sábado, 31 de outubro de 2009

RUA DA BICA DE DUARTE BELO [III]

Rua da Bica de Duarte Belo - (2000) Foto de Lampião (Calçada da Bica Grande vista da Rua de S. Paulo) in SKYSCRAPERCITY
Rua da Bica de Duarte Belo ( 1967) - Foto de Garcia Nunes (Calçada da Bica Grande vista da Travessa do Cabral) in AFML

Rua da Bica de Duarte Belo - (194_) Foto de Eduardo Portugal (O Nicho no início da Calçada da Bica Grande) in AFML


Rua da Bica de Duarte Belo - (1945) foto de Fernando Martinez Pozal (Calçada ou Escadas da Bica Grande) in AFML



Rua da Bica de Duarte Belo - (s/d) Fotógrafo não identificado (Calçada da Bica Grande vista da Rua de S. Paulo) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ III ]
«O BAIRRO DA BICA (3)»
O contíguo edificado, maioritariamente construído por arquitecturas vernaculares dos séculos XVII e XVIII, vale pelo seu conjunto. As fachadas são simples mas harmoniosas. Algumas ostentam ainda as pequenas placas de calcário, onde aparece a referencia SEE ou Santa Maria Maior abreviado, recordando-nos que todos os edifícios da «Bica» eram foreiros ao Cabido da Sé.
Destacam-se dois registos de azulejos, um neoclássico, sobre a porta com o número quatro da «RUA DA BICA DE DUARTE BELO», e um outro, "rocaile"(1), sobre o número dezoito da «TRAVESSA DO SEQUEIRO», muito próximo do eixo central, ambos com a Virgem e o Menino ladeados por S. Marçal e Santo António. No gaveto da «TRAVESSA DO CABRAL», o único edifício senhorial de todo o bairro, com uma impositiva porta barroca.
Diz-nos NORBERTO DE ARAÚJO nas suas "PEREGRINAÇÕES EM LISBOA" livro XIII, página 65: "Este prédio, de fachada restaurada, no número 182, defronte da antiga casa da moeda, tem uma lápide de pedra que diz a sua idade «1707». (...) esse gracioso nicho, com forma de baldaquino vasio, em lavra Manuelina, no cunhal do prédio da esquina Oriental da CALÇADA (escadinhas) DA BICA GRANDE". Uma das entradas para o «BAIRRO DA BICA».
Fala-nos também do «PÁTIO DO BROAS», embora a designação seja local, estranha não estar nos roteiros. É nesse pátio que existe um tanque seiscentista com uma BICA, que corre para o tanque de pedra numa reentrância de abóbada redonda, relativamente comprida, com uns cinco metros de fundo. Deve ser esta a BICA GRANDE que deu o nome à CALÇADA. No outro lado do Bairro a poente, terá existido outra BICA (mais pequena) que estará na origem, possivelmente, no nome da «CALÇADA DA BICA PEQUENA».
À sua volta, a «BICA» fez-se «BAIRRO».
Embora parente pobre das «CHAGAS» e de «SANTA CATARINA», rico em cor, em alegria e de cheirinho a Lisboa.
Com uma população historicamente ligada às actividades marítimas a «BICA» mantém ainda hoje uma profunda identidade.
(1) - Estilo decorativo de origem francesa.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA BICA DE DUARTE BELO [IV] - OS SOBRESSALTOS DOS DESABAMENTOS»


quarta-feira, 28 de outubro de 2009

RUA DA BICA DE DUARTE BELO [II]

Rua da Bica de Duarte Belo - (2009) - Fotógrafo não identificado (Um troço da Rua da Bica de Duarte Belo) in MILA
Rua da Bica de Duarte Belo - (1968) - Foto de Armando Serôdio (Pátio do Broas - a Bica que deu nome à Calçada da Bica Grande) in AFML

Rua da Bica de Duarte Belo - (1945) - Foto de Fernando Martinez Pozal (Escadaria de acesso à Calçada da Bica Pequena) in AFML


