Campo de Santa Clara - (2009) Foto de APS (PANTEÃO NACIONAL visto da Avenida Infante D. Henrique in ARQUIVO/APS
Campo de Santa Clara - (2008) - (Vista do PANTEÃO NACIONAL para a Avenida Infante Dom Henrique, vendo-se ao fundo a serra da Arrábida) Foto gentilmente cedida por RICARDO MOREIRA do Blogue «AS MINHAS COISAS».
Campo de Santa Clara - (2008) - (Vista do PANTEÃO NACIONAL para a Avenida Infante Dom Henrique, vendo-se ao fundo a serra da Arrábida) Foto gentilmente cedida por RICARDO MOREIRA do Blogue «AS MINHAS COISAS».
Campo de Santa Clara - (2007) Foto de Baía Vieira (Templo a SANTA ENGRÁCIA-PANTEÃO NACIONAL) in GEOCACHING
Campo de Santa Clara - (1966) Fotógrafo não identificado (Obras no interior do PANTEÃO NACIONAL no Campo de Santa Clara nos anos 60 do século XX) in PLANO COMEMORATIVO-1966 - M.O.P.
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(CONTINUAÇÃO)
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CAMPO DE SANTA CLARA [ XI ]
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«TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA - PANTEÃO NACIONAL ( 2 )»
A primeira pedra da obra da nova Igreja foi lançada pelo príncipe regente , «D. PEDRO», em 31 de Agosto de 1682, e as despesas com a sua execução ficaram a cargo da «IRMANDADE» e de eventuais esmolas régias.
Este facto levou, desde o inicio, a umas descontinuidade n o ritmo das obras e, logo em 1685, a «IRMANDADE» recorreu ao Rei para conseguir verbas para o seu prosseguimento. E será nesse andamento decorrente da necessidade de angariação de fundos que a edificação irá continuando até 1712, ano em que morre o arquitecto «JOÃO ANTUNES», que não só foi o autor do projecto da Igreja como também o seu construtor durante trinta anos.
O terramoto de 1755 não causou quaisquer danos na inacabada edificação e «D. JOSÉ», pouco tempo depois, indaga as causas do atraso da obra. Mas não se dá qualquer alteração e o edifício
e o edifício fica por concluir ainda durante mais anos.
No início do século XIX, talvez recorrendo à antiga proposta do fechamento em madeira, ter-se-á pensado seriamente no acabamento da Igreja, pois em 1816 foram encomendados ao arquitecto «HONORATO JOSÉ CORREIA» os traçados dos retábulos das capelas. Mas não passou de intenção, já que nada de concreto foi realizado.
Com a extinção das «ORDENS RELIGIOSAS» em 1834, desapareceu a «IRMANDADE DOS CEM ESCRAVOS», instituída duzentos anos antes e no ano seguinte o culto da paróquia de «SANTA ENGRÁCIA», que se mantinha na velha «IGREJA DO PARAÍSO», foi transferida para a Igreja de «Nª. Sª. DA CONCEIÇÃO DOS BARBADINHOS ITALIANOS».
Em 1835, o inacabado templo foi entregue à instituição militar, tendo servido como depósito de material de guerra e fábrica de calçado para o exército.
Na vigência da PRIMEIRA REPÚBLICA, mais uma vez se pensou no acabamento do «TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA», mas em 29 de Abril de 1916 o governo da República publicou uma lei que destinava a «PANTEÃO NACIONAL» "o antigo e incompleto templo de Santa Engrácia", mas só em 1934 se anunciava uma Comissão, constituída pelo escultor «FRANCISCO FRANCO», pelo Arquitecto «CRISTIANO DA SILVA» e pelo olissipógrafo «GUSTAVO DE MATOS SEQUEIRA», para elaborar um parecer sobre a forma de concluir as obras.
No início dos anos cinquenta do século passado tomaram-se finalmente medidas para a recuperação do edifício existente e construção da cúpula, de que os estudos de «LUÍS BENAVENTE» nos dão conta.
Só no ano de 1956 o Governo de então encarou, de facto, a efectivação deste propósito.
Efectuados os respectivos estudos e escolhido o projecto que melhor se poderia adaptar ao fim desejado, foi dado início às obras que condicionadas, caminhavam em princípio com bastante lentidão. Em meados de 1963 foi tomada a decisão que devia ser concluída no ano de 1966, com vista a ser integrada nas comemorações do «40º ANIVERSÁRIO DA REVOLUÇÃO NACIONAL».
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O MONUMENTO
De aspecto solido, mas ao mesmo tempo sóbrio e harmonioso, a monumentalidade do «TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA - PANTEÃO NACIONAL» desenvolve-se a partir de planta centrada em cruz grega, de braços arredondados, delimitada nos vértices do quadrado em que está inscrita, por torreões amuralhados.
Ao equilíbrio deste traçado correspondem exteriormente fachadas ondulantes, nas quais a plasticidade dos volumes distribuídos por saliências e reentrâncias é contida pela rigidez dos torreões.
Desenvolvendo-se os alçados em dois andares divididos pela cimalha bem saliente que percorre todo o corpo do edifício. Na fachada principal, de feição fortemente barroca, o corpo central aparece reforçado por quatro colunas colossais, sobrepostas e pilastras adossadas iguais às que se apresentam duas a duas nos torreões laterais e que se vão repetir no andar superior, sendo as do corpo central reforçadas por quatro botaréus para sustentação da abóbada.
