Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (Uma visão antes e depois de 1755) - ( O sítio do ROSSIO - o traço ponteado a vermelho indica os quarteirões e edifícios desaparecidos. O traço a preto mostra a configuração urbana actual. A linha dupla (a verde) ao fundo corresponde sensivelmente à linha da Muralha de D. Fernando ou "Cerca Fernandina de Lisboa") in "Peregrinações em Lisboa - Norberto de Araújo
Praça D.Pedro IV (ROSSIO) - Detalhe da gravura de Georgius Braunius (1541-1622) - Pormenor da perspectiva de Lisboa em 1621, mostrando a zona do Rossio com o PAÇO DOS ESTAUS ao topo e à direita o HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS in 1621
Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2ª metade do século XVI) - Gravura em Cobre - Anónima - Perspectiva de Lisboa - A cidade está limitada a Oriente pelo Campo de Santa Clara; a Ocidente, pela zona da Esperança; e a Norte, pelos Montes da Graça, Penha de França e Sant'Ana, vendo-se todas as ruas, ruelas e becos, na sua irregularidade. Nela se desenham, nitidamente, a Praça do Pelourinho Velho, do Terreiro do Paço e do Rossio. - (Inserida na Obra de Jorge Braunio Civitates Orbis Terrarum, Vol. V, 1593 (?) - MUSEU DA CIDADE.
PRAÇA DOM PEDRO IV (ROSSIO) [ I ]
«O ROSSIO (1)»
A «PRAÇA D. PEDRO IV (Vulgo ROSSIO) pertence a duas freguesias.
À freguesia de «SÃO NICOLAU» os números 1 a 14, à freguesia de «SANTA JUSTA» do número 15 a 22. Esta Praça fica entre a Rua da Betesga, Rua Augusta, Rua dos Sapateiros (também conhecida de Rua do Arco do Bandeira), Rua Áurea(Vulgo OURO), Rua Primeiro de Dezembro (Antiga Rua do Príncipe), Calçada do Carmo, Praça Dom João da Câmara (Antigo Largo Camões), Largo de São Domingos e Rua do Amparo.
Por decreto de 31/10/1836 publicado no Diário do Governo 265 de 08/11/1836 a Praça do Rossio passou a denominar-se Praça de Dom Pedro e esta, por Edital de 26/03/1971, passou a designar-se PRAÇA D. PEDRO IV (1).
Quem hoje passa apressadamente pelo Rossio, banal paragem de autocarro e táxis e ainda estação de metro, não se quedará a pensar no passado do espaço.
Não consciencializará, por isso, que não muito antes da tomada de Lisboa aos Mouros, em 1147, ainda vinham reunir-se ali ao pé dois regatos, provenientes do sítio do «ANDALUZ» e de «ARROIOS», corriam pelos vales que são, nos nossos dias, a AVENIDA DA LIBERDADE e a RUA DA PALMA, ANJOS (e parte da) AVENIDA ALMIRANTE REIS.
Uma vez juntos, acabavam, como é natural, no TEJO. Os regatos foram secando e diminuído de importância, dando lugar a terrenos alagadiços, embora susceptíveis de permitir as construções e de servir de sede às reuniões do Povo. Mas, como é sabido, passados mais de oito séculos, ainda a experiência mostra que, mal se escava um pouco, logo aparece água com fartura.
Cedo ali surgiu a ermida de «NOSSA SENHORA DA ESCADA» ou da «PURIFICAÇÃO» sensivelmente no local onde hoje fazem esquina a «RUA BARROS QUEIROZ» e o «LARGO DE S.DOMINGOS». E, junto dela, foi erguido no século XIII (por volta de 1242) o «MOSTEIRO DE S.DOMINGOS» o que prova que o terreno já aguentava edificações com algum porte.
O Rossio foi assim ganhando características que lhe justificavam o nome, ou seja de lugar amplo onde era possível realizar feiras e marcados, proporcionando ao mesmo tempo simples encontros de cidadãos.
Vários nomes foram postos ao espaço: chamou-se «ROSSIO DE SANTA JUSTA», dada a aproximação da Igreja paroquial desse nome (já demolida), situada onde hoje temos as escadinhas que ligam a «RUA DOS FANQUEIROS» à «RUA DA MADALENA»(Edifício POLUX); «ROSSIO DE S.DOMINGOS», obviamente por estar ao lado do respectivo Mosteiro; e «ROSSIO DE VALVERDE», dada a proximidade das hortas com esse nome, hoje transformadas em «AVENIDA DA LIBERDADE».
(1) - Toponímia de Lisboa
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) [ II ] - O ROSSIO (2)»
Praça D.Pedro IV (ROSSIO) - Detalhe da gravura de Georgius Braunius (1541-1622) - Pormenor da perspectiva de Lisboa em 1621, mostrando a zona do Rossio com o PAÇO DOS ESTAUS ao topo e à direita o HOSPITAL REAL DE TODOS-OS-SANTOS in 1621
Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2ª metade do século XVI) - Gravura em Cobre - Anónima - Perspectiva de Lisboa - A cidade está limitada a Oriente pelo Campo de Santa Clara; a Ocidente, pela zona da Esperança; e a Norte, pelos Montes da Graça, Penha de França e Sant'Ana, vendo-se todas as ruas, ruelas e becos, na sua irregularidade. Nela se desenham, nitidamente, a Praça do Pelourinho Velho, do Terreiro do Paço e do Rossio. - (Inserida na Obra de Jorge Braunio Civitates Orbis Terrarum, Vol. V, 1593 (?) - MUSEU DA CIDADE.