Rua da Bica de Duarte Belo - (início do século XX) Foto de Joshua Benoliel - (Na altura que o ascensor estava parado) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ II ]
«O BAIRRO DA BICA (2)»
Na sequência de um deslizamento de terras no ano de 1597, que destruiu uma primeira urbanização tendo feito desaparecer uma centena de casas, veio alterar profundamente o perfil do habitado monte, formando-se um vale onde se ergue o «BAIRRO DA BICA»(ver mais aqui), fica entre as actuais «RUA DAS CHAGAS» e «RUA MARECHAL SALDANHA».
A instabilidade da encosta foi-se prolongando, tendo-se registado em 13 de Fevereiro de 1621 novo desabamento de terras. A consolidação dá-se depois desta data com o reiniciar de novas construções.
Sabe-se que este Bairro foi pouco afectado pelo terramoto de 1755.
Com o aglomerado populacional da «BICA» a crescer muito irregular na encosta íngreme junto à ribeirinha «RUA DE SÃO PAULO», ganhando contornos mais racionais entre a «TRAVESSA DO CABRAL» e o «LARGO DO CALHARIZ», no topo da colina, onde se lotearam, em espinha, quarteirões regulares centrados pela «RUA DA BICA DE DUARTE BELO», no eixo do talvegue.
Quatro arruamentos rasgados perpendicularmente ligam as duas encostas, «SANTA CATARINA» e as «CHAGAS».
Era nessa altura, o Cabido da Sé que detinha o então senhorio directo dos terrenos.
A designação «BICA DO BELO» é conhecida pelo menos desde 1554, que veio a denominar o Bairro homónimo que hoje conhecemos.
«DUARTE BELO», um armador e negociante de Lisboa quinhentista que dispunha na «BOA VISTA» umas casas e um terreno no qual existia uma fonte (ou bica). Um tal «ANTÓNIO FERREIRA» terá adquirido por aforamento em 1707 o terreno, então público, onde se encontrava a bica. Querendo construir uma casa à face da actual «RUA DA BOAVISTA», foi obrigado a mudar a bica à sua custa ficando ele e seus herdeiros, responsáveis pela sua manutenção, conforme se pode ler na inscrição que a mesma ostenta. "He obrigado o dono desta propriedade a conservar esta Bica sempre corrente e à sua conta".
Da actual bica, obra de 1675, brotava uma água com qualidades medicinais, boa para curar males de olhos, daí se chamar «BICA DOS OLHOS».
Esta bica fica situada no seguimento da «RUA DE S. PAULO» para quem se dirige ao «CONDE BARÃO». Existia a «RUA DIREITA DA BOA VISTA DA BICA DOS OLHOS», hoje com o topónimo de «RUA DA BOAVISTA».
Infelizmente, a «BICA DOS OLHOS», hoje propriedade Municipal, encontra-se desactivada e abandonada. Estando prevista uma obra (2004) profunda no edifício que a engloba, seria a oportunidade ideal para a valorizar.
O troço inferior do arruamento a Sul da «RUA DA BICA DE DUARTE BELO» junto ao cruzamento com a «TRAVESSA DO CABRAL», recebeu a designação de «CALÇADA DA BICA PEQUENA».
Na «BICA GRANDE» existe ainda no interior do «PÁTIO DO BROAS», com entrada pelo número 2, a bica que veio dar o nome à Calçada em escadaria «CALÇADA DA BICA GRANDE». Por oposição, terá existido uma «BICA PEQUENA», que deu nome à artéria que lhe ficava próxima. Ambos os topónimos reflectem a abundância de água daquelas terras, que se traduziu na construção de bicas e chafarizes.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA DA BICA DE DUARTE BELO [III]-(O BAIRRO DA BICA (3)»



sábado, 24 de outubro de 2009

RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ I ]

Rua da Bica de Duarte Belo - (anos 30 do século XX) Foto de Eduardo Portugal (Travessa da Portuguesa esquina com a Rua da Bica de Duarte Belo) in AFML
Rua da Bica de Duarte Belo - (1945) Foto de Fernando Martinez Pozal (Um troço da Calçada da Bica Pequena) in AFML

Rua da Bica de Duarte Belo - (1936) - Foto de Eduardo Portugal (Rua da Bica de Duarte Belo) in AFML


