sábado, 12 de abril de 2008

RUA DO CARMO [ VIII ]

Rua do Carmo - (1999) Fotógrafo não identificado (Imagem da maqueta da reconstrução dos Armazéns do Chiado) in ulisses.cm-lisboa.pt
Rua do Carmo - (2008) - Fotógrafo não identificado (Armazéns do Chiado) in http://www.construlink.com/


Rua do Carmo - (2007) Fotógrafo não identificado (Centro Comercial do Chiado)

(CONTINUAÇÃO)

RUA DO CARMO

«GRANDES ARMAZÉNS DO CHIADO»


Com Francisco de Almeida Grandella e os seus Armazéns haviam entrado em Portugal as modernas formas de comerciar, e os irmãos Nunes dos Santos seguiram-lhe corajosamente o exemplo, nomeadamente entrando-lhes nos seus próprios terrenos. No mesmo anúncio, lá vinha a concorrente notícia: «todas as compras feitas nos nossos armazéns serão mandadas gratuitamente a casa de todos os fregueses, para o que temos um bem montado serviço de automóveis marca Pegeout».

Note-se que, nessa data, os automóveis eram ainda objectos de luxo e, em Portugal, só muito poucos os possuíam.

Em 1912, os Grandes Armazéns do Chiado venceram uma nova etapa da sua triunfante carreira. Encerrado o «Hotel Europa», a empresa, que voltara a ser apenas dos seus dois fundadores e tinha de novo a primitiva razão social de Nunes dos Santos & Cia., alargou as instalações às do hotel e de mais quinze lojas, seis na Rua do Carmo e nove na Rua Nova do Almada, que tomaram os antigos inquilinos e às quais alargaram as secções já existentes e criando outras. A pouco e pouco, os donos do Grandes Armazéns do Chiado iam-se tornando os únicos inquilinos do Palácio dos Barcelinhos que, em 1927, acabaram por comprar aos herdeiros do Visconde Ouguela .

Em 25.08.1988 ardeu totalmente o antigo Palácio dos Barcelinhos, acabando com os Grandes Armazéns do Chiado que (contas feitas), poderiam comemorar nesse ano o centenário da fundação da Empresa que os criou, a firma «NUNES DOS SANTOS & Cia.».

Mas antes de deixarmos os Grandes Armazéns do Chiado, duas notícias representativas de como eram empreendedores e actualizados os irmãos Nunes dos Santos.

Em 1907, no número 116 da Rua Nova do Almada, abriam o «SOLON CHIADO ou ANIMATÓGRAFO dos ARMAZÉNS DO CHIADO». Era dirigido por um Austriaco, Francisco Stella, e, além das fitas «para todos», com cançonetas e duetos nos intervalos, oferecia, em dias certos fitas «só para homens».

Mais tarde em 1925, o então único sobrevivente dos segundos Grandes Armazéns do Chiado, Abílio Nunes dos Santos, introduzia em Portugal a Telefonia sem fios, através de uma estação amadora que ali funcionava até à criação, em 1926, da primeira estação de Rádio não amadora, o RADIO CLUBE PORTUGUÊS, oficializado em Fevereiro de 1931 com a primeira matricula de CTIGL.



Entretanto os tempos mudaram e os Armazéns foram vendidos em 1980. A vida, até ao fim, não foi brilhante. Tudo ardeu em 25 de Agosto de 1988, escapando unicamente a fachada.

O Arquitecto português Álvaro Siza Vieira, foi encarregado pela edilidade de Lisboa do projecto de recuperação da área.

Reabriu o edifício, como é sabido, com o nome antigo, mas usando agora a formula de Centro Comercial, com lojas diversas espalhadas pelos vários pisos.

BIBLIOGRAFIA

COSTA, Mário - O Palácio Barcelinhos, «Olissipo», Lisboa (Nºs. 86-88) 1959; ROCHA, Ilídio, O Casarão dos Grandes Armazéns do Chiado, «História», Lisboa (Nº 112) (1988); VALDEMAR, António, Chiado: O peso da memória, Lisboa; Edições Inapa. 1989; revista ILUSTRAÇÃO PORTUGUEZA.







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