PRAÇA DOM PEDRO IV (ROSSIO) [ I ]
«O ROSSIO (1)»
A «PRAÇA D. PEDRO IV (Vulgo ROSSIO) pertence a duas freguesias.
À freguesia de «SÃO NICOLAU» os números 1 a 14, à freguesia de «SANTA JUSTA» do número 15 a 22. Esta Praça fica entre a Rua da Betesga, Rua Augusta, Rua dos Sapateiros (também conhecida de Rua do Arco do Bandeira), Rua Áurea(Vulgo OURO), Rua Primeiro de Dezembro (Antiga Rua do Príncipe), Calçada do Carmo, Praça Dom João da Câmara (Antigo Largo Camões), Largo de São Domingos e Rua do Amparo.
Por decreto de 31/10/1836 publicado no Diário do Governo 265 de 08/11/1836 a Praça do Rossio passou a denominar-se Praça de Dom Pedro e esta, por Edital de 26/03/1971, passou a designar-se PRAÇA D. PEDRO IV (1).
Quem hoje passa apressadamente pelo Rossio, banal paragem de autocarro e táxis e ainda estação de metro, não se quedará a pensar no passado do espaço.
Não consciencializará, por isso, que não muito antes da tomada de Lisboa aos Mouros, em 1147, ainda vinham reunir-se ali ao pé dois regatos, provenientes do sítio do «ANDALUZ» e de «ARROIOS», corriam pelos vales que são, nos nossos dias, a AVENIDA DA LIBERDADE e a RUA DA PALMA, ANJOS (e parte da) AVENIDA ALMIRANTE REIS.
Uma vez juntos, acabavam, como é natural, no TEJO. Os regatos foram secando e diminuído de importância, dando lugar a terrenos alagadiços, embora susceptíveis de permitir as construções e de servir de sede às reuniões do Povo. Mas, como é sabido, passados mais de oito séculos, ainda a experiência mostra que, mal se escava um pouco, logo aparece água com fartura.
Cedo ali surgiu a ermida de «NOSSA SENHORA DA ESCADA» ou da «PURIFICAÇÃO» sensivelmente no local onde hoje fazem esquina a «RUA BARROS QUEIROZ» e o «LARGO DE S.DOMINGOS». E, junto dela, foi erguido no século XIII (por volta de 1242) o «MOSTEIRO DE S.DOMINGOS» o que prova que o terreno já aguentava edificações com algum porte.
O Rossio foi assim ganhando características que lhe justificavam o nome, ou seja de lugar amplo onde era possível realizar feiras e marcados, proporcionando ao mesmo tempo simples encontros de cidadãos.
Vários nomes foram postos ao espaço: chamou-se «ROSSIO DE SANTA JUSTA», dada a aproximação da Igreja paroquial desse nome (já demolida), situada onde hoje temos as escadinhas que ligam a «RUA DOS FANQUEIROS» à «RUA DA MADALENA»(Edifício POLUX); «ROSSIO DE S.DOMINGOS», obviamente por estar ao lado do respectivo Mosteiro; e «ROSSIO DE VALVERDE», dada a proximidade das hortas com esse nome, hoje transformadas em «AVENIDA DA LIBERDADE».
(1) - Toponímia de Lisboa
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) «PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) [ II ] - O ROSSIO (2)»
Estes seus artigos sobre o Rossio recordaram-me uma pequena história com o meu sobrinho mais velho que me perguntava o que queriam dizer as palavras Rossio e Alcântara ;)
ResponderEliminarMuito interessante a observação do seu sobrinho!
ResponderEliminarÉ com carinho que registo e agradeço o comentário.
cumpts;)
D. Pedro IV não foi o vigésimo-oitavo mas sim o vigésimo nono. Quanto ao resto está de parabéns pelo artigo!
ResponderEliminarCaro Anónimo
ResponderEliminarPeço desculpa mas não encontro onde possivelmente escrevi que (D. PEDRO IV) foi o 28º rei. Sabe, que foram escritos 20 episódios, de qualquer modo gostaria que me informasse.
Fui consultar os meus livros e só posso encontrar uma explicação para a sua posição.
«D. ANTÓNIO PRIOR DO CRATO» não consta geralmente, na lista dos Reis de Portugal, contudo, é historicamente correcto incluí-lo, pois não só foi aclamado rei de Portugal, como reinou de facto, embora por um curto período.
Assim, reinou em Portugal de Junho a Agosto de 1580 no Continente; de 1580-1583 nos Açores nomeadamente na Ilha Terceira. Encontrou muitos problemas com a sua legitimidade e, após a morte do «CARDEAL D. HENRIQUE» tudo se veio a precipitar, acrescido da invasão do poderoso exército espanhol e sua derrota na «BATALHA DE ALCÂNTARA», em 25 de Agosto de 1580.
Cumprimentos
APS