Rua da Bica de Duarte Belo - (1915) Foto de Joshua Benoliel ( De Sul para Norte - Final da Calçada da Bica Pequena, início da Rua da Bica de Duarte Belo, altura da paragem do Ascensor que só retomaria em 1923) in AFML
RUA DA BICA DE DUARTE BELO [ I ]
«O BAIRRO DA BICA (1)»
RUA DA BICA DE DUARTE BELO» pertence à freguesia de «SÃO PAULO». Começa na «CALÇADA DA BICA PEQUENA» no número 22 e finaliza no «LARGO DO CALHARIZ» no número 14.
É atravessada de Norte para Sul pela «TRAVESSA DO SEQUEIRO», «TRAVESSA DA LARANJEIRA», «TRAVESSA DA PORTUGUESA» e «TRAVESSA DO CABRAL».
Em paralelo com esta rua no lado esquerdo situa-se a «RUA DO ALMADA», à direita a «RUA DAS CHAGAS». No seu envolvente tem ainda a «CALÇADA DA BICA PEQUENA», «RUA DOS CORDOEIROS», «LARGO DE SANTO ANTONINHO» e a «CALÇADA DA BICA GRANDE» que ligada à «TRAVESSA DO CABRAL» formam o «BAIRRO DA BICA».
O aumento populacional motivado pelos descobrimentos, fez LISBOA transbordar para fora da «CERCA FERNANDINA» expandindo-se progressivamente junto do rio a às principais vias que lavavam às populações do termo.
Na segunda metade do século XV os terrenos onde hoje se ergue o «BAIRRO DA BICA» faziam parte da vasta propriedade de «GHEDÁLIA PALAÇANO», um influente Judeu da Corte de D. DUARTE e de D. JOÃO II.
Os domínios de mestre «GUEDELHA» (como era conhecido), estendiam-se para Ocidente das «PORTAS DE SANTA CATARINA» e dividiam-se em duas grandes herdades, separadas pela estrada de «SANTO» ou da «HORTA NAVIA» (actuais «RUA DO LORETO», «LARGO DO CALHARIZ» e «CALÇADA DO COMBRO»), parte da via que levava a «ALCANTARA» e «BELÉM».
A «HERDADE DE SANTA CATARINA» ocupava as terras mais altas onde haveria de surgir o «BAIRRO ALTO», enquanto a «HERDADE DA BOAVISTA», marginando o Rio TEJO, se prolongava até à Esperança.
"Dóna JUDIA", viúva de «GHEDÁLIA PALAÇANO», em 1487, afora as duas propriedades a «FILIPE GONÇALVES», estribeiro do Rei. Por volta de 1498, em consequência das perseguições aos Judeus, "Dóna JUDIA" vende o senhorio directo das duas herdades a «LUÍS D'ATOUGUIA», a quem o estribeiro ficou a pagar foro.
«FRANCISCA CORDOVIL», filha herdeira de «FILIPE GONÇALVES», desposou «BARTOLOMEU DE ANDRADE» a quem o senhorio directo, então «LOPO DE ATOUGUIA», em 15 de Dezembro de 1513, autoriza o sub-aforamento das herdades, em talhões, segundo uma malha ortogonal, para construção de casas. Os primeiros terrenos a serem urbanizados, muito requisitados, marginavam o rio.
Esta urbanização terá começado ainda em 1498 e aí se fixou uma população maioritariamente ligada às actividades marítimas.
Após 1513 a urbanização cresceu rapidamente em direcção às «PORTAS DE SANTA CATARINA» subindo até «SÃO ROQUE».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DA BICA DE DUARTE BELO [II] - O BAIRRO DA BICA (2)»



quarta-feira, 21 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XII]

Campo dos Mártires da Pátria - (2009) Foto de APS ( Feira da Ladra no Campo de Santa Clara) Arquivo/APS


Campo dos Mártires da Pátria - (2009) - Foto de APS (Feira da Ladra no Campo de Santa Clara) Arquivo/APS

Campo dos Mártires da Pátria - (1940) Foto de Eduardo Portugal (Panorâmica sobre o Campo dos Mártires da Pátria) in AFML


Campo dos Mártires da Pátria (Segundo quartel do século XIX) Gravura de Alberto (Júlio de Castilho) (A feira da Ladra na Praça da Alegria) in DIAS QUE VOAM
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XII ]
«A FEIRA DA LADRA NO CAMPO DE SANTANA»
Explica-nos o Mestre António Vieira da Silva no seu livro «DISPERSOS» o significado de FEIRA DA LADRA.
"A nós, alfacinhas e moradores em Lisboa, a designação «FEIRA DA LADRA» não nos causa surpresa alguma, tão acostumados estamos a ouvi-la pronunciar desde crianças. Mas os habitantes do resto do país, e os estrangeiros, muitas vezes lhes terão ocorrido a interrogação: o que será a «FEIRA DA LADRA»? A esses diremos que a Feira da Ladra é uma feira ou mercado lisboeta, cuja origem remonta ou é porventura anterior à constituição da Monarquia Portuguesa, e se tem mantido seguidamente até à actualidade".
A origem deste mercado desaparece no obscuro do passado muito distante: em épocas bem longínquas fazia-se num pequeno Largo junto do Castelo de São Jorge, denominado «CHÃO DA FEIRA».
Documentos antigos contém referencias a uma feira que se realizava já nos tempos de D. Afonso II (1185-1223) e Norberto de Araújo, nas suas Peregrinações por Lisboa valida, afirmando: "A «FEIRA DA LADRA» (ou da LADA?), é um mercado lisboeta que remonta do século XII, e cuja avó foi aquela que se realizou, um dia por semana, no «CHÃO DA FEIRA», ao Castelo, com carácter muito diverso do que oferece hoje" (1).
A «FEIRA DA LADRA» andou pela «RIBEIRA VELHA», nas proximidades de «ALCÁÇOVA» ao Castelo, passou pelo «ROSSIO» pelos anos de 1552. Em 1610 existe a primeira postura oficial em que aparece o nome de «FEIRA DA LADRA», passa para a «PRAÇA DA ALEGRIA DE CIMA» (Cotovia de Baixo), de 1823 a 1835 de onde saiu para o «CAMPO DE SANTANA» (também conhecido pelo Alto da Caganita) onde permaneceu de 1835 a 1882. Existiu anteriormente uma deliberação em 18 de Março de 1823 para o funcionamento da «FEIRA DA LADRA» se efectuar no «CAMPO DE SANTANA». Porém em 10 de Junho do mesmo ano (três meses depois) era instalada na «PRAÇA DA ALEGRIA».
No ano de 1882 a Câmara mandou fixar a «FEIRA DA LADRA» (ver mais aqui) no «CAMPO DE SANTA CLARA» anteriormente chamado «CAMPO DA FORCA» e «LARGO DA FUNDIÇÃO DE CIMA» onde presentemente se encontra. Até 1903, a feira realizou-se neste lugar só às terças-feiras, aos sábados, tinha uma "sucursal" no Mercado de S. Bento.
Hoje realiza-se no «CAMPO DE SANTA CLARA» todas as semanas, às terças-feiras e sábados.
--//--
Publicado no "JORNAL DO COMÉRCIO" da autoria de Augusto Pinto Leal (Autor de Portugal Antigo e Moderno) no ano de 1874, indica a feira da Ribeira como possível antecessora da «FEIRA DA LADRA», por se realizar na margem «LADA» do Tejo.
Esta posição seria refutada por «ALBERTO PIMENTEL», que indica como origem da designação o facto de se venderem na Feira objectos roubados, conforme já tinha sido indicado na postura de 1610, sendo esta portanto, a etimologia mais provável, não existindo indicações de que a Feira tenha passado pela zona Ribeirinha de Lisboa.
A Bibliografia sobre a «FEIRA DA LADRA» é muito vasta.
Aconselho a quem necessite de mais desenvolvimento à cerca deste assunto, consultar o livro «A FEIRA DA LADRA»-Guias de Lisboa colecção dirigida por «MARINA TAVARES DIAS» IBIS-Editora, Lda. ano 1990, uma edição com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e do seu pelouro Cultural.
(1) - Peregrinações em Lisboa - Livro VIII, página 72.
--//--
BIBLIOGRAFIA
- Atlas da Carta Topográfica de Lisboa - sob a direcção de Filipe Folque: 1856-1858-CML - Departamento de Património Cultural - Arquivo Municipal de Lisboa - 2000.
- Lisboa de Ontem e de Hoje - Rocha Martins da Academia das Ciências - Edição da Empresa Nacional de Publicidade - 1945 - Lisboa.
- Dispersos de António Vieira da Silva - Volume II - Biblioteca de Estudos Olisiponenses - Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa - 1985.
- Peregrinações em Lisboa- de Norberto de Araújo - Livro IV e VIII - 1992 - Vega - Lisboa
- Estátuas Portuguesas - Olhares de Pedra - Edição de Prosafeita, Lda. - 2004 - Lisboa.
- Dicionário da História de Lisboa - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - Lisboa.
- Dicionário Ilustrado da História de Portugal - Coordenação de José Costa Pereira - Publicações Alfa - I e II Volumes 1985 - Lisboa.
(PRÓXIMO) - «RUA DA BICA DUARTE BELO [ I ] - O BAIRRO DA BICA (1)»




domingo, 18 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XI ]

