sábado, 2 de fevereiro de 2013

RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ V ]

 Rua Angelina Vidal - (2012) - (A "RUA ANGELINA VIDAL" já próxima da "Rua Forno do Tijolo" na freguesia dos "Anjos" (hoje ARROIOS) in GOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2012) - (Um troço na parte de cima da "RUA ANGELINA VIDAL" na freguesia da "Graça"(hoje SÃO VICENTE) in GOOGLE EARTH
 Rua Angelina Vidal - (2007) (Parte panorâmica da "RUA ANGELINA VIDAL", vendo-se no lado direito o "Mercado do Forno do Tijolo") in GOOGLE EARTH 
 Rua Angelina Vidal - (2012) (Um dos livros de "ANGELINA VIDAL" "LISBOA ANTIGA E LISBOA MODERNA", obra que eu tomo como referência nos meus escritos das Ruas de Lisboa) ARQUIVO/APS 
Rua Angelina Vidal - (2009) (A jornalista "ANGELINA VIDAL" representada numa emissão de selos dos CTT, dedicado às "Mulheres da República" in BE/CRE MARIA VELEDA

(CONTINUAÇÃO) - RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [ V ]

«RUA ANGELINA VIDAL ( 2 )

«ANGELINA VIDAL» juntava a esta qualidade de escrever, a de ser boa oradora, e em breve se tornou notada nos meios literários e políticos.
Como é nosso propósito "retratar" aqui, sobretudo gente ligada a jornais e que tenha o seu nome numa rua de LISBOA, «ANGELINA VIDAL» preenche exactamente essas características.
Embora correndo o risco de enfadar um tanto o benévolo leitor, crê-se que basta indicar a lista de publicações que contaram com artigos desta autora para se avaliar da sua ligação à imprensa.
Entre semanários revistas e diários, estão os seguintes títulos: «DOMINGO ILUSTRADO», «PARTIDO DO POVO», «O TECIDO», «O TRABALHADOR», «A LUZ», «O TRABALHO», «PARTIDO OPERÁRIO», «VANGUARDA», «CONSTRUTOR», «LIBERDADE», «MARSELHESA», «OFICINA», «DIÁRIO METALÚRGICO», «REVOLUÇÃO», «COMÉRCIO DE LISBOA», «VOZ DO OPERÁRIO», «Jornal O SÉCULO» etc..
E o rol não fica por aqui. Não se quedando pela redacção de artigos, esta mulher de armas experimentou também os jornais "por dentro". Assim, foi proprietária e redactora principal dos periódicos «SINDICATO E JUSTIÇA DO POVO».
Coube-lhe ainda o encargo de ser a grande impulsionadora da «EMANCIPAÇÃO», publicado na cidade de TOMAR, por sinal o primeiro jornal a ser editado na terra nabantina. A vida pessoal não lhe correu, porém, de feição: faleceu-lhe o marido muito cedo, em 1894, quando prestava serviço na «GUINÉ». Em circunstâncias normais, teria «ANGELINA VIDAL» direito a uma pensão. Mas não o entenderam assim as autoridades do tempo, já que "se tratava de uma inimiga das instituições", que "andava a combater o regime monárquico".

Como o negócio dos jornais (nessa época) não tinha fama de deixar ricos os que o praticavam, em breve se viu a escritora com grandes dificuldades financeiras.
Morava então numa rua próxima da que hoje tem o seu nome, a de «SÃO GENS», junto à «SENHORA DO MONTE».
Chegou a viver da caridade da vizinhança, sendo tratada gratuitamente por um médico amigo.
Como curiosidade podemos dizer que «ANGELINA VIDAL» teve cinco filhos, viveu em vários sítios da cidade de LISBOA. «RUA DO VALE DE SANTO ANTÓNIO» (aos Caminhos de Ferro), na «RUA DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS» no número 127-1º, nas imediações de «SÃO TOMÉ», no "CAMINHO DO FORNO DO TIJOLO"  e na «RUA DE S. GENS, 41-r/c», onde faleceu em 1917.
(Alguns autores atribuem a data do seu falecimento o ano de 1927, mas erradamente. Sabe-se que lhe foi atribuída uma RUA por deliberação Camarária em 04.02.1922 e Edital de 1924, assim podemos deduzir que a data do seu falecimento teria de ser anterior à deliberação).

O seu caso foi falado no Parlamento, já em 1917, em plena "REPÚBLICA", de que ela fora uma das paladinas. Foi-lhe finalmente atribuída a pensão a que tinha direito, mas não chegou a receber porque faleceu em 1 de Agosto daquele ano, sendo o seu funeral custeado pelo jornal O SÉCULO.
Foi colocado em circulação no dia 5 de Outubro de 2009, uma emissão de selos dos CTT, representando a jornalista «ANGELINA VIDAL», uma propagandista de direitos dos operários, nomeadamente das mulheres. Republicana assumida com intervenções de cariz social.

(CONTINUA)-(PRÓXIMO)-RUAS COM NOMES DE JORNALISTAS [VI]-RUA ALFREDO GUISADO» 

2 comentários:

  1. lastima... foi ela a minimizar o talento do Cesario Verde em 1879 na tribuna do povo

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  2. Caro Roberto Peresio

    Posso até concordar que ela não tenha sido simpática com Cesário Verde. (embora na época eram dois jovens).
    Mas isso não é merecimento de se morrer na miséria.
    Cumprimentos
    APS

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