quarta-feira, 21 de novembro de 2018

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE) [ XIV ]

«RUA EÇA DE QUEIROZ ( 2 )»
 Rua Eça de Queiroz  -  (2015)  Foto de Sérgio Dias   -  (A "RUA EÇA DE QUEIROZ" na actual, freguesia de "SANTO ANTÓNIO"  in    TOPONÍMIA DE LISBOA
 Rua Eça de Queiroz  - (2011) Foto de Luís Pavão   -   ( Edifício na "AVENIDA DUQUE DE LOULÉ" esquina para a "RUA EÇA DE QUEIROZ")   in     AML 
 Rua Eça de Queiroz -  (2008 ) foto de APS  (A "RUA DAS FLORES" onde "EÇA DE QUEIROZ" referenciou no seu livro "A TRAGÉDIA DA RUA DAS FLORES")  in  ARQUIVO/APS
 Rua Eça de Queiroz - (2008) Foto de APS  -  (A "RUA DAS FLORES" faz parte do itinerário literário de "EÇA DE QUEIROZ", no seu livro "A TRAGÉDIA DA RUA DAS FLORES". A presente foto foi tirada na parte final (Norte), apanhando a saída do estacionamento subterrâneo da "PRAÇA LUÍS DE CAMÕES")   in     RUAS DE LISBOA/APS
 Rua Eça de Queiroz  -  (2009) - Foto de autor não identificado -  (Réplica em bronze da estátua a "VERDADE" ( da antiga em  pedra lioz de 1903) da autoria do escultor "ANTÓNIO TEIXEIRA LOPES", esta inaugurada em 26.07.2001, no "LARGO BARÃO DE QUINTELA")  in      ARQUIVO/APS - MARCAS DAS CIÊNCIAS
Rua Eça de Queiroz - (1955-1970)  Foto de Artur Pastor  -  (O "CASINO LISBONENSE" onde "EÇA DE QUEIROZ" organizou as suas conferências em 1871, fica no "LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO" -antigo "LARGO DA ABEGOARIA"- no edifício à nossa direita na foto)  (ABRE EM TAMANHO GRANDE)   in   AML

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS ( 5.ª SÉRIE) [ XIV ]

«RUA EÇA DE QUEIROZ" ( 2 )»

"EÇA DE QUEIROZ" fez parte do "CENÁCULO" ( com "BATALHA REIS" e "SALOMÃO SÁRAGA", "ANTERO" entre outros): A  "REVOLUÇÃO DE SETEMBRO", dirigida por "RODRIGUES SAMPAIO", acolheu também prosas de "EÇA DE QUEIROZ"
Foi, contudo com o "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" que o escritor viria a manter uma relação íntima e longa. Não pode esquecer-se que foi sob a forma de cartas ao redactor daquele jornal que "EÇA", de parceria com "RAMALHO ORTIGÃO", compôs no verão de 1870 de 24 de Julho a 27 de Setembro o "MISTÉRIO DA ESTRADA DE SINTRA", obra em folhetins que deu brado no tempo e chegou a provocar algum susto entre os leitores, até se esclarecer que se tratava de uma ficção jornalística. Sendo a primeira versão em livro editada no ano de 1884.
Depois como recordou o Escritor e Jornalista "ANTÓNIO VALDEMAR", "EÇA" foi o autor de uma verdadeira série de reportagens sob o título de DE PORT SAID  A SUEZ", publicada também no jornal ( hoje, um Tesouro de Baú do DN) que então ficava na antiga "RUA DOS CALAFATES" (ao BAIRRO ALTO) actual "RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS". Aí descrevia, com requintes de repórter, a viagem ao "EGIPTO" que fizeram e que viria a dar-lhe pretexto para uma parte do  romance "A RELÍQUIA"(1887).

"EÇA DE QUEIROZ" quando estudava DIREITO na UNIVERSIDADE DE COIMBRA, torna-se amigo de "ANTERO DE QUENTAL" e "TEÓFILO BRAGA", entre outros, terá participado nas "CONFERENCIAS DO CASINO" (num edifício que ficava no antigo "LARGO DA ABEGOARIA", hoje "LARGO RAFAEL BORDALO PINHEIRO) Ver mais aqui... Ficando como um dos famosos da geração de 70 por ter organizado "AS CONFERÊNCIAS DO CASINO LISBONENSE" no ano de 1871 e mais tarde, como membro dos "VENCIDOS DA VIDA".
Em concurso para CÔNSUL classifica-se em primeiro lugar. Partiu em 1872 para "HAVANA" como representante Consular, foi depois transferido para BRISTOL (INGLATERRA) onde permaneceu 14 anos, seguindo depois para PARIS (1888).

