sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

RUA GARRETT [ I ]

Rua Garrett - (2005) Foto APS (Antigos Armazéns do Chiado actual Centro Comercial do Chiado)
Rua Garrett - (1963) Foto Armando Serôdio in AFML

Rua Garrett - (1963) Foto Armando Serôdio in AFML


Rua Garrett - (1966) Foto Garcia Nunes (Eduardo Martins & Cª. e Jerónimo Martins & Filho) in AFML



Rua Garrett, 1 a 11 - (1966) Foto Garcia Nunes (Eduardo Martins & Cª.) in AFML




Rua Garrett, 1 a 11 - (Início do século XX) Foto Alberto Carlos Lima (Casa Eduardo Martins & Cª.) in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


A RUA GARRETT pertence a duas freguesias. À freguesia doa MÁRTIRES do número 1 a 83, à freguesia do SACRAMENTO do número 2 a 98. Começa na Rua Nova do Almada e termina no Largo do Chiado.

Se existem Ruas com muita história esta é uma delas. Não me sentiria bem se não deixasse de prestar aqui uma homenagem, aquela loja, aquela figura notável ou mesmo aquele escritório que teve história mas não foi referenciada. Umas porque estão perdidas no tempo, outras que ainda não conhecemos a sua divulgação.
Como a Rua é longa, iremos fracciona-la em três ou quatro partes na nossa abordagem.
Hoje só vamos falar dos números 1 a 11 do lado esquerdo de quem sobe.




As Portas de Santa Catarina, construídas em (1373-1375) era uma das mais importantes saídas de Lisboa.
As Portas de Santa Catarina eram flanqueadas por torres, e tinham sobre o arco das portas duas imagens de mármore: de Santa Catarina do lado de fora, de Nossa Senhora do Loreto do lado de dentro, estava olhando a descida do Chiado.
A Rua Garrett era constituída por dois troços: Rua das Portas (ou Direita) de Santa Catarina e Rua do Chiado.
Em 1859 perdeu-se a designação de Santa Catarina, e toda a artéria passou a chamar-se Rua do Chiado, só em 1880 começou à designação de Rua Garrett.
Subindo a Rua Garrett ( de costas para os Grandes Armazéns do Chiado) à esquerda (antes de 1988) estavam os «Estabelecimentos Jerónimo Martins», casa fundada em 1792, cuja fachada do prédio, no 1º andar, se atesta em lápide que nesta casa nasceu em 1804 (Francisco Manuel Barroso da Silva) ou simplesmente «Almirante Barroso», o herói brasileiro que na batalha de Riachuelo, se viria a distinguir nas campanhas do Uruguai e do Rio da Prata, tendo Comandado a armada do seu país. Barroso, morreu em Montevideu em 1882.


EDUARDO MARTINS
O comerciante Eduardo David Martins instalou-se inicialmente nos números 111-115 da Rua Nova do Almada, no negócio de fazendas e modas. Foi a primeira casa do Chiado a promover o pronto-a-vestir, tendo ampliado a sua actividade entre 1889 e 1894.
Ocupava entretanto toda a parte do edifício em princípios de 1907, tornejando para a Rua Garrett nos números 1 a 11. Foi neste ano que devido às grandes e profundas remodelações introduzidas, se estabeleceu a ligação entre os vários compartimentos e publicitava assim nos postais e revistas da época os seus artigos: «Grandes Armazéns de fazendas, modas, confecções e enxovais para noivas e crianças».
O prédio onde Eduardo Martins estava instalado, tanto na Rua Nova do Almada como na Rua Garrett foram demolidos totalmente, devido ao incêndio de 1988.
A reconstrução do imóvel teve lugar anos mais tarde, modificado pelo conceituado Arquitecto Siza Vieira, que deu nova imagem ao Chiado do século passado.
(Continua)

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