Rua Gualdim Pais, 76 (196_) - Foto de João H. Goulart (Oficina de Luís Ribeiro) in AFML.
Rua Gualdim Pais - (1989) Foto de APS ( Entrada para o Beco da Horta das Canas) Arquivo/APS
Rua Gualdim Pais - (1946) Foto de Ferreira da Cunha (Antigo Mercado de Xabregas cujas bancadas e barracas foram em parte, desfeitas e arrastadas pelas águas que desceram em torrentes a Rua Gualdim Pais procedentes do Vale de Chelas) in AFML.
(CONTINUAÇÃO)
RUA GUALDIM PAIS
«AS ENXURRADAS DO VALE DE CHELAS»
A «RUA GUALDIM PAIS» foi, nos anos 40 e 50 do século passado, muito castigada por enxurradas oriundas especialmente de todo o Vale de Chelas.
Durante muitas décadas o calvário cíclico das cheias em «XABREGAS» passava por esta rua, chegando mesmo a provocar-lhe grandes prejuízos no seu percurso.
As enxurradas vindas desde o Alto de Chelas reduzia a destroços os haveres de inúmeras famílias causando-lhes elevadíssimos danos.
Se caísse chuva torrencial durante um certo período de tempo e principalmente se coincidisse com o praia-mar, antevia-se que vinha aí uma enxurrada de certeza.
Na Rua Gualdim Pais, lembramo-nos que um dia, a enxurrada era tão violenta que arrastava tudo à sua frente. A meio daquela artéria, junto da Calçada que leva ao Alto dos Toucinheiros, abateu o pavimento da rua numa extensão aproximadamente de 50 metros de comprimento e uma largura de 5 metros, no fundo da qual se podia ver parte do colector. Era um espectáculo impressionante, como a força da cheia podia fabricar aquele buraco.
A enxurrada escava no meio da «RUA GUALDIM PAIS» e da «ESTRADA DE CHELAS» querendo retomar por direito, aquilo que tinha perdido, há muito anos.
Por mapas e documentos antigos, chegamos à conclusão que aquele caminho já foi o leito de um afluente do Rio TEJO.
«É tradição antiquíssima herdada de uns para outros, que pelo "VALE DE CHELAS" entrava um esteiro do mar, o qual chegava até ao pátio do Mosteiro, onde está o poço dos SANTOS MÁRTIRES, e que naquele lugar tomara porto uma barca guiada por ordem do Céu, em que vinha o corpo de S. Felix, e os outros gloriosos Mártires; cujas relíquias se guardam naquele Mosteiro com grande veneração... o corpo de S. Felix veio a Lisboa por vontade divina» (1).
(1) -Furtado, Mário - Do antigo sítio de Xabregas - Lisboa - pág. 26-1997.
(CONTINUA) -(PRÓXIMO) -«RUA GUALDIM PAIS [VII] -O TEMPLÁRIO GUALDIM PAIS (1)»
Como me faz bem,ver fotos antigas de Lisboa.
ResponderEliminarMesmo que seja uma árvore, uma porta,ou até mesmo uma parede.
Fico imaginando quem dos meus antepassados poderiam ter estado naquele lugar.
Como seria bom se as paredes pudessem nos contar algo. rsrs !!!
Cara Marcia Faria
ResponderEliminarComo é bom ainda existir alguém, do outro lado do ATLANTICO, com um pensamento tão positivo, à cerca de Lisboa.
As paredes não falam...
Mas por vezes deixam passar certos barulhos.
Volte sempre!!!
boa tarde
ResponderEliminartalvez nos possa ajudar. somos descendentes de um escocês que veio para portugal e foi dono da tinturaria portugália de quem já nada sabemos para além do apelido que ainda usamos, medley. por coincidência ou não, perto da tinturaria situava-se o pátio do inglês!!! como é que achamos o fio à meada? e parabéns pelo seu trabalho. pedro
Caro Pedro (MEDLEY)
ResponderEliminarTenho imensa pena mas não lhe consigo resolver totalmente o seu problema.
Mas posso dar-lhe uma dica para iniciar uma pesquisa.
A TINTURARIA PORTUGÀLIA foi constituida (como sociedade) e existe o registo da constituição da firma e seus sócios. Sei também que foi vendida ao Industrial Luís Ribeiro, mas pode acontecer já não serem os donos de início.
Por isso, deve dirigir-se à Conservatória do Registo Comercial da área onde estava instalada a firma. Eu penso que deve ser a Conservatória de ARROIOS, mas se não for logo lhe informarão qual deve procurar.
Ver também se existem terrenos anexos à fabrica, que por sua vez tenha dado origem ao Pátio.
É tudo o que posso fazer.
Além de acrescentar que ao Pátio do Inglês, ficava mesmo pegado à Tinturaria e que foi demolido muito recentemente.(2008)
Cumprimentos.