Rua do Arsenal - (2008) Foto de APS (Fachada principal do Arsenal da Marinha de Lisboa)
Rua do Arsenal - (2008) Foto de APS (Final da Rua do Arsenal - o recinto para estacionamento de carros foi em tempos a "Sala do Risco")Rua do Arsenal - (Século XV-XVI) (Pintor Martins Barata) (Reconstituição da Ribeira de Lisboa) in Revista Municipal da CMLRua do Arsenal - (1622) (Desenho de Domingos Vieira) (Tercenas representadas na panorâmica de Lisboa, inserta na obra de LAVANHA, Viagem da Católica Real Magestade o rei Filipe II N.S. ao reino de Portugal,Madrid.) in Revista Municipal da CMLRua do Arsenal - (1294) (Desenho atribuido ao Engº Augusto Vieira da Silva) (Tercenas de D. Dinis) in Revista Municipal da CML
(CONTINUAÇÃO)RUA DO ARSENAL«ARSENAL DA MARINHA DE LISBOA»A zona marginal do TEJO entre a Praça do Município e a Igreja da Conceição Velha chamou-se, no passado a RIBEIRA.Aqui existiram «TERCENAS» ou «TARACENAS», onde se construiram navios e se guardavam apetrechos maritímos. D. Manuel, quando vivia na Alcáçova do Castelo, vinha com freqência à Ribeira para seguir a construção dos navios, ali se instalando no Paço que mandou edifícar.Os chamados estaleiros da Ribeira das Naus e os armazéns das armas, de pólvora, de monições, de aprovisionamento e géneros foram, em grande parte, os responsáveis pela epopeia marítima dos portugueses. O terremoto de 1755 destruiu esse importante complexo, mas logo no dia 14 desse mês foi determinada a sua reconstruçãoque, de facto, se iniciou em 1759, com o risco de Eugénio dos Santos.No início da segunda metade do século XIX, o ARSENAL DA MARINHA começa a adaptar-se à construção de navios de ferro movidos a vapor. Para além de duas carreiras de construção, armazéns e oficinas, o Arsenal dispunha de um "DIQUE", construido em 1792, destinado à reparação de navios. Esta doca seca, a primeira que existiu no país, teve longos períodos de inactividade entre 1807 e 1877, passou então a utilizar uma porta-batel, manteve-se em plena operacionalidade até 1939, data em que, por motivo da abertura da Avenida das Naus, foi atulhada.Alguns anos antes, em 1936, tinha-se iniciado a transferência do «ARSENAL DA MARINHA» para as «INSTALAÇÕES NAVAIS DO ALFEITE».
Nos edifícios que envolviam o espaço do Arsenal foram instalados, ao longo do tempo, diversas instituições e serviços, dos quais se destacam os seguintes: Observatório Astronómico - criado por D. Maria I em 15 de Março de 1798, serviu para o ensino de astronomia dos alunos das Academias de Guardas-Marinhas e da Marinha. Após as Invansões Francesas, e pelo facto de parte do material ter sido transferido para o Brasil, o observatório passa a ter uma vida atribulada. Em 1824 é traferido para o Real Colégio dos Nobres, que em 1837 passa a Escola Politécnica. Do incêndio que destruiu esta escola em 1843 salvaram-se os instrumentos e livros de registos, perdendo-se a livraria. Em 1845 é integrado na Escola Naval, acabando por ser extinto em 1874.
«SALA DO RISCO»Situada na aula poente dos edifícios do Arsenal foi, durante muito tempo o maior salão que existiu em Lisboa. (72,26 X 18,70 metros) e manteve as suas caracteristicas até 1916 quando foi destruído por um violento incêndio. Servindo de aquartelamento à Companhia de Guardas-Marinhas, criada em 1782, este espaço também foi designado «CASA DAS FORMAS», por ter servido de armazenamento e traço das formas dos navios que se construíram no Arsenal.Ali foi instalado em 1796 a aula de construção, desenho e traçamento de formas, dum curso de Construção Naval então existente.
«TERCENAS DE LISBOA»Outrora eram chamadas de «Taracenas» e designavam, não apenas o local onde se construíam embarcações, mas também os armazéns que, directa ou indirectamente estavam correlacionados com a arumação naval, e, depois, a zona de varadouro das galés.Torna-se assaz difícil, ou mesmo impossivel, saber o que foi a Ribeira de Lisboa no tempo dos Romanos, dos Godos e dos Mouros. Todavia, estamos certos que ninguém irá pensar que uns e outros se limitassem a apreciar a bela panorâmica do rio, quando qualquer deles já sabiam construir embarcações. E delas, seguramente, teriam necessidades para atravessar o rio (1) e para pescar.(1)- A via romana de Lisboa para Mérida, que passava por Salácia, começava na margem Sul do Tejo (Moita ou Montijo-antiga Aldeia Galega), o que implicava a travessia do dito rio.BIBLIOGRAFIAAnais da Marinha, número especial, Lisboa, Dezembro de 1942A Nau de Pedra, Coordenação de A. Malheiro do Vale, Lisboa, 1987LOUREIRO, Carlos Gomes de Amorim, Estaleiros Navais Portugueses, Lisboa, 1960Revista Municipal, 2ª Série Nº16 (2º Trimestre 1986)(CONTINUA) - (Próximo - A CAPELA DE S. ROQUE DO ARSENAL DA MARINHA da Irmandade do «Carpinteiros de Machado ou Carpinteiros Navais»)
Alguns textos e fotos de ruas da minha terra, coisas que vou investigando e transcrevendo, dando assim conhecimento para quem como eu goste de Lisboa.
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