LISBOA.
 - NORBERTO, ARAÚJO DE, - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA - Livro XII -1993- LISBOA.

(PRÓXIMO)-LARGO DO CONDE BARÃO-ALVITO [ I ]-O PALÁCIO DO ALVITO( 1 )»

Sem comentários: