sábado, 30 de setembro de 2017

TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ I ]

«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO»
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1925) - Desenho de João Marques  -  Fachada do Recolhimento de Lázaro Leitão, segundo desenho de João Marques, inserto na obra de Artur Lamas: A CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO)  in   CAMINHO DO ORIENTE I
 Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (Post. 1780) - Pormenor da Planta Topográfica da cidade de LISBOA, posterior a 1780, reconhecendo-se a a estrutura viária primitiva da "CALÇADA DA CRUZ DA PEDRA". Em primeiro plano o traçado da "TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO" as hortas que separavam o "CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO")    in   CAMINHO DO ORIENTE I
 Trav. Do Recolhimento de Lázaro Leitão - (2016)  -  (PANORÂMICA DO SÍTIO DA "TRAV. DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", a "AVENIDA MOUZINHO DE ALBUQUERQUE" e o "CONVENTO DE SANTOS - O - NOVO")    in   GOOGLE EARTH
 Trav. do Recolhimento  de Lázaro Leitão - (2016)  -  (Panorâmica mais aproximada do RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO, na freguesia de SÃO VICENTE, com entrada pela "RUA DE SANTA APOLÓNIA"  in   GOOGLE EARTH
Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão - (1966-08) Foto de João Hermes Cordeiro Goulart  -  (Prédio da Trav. do Recolhimento de Lázaro Leitão, alguns muito degradados. Ao fundo à esquerda o "RECOLHIMENTO" e o chafariz)   in   AML 

(CONTINUAÇÃO)  - TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO [ I ]

«O RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO»

A «TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO" pertencia à antiga freguesia de "SANTA ENGRÁCIA", hoje pela "REFORMA ADMINISTRATIVA DE LISBOA DE 2012", pertence à freguesia de «SÃO VICENTE». Começa na "RUA DE SANTA APOLÓNIA" no número doze e não têm saída para carros.
Após presença da Instituição logo marcou a toponímia do local, passando de "PÁTIO DOS BARBADINHOS" a "RECOLHIMENTO" ou do "RECOLHIMENTO DOS ANJOS". Mais tarde foi chamada de "RUA" e depois de "TRAVESSA DE LÁZARO LEITÃO" ficando actualmente com a designação de "TRAVESSA DO RECOLHIMENTO DE LÁZARO LEITÃO", em memória do seu fundador.
«LÁZARO LEITÃO ARANHA», filho de MANUEL LEITÃO ARANHA e de BRÁSIA DUARTE, nasceu em LISBOA na (freguesia da MADALENA hoje SANTA MARIA MAIOR) em 15.12.1678 e faleceu em LISBOA na freguesia das "MERCÊS", hoje freguesia da "MISERICÓRDIA" em 02.08.1767 tendo sido sepultado no "RECOLHIMENTO DE NOSSA SENHORA DOS ANJOS", que ele fundara.
Frequentou a UNIVERSIDADE DE COIMBRA e Doutorou-se em DIREITO CIVIL. Foi deputado do SANTO OFÍCIO, recebeu o hábito de CRISTO, foi desembargador da CASA DA SUPLICAÇÃO e DEPUTADO DA MESA DE CONSCIÊNCIA E ORDENS.
Foi principal primário da IGREJA PAROQUIAL, entre 1712 e 1718 integrou, como secretário da Embaixada enviada por D. JOÃO V ao PAPA CLEMENTE XI em 1712, que foi a ROMA requerer a divisão da cidade e a criação do PATRIARCADO.
Diz-nos "ARTUR LAMAS": "Considera provável que, ao regressar a LISBOA, tenha ido habitar na RUA CORDOARIA VELHA, onde que se saiba, morava em 6 de Novembro de 1719 e continuou a morar até que comprou o PALÁCIO à CRUZ DE PAU, (...) o que ocorreu em 1726".
Este PALÁCIO, situado diríamos hoje, no "LARGO DO CALHARIZ", é o mesmo em que faleceu, que foi posteriormente conhecido por "PALÁCIO SOBRAL" (ver mais aqui...) ( 1 ) e onde, remodelado, veio a instalar-se a "CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS".
Terá vivido ainda em casas de "ANTÓNIO VAZ COIMBRA", a SÃO SEBASTIÃO DA PEDREIRA. Teve uma magnifica casa de recreio na "RUA DA JUNQUEIRA", "CASA NOBRE DE LÁZARO LEITÃO" mandada edificar no ano de 1734 pelo Engº CARLOS MARDEL (ver mais aqui...), onde hoje podemos encontrar instalada a "UNIVERSIDADE LUSÍADA".
Nesta local do RECOLHIMENTO que em tempos se chamou de "SANTA MARIA DO PARAÍSO" é que assentou, depois da transferência de SANTOS ao poente de LISBOA, a primitiva "CASA DAS COMENDADEIRAS DE SÃO TIAGO", ditas de SANTOS-O-NOVO, casa que D. JOÃO II lhes determinara e que se construiu, embora pequenas por sinal, para tão Nobres hóspedes. Em 22 de Julho de 1689 entraram para elas os "BARBADINHOS ITALIANOS" sendo Procurador e Fundador deste hospício o  "PADRE PAULO DE VARACE", pregador e missionário que tinha sido em ANGOLA.
A casa era do início do século XV e foi comprada depois às COMENDADEIRAS por D. JOÃO V para que os frades se sentissem em "sua casa" passando as religiosas de S. TIAGO para o seu grande e novo Convento contíguo, além da Horta, actual "CONVENTO DE SANTOS-O-NOVO". 

- ( 1 ) -  PALÁCIO SOBRAL - Mandado construir entre 1770 e 1780 por JOAQUIM IGNÁCIO DA CRUZ SOBRAL, 1º Administrador do vinculo dos SOBRAIS, nasceu da compra de um velho prédio, propriedade de "D. LÁZARO LEITÃO ARANHA" rico e erudito "PRINCIPAL DA SÉ", que neste lugar fez reunir a famosa "ARCADA" em (1764).

(CONTINUA)-(PRÓXIMA)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ II ]-DA CASA DOS BARBADINHOS E COMENDADEIRAS, À COMPRA DO RECOLHIMENTO»

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]

«EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR ÓPERAS»
 Rua Tomás Alcaide  -  (2016)  -  (Um troço da "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS na freguesia de MARVILA)    in    GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide -  (1930)  -  (Cartaz da Columbia, anunciando os primeiros discos de "TOMÁS ALCAIDE" - "O maior tenor lírico do Mundo" em Setembro de 1930)  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1936) - Foto de Silva Nogueira  -  (Tomás Alcaide cantando a ópera "MANON" de "MASSENET" na ária "Ah! dispar vision" no segundo semestre de 1936)  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1963)  -  (Foto de "TOMÁS ALCAIDE" nesta ocasião já era encenador na "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA" no TEATRO DA TRINDADE da antiga FNAT)  in  INFOPÉDIA
 Rua Tomás Alcaide - (1963) - Foto de Luís Mendes  -  (O elenco de "A CANÇÃO DO AMOR", opereta com música de FRANZ SCHUBERT: LUÍS FRANÇA, NATÁLIA VIANA, FERNANDO SERAFIM, ANA LAGOA, TOMÁS ALCAIDE, MARIA SUSANA MATOS, ÁLVARO MALTA, VASCO GIL, GUILHERME KJÖLNER, JOÃO VELOSO(nosso colega do coro da ex-FNAT) e MANUEL LEITÃO, no TEATRO DA TRINDADE, "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA" em Julho)   in   TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  -  (1963) - Foto de Luís Mendes  -  (TEATRO DA TRINDADE com o elenco da ópera "LA BOHÉME": MÁRIO OLIVEIRA, JOÃO ROSA, HUGO CASAIS, CRISTINA MARIA DE CASTRO, TOMÁS ALCAIDE (encenador), MARIA ANDREIA GASPAR, ÁLVARO MALTA e MANUEL LEITÃO).  in  TOMÁS ALCAIDE
Rua Tomás Alcaide  -  (1991)   -  (Rosto do CD  "IL MITO DELLÓPERA" onde "TOMÁS ALCAIDE" tem quinze faixas gravadas)  in   DO TEMPO DA OUTRA SENHORA

(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]

«EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR ÓPERAS»

No ano seguinte é interprete da opereta "JUSTIÇA DE SUA MAJESTADE" com música de RAÚL FERRÃO, ANTÓNIO MELO e FREDERICO VALÉRIO. Em 1953 estreia-se no Teatro declamado na peça "AS MULHERES DE QUEM SE FALA" de VITOR RUIZ IRIARTE. Em 1955 entrará ainda na peça "SUA ALTEZA REAL" de RAMADA CURTO.
No início da década de 60, "TOMÁS ALCAIDE" realizou diversas conferências, publicou a sua autobiografia, intitulada "UM CANTOR NO PALCO E NA VIDA", colaborou em programas de Rádio e dirigiu a "ESCOLA DE CANTO" do "TEATRO DA TRINDADE"(que a ex-FNAT tinha adquirido em 1962 por cerca de oito mil contos, sendo nomeado para Director o Dr. JOSÉ SERRA FORMIGAL, também ele um conhecido melómano com formação musical, que viria a revolucionar aquele espaço de cultura). "TOMÁS ALCAIDE" acumulará assim os cargos de mestre de canto e de encenador (da recente criada) "COMPANHIA PORTUGUESA DE ÓPERA". Foi com a ÓPERA "LA BOHÉME" de PUCCINI, que se estreou como encenador,  aque se seguiram muitas outras, como "RIGOLETTO" , "TRAVIATA" de VERDI e "O AMIGO FRITZ" de MASCAGNI.
No ano de 1964 "TOMÁS ALCAIDE" volta a adoecer, em 28 de Abril de 1966 regressa ao TEATRO DA TRINDADE para iniciar o trabalho de encenação do "RIGOLETTO", que será representado a 4 de Maio. A 20 do mesmo mês  é apresentada a ópera "LUCIA DI LAMMERMOOR" de DONIZETI (1797-1848), com encenação de "TOMÁS ALCAIDE". Em 28 de Abril de 1967 é inaugurada a 3ª temporada de ÓPERA da "COMPANHIA NACIONAL DE ÓPERA" do TEATRO DA TRINDADE e uma grande homenagem prestada a "TOMÁS ALCAIDE".
A 15 de Julho é representada "LA BOHÉME" e a 18 de Julho "WERTHER" ambas com encenação de "TOMÁS ALCAIDE". Preparava a ópera "MANON" de MASSENET (1842-1902) quando a morte o surpreendeu a 9 de Novembro de 1967, tendo falecido na sua residência na AVENIDA INFANTE SANTO,361-3º  em LISBOA.

A TÍTULO DE HOMENAGEM
"TOMÁS ALCAIDE" tenor lírico com grande facilidade no registo agudo, o que o aproxima do tipo do "tenore di grazia", "ALCAIDE" inseria-se na escola italiana de final do século XIX e princípio do século XX. A sua voz, possuía um timbre suave e aveludado. "TOMÁS ALCAIDE" nas suas representações interessava-se particularmente pelos aspectos visuais da composição da personagem, como a escolha dos trajes, ou a caracterização, sem descuidar a construção psicológica das personagens que interpretava. 
No "CORREIO DA MANHÃ" aquando do lançamento do livro "TOMÁS ALCAIDE(1901-1967) da autoria de Dr. MÁRIO MOREAU, referia que: "TOMÁS ALCAIDE" ocupa no panorama lírico português grandeza a par de uma "LUIZA TODI" de uma "JUDICE" ou de uma "PACINI" de um "BENSAÚDE" ou dos "ANDRADES". Isto é já dizer muito, pois nesta afirmação está evidentemente implícito que ele foi  dos maiores artistas líricos da sua época. Julgo ter feito, nos seus traços essenciais, um retrato artístico e humano de "TOMÁS ALCAIDE". Creio que poderei concluir dizendo, em síntese , que ele ocupou um lugar da primeira linha entre os maiores artistas líricos da sua época, que sempre exerceu a sua arte com inteira dedicação e dignidade, e que foi um homem de bem em todos os actos da sua vida".

O seu nome faz parte da toponímia de vários Concelhos: ALMADA (freguesia da Sobreda); AMADORA; ESTREMOZ; ÉVORA: LISBOA(freguesia de Marvila); OEIRAS (Freguesia de Linda.a.Velha): SEIXAL (freguesia de CORROIOS e FERNÃO FERRO); SINTRA (Freguesia do Algueirão-Mem Martins).  [ FINAL ]

BIBLIOGRAFIA

- ACTAS DA COMISSÃO MUNICIPAL de TOPONÍMIA DE LISBOA 1943/1974-Ed. CML-Concepção da edição de Agostinho Gomes-PAULA MACHADO - Rui Pereira- Teresa Sancha Pereira - 2000 - LISBOA.
- ANUÁRIO RADIOFÓNICO PORTUGUÊS- Org de ÁLVARO DE ANDRADE, Constantino de Figueiredo e ÁLVARO SALEMA - Ed. RÁDIO SEMANAL - Sup. do "JORNAL DO COMÉRCIO E DAS COLÓNIAS" - 1938 - LISBOA.
- CANTORES DE ÓPERA PORTUGUESES de MARIO MOREAU . BERTRAND EDITORA - VOLUME II e III - 1987 e 1995 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA- Dir. de Francisco Santana e Eduardo Sucena- 1994 - LISBOA.
- PARA A HISTÓRIA DOS TEMPOS LIVRES EM PORTUGAL da FNAT à INATEL (1935-2010) de José Carlos Valente - Colibri - 2010- LISBOA.
- PLANO DE URBANIZAÇÃO DE CHELAS (1965) - CML - Gabinete Técnico de Habitação - 1981 - LISBOA.
- PORTUGAL SÉCULO XX - PORTUGUESES CÉLEBRES . Cood. Leonel de Oliveira - Ed. do Círculo de Leitores - 2003 - LISBOA.
- TOMÁS ALCAIDE (1901-1967) de Mário Moreau - Hungin Ed. 2001- LISBOA.
- VIDAS DE GRANDES COMPOSITORES - de HENRY THOMAS e DANA LEE THOMAS - ED. LIVROS DO BRASIL, LDA - Col. VIDAS CÉLEBRES - 1960 - LISBOA.

INTERNET



(PRÓXIMO)«TRAVESSA DO RECOLHIMENTO LÁZARO LEITÃO[ I ]-O REC. LÁZARO LEITÃO E SEU ENQUADRAMENTO».

sábado, 23 de setembro de 2017

RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]

«DEIXA ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIAL»
 Rua Tomás Alcaide - (2008) BARRAGON  -  ("BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" na Malha "I" de CHELAS, na freguesia de MARVILA)  in   SKYSCRAPERCITY
 Rua Tomás Alcaide  -  2004 - Foto de Ambroise Tézenas  -  (Aspecto do "TEATRO ALLA SCALA" de MILÃO, onde vários anos actuou o tenor lírico "TOMÁS ALCAIDE")  in  INFOESCOLA
 Rua Tomás Alcaide  -  (1932)  -  (Representação de "TOMÁS ALCAIDE" no "TEATRO ALLA SCALA" de MILÃO, na ópera "KÖNIGSKINDER")   in   AI QUERIAM ÓPERA
 Rua Tomás Alcaide - (29 de Agosto de 1941)  -  (Casamento de "TOMÁS ALCAIDE" com sua segunda esposa "ASTA.ROSE JORDAN", em JOINVILLE  no  BRASIL)   in   TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  -  (1951)  - (TOMÁS ALCAIDE na opereta "AS TRÊS VALSAS" de ÓSCAR STRAUSS, no inaugurado TEATRO MONUMENTAL, ao lado da actriz "LAURA ALVES")  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  -  (1936)  -  (Apresentação do filme «BOCAGE» uma realização de LEITÃO DE BARROS, onde "TOMÁS ALCAIDE" dá a sua colaboração com uma canção de sucesso na época)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   CINEMA PORTUGUÊS
Rua Tomás Alcaide - ( 1936 )  -  (Cena do filme "BOCAGE" de LEITÃO DE BARROS, "TOMÁS ALCAIDE" canta "O AMOR É CEGO E VÊ" rodado em QUELUZ.  Ouvir aqui a canção.... )  in    CINEMA PORTUGÊS

(CONTINUAÇÃO)-RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]

«DEIXA ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIA

Voltou em 1931 ao "TEATRO ALLA SCALA" de MILÃO, e em Janeiro estreou-se na "ÓPERA DE PARIS" ( a sua única apresentação nesse teatro com RIGOLETTO e em substituição de BENIAMINO GIGLI) e no verão no "FESTEVIAL DE SALZBURGO" e na "ÓPERA DO ESTADO DE VIENA", juntamente com um grupo de cantores ligados ao "TEATRO ALLA SCALA".
"TOMÁS ALCAIDE" a partir de 1932 andou pelos TEATROS do SUL DE FRANÇA, no "GRANDE THÉÂTRE DE BORDÉUS", ou o "THÉÂTRE DU GRANDE CASINO DE VICHY", actuando também nos TEATROS BELGAS e no Norte de FRANÇA.
No ano de 1934 em Outubro "TOMÁS ALCAIDE" foi condecorado pelo Governo Português com a ORDEM MILITAR DE CRISTO e a ORDEM MILITAR DE SANTIAGO DA ESPADA.
No ano de 1936 é realizada uma longa-metragem de ficção portuguesa com o título «BOCAGE», dirigida por "LEITÃO DE BARROS", onde o tenor "TOMÁS ALCAIDE" tem uma participação musical cantando: «O AMOR É CEGO E VÊ». O filme teve a sua estreia no CINEMA S. LUÍS no dia 1 de Dezembro do mesmo ano.
"TOMÁS ALCAIDE" regressa a ITÁLIA onde é informado de que, para cantar naquele país, terá de se naturalizar-se italiano. Recusa-se a renegar a identidade portuguesa e transfere-se para FRANÇA, onde prossegue uma carreira invejável.
Entretanto, deflagra a II GUERRA MUNDIAL e vê interrompida a sua carreira. Embarca para o BRASIL, onde conhece a sua segunda mulher "ASTA ROSE" com quem viria a casar a 29 de Agosto de 1941, ano também do falecimento de seu pai "ROBERTO MARIA ALCAIDE". Esta segunda esposa vai ser sua companheira até ao fim da vida.
Parte em digressão pela "AMÉRICA DO SUL", onde permanece até 1942, actuando no "TEATRO CÓLON" em BUENOS AIRES, que o recebe de braços abertos, assim como a "ÓPERA DO RIO DE JANEIRO" e o "TEATRO MUNICIPAL DE SÃO PAULO" no BRASIL.
A situação criada pela guerra, e problemas de saúde, levaram-no a não cantar durante dois anos, entre 1943 e 1945.  Embora em 1943 seja submetido a uma intervenção cirúrgica a uma hérnia diafragmática, surgindo depois várias complicações. Em Fevereiro de 1944 é novamente operado. desta vez a uma hérnia inguinal.  No ano de 1945 começa a frequentar um curso de pintura na ESCOLA DE BELAS ARTES, que lhe valerá a completar mais tarde, a sua actividade de encenador.
Quando retomou a actividade profissional, a carreira de "TOMÁS ALCAIDE" não voltaria a ser a mesma; para além de algumas récitas em PORTUGAL, cantaria nos Teatros Belgas em 1946/47 e no BRASIL, onde no início de 1948, actuaria pela última vez como cantor de Ópera Internacional.

De regresso a LISBOA em 1949, não conseguiu encontrar ocupação profissional como cantor lírico, assumindo um lugar de Assistente de programas de 2.ª classe na EMISSORA NACIONAL, entre 1951 e 1955 data em que se retirou, actuou pontualmente nos Teatros Portugueses, cantando operetas. É convidado em 1951 para integrar o elenco da opereta "AS TRÊS VALSAS" de ÓSCAR STRAUSS, aquando  da inauguração do "TEATRO MONUMENTAL (1951-1982), ao lado da actriz "LAURA ALVEZ" e os actores "JOÃO VILLARET" e "EUGÉNIO SALVADOR", entre outros.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ V ]-EM PORTUGAL PARA REPRESENTAR E ENCENAR "ÓPERAS"».

quarta-feira, 20 de setembro de 2017

RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ]

«DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA»
 Rua Tomás Alcaide - (2016)  -  (A "RUA TOMÁS ALCAIDE" no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" no sentido Norte, na Freguesia de MARVILA)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide - (1927)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" considerado um dos maiores artistas líricos da sua época, representando o "RIGOLETTO" em (BOSTON-USA) Publicado no CM de 23.02.2001 por ocasião do lançamento do seu segundo livro)   in  CORREIO DA MANHÃ
 Rua Tomás Alcaide -  16 de Abril de 1927  -  (Anúncio do "RIGOLETTO" de VERDI, ópera em 3 actos, onde TOMÁS ALCAIDE representa o "DUQUE DE MANTUA")  in  TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1928)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" na representação da Ópera "MADAMA BUTTERFLY" drama em 3 actos de G. PUCCINI)    in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide - (1929)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" na interpretação da ópera "O PESCADOR DE PÉROLAS" de BIZET, na ária "mi par d'udire ancora")  in  TUKAKUBANA
 Rua Tomás Alcaide - (02.05.1929)  -  (Anúncio de apresentação da ópera "LA BOHÈME" de PUCCINI, no Coliseu dos Recreios em LISBOA, com a participação de TOMÁS ALCAIDE)  in DIÁRIO DE NOTÍCIAS
Rua Tomás Alcaide  - (1929)  -  (Anúncio da estreia de TOMÁS ALCAIDE no Coliseu dos Recreios em LISBOA, publicado no DN de 25.04.1929)  in   DIÁRIO DE NOTÍCIAS

(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ]

«DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA»

