Rua do Carmo - (2008) Foto de APS (Fachada do Grandella na actualidade)
Rua do Carmo - (194--) Fotógrafo não identificado (Livraria Portugal na Rua do Carmo junto ao elevador) in peaodobrado.blogs.com
Em 1890 adquire o prédio que ligava o Montepio Geral e passa a ter frente também para a Rua da Assunção. E, em 1891, toma a designação definitiva de «ARMAZÉNS GRANDELLA». Não esperou demasiado tempo para fazer progredir o seu império, assim, em 1903 adquiriu o prédio da Rua do Carmo, que ficava nas traseiras do seu estabelecimento, que logo mandou demolir com a intenção de o ligar numa nova construção à sua actual loja.
O problema era complicado e novo para a engenharia e arquitectura em Portugal, pois o desnível entre as duas ruas era muito grande.
Em 1907, estavam assim lançados os «ARMAZÉNS GRANDELLA» que abriram ao público a grande novidade, um dos edifícios mais modernos da Europa, seguindo o gosto então na vanguarda da "art nouveau", mas sem esquecer a arte decorativa portuguesa.
Rua do Carmo - (2007) Foto Carlos Sorejo ( A Rua do Carmo e o Grandella visto do Elevador) in olhares.pt
(CONTINUAÇÃO)
RUA DO CARMO
«ARMAZÉNS GRANDELLA»
Esta é a história do homem que sonhou ter em Lisboa uns grandes Armazéns à moda de Paris. Na verdade, Francisco Almeida Grandella, era filho de um médico de província pouco mais do que pobre, nasceu em Aveiras de Cima (Azambuja), em 23.07.1852. Veio para Lisboa trabalhar no comércio ainda muito jovem, empregou-se como marçano na Rua dos Fanqueiros e chegou a caixeiro.
Em 1879, com 250 mil réis emprestados por um amigo, abriu a sua primeira loja de fazendas, na Rua da Prata.
Dotado de espírito empreendedor, logo criou uma inovação importante: o cliente só tinha que escolher e liquidar; depois, os artigos eram-lhes levados a casa por moços contratados para o efeito.
Mas não ia ficar ali: paga a dívida (ao seu amigo), logo aumentou o estabelecimento passando a chamar-lhe «LOJA DO POVO» em 1881.
Era tempo da paixão pelos uniformes, fossem eles quais fossem, e Francisco Grandella, seguiu o exemplo de Paris e Londres. Para impressionar a clientela, arranjou então um porteiro para a loja, de casaca vermelha e galões dourados.
Surgiu a altura de deixar a designação de «Loja do Povo», e passar a chamar ao seu estabelecimento "Centro Comercial", o que torna velha (de um século) a actual «moderna» designação.
Mas cedo verificou que o espaço era muito limitado às suas ambições e muda-se para a Rua do Ouro, em 1886, chamando à nova Loja de «NOVO MUNDO». Foi então dos primeiros comerciantes a ter em conta o valor da publicidade, nomeadamente fazendo imprimir pequenos folhetos, que fazia distribuir porta a porta, nos quais anunciava os seus produtos.
Mas cedo verificou que o espaço era muito limitado às suas ambições e muda-se para a Rua do Ouro, em 1886, chamando à nova Loja de «NOVO MUNDO». Foi então dos primeiros comerciantes a ter em conta o valor da publicidade, nomeadamente fazendo imprimir pequenos folhetos, que fazia distribuir porta a porta, nos quais anunciava os seus produtos.
Com este novo método haveria de fazer encerrar, em 1897, o seu «grandioso» concorrente, a «Companhia dos Grandes Armazéns do Chiado».
Em 1890 adquire o prédio que ligava o Montepio Geral e passa a ter frente também para a Rua da Assunção. E, em 1891, toma a designação definitiva de «ARMAZÉNS GRANDELLA». Não esperou demasiado tempo para fazer progredir o seu império, assim, em 1903 adquiriu o prédio da Rua do Carmo, que ficava nas traseiras do seu estabelecimento, que logo mandou demolir com a intenção de o ligar numa nova construção à sua actual loja.
O problema era complicado e novo para a engenharia e arquitectura em Portugal, pois o desnível entre as duas ruas era muito grande.
Mas de novo, se vêem aqui os conhecimentos actualizados de Francisco Grandella. Os engenheiros franceses dispunham então de um novo método de construção, as estruturas de ferro, e os arquitectos mais avançados encantavam em Paris o estilo "art nouveau". Assim, o progressista comerciante entregou o projecto do novo edifício que haveria de ter onze pisos a contar da Rua do Ouro e seis a contar da Rua do Carmo ao arquitecto francês George Demay que acabara de construir em Paris os armazéns «PRINTEMPS» e pôs ao dispor do já famoso projectista o engenheiro português Ângelo de Sárrea Prado, que se notabilizara na construção de caminhos-de-ferro em África, e o construtor Civil João Pedro dos Santos, responsável pela construção da Penitenciária de Lisboa e de outras obras de não menor relevo.
Em 1907, estavam assim lançados os «ARMAZÉNS GRANDELLA» que abriram ao público a grande novidade, um dos edifícios mais modernos da Europa, seguindo o gosto então na vanguarda da "art nouveau", mas sem esquecer a arte decorativa portuguesa.
(CONTINUA)
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