Campo dos Mártires da Pátria - ( s/d) - (Desenho de Domingos António de Sequeira) foto (Biblioteca Nacional de Lisboa - E- 148V.) (General Gomes Freire de Andrade) in WIKIPEDIA
Campo dos Mártires da Pátria - (s/d) - Fotógrafo não identificado (Gomes Freire de Andrade 1757-1817) in GENEALL
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ XI ]
«GOMES FREIRE DE ANDRADE (1757-1817)»
Militar, maçon, fundador do Grande Oriente Lusitano, de que foi Grão-Mestre, combatente de mérito, bateu-se em diversas frentes, ao serviço de vários soberanos, num período muito conturbado da «EUROPA».
Sobreviveu a muitas batalhas, mas acabou por morrer enforcado em São Julião da Barra, às ordens do Comando Militar Britânico, após um controverso processo em que era acusado de conspiração contra as tropas de sua majestade que controlavam PORTUGAL. Transformou-se, dessa forma, num símbolo de liberdade.
Filho do Embaixador de Portugal na Áustria, «GOMES FREIRE DE ANDRADE»(ver mais aqui) nasceu em VIENA em 1757, tendo aí feito os seus estudos elementares.
Quando regressou a PORTUGAL, assentou praça como cadete no Regimento de Peniche. Já alferes, passou a servir na ARMADA. E foi como guarda-marinha que se distinguiu pela primeira vez em combate, durante o assalto espanhol a ARGEL, combate em que participou uma esquadra portuguesa.
Regressado ao EXÉRCITO, foi sargento-mor no regimento de Peniche e, depois de obter a respectiva licença, foi para a RÚSSIA servir nos exércitos de «CATARINA II».
Bateu-se contra os TURCOS na CRIMEIA e no cerco de OCZAKOV, sendo promovido pela imperatriz a tenente-coronel (1790) e, depois a coronel.
No regresso a PORTUGAL, foi nomeado coronel e integrou um dos regimentos portugueses que foram enviados para a CATALUNHA a pedido de ESPANHA para combater as tropas revolucionárias francesas.
Idolatrado pelos seus homens mas com dificuldades de relacionamento com os seus pares superiores (a quem acusara de incompetência), foi promovido, depois, a Marechal-de-Campo. Já com esse posto, comandou as forças portuguesas na guerra contra a FRANÇA e ESPANHA em 1801.
Com as invasões francesas (1807), o marechal, por ordem governamental, foi um dos comandantes da «LEGIÃO PORTUGUESA», exército que, às ordens de «NAPOLEÃO», combateu em várias das Campanhas do Imperador francês. A nível pessoal. «FREIRE DE ANDRADE» desempenhou funções de comando em DANTZIG e VILSA (Polónia). Esteve na «RUSSIA», e, como governador, em JENA e DRESDEN.
No regresso a LISBOA, acusado de ter colaborado com o inimigo de Portugal, foi ilibado, mas teve de deixar o activo. Debateu-se, então, com grandes dificuldades económicas. E, num país, (sem rei, e com o governo ausente no BRASIL) ocupado pelos britânicos, o seu nome passou a significar liberdade.
Apesar de não se ter nunca provado que o general «GOMES FREIRE DE ANDRADE» tenha conspirado contra «BERESFORD», o certo é que, após vicissitudes várias acabou preso, muito maltratado e foi enforcado sem julgamento sério no dia 18 de Outubro de 1817, (passam precisamente hoje 192 anos da sua morte).
«GOMES FREIRE DE ANDRADE» encarou o perigo que as ideias revolucionárias «LIBERAIS» representavam para o poder absoluto, para outros ficou conhecido como o primeiro grande «MÁRTIR DO LIBERALISMO PORTUGUÊS»
--//--
A localização do seu monumento de pedra e busto de bronze, encontra-se na «RUA GOMES FREIRE» (muito próximo a este Campo), executado por FRANCISCO SIMÕES e pelo arquitecto LUÍS CONCEIÇÃO, inaugurado a 18 de Outubro de 2003.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [XII] - A FEIRA DA LADRA NO CAMPO DE SANTANA»

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [X]

Campo dos Mártires da Pátria - (2008) Foto de Dias dos Reis (Jardim de Braancamp Freire no Campo dos Mártires da Pátria) in DIAS DOS REIS
Campo dos Mártires da Pátria - (Post. 1907) Foto de Paulo Guedes ( Ajardinamento do Campo dos Mártires da Pátria) in AFML