Na sua passagem pela cidade do MONDEGO, acabaria por ser-lhe bastante proveitosa, não como aluno da FACULDADE, mas como cantor de inúmeras serenatas nocturnas que lhe deram uma enorme popularidade. É nesta ocasião e incentivado por amigos e críticos, que "TOMÁS ALCAIDE" decide dedicar-se exclusivamente por uma carreira lírica.
"TOMÁS ALCAIDE" realiza a sua estreia como amador no "CLUBE ESTEFÂNIA" de LISBOA, cantando a ópera "LA BOHÈME" de GIACOMO PUCCINI (1858-1924). Começara assim, a fulgurante carreira de "TOMÁS ALCAIDE", que passou de seguida por diversas salas de espectáculos portugueses como: "COLISEU DE LISBOA", "TEATRO NACIONAL DE S. CARLOS", o "CLUBE ESTEFÂNIA", "CASINO PENINSULAR DA FIGUEIRA DA FOZ" e o "TEATRO MUNICIPAL DO FUNCHAL", interpretando entre outras óperas "LA BOHÈME" e o"RIGOLETTO" de GIUSEPPE VERDI (1813-1901).
A internacionalização não tardou para o tenor português. MADRID recebe-o no "TEATRO ESPANHOL" com a "TOSCA" de PUCCINI e MILÃO adopta-o como seu.
A 19 de Abril de 1925 "TOMÁS ALCAIDE" partia para MILÃO onde desenvolveu a sua técnica e arte vocal, aperfeiçoando-se com o professor e maestro "FERDINANDO FERRARA", estuda e ensaia com grande vontade, até que a 5 de Dezembro do mesmo ano, tem a sua estreia no "TEATRO CARCANO" de MILÃO, no papel de "WILHELM  MEISTER" da ópera "MIGNON" de "AMBROIS THOMAS (1811-1896), que obtém um sucesso grandioso.
Nos anos seguintes "TOMÁS ALCAIDE" trabalhou, ininterruptamente em quase todos os teatros de ITÁLIA tendo sido escolhido para a estreia MUNDIAL de "AS PRECIOSAS RIDÍCULAS" de FELICE LATTUADA (1882-1962), interpretando o papel de "MASCARILLE", no "REAL DE ROMA".
Posteriormente é contratado para o mais reputado Teatro de Ópera Italiana de sempre, o "LA SCALA" de MILÃO. No "SCALA" onde é escutado com grande êxito nas óperas "AS PRECIOSAS RIDÍCULAS", "IL GOBBO DEL CALIFFO" de FRANCO CASAVOLA (1891-1955) e "MADONNA IMPERIAL" de FRANCO ALFANO(1875-1954).
Depois do "LA SCALA" em MILÃO, seguem-se actuações sempre com enorme sucesso, o que acabou por levar o nome de "TOMÁS ALCAIDE" a toda a EUROPA e AMÉRICA.
Apreciado pelos seus inegáveis dotes naturais (os "pianíssimos" eram levados ao extremo) mas também pelo seu virtuosismo técnico e escola, "TOMÁS ALCAIDE" figurou nos mais importantes cartazes dos teatros líricos da EUROPA e da AMÉRICA.
"TOMÁS ALCAIDE" canta ópera em BOSTON, seguido de uma digressão pelos ESTADOS UNIDOS.  Em resultado dessa projecção INTERNACIONAL, o mundo da ZARZUELA e da ÓPERA VIENENSE concedeu-lhe honras de primeira vedeta.

Aos 26 anos continuam êxitos atrás de êxitos, "TOMÁS ALCAIDE" é um homem bonito, culto, elegante e famoso. É referido em todo o MUNDO (do "BELO CANTO") como uma das maiores vozes, do cântico lírico do seu tempo.
Na década de 30 parte para "MONTECARLO" (ITÁLIA) onde interpreta a "ZARZUELA" ou "COMÉDIA LÍRICA" «DOÑA FRANCISQUITA» de AMADEO VIVES (1876-1932), seguindo depois para "BOLONHA" e "PARIS" com a opereta "O PAÍS DOS SORRISOS" de FRANZ LEHÁR (1870-1948), com o qual obtém um sucesso magnifico.
Em 1930 no mês de Fevereiro "TOMÁS ALCAIDE" separa-se da sua primeira esposa "KATHARINE RICH", dessa união, existe uma filha nascida a 16.12.1927 em EVANSTOS (ILINOIS)  de seu nome "MARY RICH ALCAIDE", única filha de "TOMÁS ALCAIDE".


(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ IV ]-DEIXA  ITÁLIA, COM A DEFLAGRAÇÃO DA II GUERRA MUNDIAL». 

sábado, 16 de setembro de 2017

RUA TOMÁS ALCAIDE [ II ]

«DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA»
 Rua Tomás Alcaide - (2016)  -  (Um aspecto da "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS em CHELAS, freguesia de MARVILA)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide - (1907) - Foto de Ernesto Vieira  -  (Foto de "Tomás Alcaide" tirada em Estremoz com seis anos de idade)  in  TOMÁS ALCAIDE (1901-1967)
 Rua Tomás Alcaide - (1921)  -  (O Primeiro-sargento cadete (a cavalo) do Regimento de Lanceiros 2 na Calçada da Ajuda em Belém, no campo de obstáculos do regimento)  in  TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1924)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" em LISBOA no "CLUBE ESTEFÂNIA" na sua primeira representação de "RODOLFO" na ópera "LA BOHÉME")  in  TOMÁS ALCAIDE
 Rua Tomás Alcaide  - (1924)  -  ("TOMÁS ALCAIDE" nas primeiras interpretações de "LA DONNA E MOBILE" da ópera "RIGOLETTO" de VERDI)   in  TOMÁS ALCAIDE 
 Rua Tomás Alcaide - (1925)  -  (Cartaz da Temporada de Ópera 1925/26 do TEATRO CARCANO, de MILÃO, onde "TOMÁS ALCAIDE" (agora com nome de "ALCAIDE TOMASO") iniciou a carreira internacional)  in   TOMÁS ALCAIDE
Rua Tomás Alcaide - 1926  - ("TOMÁS ALCAIDE" com sua primeira esposa "KATHARINE RICH" em STRESA, depois de uma partida de ténis)  in   TOMÁS ALCAIDE


(CONTINUAÇÃO) - RUA TOMÁS ALCAIDE [ II ]

«DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA»


