Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2005) Foto de APS (O Rossio ao fundo o Teatro D. Maria II) ARQUIVO/APS
Praça D. Pedro IV (ROSSIO) - (2006) Imagem 3D de LX 3D 2006 do Arquitecto Vítor Belchior Coelho. (Maqueta do Teatro Nacional D. Maria II) in BAIXAPOMBALINA
(CONTINUAÇÃO)
PRAÇA D. PEDRO IV (ROSSIO) - [VIII]
«TEATRO NACIONAL D. MARIA II (1)»
«ALMEIDA GARRETT» não era homem para soluções de meias-tintas. Assim, bem cedo começou a pugnar nas Cortes pela edificação de um teatro digno desse nome, que não envergonhasse e antes enobrecesse a capital do reino, uma casa que fosse para a representação o que o S. Carlos já era para a música. No mesmo campo lutava o Governador Civil de Lisboa, «JOAQUIM LARCHER».
Estava-se em 1836.
Claro que, como é costume nestas coisas na nossa terra, os anos foram passando; houve tentativas, sociedades financeiras, projectos... Garrett não desanimava e, como deputado, propunha a construção do «TEATRO PORTUGUÊS» (o primitivo nome) e sugeria como local ideal o «ROSSIO», no sítio onde se viam então as ruínas do velho edifício da Inquisição (que ardera um tempo antes) e onde existira, antes ainda, o Palácio dos Estaus.
Finalmente, em 1841, o Estado comprou o terreno e as obras começaram um ano depois.
Foi aberto concurso público Internacional, mas os trabalhos acabaram por ser confiados ao arquitecto «FORTUNATO LODI».
Os episódios de inauguração nada ficam a dever às mais tradicionais comédias portuguesas: antes de estar concluído o edifício e até a fachada, decidiu a rainha festejar o aniversário de seu marido, o rei consorte «D. FERNANDO»; a sala abriu assim em finais de Outubro de 1845 para umas representações e logo voltou a fechar para que se pudessem acabar as obras. Ficou então decidido que, estando tudo terminado, a inauguração oficial fosse em 4 de Abril de 1846, data do aniversário de D. Maria II. É claro que existiu uns pormenores de última hora, e a soberana aniversariante teve de festejar a 13, data em que finalmente as portas abriram.
Representou-se o drama «ÁLVARO GONÇALVES, O MAGRIÇO» ou «OS DOZE DE INGLATERRA», de um autor que só por isto passou à história, «JACINTO HELIODORO LOUREIRO».
Mas a data de 4 de Abril estava destinada a ser celebrada com toda a dignidade no «TEATRO NACIONAL»: foi nesse dia, de 1850, que ali teve lugar a estreia de «FREI LUÍS DE SOUSA», a peça de GARRETT que mantém o título de "a mais representada" naquela sala.
No dia 2 de Dezembro de 1964, um grande incêndio destruiu implacavelmente o magnifico «TEATRO D. MARIA II». Lisboa, sensível com os seus artistas, leva abraços de solidariedade a «AMÉLIA REY COLAÇO» e a «MARIANA REY MONTEIRO», que tudo viam ruir à sua volta.
Dos belos e ricos guarda-roupas nada restava. Os cenários, os camarins, tudo reduzido a cinzas.
Desaparecia para sempre uma das obras mais importantes de «COLUMBANO»: a decoração do tecto com 20 metros de diâmetro, por muitos considerada como a mais difícil composição executada pelo célebre pintor. O governo entretanto anunciava que o teatro ia ser reconstruído, respeitando-se a sua traça primitiva.
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