Campo dos Mártires da Pátria - (Post. 1907) Foto de Paulo Guedes (Ajardinamento do Campo dos Mártires da Pátria) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ X ]
«JARDIM BRAANCAMP FREIRE»
O «JARDIM BRAANCAMP FREIRE» ou «JARDIM DO CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA », inicialmente conhecido pelo «CAMPO DE SANTANA», evoca o nome do cidadão liberal, «ANSELMO BRAANCAMP FREIRE», existindo desde 1833.
É um jardim de praça, ocupa o «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA», no centro de Lisboa. Jardim abrigado, com abundante sombra, dominado por árvores, algumas classificadas como exemplares de interesse público, distribuídas por 52 famílias, as espécies que constituem o Jardim são originárias dos sete reinos fitogeográficos e de treze regiões, sendo as mais numerosas provenientes da região mediterrânica e da Ásia Oriental (China, Coreia, Japão e Formosa).
O Jardim possui uma superfície de 22.6oo metros quadrados, situado no centro Oriental de Lisboa, no topo de uma colina, interflúvio dos vales onde se encontram as avenidas da Liberdade, a Ocidente, e Almirante Reis, a Oriente.
Actualmente ocupa o centro da Praça que, segundo o Guia de Portugal (1924): "foi matadouro de Gado (desde o século XVI), Campo de morte dos conjurados aliados do General Gomes Freire (1817), Praça de touros (até ao fim do século XIX) e depois, jardim de traçado romântico, com canteiros, relvados e lagos com peixes, patos diversos, galinhas, pavões e pombos, emprestando ao jardim a mobilidade que a vida vegetal não tem".
Encontra-se equipado com a casa de apoio aos jardineiros, bancos e mesas, bebedouro, um restaurante com esplanada, parque infantil e Campo desportivo recentemente criado no sector a norte da «ALAMEDA DOS CAPUCHOS» que atravessa transversalmente o JARDIM.
É um Jardim não muito rico em estatuária. Destaca-se o busto de bronze, com pedestal em pedra de «GARCILASO DE LA VEGA» conhecido como «O INCA».
Esta obra foi executada por «M. BACA ROSSI», em 1980. O Monumento foi oferecido pela República do Peru à cidade de Lisboa em homenagem da Nação Peruana a Portugal, inaugurada em 8 de Fevereiro de 1984.
Escritor, Poeta e historiador peruano nascido em «CUZCO», em 1539, «GARCILASO DE LA VEGA», é autor de diversas obras épicas que lhe granjearam muito prestígio, faleceu em 1616.
Além deste busto vamos encontrar na entrada noroeste do Jardim, uma placa comemorativa em memória do «GENERAL GOMES FREIRE» e dos seus conjurados.
--//--
«ANSELMO BRAANCAMP FREIRE», arqueólogo, historiador e político português descende de família com origem na HOLANDA. Nasceu em Lisboa no ano de 1849 e faleceu também em Lisboa no ano de 1921 (1).
- (1) - INFOPÉDIA
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [XI] - GOMES FREIRE DE ANDRADE (1757-1817)»

sábado, 10 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [IX]

Campo dos Mártires da Pátria - (2009) Foto de Manuel Dória Vilar (Estátua a Sousa Martins) in OLHARES
Campo dos Mártires da Pátria - (2008) Foto de Manuel Correia (Estátua de SOUSA MARTINS) in WIKIPÉDIA

Campo dos Mártires da Pátria - (Post. 1907) - Foto de Chaves Cruz (Actual Monumento a Sousa Martins) in AFML


Campo dos Mártires da Pátria - (ant. 1907) - Fotógrafo não identificado ( Antigo Monumento a Sousa Martins, obra do escultor Queirós Ribeiro) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [IX]
«O MÉDICO SOUSA MARTINS»
Médico prestigiado, cientista e investigador da segunda metade do século XIX, «SOUSA MARTINS» foi alvo, após o seu desaparecimento, de um verdadeiro culto popular, que ainda hoje perdura.
«JOSÉ TOMÁS DE SOUSA MARTINS (1843-1897)» nasceu em ALHANDRA, a 7 de Março de 1843. Era o mais novo de quatro irmãos e por isso mesmo ainda criança, por morte do pai, foi viver para Lisboa com um tio proprietário de uma farmácia.
O jovem «JOSÉ TOMÁS» prosseguiu os estudos tirando os cursos de farmácia e de medicina. Rapidamente se tornou numa das figuras mais prestigiadas do país, desfrutando mesmo de projecção internacional pelo seu estudo e investigação da tuberculose e doenças nervosas.
Solteiro, maçon, progressista, «SOUSA MARTINS» dedicou-se à medicina, física, química, botânica, zoologia, literatura, poesia, filosofia, oratória e história, vindo a integrar a chamada «GERAÇÃO DE 70» que incluía dos mais prestigiados vultos da cultura portuguesa.
Esteve integrado como docente na Escola Médico-Cirúrgica (bem perto da sua estátua), para além de dar um enorme contributo à criação do «INSTITUTO BACTERIOLÓGICO DE CÂMARA PESTANA», desenvolvendo significativos estudos que permitiram alguns avanços no tratamento da tuberculose.
O combate à tuberculose fazia com que «SOUSA MARTINS», ao tratar os seus pacientes, estivesse exposto à doença. Acabou por contraí-la e, não resistindo ao avançar da tuberculose, suicidou-se, na noite de 17 para 18 de Agosto de 1897.
Aos seus alunos, disse sempre: "Quando entrardes de noite num hospital e ouvirdes algum doente a gemer, aproximai-vos do seu leito, vede o que precisa o pobre enfermo e, se não tiverdes mais nada para lhe dar, dai-lhes um sorriso".