«TOMÁS DE AQUINO CARMELO ALCAIDE», nasceu em ESTREMOZ Distrito de ÉVORA a 16 de Fevereiro de 1901 e faleceu em LISBOA a 9 de Novembro de 1967.
Filho de "ROBERTO MARIA ALCAIDE" e de "MARIA DAS PEDRAS ALVAS GOMES CARMELO", residentes em ESTREMOZ, a cidade onde nasceu e viveu toda a sua infância e iniciou os seus estudos.  
Foi viver para LISBOA aos onze anos, para frequentar o COLÉGIO MILITAR, onde recebeu educação completa nas mais diferentes armas. Permaneceu no COLÉGIO MILITAR de 1912 a 1920, com o número 236, tendo concluído o CURSO LICEAL. Alista-se depois, como SARGENTO-CADETE no REGIMENTO DE LANCEIROS 2, na CALÇADA DA AJUDA em BELÉM, mas verifica que a sua forma de estar na vida, não era compatível com uma CARREIRA MILITAR.
Em LISBOA, já se tornava notado pelas suas qualidades no CANTO LÍRICO, com uma voz tenorina de belo timbre.
Tenta os estudos Académicos, inscrevendo-se em MEDICINA,  no ano de 1921 e inicia o "CURSO PREPARATÓRIO DE MEDICINA" na "ESCOLA POLITÉCNICA DE LISBOA", onde acabou por fazer as cadeiras de ZOOLOGIA, BOTÂNICA e FÍSICA, mas os resultados são insuficientes. "TOMÁS ALCAIDE" vivia em LISBOA com seu tio que tinha paixão pela música, tendo-o incentivado  e apoiado no estudo do belo canto e da música clássica. Assim ainda em 1921 inicia as lições de canto com o professor ALBERTO SARTI. Em 1922 o seu professor de canto era já o Barítono "D. FRANCISCO DE SOUSA COUTINHO".
Após uma primeira apresentação pública na sua terra, continua os seus estudos de canto, desta vez com a célebre MEIO-SOPRANO Italiana, "EUGENIA MANTELL" e do maestro FERDINANDO FERRARA.
Decide tentar novamente o "CURSO DE MEDICINA", desta vez em COIMBRA, tendo em conta o ambiente Académico e de boémia saudável de que tanto gostava, sendo que a presença de ALENTEJANOS seus amigos e contemporâneos, contribuiu para esta decisão.
Caloiro na "FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA", no ano lectivo de 1923-1924, começando logo por fazer parte do "ORFEON ACADÉMICO DE COIMBRA". É assim que nesse ano de 1923, o ORFEON e a TUNA ACADÉMICA DE COIMBRA, obtêm um êxito retumbante na sua deslocação a ESPANHA de que a IMPRENSA da época fez eco. A passagem de TOMÁS ALCAIDE, pela UNIVERSIDADE DE COIMBRA, foi brilhante. Situação ignorada por grande parte dos que abordam o ser traçado biográfico. A sua referência histórica, fica a dever-se a uma deslocação do "ORFEON ACADÉMICO DE COIMBRA", ao "COLISEU DOS RECREIOS DE LISBOA", no segundo semestre de 1923. No programa, constava "EDMUNDO BETTENCOURT", uma voz afamada de COIMBRA, iria cantar, e muitos estavam à espera no COLISEU. À última hora, "BETTENCOURT" faltou  à chamada, e o regente manda avançar o "CALOIRO DE MEDICINA", que cantava de forma sublime. O público delirante, aplaude, julgando tratar-se de "EDMUNDO BETTENCOURT" que eles não conheciam. Ninguém desfez o equivoco, e o "ORFEON" com um desempenho global muito bom, registou mais um sucesso monumental. Esta história verdadeira, é-nos recordada no livro do "DR. ANTUNES NUNES RIBEIRO SANCHES"-Vol. I-Editora- Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra-1959, e nós recontamos. Ficando assim registado para sempre, desta forma, a passagem meteórica de "TOMÁS ALCAIDE" pela "ACADEMIA DE COIMBRA". Perante os insucessos escolares, por falta de estudo, "TOMÁS ALCAIDE" abandona COIMBRA e regressa a LISBOA em 1924.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE [ III ] -DA PRIMEIRA ESTREIA À IDA PARA ITÁLIA».

RUA TOMÁS ALCAIDE [ I ]

«A RUA TOMÁS ALCAIDE E SEU ENQUADRAMENTO»
 Rua Tomás Alcaide - (2017)  -  (Desenho adaptado da "RUA TOMÁS ALCAIDE", parte nascente do "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS", construído para habitação social, na Freguesia de "MARVILA")    in      ARQUIVO/APS
 Rua Tomás Alcaide  - (2016)  -  (A "RUA TOMÁS ALCAIDE" no BAIRRO DAS AMENDOEIRAS na Malha "I" de CHELAS)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  -  (2016)  -  (Panorâmica do "Bairro das Amendoeiras" onde está inserida a "RUA TOMÁS ALCAIDE)  in  GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  - (2016)  -  (A Panorâmica mais aproximada da RUA TOMÁS ALCAIDE na zona de CHELAS)   in   GOOGLE EARTH
 Rua Tomás Alcaide  -  (2008) - Foto de Barragon  - (Mapa da Zona de CHELAS onde podem ser vistos os seus BAIRROS, na freguesia de MARVILA)   in  SKYSCRAPERCITY
 Rua Tomás Alcaide -  (2008) - Foto de BARRAGON  -  (Plano ORTOFOTO da Zona de CHELAS onde se insere o "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" e a "RUA TOMÁS ALCAIDE")  in   SKYSCRAPERCITY
Rua Tomás Alcaide - (1991)  -  (CD editado com áreas de ópera cantadas pelo grande "TOMÁS ALCAIDE" e "LIONEL CECIL" em Itália, com o título "IL MITO DELL'OPERA" onde "TOMÁS ALCAIDE " tem 15 faixas deste disco)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)  in  GUITARRA DE COIMBRA


- RUA TOMÁS ALCAIDE [ I ]

«A RUA TOMÁS ALCAIDE E SEU ENQUADRAMENTO»