Nas intercolunas do corpo central, abrem-se três vãos de volta perfeita que dão acesso ao nártex, sobrepujados por nichos guarnecidos de áticas, triangulares os laterais e semicirculares a central, estando nesta a imagem de «SANTA ENGRÁCIA» e nos outros, respectivamente, o «SANTO CONDESTÁVEL» e «SANTA ISABEL».
Em cada uma das reentrâncias que ladeiam o corpo central abrem-se duas pequenas janelas e dois janelões, elementos que se repetem em cada um dos torreões, estes encimados de áticas semicirculares neste nível e triangulares no andar superior.
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(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«CAMPO DE SANTA CLARA [ XII ] - TEMPLO A SANTA ENGRÁCIA - PANTEÃO NACIONAL ( 3 )».
Ficaram engraçadas as duas primeiras fotos, com uma a apontar para um ponto do Panteão e a outra tirada precisamente desse sítio e a apontar directamente para o local onde foi tirada a primeira (OK, isto fica mesmo muito mal, sendo eu o autor de uma delas)!
ResponderEliminarPS: relativamente ao tal e-mail que me enviou sobre as minhas maquetas, não o encontro em parte alguma :(
Não entendo o seu comentário!
ResponderEliminarAchei curioso o facto das duas fotos terem sido tiradas como se os fotógrafos estivessem de frente um para o outro. Como ponto de referência repare naquele prédio amarelo todo "torcido".
ResponderEliminarPeço desculpa pela intromissão fora de contexto, mas estou a ler um texto de 1808 e como vejo que é entendido na história de Lisboa gostava de lhe perguntar algumas coisas:
ResponderEliminar1. onde era a bateria ou forte de S. João de Deus? (pelo contexto julgo que ficaria na zona de Alcântara, mas não tenho a certeza).
2. onde ficava exactamente o baluarte de Alcântara? Na actual praça da Armada?
3. Onde ficava o Arsenal naval? E como acho que existia mais do que um, sabe dizer-me onde ficavam os outros arsenais?
Desde já agradeço pela resposta.
Cumprimentos,
Edgar Cavaco
Numa lista dos FORTES E FORTINS das margens do Rio Tejo, para a defesa marítima após a Restauração, verifiquei que o «FORTE DE S. JOÃO DE DEUS» ficava depois do «FORTE DE S.PAULO», (hoje Praça D. Luís) ver: Avenida 24 de Julho [II] de 10 de Julho de 2010, e antes do «FORTE DO SACRAMENTO» que penso tratar-se do «BALUARTE DE ALCÂNTARA».
ResponderEliminar«FORTE DE SÃO JOÃO DE DEUS»
Na parte de baixo do edifício onde estava instalada a ex-Brigada de Trânsito(Janelas Verdes), nessa altura sobranceira ao Tejo.
A base dessa falésia rochosa, onde assentava o Convento, junto às águas do Tejo, foi o local escolhido para a instalação de um dos pontos fortificados para a defesa de LISBOA. Hoje completamente desaparecido.(Podemos considerar o sítio como Rocha Conde de Óbidos).
«BALUARTE DE ALCÂNTARA»
Em terrenos que pertenceram ao Conde de Cantanhede, este Baluarte começou a ser construído em 1650, e que obedecia a um plano de fortificação da cidade. Encontrava-se sensivelmente nos terrenos da parada do quartel, hoje «PRAÇA DA ARMADA».
Quanto ao Arsenal Naval fica para mais tarde.
Obrigado pela sua visita.
APS
Caro Ricardo Moreira
ResponderEliminarEntendi agora o seu ponto de vista. Peço desculpa de o não ter compreendido inicialmente.
Quanto ao prédio amarelo que tem uma espécie de "Pagodes" em cima, é uma obra recente, embora um pouco esquisita.
APS
PS. - O tal e-mail já o enviei segunda vez, o título é «MINA DE ENXOBREGAS» (7FEV.)
Obrigadíssimo pela resposta.
ResponderEliminarEm relação ao arsenal naval acho (mas sem certezas) que ficava ao lado esquerdo do Terreiro do Paço, junto à antiga Ribeira das Naus. Aliás, logo acima da Av. da Ribeira das Naus fica precisamente a Rua do Arsenal, pelo que julgo que deve haver alguma relação.
Essa lista de fortes e fortins, que indicou na sua resposta anterior, está publicada em alguma obra? Ou para não ter de maçá-lo com mais perguntas, saberá indicar-me alguma bibliografia sobre as fortificações defensivas existentes na boca do Tejo, incluindo Lisboa e Almada, e particularmente em inícios do século XIX?
Novamente agradeço antecipadamente a sua resposta.
Cumprimentos,
Edgar Cavaco
Caro Edgar Cavaco
ResponderEliminarEnviei para o seu e-mail o nome do livro, autor e editor.
Como o livro é de 1994, não sei se está esgotado,tomei a liberdade de lhe enviar a lista dos FORTES e FORTINS.
Espero que tenha gostado!
Mande sempre
APS
Claro que gostei!
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