O seu nome não perdura apenas como o de um médico, sendo por muitos considerado um verdadeiro santo, que opera milagres.
O local da sua estátua é, ainda hoje, objecto de devoção e peregrinações populares.
A estátua de bronze com pedestal em pedra, obra (com uma altura total de cerca de 10 metros) foi executada por «ANTÓNIO AUGUSTO DA COSTA MOTA »(tio), entre os anos de 1904 e 1907. O Monumento foi erigido através de subscrição pública, encontrando-se no «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA», e a sua inauguração foi em 1907.
Dele diria o Rei «D. CARLOS»: «Ao deixar o Mundo, chorou-o toda a terra que o conheceu. Foi uma perda irreparável, uma perda Nacional, apagando-se com ele a maior luz do meu reino».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [X] -JARDIM BRAANCAMP FREIRE»



100 000 (CEM MIL) - VISITANTES

Este BLOGUE atingiu o seu número 100 000 (CEM MIL) de VISITANTES.

Embora este espaço se dedique essencialmente a tratar de «RUAS» e seu envolvente histórico, chegamos à conclusão de que ainda existe quem goste de história ou histórias.

A todos o seu autor agradece reconhecidamente, auspiciando uma longa vida.

APS

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [VIII]

Campo dos Mártires da Pátria - (Ant. 1891) - Fotografo não identificado (Panorama do Desterro e do Campo de Santana tirada da Senhora do Monte. No canto superior esquerdo o corpo a negro trata-se da Praça de Touros do Campo de Santana) in AFML
Campo dos Mártires da Pátria - (s/d) - Gravura do espólio de Eduardo Portugal (Praça de Touros do Campo de Santana) in AFML

Campo dos Mártires da Pátria - (1856-1858) (Atlas da Carta topográfica de Lisboa - sob a direcção de Filipe Folque ) (Planta Nº 28 ) (Campo de Santana, vendo-se na parte Sul o recinto da Praça de Touros, depois ocupado pela Escola Médica) in CML - Departamento de Património Cultural - Arquivo Municipal de Lisboa
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ VIII ]
«PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO DE SANTANA-(1831-1891)»
No local onde se situa a «ESCOLA MÉDICA» existiu a «PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO DE SANTANA», inaugurada a 3 de Julho de 1831.
Pela localização privilegiada que dispunha o sítio, com o «CASTELO DE S. JORGE» a nascente e vista para toda a orla Oriental de Lisboa, foi o lugar ideal escolhido para erigir a «PRAÇA DA TOUROS».
Segundo rezam as crónicas assistiram algumas vezes às corridas el-Rei «D. Miguel» e uma das suas irmãs, «D. Maria da Assunção».
A «Praça de Touros do Campo de Santana» não era muito grande, embora construída de madeira totalmente e não sendo do tipo clássico, mesmo assim, certamente, fez as delicias de muitos alfacinhas.
Escreveu «RAMALHO ORTIGÃO» na célebre publicação mensal, fundada em 1871 «AS FARPAS»: "para se saber que em LISBOA há povo, é preciso ir aos touros vê-los".
Nesta praça de Santana, brilhou na sua nobre arte de tourear a cavalo, o «CONDE DE VIMIOSO» e, muitos outros fidalgos do seu tempo ali luziram suas prendas.
Na esquina do Largo de nome «MITELO» ergue-se um palácio que foi moradia do «DR. ALEXANDRE MITELO DE MENESES» e desde 1737 até 1811 esteve na posse de sua família. Nesse palácio residiu o «CONDE DE VIMIOSO» e estava muito perto da arena das suas glórias.
«É na praça de touros do "Campo de Santana", antecessora do "Campo Pequeno", apinhara-se o povo para as "esperas de touros". Várias vezes por ano, o povo de LISBOA, desde o "LUMIAR", pelas estradas e ruas que iam da "Calçada de Carriche" até ao "Campo de Santana", amontoavam-se para o espectáculo da passagem dos touros que, conduzidos por campinos e marialvas, eram levados dos arredores até à arena do "CAMPO DE SANTANA"».(1)
Elucido os interessados em assuntos versados em história, fazerem uma visita ao Blogue do amigo BIC LARANJA, de onde retirámos um comentário de "LUAR" (com a devida vénia), sobre a «PRAÇA DO CAMPO DE SANTANA» diz-nos: "que dez anos antes da inauguração da praça do Campo de Santana, a revolução liberal tinha tentado acabar com as touradas, consideradas pelos seus mentores como um espectáculo bárbaro. Mas só conseguiram erradicar os touros de morte no ano de 1826".
A maqueta desta nobre Praça de Touros, encontrava-se em 1915 no «CLUBE TAUROMÁQUICO» na «RUA GARRETT», esquina para a «RUA IVENS» ao Chiado. Foi destruída num assalto político às instalações do clube, e dela só nos resta, apenas a memória numa fotografia.
A «PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO DE SANTANA» tinha sucedido à «PRAÇA DE TOUROS DO SALITRE (1790)», veio a ser demolida no ano de 1891, para dar lugar a outra, não menos famosa «A PRAÇA DE TOUROS DO CAMPO PEQUENO» inaugurada em 1892.
(1) - Lisboa em Movimento (1850-1920) - Exposição no Pavilhão, Pátio e Jardins do Museu da Cidade, Campo Grande - Lisboa de Junho/Outubro de 1944 - Livros Horizonte página 371.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [IX] - O MÉDICO SOUSA MARTINS»