A «RUA TOMÁS ALCAIDE» pertence à freguesia de «MARVILA». Está implantada no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" (antiga ZONA "I" de CHELAS), começa possivelmente, na "RUA ACTRIZ PALMIRA BASTOS" e finaliza na "RUA MANUEL TEIXEIRA GOMES. Tem como convergentes a "RUA RUI DE SOUSA" e a "RUA LUÍS PACHECO", sendo esta última uma "via principal de peões em Chelas".
A ACTA Nº 97 de Outubro de 1970 da "COMISSÃO CONSULTIVA MUNICIPAL DE TOPONÍMIA" constata o recebimento de uma carta da "EDITORIAL POLIS", sugerindo que a uma RUA DE LISBOA, seja dada o nome de "TOMÁS ALCAIDE".
A COMISSÃO considerou inteiramente justificada a consagração do nome referido, sendo de parecer que passe a denominar o arruamento ma "MALHA" "I" de CHELAS, freguesia de MARVILA, que na "RUA - I - DEZ", seja destinado o topónimo de "RUA TOMÁS ALCAIDE" - cantor Lírico - (1901-1967), com a aprovação do EDITAL CAMARÁRIO de 04 de Novembro de 1970.
A "RUA TOMÁS ALCAIDE" está inserida no "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" abrangendo as antigas QUINTAS: do "ALENTEJÃO" ( a Norte), QUINTA DAS AMENDOEIRAS"; QUINTA DA RAPOSA e QUINTA DA CERA no meio, ficando mais para Sul a QUINTA DA LEBRE e o VALE FUNDÃO. 
Este espaço era também atravessado pelas antigas AZINHAGAS: da QUINTA DA CERA, do FERRÃO, da QUINTA DOS CRAVOS e AZINHAGA DA TROCA. A Nascente tinha mais uma "QUINTA DE ALFENIM". A Sudeste do BAIRRO fica o "PARQUE URBANO DO VALE FUNDÃO  e no lado Sudoeste a "ESCOLA SECUNDÁRIA DOM DINIS".
Durante vários anos no passado, a área de MARVILA e CHELAS eram denominadas pelo nome de ZONAS: ZONA "I"; ZONA "J"; ZONA "M"; ZONA "N1" e ZONA "N2".  Sensivelmente a partir do meio da década de 90 do século XX, as designações das ZONAS foram substituídas pela denominação de BAIRROS.
Ao "BAIRRO DAS AMENDOEIRAS" correspondia a (ex-ZONA "I");  BAIRRO DO ARMADOR (ex-ZONA "M"); BAIRRO DO CONDADO (ex-ZONA "J"); BAIRRO DA FLAMENGA (ex-ZONA "N1") e ao BAIRRO DOS LOIOS a (ex-ZONA "N2").
A freguesia de MARVILA é constituída por 10 BAIRROS: BAIRRO DA FLAMENGA; BAIRRO DA PRODAC "Norte" e "Sul" ou VALE FUNDÃO; BAIRRO DAS AMENDOEIRAS; BAIRRO DAS SALGADAS; BAIRRO DO ARMADOR; BAIRRO DO CONDADO; BAIRRO DOS ALFINETES; BAIRRO DOS LÓIOS; BAIRRO MARQUÊS DE ABRANTES e "POÇO DO BISPO" (zona histórica de MARVILA).
Permanece no tempo a memória de algumas QUINTAS nesta freguesia de MARVILA, e noutras, quando aconteceu o realojamento de grande parte da população residente (em bairros Sociais) oriundas de "BAIRROS DE LATA". Depois de 1974, muitas construções de madeira evoluíram para alvenaria de tijolo, aproximando-se das tipologias de alguns Bairros clandestinos de pior qualidade. Outros especialmente os mais antigos, oferecem condições muito deficientes, aproximando-se de verdadeiras "BARRACAS", como foram os casos da "QUINTA DA CALÇADA" da "MUSGUEIRA", do "RELÓGIO", do "ALTO DO VAREJÃO", do "ALTO DO PINA", do "ALTO DA EIRA", do "VALE ESCURO", da "QUINTA DA CURRALEIRA", do "VALE FORMOSO" ou do "BAIRRO CHINA".  Isto de "BAIRROS CLANDESTINOS" merecia mais desenvolvimento, embora neste momento tenhamos de ficar por aqui!.

A voz de TOMÁS ALCAIDE para recordar...https://youtu.be/6w7zdg1c-e8

(CONTINUAÇÃO)-(PRÓXIMO)«RUA TOMÁS ALCAIDE[ II ]-DO NASCIMENTO À IDA PARA COIMBRA».

sábado, 9 de setembro de 2017

RUA BARATA SALGUEIRO [ III ]

«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 3 )
 Rua Barata Salgueiro - (2008)  -  Edifício da "CINEMATECA PORTUGUESA" na RUA BARATA SALGUEIRO desde 1979, numa moradia de 1887)  in   LUMINESCENCIAS
 Rua Barata Salgueiro  -  (2013)  -  (Fachada do Edifício da "CINEMATECA PORTUGUESA", numa noite de apresentação cinematográfica)   in  TARDES CINÉFILAS
 Rua Barata Salgueiro  -  (2016)  -  (Panorâmica mais aproximada da "RUA BARATA SALGUEIRO")    in     GOOGLE EARTH 
 Rua Barata Salgueiro  -  (ant. 1996) - Foto de autor não identificado  - (Sede da Companhia de Seguros ZURIQUE, - ao lado da CINEMATECA -  na Rua Barata Salgueiro, num edifício distinguido com uma Menção Honrosa do Prémio VALMOR em 1996)  in   CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA 
 Rua Barata Salgueiro -  (2000)  -  Foto de Luís Pavão  -  (Edifício do antigo "BANCO FONSECAS & BURNAY, situado na RUA JOSÉ CASTILHO e esquina com a RUA BARATA SALGUEIRO. Foi prémio VALMOR relativo ao ano de 1984)   in   AML 
 Rua Barata Salgueiro -  (2000)  -  (Fachada do "HOTEL BIS-LISBOA - AVENIDA" na "RUA BARATA SALGUEIRO", 53)    in     AML 
Rua Barata Salgueiro  -  (2000)  Foto de Luís Pavão  -  ( A "RUA BARATA SALGUEIRO" no lado esquerdo podemos ver o edifício do antigo "BES", hoje "NOVO BANCO")    in     AML 

