Rua do Século - (2010) - ("TRIBUNAL CONSTITUCIONAL" antigo "PALÁCIO RATTON" na "RUA DO SÉCULO") in ENCICLOPÉDIA
Rua do Século - (2010) - ("RUA DO SÉCULO" à esquerda a entrada para o antigo "PALÁCIO RATTON", hoje o "TRIBUNAL CONSTITUCIONAL") in GOOGLE EARTH
Rua do Século - (2010) - (Panorama do antigo "PALÁCIO RATTON" onde hoje se encontra instalado o "TRIBUNAL CONSTITUCIONAL") in GOOGLE EARTH
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO SÉCULO [ III ]
«O PALÁCIO DE JÁCOME RATTON ( 1 )»
«O PALÁCIO DE JÁCOME RATTON ( 1 )»
«JÁCOME RATTON»(1736-1822) de origem francesa veio para Portugal com seus pais no ano de 1747. Mais tarde naturalizado português que lhe viria a trazer grandes benefícios, era dotado de um espírito empreendedor, notabizando-se como um homem de negócios. Este comerciante e industrial, tinha um Palácio na «RUA FORMOSA»(hoje RUA DO SÉCULO), vizinho do «PALÁCIO DOS CARVALHOS ou MARQUÊS DE POMBAL».
Por altura das INVASÕES FRANCESAS o chefe do Estado-Maior, «BARÃO DE THIEBAULT», procurou residir neste palácio de «JÁCOME RATTON». Estava na casa de um patriota que tinha conseguido fazer fortuna em Portugal desde o reinado de «D. JOSÉ», sendo bastante protegido pelo «MARQUÊS DE POMBAL». O Palácio ainda existe, muito embora já modificado, e quem o observa hoje, mal imagina os acontecimentos históricos a que assistiu. Muito próximo do Palácio ficava a sua fábrica de Chapéus, fronteira com o «PALÁCIO DOS ALVAS», no qual decorreram os tão falados episódios que celebrizaram «D. ISABEL JULIANA MONTEIRO PAIM», sob o cognome (que POMBAL lhe atribuiu) de «BICHINHO DE CONTA». (assunto de que falaremos mais à frente no capítulo XI).
A residência tinha um grande logradouro que dava até à «RUA NOVA DO LOUREIRO»(hoje TRAVESSA DO ARCO DE JESUS) e do terraço podia-se avistar toda e extensão da «RUA FORMOSA» até à «CALÇADA DO COMBRO», atendendo que nessa época os prédios vizinhos não eram altos. Podemos antever como seriam as casas de «JACOME RATTON», (nessa época) com seu pátio onde os cavalos dos oficiais do «ESTADO-MAIOR DE JUNOT» e as ordenanças chegavam a galope, os carros rodavam conduzindo os "convidados", porque, se «JUNOT», era o soberano, «THIEBAULT» podia considerar-se o seu Ministro mais válido. Este «THIEBAULT» beneficiara muito dos «RATTON» e escrevia mais tarde a seu respeito: "O meu hospedeiro, o senhor RATTON pai, encontrou-se particularmente interessado em tornar-me a vida agradável. Além da sua mesa, que me obrigou a aceitar, sob protesto de evitar duas cozinhas na casa, procurou-me excelentes relações, esforçando-se em convidar pessoas que pudessem ser-me úteis. Habitava com seu filho «JACQUES RATTON»; sua cunhada, uma das mais belas mulheres de Portugal, era bondosa e formosa. Morava em casa contígua ao «PALÁCIO POMBAL», ocupado pelo senhor RATTON, e rivalizou com ele para me acumular de gentilezas durante os nove meses e meio que morámos juntos". Depois de escrever diversas amabilidades do rico industrial francês, acrescentou em nota: "Ele fora nobilitado, isto é, elevado a fidalgo e a cavaleiro da Ordem de Cristo. Escolheu para seu brasão TRÊS RATINHOS". Acabaria por modificar mais tarde o «BRASÃO», mudaria o escudo de cor azul, com um mar de prata passante da porta do escudo, sobre o qual se destaca um ATUM da mesma cor e, em chefe, também de prata, carregado, um rato passante da mesma cor. O povo sempre chamou aos estabelecimentos dos descendentes do industrial francês: «AS FÁBRICAS DO RATÃO».
(CONTINUA)-(PRÓXIMO) - «RUA DO SÉCULO [ IV ] - PALÁCIO JÁCOME RATTON ( 2 )»
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