Rua do Século - (2011) - Foto de Luís Boléo - (Casa onde eventualmente terá nascido o "MARQUÊS DE POMBAL" in PANORAMIO
Rua do Século - (1912-02) Foto de Joshua Benoliel - (Palácio Pombal, onde estava instalada a casa Sindical, sede das Associações operárias, promotoras das greves) in AFML
Rua do Século - (C. 1906) foto de Paulo Guedes ((Instalações do jornal "O Século" na antiga "Rua Formosa" hoje "Rua do Século") in AFML
Rua do Século - (C. 1906) foto de Paulo Guedes ((Instalações do jornal "O Século" na antiga "Rua Formosa" hoje "Rua do Século") in AFML
(CONTINUAÇÃO) - RUA DO SÉCULO [ X ]
«O PALÁCIO DOS CARVALHOS DA RUA FORMOSA ( 5 )»
Ao nível do rés-do-chão, uma sondagem junto à escada de cantaria que leva deste piso à cave, permitiu reconhecer uma escada, de configuração helicoidal, que identificamos como sendo de meados do século XIX. A presença desta escada obrigou a repensar todo o sistema de circulação que partindo da cozinha, na cave (piso térreo do nível do jardim), levava ao piso térreo, ao andar nobre e ao sótão, onde também em oitocentos, haviam sido construídas instalações para a criadagem.
Esta circulação permitia percorrer todo o edifício na vertical, estabelecendo ligação a corredores criados, sem passar pelas áreas nobres. Quando se dá a separação física entre os diferentes pisos, nos inícios do século XX, no rés-do-chão e na cave mantinha-se a função habitacional, (estava alugado ao compositor e grande figura da cultura portuguesa «LUÍS DE FREITAS BRANCO», e só a partir de 1986, será cedida, a título precário, à «ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DOS ARQUITECTOS PAISAGISTAS-APAP» que aí permaneceram até 2002), enquanto no piso nobre se instalavam sucessivas instituições, (a «CONFEDERAÇÃO GERAL DO TRABALHO», em 1913, a que se seguiu a «LEGAÇÃO ALEMû, e depois a «CASA DA MADEIRA», que aí permaneceu de 1927 a 2002), foi cortada a ligação da referida escada que foi emparedada.
A porta principal de acesso ao «PALÁCIO», emparedada pelo interior desde inícios de novecentos, voltou agora a estar à vista, revelando um sistema de ferragens inalterado e em bom estado de conservação. No corpo sul que ligava ao corpo demolido, o último vão de janela de peito deu origem a uma porta, o que obrigou a uma série de transformações interiores que descaracterizaram toda a área. Foi rasgada uma escada de fraca qualidade arquitectónica, de modo a permitir um acesso directo ao piso nobre. Esta solução criou uma ruptura em duas pequenas salas sete-oitocentista que ficaram unidas e parcialmente esventradas. No piso térreo fazia desaparecer parte de um sistema de circulação secundária feita por escadas de cantaria, que ligavam a cave ao piso térreo e daqui seguiriam para o andar nobre por uma escada de madeira, que foi emparedada e entulhada. Foi possível, agora, pôr a descoberto a quase totalidade da escada e, talvez num futuro próximo se reponha a circulação primitiva. Com a recuperação do corpo do «PALÁCIO» de propriedade Camarária, estão a ser reestabelecidos ligações e elos escondidos. Pretende agora criar-se uma lógica que permita conciliar as diversas intervenções cronológicas, que com critério e algum bom senso possam contribuir como uma mais-valia futura neste património que é de todos.
(CONTINUA) - (PRÓXIMO) -«RUA DO SÉCULO [ XI ] - O PALÁCIO DOS MONTEIROS PAIM(BICHINHO DE CONTA)».
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