Rua de Xabregas - (2004) - Fotógrafo não identificado (Entrada do Beco dos Toucinheiros da Fábrica de Fiação de Xabregas (vulgo) FÁBRICA DA SAMARITANA) in UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
Foi integrada na «SOCIEDADE TÊXTIL DO SUL, LDA.», entre 1932 e 1934, mantendo a fiação e a tecelagem juntas, funcionando até à data do último incêndio de 1948. Fornecia então, como outras fábricas daquela sociedade, os «GRANDES ARMAZÉNS DO CHIADO».
Rua de Xabregas - (1989) Foto de APS ( A Sociedade Têxtil do Sul, antiga fábrica da Samaritana na sua agonia) ARQUIVO/APS
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(CONTINUAÇÃO)
RUA DE XABREGAS [ XII ]
«FÁBRICA DE FIAÇÃO DE XABREGAS (vulgo) FÁBRICA DA SAMARITANA (2)»
Do ponto de vista empresarial a «FÁBRICA DE FIAÇÃO DE XABREGAS» foi pertença de duas entidades, a Companhia acima referida (entre 1854 e 1936) e a «SOCIEDADE TÊXTIL DO SUL, LIMITADA» de (1934-1951). Durante o período da sua vida, esta Companhia teve diferentes direcções fabris, que marcaram a sua evolução técnica, industrial e social.
Uma mudança qualitativa correspondeu a seguir ao incêndio de 3 de Agosto de 1877, que criou as condições de completa renovação, apetrechando-se com a tecelagem mecânica e nova potência de vapor. Deve datar desta altura a nova casa das máquinas e a nova chaminé da Fábrica que, com a primeira, marca ainda a paisagem daquele local.
Outro pavoroso incêndio, datado de 1948 (a que assistimos), consumiu grande parte do edifício, quando já pertencia à «SOCIEDADE TÊXTIL DO SUL, LDA.». Actualmente persistem vestígios desse acidente, nas fachadas, coberturas e janelas, que não foram objecto de qualquer recuperação.
O ponto alto desta têxtil, atendendo à informação nos Inquéritos Industriais de 1881 e 1890, ocorreu no final do século. Nessa altura, laboravam 531 operários, funcionavam 213 teares, dispondo de uma potência de 120 C/V distribuída pelas duas máquinas. Data deste período a construção de um bairro social para os seus trabalhadores a «VILA FLAMIANO» (inaugurada em Outubro de 1888).
Esta fábrica dispôs de um internato para aprendizes no seu interior, sistema utilizado para suprir a falta de qualificação de mão-de-obra, aspecto laboral criticado pela opinião pública contrária à utilização de crianças como operários (2/3 do total dos trabalhadores).
A cada criança do internato abriu-se uma conta corrente referente ao respectivo salário, sendo-lhe entregue quando acabasse o aprendizado, facto que também levantou alguma celeuma na capital.
Criticava-se ainda o excessivo tempo de trabalho. Todos estes factos e outros que envolveram os pais dos menores e as diversas movimentações grevistas ligadas aos seus trabalhadores, foram matéria aproveitada pelo romancista «ABEL BOTELHO», cujos cenários fabris parecem coincidir com a «FABRICA DO BLACK», por um lado e com a «FABRICA DE FIAÇÃO E TECIDOS ORIENTAL» situada nas proximidades do antigo «CONVENTO DE SÃO FRANCISCO».
Foi integrada na «SOCIEDADE TÊXTIL DO SUL, LDA.», entre 1932 e 1934, mantendo a fiação e a tecelagem juntas, funcionando até à data do último incêndio de 1948. Fornecia então, como outras fábricas daquela sociedade, os «GRANDES ARMAZÉNS DO CHIADO».
O seu espaço foi depois aproveitado para pequenos negócios e firmas. Apesar da degradação destas instalações o monumento industrial teima em continuar, chamando a este sítio «O CEMITÉRIO DAS FÁBRICAS».
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA DE XABREGAS [ XIII ] - A FONTE SAMARITANA».
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