Rua do Século - (1943-01) Foto de EDUARDO PORTUGAL (O "ALTO DO LONGO", junto da "RUA DO SÉCULO" in AFML
Rua do Século - (1967) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo ("ALTO DO LONGO", 28-A perto da "RUA DO SÉCULO" in AFML
Rua do Século - (1967) - Foto de Vasco Gouveia de Figueiredo ("ALTO DO LONGO", 28-A perto da "RUA DO SÉCULO" in AFML
Rua do Século - (Anos 60 do século XX) - Foto de Artur Goulart ("ALTO DO LONGO", 1-3 junto da "RUA DO SÉCULO") in AFML
Rua do Século - (1953) Foto de Fernando Martinez Pozal (O Chafariz no "ALTO DO LONGO" na "RUA DO SÉCULO" datado de 1937) in AFML
Rua do Século - (1943-01) Foto de EDUARDO PORTUGAL ("ALTO DO LONGO" na "RUA DO SÉCULO" vista da "RUA D. PEDRO V") in AFML
Rua do Século - (ant. 1945) - Foto de Fernando Martinez Pozal ("Alto do Longo" na entrada da "RUA DO SÉCULO") in AFML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO SÉCULO [ V ]
«O ALTO DO LONGO»
O «ALTO DO LONGO» chamado em tempos recuados do "Presépio da humanidade e pobreza", formando uma curva esta pequena travessa de dois metros com casas pequenas, de um certo ambiente pitoresco tolerável.
Esta artéria é analisada "burlescamente" pelo mestre "JÚLIO DE CASTILHO" no seu livro «LISBOA ANTIGA - O BAIRRO ALTO " - volume III, pág. 272. «Esse "ALTO DO LONGO", de nefasta memória, foi até há trinta anos uma "COUR DES MIRACLES", medonha pela qualidade dos frequentadores habituais dos dois sexos. Em sessão da Câmara de 13 de Dezembro de 1860 o vereador «VAZ RANS» leu o auto da vistoria feita em 30 de Novembro ao "ALTO DO LONGO", reconhecendo todos a necessidade de demolir aquelas baiucas indecentes (1). Desde então penetrou ar, luz, e polícia nessa paragem nefasta. Ainda bem! Aquilo não era LISBOA ANTIGA; era LISBOA imunda (2).
Também «NORBERTO DE ARAÚJO» retrata o sítio desta forma: "Janelas quase rentes ao chão, beirais sem flor à altura de um braço, dois pátios de presépio pobre de cartolina - eis o "ALTO DO LONGO". (...) Não chega isto a ser um sítio, e em rigor não se pode dizer que seja um pátio (...). Uma vaga reminiscência setecentista, anterior ao terramoto por sua idade - que ressuma, sem miséria, uma discreta melancolia. Em verdade - uma sobrevivência".
O porquê de se chamar «ALTO DO LONGO». Tudo indica tratar-se de um quarto avô materno de «ALEXANDRE HERCULANO» um homem de estatura alta, cuja alcunha era o «LONGO» e assim deu nome ao sítio. O «ALTO DO LONGO» terá possivelmente principiado por ser, na «COTOVIA», uma espécie de «Bairro pequeno das minhocas» do século XVIII. Dizia-se há alguns anos atrás que o sítio estava à espera do camartelo. No presente ainda se mantém o «ALTO DO LONGO», muito mais arranjado que outrora, fazendo lembrar uma parte de ALFAMA, na «RUA DO SÉCULO».
- ( 1 ) - Arch. Mun. de Lisboa- 1866 - Nº 365, pág. 2946.
- ( 2 ) - Possivelmente o «LONGO» que deixou o nome ao sítio, foi um «JOÃO FRANCISCO» que tinha essa alcunha e que ali viveu no segunda quartel do século XVIII. Este «JOÃO FRANCISCO» era o 4º avô materno de «ALEXANDRE HERCULANO». No livro «DEPOIS DO TERRAMOTO», páginas 150 e 151, menciona este facto. (Nota de M.S.)
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) - «RUA DO SÉCULO [ VI ] - O PALÁCIO DOS CARVALHOS DA RUA FORMOSA (1)».
Caro Fernando Pinheiro
ResponderEliminarObrigado pelo seu incentivo. Espero e desejo ainda poder publicar mais algumas RUAS DE LISBOA.
Nasceu num sítio "pitoresco", muito antigo e com história.
Daquilo que já escrevi no episódio da «RUA DO SÉCULO ( V )» sobre o «ALTO DO LONGO», muito mais não vou acrescentar de que: no século XVIII este sítio era chamado de «PRESÉPIO DE HUMILDADE E POBREZA», mas sem imundice, e sem aspecto de "pardieiro", como noutros sítios acontecia. Estas casinhas de uma pequenez que confrange, mas com um certo ambiente de pitoresco bastante tolerável. O «ALTO DE LONGO» é, contudo, anterior ao ano do grande Terramoto em LISBOA.
Os meus cumprimentos
APS