Calçada dos barbadinhos - ( 195_ )? - Desenho de autor não identificado ( Imagem de guarda motorizada na Sala-Museu da Brigada Fiscal da GNR no Palácio Vasco Veloso - Fábrica do Tabaco - hoje Comando-Geral da GNR, na Rua da Cruz de Santa Apolónia esquina com a Calçada dos Barbadinhos) in CAMINHO DO ORIENTE
Calçada dos Barbadinhos - (195_)? Desenho de Autor não identificado (Imagem de guarda a cavalo que se encontra na Sala-Museu da Brigada Fiscal da GNR, antiga Guarda Fiscal, no Palácio Vasco Veloso - Fábrica do Tabaco - hoje Comando-Geral da GNR na Rua da Cruz de Santa Apolónia esquina com a Calçada dos Barbadinhos) in CAMINHO DO ORIENTE
(CONTINUAÇÃO)
CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XIV ]
«FÁBRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS (2)»
Com uma existência curta em termos de realização industrial autónoma (1865-1881) a «FÁBRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS», dispunha de algumas características próprias detectáveis nas respostas do Inquérito de 1881. A criação desta unidade obedece a alguns princípios de renovação industrial do sector do TABACO servindo uma fábrica em grande com 878 operários, quase mais cem que a fábrica de «XABREGAS». Dispunha de motores a vapor de origem inglesa (uma máquina de 25 c/v e outra de 8 c/v), com carregador mecânico de carvão para as caldeiras. A resposta ao INQUÉRITO revela vários engenhos e um grau bastante elevado de mecanização ( onze máquinas para fazer cigarros, oitenta e uma máquinas de fazer cigarrilhas, vinte e quatro para fazer charutos e catorze moinhos para rapé), para além de muitas outras para diferentes secções. Na «CALÇADA DOS BARBADINHOS» dispunha de uma litografia bastante evoluída para a impressão das suas embalagens. Do ponto de vista tecnológico a empresa era dirigida por um engenheiro inglês (cigarros e cigarrilhas), outro alemão (charutos) e um mestre português para o fabrico do rapé.
Entre 1865 e 1881, a «FABRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS» desenvolvera uma estratégia social de apoio aos seus trabalhadores. Mandou construir casas para cinquenta operários na «CALÇADA DOS BARBADINHOS», arrendadas entre 800 e 1500 réis. Abriu uma escola para a instrução primária, num edifício que mandou edificar e montou um "rancho" para operários, uma espécie de cantina primitiva, onde se comia carne uma vez por semana. As multas aplicadas pelos patrões destinavam-se a beneficiar o "rancho". O trabalho era executado em toda a fábrica e também numa oficina apetrechada na cidade do Porto. A integração da «FABRICA DA COMPANHIA LISBONENSE DE TABACOS» na «COMPANHIA NACIONAL DE TABACOS DE LISBOA» e nas empresas que lhe seguiram é detectável na documentação posterior e em anúncios de várias épocas. A concentração industrial que se seguiu às aprovações governativas de 1927 ( na origem da fundação da "COMPANHIA PORTUGUESA DE TABACOS") contribuíram para o encerramento laboral das instalações da «LISBONENSE».
Os edifícios industriais e o espaço anexo, passaram gradualmente para as mãos do «ESTADO», ocorrendo a primeira sessão, em Maio de 1938, data em que o «COMANDO GERAL e o BATALHÃO Nº 1 DA GUARDA FISCAL» aí começaram a funcionar. No entanto, só em 1961 ocorreu a sua total integração. Hoje neste espaço está instalado o «COMANDO-GERAL DA G.N.R. - REPARTIÇÃO DE RECRUTAMENTO E CONCURSOS».
Relata-nos o nosso compatriota «JOSÉ GRACIOSO» residente em SUCY EN BRIE (FRANÇA), as suas memórias vividas nos anos 50 e 60 do século passado, na «CALÇADA DOS BARBADINHOS» onde morava no número 87. Que: "os números ímpares eram todos da «GUARDA FISCAL» até ao número 55, todos estes aparentemente alugados ou emprestados. O portão com o número 25 era a antiga entrada da Fábrica do Tabaco. No número 55 era a entrada do «GRUPO DESPORTIVO DOS TABACOS», com um campo de Basquetebol e no fundo, um "ringue" para a prática do «HOQUEI EM PATINS»".
(CONTINUA) - (PRÓXIMO)- «CALÇADA DOS BARBADINHOS [ XV ]-A ESTAÇÃO ELEVATÓRIA DOS BARBADINHOS ( 1 )»
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