(CONTINUAÇÃO)  - RUA BARATA SALGUEIRO  [ III ]

«A RUA BARATA SALGUEIRO ( 3 )»

A outra abordagem que nos merece também referência por ser bastante antiga é a "CINEMATECA NACIONAL" criada em 1948, graças à pertinácia de um médico que gostava mais de cinema do que de Medicina; "MANUEL FÉLIX RIBEIRO" de seu nome.
Na sequência de uma grande quantidade documental que existia no antigo "SECRETARIADO DE PROPAGANDA NACIONAL", mais tarde o SNI-SECRETARIADO NACIONAL DE INFORMAÇÃO, à guarda do respectivo funcionário deste organismo, sendo o primeiro DIRECTOR da então "CINEMATECA NACIONAL", e teve lugar no "PALÁCIO FOZ" a sua primeira sessão pública e autónoma.
Esta "CINEMATECA" torna-se uma repartição do "INSTITUTO PORTUGUÊS DE CINEMA" em 1973 e 1979, ainda sob a Direcção de FÉLIX RIBEIRO, passando depois para "LUÍS DE PINA".
No ano de 1979 o GOVERNO PORTUGUÊS comprou uma moradia edificada na "RUA BARATA SALGUEIRO" no ano de 1887, para ali instalar a "CINEMATECA PORTUGUESA", agora sob a tutela da "DIRECÇÃO GERAL DO MINISTÉRIO DA CULTURA".
"JOÃO BÉNARD DA COSTA" em 1991 assume o cargo de Director da "CINEMATECA". Entre 2001 e 2002 o edifício entra em obras de restauração, a cargo dos Arquitectos; "ALBERTO CASTRO NUNES" e " ANTÓNIO MARIA BRAGA". Em Dezembro de 2002 voltaram a funcionar as instalações da "RUA BARATA SALGUEIRO" com um espaço "MUSEOGRÁFICO" e salas de Cinema renovadas.  "MARIA JOÃO SEIXAS", foi a sucessora de "BÉNARD DA COSTA" que assumirá em Janeiro de 2010. No ano de 2014 é nomeado novo director "JOSÉ MANUEL COSTA" de seu nome.
O "MUSEU", espaço dedicado à exposição de vasta e rica colecção relacionada com o tema do cinema, distribui-se por três salas.
E em contínuo desenvolvimento, a CINEMATECA torna-se simultaneamente num precioso arquivo fílmico e no local de exibição das grandes obras do cinema NACIONAL e Estrangeiro. 

Exista ainda nesta artéria um "PRÉMIO VALMOR" e outro "MUNICIPAL DE ARQUITECTURA". Relativo ao ano de 1984, ao edifício construído para o "BANCO FONSECAS & BURNAY" situado na "RUA JOSÉ CASTILHO" com esquina para a RUA BARATA SALGUEIRO, sendo a sua equipa de autores composta por sete Arquitectos, chefiada pelo Arq. CARLOS MOREIRA TOJAL. Trata-se de um edifício com um projecto bem desenhado e bem concebido, uma peça que marca uma época. Hoje engloba vários serviços e balcões.

Um outro edifício construído para a "COMPANHIA DE SEGUROS METROPOLE, SA, situado nesta RUA, no número 41, é distinguido com um prémio, desta vez uma "MENÇÃO HONROSA" do "PRÉMIO VALMOR DE 1996". O júri justificou a sua decisão pela qualidade de intervenção de renovação do edifício, ao qual foi recuperada a fachada do início do século XX e acrescentando um novo volume, adaptando-o a uma nova utilização. O projecto pertence ao Arquitecto "HENRIQUE LAMI TAVARES CHICO", hoje o edifício é sede em PORTUGAL da "COMPANHIA DE SEGUROS ZURICH".

Nesta Rua existe ainda o edifício do "DEUTSCHE  BANK" no número 43 esquina para a "RUA JOSÉ CASTILHO"; o antigo edifício do "BES" hoje "NOVO BANCO" esquina com a "AVENIDA DA LIBERDADE" sensivelmente no mesmo lugar onde o advogado e capitalista "DR. ANTÓNIO ANTÃO BARATA SALGUEIRO" tinha o seu Palácio.
Temos ainda no número 53 o "HOTEL IBIS LISBOA-LIBERDADE"; O "ALTIS PRIME HOTEL" na esquina com a "RUA RODRIGO DA FONSECA" e o "ALTIS GRAND HOTEL" na esquina com a "RUA JOSÉ CASTILHO".
Como é de supor, depois da abertura da "AVENIDA DA LIBERDADE" as artérias que lhe são vizinhas vão mudando também a sua fisionomia, (nomeadamente em edifícios novos ou adaptados) esta com 135 anos, não podia fugir à regra. [ FINAL]

BIBLIOGRAFIA

- ARAÚJO, Norberto de, - PEREGRINAÇÕES EM LISBOA- LIVRO IV-1993 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA HISTÓRIA DE LISBOA - Direcção de Francisco Santana e Eduardo Sucena - 1994 - LISBOA.
- DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA de JOSÉ PEDRO MACHADO - SOCIEDADE DA LÍNGUA PORTUGUESA - VOL. II - 1960 - LISBOA.

INTERNET


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