Voltando à sua parte literária, EÇA iniciou-se no romance em 1876 na notável obra "O CRIME DO PADRE AMARO (1876), a que se seguiu "O PRIMO BASÍLIO"(1878), obra em que a cidade de LISBOA é o objecto da sua crítica irónica. Em 1888 é publicado " OS MAIAS", obra em que novamente faz a crítica literária, política e educacional da sociedade da época.
Colaborou ainda no "BRINDE"  aos  senhores assinantes do mesmo "DIÁRIO DE NOTÍCIAS", escrevendo o conhecido conto "SINGULARIDADES DE UMA RAPARIGA LOIRA" (1874).  E foi autor de escritos dispersos, espalhados por variadas publicações em PORTUGAL e no  BRASIL,  em que o carácter literário era preponderante. As próprias "FARPAS"  crónica mensal da política das letras e dos costumes, LISBOA 1871-1883 [ fonte: BND e BNP ]Ver mais aqui...
"EÇA" chegou, no entanto como se viu a ser JORNALISTA na acepção mais restrita do termo. Embora "Eça de Queiroz" não tenha poupado, todavia, os JORNALISTAS, ao peso do seu sarcasmo.
Geralmente o homem dos jornais é, nos livros do escritor, um tipo seboso, de maus dentes, caspa na gola, boémio com um pouco de burlão e um tanto de chantagista. No romance "A CAPITAL" (1925-Póstumo), o leitor é levado a embirrar prontamente com a chulice de "MELCHIOR", um repórter de "O SÉCULO", que leva "ARTUR CORVELO" praticamente até à penúria.

E como diria meu cunhado (já falecido) "MANUEL ANTÓNIO MIRA GODINHO DE OLIVEIRA",   "E PARA REMATAR"... convenhamos, "EÇA DE QUEIROZ" não precisa de uma RUA de grande aparato... o nome dele só por si, dá dignidade à artéria.
   
(CONTINUA)-(PRÓXIMO)«RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS (5.ª SÉRIE)[ XV ] RUA HELENA ARAGÃO».

2 comentários:

APS disse...

Caro Anónimo

Poderá eventualmente, não ter chegado até aos nossos dias um documento que justifique esta intenção, mas que era boa, não lhe podemos tirar o mérito.

Também encontrei alguma coisa sobre D. AFONSO III, que passo a relatar.
Este monarca representava no século XII, um simbolismo, cujas qualidades realça do seguinte modo: "experimentado chefe do exercito ao mesmo tempo que cuidadoso organizador da administração pública e astuto condutor de negócios diplomáticos, tendo em vista o engrandecimento da autoridade régia, pelo desenvolvimento das instituições comunais e pela repressão, na classe nobre, dos pruridos de independência feudal. Possuía na realidade, as qualidades necessárias".
Salienta um governo benéfico para o país, depois de 24 anos em que o Rei anterior, absorvido pelas preocupações de ordem guerreira, tinha descurado a administração pública.

Sendo considerado AFONSO III como iniciador de uma nova era da política portuguesa, o progresso concelhio e a representação do braço popular em CORTES a partir de 1254; a restauração e o povoamento, o culto de lugares; o desenvolvimento da paz e o crescimento da actividade Comercial e Industrial; o aumento da circulação do numerário, a repressão aos abusos e da revindicta, a fim de por cobro ao estado de anarquia em que a nação se debatera nas três décadas anteriores.
Os aspectos políticos-administrativos empreendidos por D.AFONSO III, o terminar da Reconquista permitira o consolidar do Novo Estado e um novo olhar sobre o político e o Administrativo.
A afirmação do Estado Português, com a superioridade de LISBOA como CAPITAL.

D. AFONSO III foi proclamado REI DE PORTUGAL em LISBOA no ano de 1248.

APS disse...

Caro Anónimo

Poderá eventualmente, não ter chegado até aos nossos dias um documento que justifique esta intenção, mas que era boa, não lhe podemos tirar o mérito.

Também encontrei alguma coisa sobre D. AFONSO III, que passo a relatar.
Este monarca representava no século XII, um simbolismo, cujas qualidades realça do seguinte modo: "experimentado chefe do exercito ao mesmo tempo que cuidadoso organizador da administração pública e astuto condutor de negócios diplomáticos, tendo em vista o engrandecimento da autoridade régia, pelo desenvolvimento das instituições comunais e pela repressão, na classe nobre, dos pruridos de independência feudal. Possuía na realidade, as qualidades necessárias".
Salienta um governo benéfico para o país, depois de 24 anos em que o Rei anterior, absorvido pelas preocupações de ordem guerreira, tinha descurado a administração pública.

Sendo considerado AFONSO III como iniciador de uma nova era da política portuguesa, o progresso concelhio e a representação do braço popular em CORTES a partir de 1254; a restauração e o povoamento, o culto de lugares; o desenvolvimento da paz e o crescimento da actividade Comercial e Industrial; o aumento da circulação do numerário, a repressão aos abusos e da revindicta, a fim de por cobro ao estado de anarquia em que a nação se debatera nas três décadas anteriores.
Os aspectos políticos-administrativos empreendidos por D.AFONSO III, o terminar da Reconquista permitira o consolidar do Novo Estado e um novo olhar sobre o político e o Administrativo.
A afirmação do Estado Português, com a superioridade de LISBOA como CAPITAL.

D. AFONSO III foi proclamado REI DE PORTUGAL em LISBOA no ano de 1248.