domingo, 4 de outubro de 2009

CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [VII]

Campo dos Mártires da Pátria - (2006) Fotógrafo não identificado (A parte sul do Campo) in ESTA LISBOA QUE EU AMO
Campo dos Mártires da Pátria - (2007) Foto de autor não identificado (cena do filme O Último Condenado à Morte, rodado em Castelo de Vide) in FOTOS SAPO

Campo dos Mártires da Pátria - (s/d) Fotógrafo não identificado (Reconstituição de um enforcamento em praça pública)


Campo dos Mártires da Pátria - (1953) Foto de Eduardo Portugal (Campo dos Mártires da Pátria nos anos 50 do século XX) in AFML
(CONTINUAÇÃO)
CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [ VII ]
«A EXECUÇÃO NO CAMPO DE SANTANA»
Os denunciantes da conjuntura - capitão «JOSÉ DE ANDRADE CORVO DE CAMÕES» e «PEDRO VICENTE DE MORAIS SARMENTO», assim como o bacharel «JOÃO DE SÁ PEREIRA SOARES» foram todos premiados.
Naquela manhã de 18 de Outubro de 1817, ao som das ladainhas dos frades, perante janelas fechadas das raras casas do «CAMPO DE SANTANA», ardiam as barricas de breu destinadas à queima dos cadáveres dos réus que iam ser justiçados.
A lista era assim composta: «JOAQUIM PINTO DA SILVA) (Alferes de Infantaria 4); «JOSÉ CAMPELO DE MIRANDA», «JOSÉ RIBEIRO PINTO» (Alferes); «MANUEL MONTEIRO DE CARVALHO» (Coronel de Milícias); «HENRIQUE JOSÉ GARCIA DE MORAIS» (Sargento); «JOSÉ FRANCISCO NEVES» (Major de atiradores); o bacharel «ANTÓNIO CALHEIROS FURTADO E LEMOS», «MANUEL JOSÉ MONTEIRO», «MANUEL INÁCIO DE FIGUEIREDO», «MÁXIMO DIAS RIBEIRO» e «PEDRO RICARDO DE FIGUEIRÓ».
Terminada a tragédia, voltara-se a conspirar e quando venceu a revolução de 1820, foi reabilitada a memória de «GOMES FREIRE» e a daqueles réus denominados «MÁRTIRES DA PÁTRIA».
Dar-se-ia esta designação ao «CAMPO DE SANTANA» no ano de 1880.
--//--
Do lado ocidental do «CAMPO DE SANTANA» desfruta-se admirável panorama. E todo o vale da cidade com a sua larga «AVENIDA DA LIBERDADE», «S.PEDRO DE ALCÂNTARA», o Tejo na largueza de suas vistas e os pontos altos da banda de LISBOA do Ocidente.
Sobretudo do que se chama o «PÁTIO DO TOREL» a extensão é maravilhosa e pitoresca. No sítio existem admiráveis edifícios, residências de luxo com jardins arborizados cuja construção começou quando se desenvolveu o vizinho bairro do «CONDE DE REDONDO».
Um grande capitalista, «JÚLIO DE ANDRADE», que se celebrizou pela sua protecção aos animais, edificou no «PÁTIO DO TOREL» um dos primeiros chalés.
O «PÁTIO DO TOREL» deveu o seu nome ao palácio do desembargador «CUNHA THOREL» (ver mais aqui) e onde também residiu Monsenhor «CARLOS THOREL», a família de «SANCHES DE BAENA» e o «DUQUE DE LOULÉ» casado com a infanta «D. ANA DE JESUS MARIA». A propriedade foi devorada por um incêndio no ano de 1875. No mesmo sítio o banqueiro «MANUEL DE CASTRO GUIMARÃES», depois «CONDE DE CASTRO GUIMARÃES», mandou erguer elegante moradia com um jardim, que foi adquirido pelo Estado em Julho de 1927.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «CAMPO DOS MÁRTIRES DA PÁTRIA [VIII] - PRAÇA DE TOUROS DE SANTANA (1831-1891»