quarta-feira, 26 de março de 2008

RUA DA ESPERANÇA [ III ]

Rua da Esperança - (200-) Fotógrafo não identificado (Rua da Esperança à esquerda em frente a Calçada Marquês de Abrantes)( O mesmo sitio onde cem anos antes se pedia para as almas) in pedromoraiscardoso.wordpress.com
Rua da Esperança - (1969) Foto António Duarte (Imagem de Nª. Senhora da Esperança in AFML
Rua da Esperança, 10 - (1911) Foto Joshua Benoliel (Casa de Inocêncio Camacho, onde se reuniu o último comité revolucionário, fotografado por ocasião das festas das constituintes) in Ilustração Portuguesa 26-07-1911 pág. 814
Rua da Esperança - (1900) Fotógrafo não identificado (Pedido para Almas. Destaca-se ao centro a casa onde viveu o Almirante Gago Coutinho) in AFML

Rua da Esperança - (s.d.) Fotógrafo não identificado in Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa


(CONTINUAÇÃO)
Uma inesperada aliada dos Barbadinhos foi a nossa conhecida D. Maria Francisca Isabel de Sabóia. Enquanto Rainha ( e foi-o, por duas vezes), tomou-os como seus protegidos e nunca tiveram, nesses anos, dificuldade em enviar frades para Pernambuco. Morta a Rainha, tudo voltou ao princípio e, em 1701, os Barbadinhos deixaram mesmo o Brasil.
Os frades foram obrigados a procurar nova morada, e desta vez, para os sítios de Santa Engrácia. Mais tarde, vieram algumas dezenas de Barbadinhos fugidos da Revolução Francesa e lá se acolheram.
Com a extinção das casas religiosas, em 1834, para lá foi um dos Asilos da Infância. Mas um incêndio não deixou restos de nada e, já no século XX, foram ali feitos balneários (que ainda subsistem parcialmente), tentando de alguma forma suprir as casas de banho que faltavam no bairro.
Entre a singeleza da Rua e da sua tradição, mistura-se alguma história. Se percorrer o resto da rua, do lado par, vê-se aporta do célebre «Endireita da Esperança». Passada a entrada da travessa das Isabéis, ficava uma casa que fez época e jaz na imobilidade há demasiados anos: os "Caracóis da Esperança", tasca pioneira no amanho dos saborosos gastrópodes. Mais para cima, do lado ímpar, fica a Assistência Paroquial de Santos, criada nos anos 30 e, portanto, uma das mais antigas instituições do género em Lisboa.
Depois, na esquina com a Calçada do Castelo Picão, ergue-se outro dos emblemas do sítio. O recentemente arranjado Convento das Bernardas, que conhecemos como simples colmeia de arrendamentos sem condições e que hoje já alberga, nomeadamente, além de casas de morada, um Museu, um restaurante e a Sede de uma Colectividade local, o Esperança Atlético Club, organizador há muitos anos da marcha da Madragoa. E finalizamos com o prédio onde viveu longos anos o sábio privativo da Esperança, o Almirante Gago Coutinho.

5 comentários:

  1. Olá!

    Parabéns pelo magnífico blog.

    Muito interessante e educativo.

    Obrigada,

    Raquel

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  2. Agradecido pelo seu comentário

    APS

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  3. Olá , parabéns pelo blog antes de mais. Pora acaso não sabe da morada do "endireita da esperança", ou o nº?
    É que torci o tornozelo e precisava de ir a um. Já procuerei na net e nã encontro um em Lisboa. Obrigado.

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  4. Caro Pedro

    Obrigado pelas suas palavras.

    Espero que já tenha resolvido o seu problema, mas só hoje me foi possível responder-lhe.

    Tenho acrescentar que um familiar meu necessitou (em Outubro 2009) dos serviços do "ENDIREITA DA ESPERANÇA". A informação é esta: já não habita neste sítio retirou-se para a província.

    Sempre às ordens
    APS

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  5. Conheço o Endireita de Lisboa, foi lá à cerca de 3 meses porque tinha uma tendinite e comigo correu bem.
    http://endireitadelisboa.blogspot.com

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