sábado, 5 de janeiro de 2008

AVENIDA D. AFONSO III




(Avenida D. Afonso III antiga estrada da circunvalação fotos de APS 2005)


Esta Avenida pertence à freguesia de SÃO JOÃO, começa na Estrada de Chelas no número 1 e acaba na Parada do Alto de S. João no número 1.


Artéria atribuída por deliberação camarária em 13.07.1933 e respectivo Edital de 18.07.1933 num troço da antiga Estrada de Circunvalação no prolongamento da Rua Morais Soares entre a Parada do Cemitério do Alto de São João e a Estrada de Chelas(1).


Segundo Luís Pastor de Macedo em Lisboa de Lés a Lés, volume IV «o caminho da Quinta dos Apóstolos desapareceu com a abertura desta Avenida. Esta Avenida homenageia o Rei português (Coimbra-1210-1279-Coimbra), coroado em 1248 após a morte de seu irmão D. Sancho II, embora já desde 1246 fosse "visitador, curador e defensor do reino". De cognome o "Bolonhês", filho de D. Afonso II e de D. Urraca, este rei da I Dinastia foi aquele que conquistou o Algarve em definitivo, no ano de 1249 e pela primeira vez convocou Cortes em que tomaram parte os procuradores dos Concelhos (Leiria-1254), sendo considerado mérito seu a consolidação administrativa do país». Não nos podemos esquecer que foi este Rei que trouxe a Capital do Reino para Lisboa.


Afirma ainda Luís Pastor de Macedo que para cima pegada com a Quinta do Coxo estava a Quinta dos Apóstolos que nos registos paroquiais de Santa Engrácia aparece citada em 1666(2). A sua entrada fazia-se pelo número 63 da Calçada das Lajes isto antes de se ter feito a Avenida D. Afonso III

Entre esta Avenida e a Calçada das Lajes existe um monumento do século XVII, trata-se do Baluarte de Santa Apolónia, imóvel de interesse Público por Decreto Nº 2-96, DR 56 de 6 de Março de 1996 (3), (hoje bastante danificado e vandalizado), foi mandado edificar entre 1652 e 1668, inseria-se numa linha de defesa da orla ribeirinha de Lisboa, com início na foz da Ribeira de Alcântara e terminava na Cruz da Pedra. Este baluarte fica situado na antiga Quinta do Manique e tinha como função a defesa da parte Oriental da cidade, esta estrutura defensiva, de forma pentagonal, tinha as frentes de fogo voltadas para Este.

Em 1868, o governo de D. Luís autorizou a instalação de um cemitério Judaico na antiga Calçada das Lajes (hoje parte da Avenida D. Afonso III), em funcionamento presentemente.

No dizer de Luís Pastor de Macedo «entre a Avenida D. Afonso III e a Calçada das Lajes, existia uma pequena casa, cor-de-rosa velho. Funcionou ali um dos postos fiscais da circunvalação da cidade decretada em 1852 (4). A casa que confronta com estas duas artérias depois de desactivada das suas funções, foi adquirida por meu avô (Agostinho dos Santos Sobreira) também funcionário da fiscalidade nos anos vinte do século XX. Hoje já nada resta da casa, apenas no mesmo local um parapeito com resguardo em ferro uma escada empedrada e rampa para deficientes. A casa foi comprada pela Câmara Municipal de Lisboa nos anos sessenta do século passado, para alargar a entrada (norte) da Calçada das Lajes e a Avenida D. Afonso III, dentro de um plano de urbanização para aquela zona.

(1) - »Paula.machado@cm-lisboa.pt»
(2) - Liv. A. de Óbitos, folhas 200-Santa Engrácia
(3) - AML-CML-DGEMN-Inventário do Património Arquitectónico
(4) - Os Limites de Lisboa, A. Vieira da Silva, em Revista Municipal Nº 6










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